Descendência de Sangue escrita por Marieta Antonia


Capítulo 3
A Nova Sede da Ordem da Fênix


Notas iniciais do capítulo

A Ordem da Fênix retorna a ativa, Maya toma conhecimento de dois desaparecimentos e o Ministério aparentemente irá reabrir um antigo reduto das artes das trevas, aqueles que confiam em seus palpites podem apostar suas varinhas que isso é apenas o inicio.



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Maya levantou mais cedo que de costume naquela manhã, não conseguiu dormir e antes de sair do quarto analisou os vidros da janela nos quais a garotinha fantasma tinha desenhado na madrugada, mas o orvalho já tinha coberto as vidraças novamente, a Sra. Griffiths já estava preparando o café quando Maya desceu as escadas, parecia muito pensativa, seus olhos verdes pareciam querer esconder algo mais do que nunca, ela nem percebeu quando a filha entrou na cozinha e puxou uma cadeira à mesa, o Sr. Griffiths desceu as escadas em seguida, entrou na cozinha e tomou um lugar à frente de Maya, parecia tão concentrado como a mulher, depois de alguns minutos murmurando algo para si ele se levanta da mesa e abre a janela por ondes duas corujonas entraram –Maya achava incrível todas as vezes que o pai fazia isso, adivinhando as coisas que estavam por acontecer- as corujas deram duas voltas pela cozinha  deixando duas cartas sobre a mesa e saindo dando piados baixos, do outro lado da cerca através da janela Maya pode observar que os vizinhos do número 06 os Sr. e a Sra. Sanders as pessoas mais diferentes o possível dos Griffiths, eram o oposto de qualquer um no mundo da magia, por algum motivo desde que se mudaram para o nº 06 andavam espiando os vizinhos do nº 07 a qualquer momento eles sempre pareciam estar lá, olhando pelas janelas, os olhos redondos tentando ver por cima da sebe, logo a visão de Maya foi bloqueada pelo pai que lia as uma das cartas recebidas e repassava a outra para a esposa que a lia em silêncio. A carta que o Sr. Griffiths lia fora enviada pelo diretor Longbotton, já a outra que estava nas mãos da mãe era do Ministério da magia: -Muito bem, Maya hoje temos um lugar para ir! –Disse o Sr. Griffiths sério, ultimamente Maya sentia falta do bom humor costumeiro do pai.

—Para onde vamos? –Maya pergunta ao ver a expressão de urgência no rosto do pai.

—Temos que visitar um lugar. –Disse.

Antes das 10:00 pai e filha saíram da casa no fim do beco na rua Becountree, tomaram o caminho para a floresta de Dean como naquele dia que ainda estava fresco na memória de Maya, atravessaram a passagem entre os dois carvalhos brancos e depois de caminhar por um tempo os dois chegaram à clareira, o Sr. Griffiths desenhou pequenos círculos com a varinha e a pequena casa de tijolos coberta por madres silva apareceu, eles entraram e lá a tia Grace veio ao encontro deles na soleira

—Maya, Anthony! Que bom vê-los –a casa estava extremamente silenciosa como da última vez –Eu sei, no começo é mesmo incômodo, Abafiato sabe, para impedir que os visitantes indesejáveis possam ouvir qualquer coisa, foi Rafael que conjurou as proteções para a casa ou melhor a sede.

Maya não entendia por que a casa dos tios precisaria de tanta proteção, então acompanhou o pai e se sentou ao sofá espaçoso e vermelho, tinha cheiro de madresilva pela casa toda, minutos depois a porta da frente voltou a se abrir e o professor Rafael que Maya tanto conhecia e gostava entrou pela porta, como sempre o cavanhaque escuro, calças jeans surradas, um moletom vinho, ele tinha um rosto jovem e despreocupado, junto dele vinha o Sr. Agnus Weasley com a muleta de marfim na mão direita, os cabelos brancos levemente despenteados e os olhos brincalhões, o Sr. Weasley foi para a cozinha como sempre olhando pela janela e o professor Rafael se sentou ao lado de Maya no sofá.

—Como vai Maya? –Perguntou o professor Rafael sério.

—Vou bem professor, como vai o senhor? –Maya gostava muito do professor e da esposa Doralice, eram muito gentis e corajosos, sempre muito bondosos com todos.

—Ah, muito bem obrigado –e voltou-se para o Sr. Griffiths –Anthony creio que não devamos esperar por mais tempo, o diretor Neville se atrasa às vezes, sabe como ele é, soube dos últimos acontecimentos? –Uma lástima para os Washington, a família está desolada, o filho dele está inconformado... –Disse soltando um suspiro.

—Soube sim, parece que as coisas estão indo de mal a pior em muito pouco tempo, fico mais calmo em saber que temos a Ordem, mas ainda assim... sinto algo estranho Rafael... –Parecia assustado ao falar isso, Maya pensou e sentiu um calafrio subir pela espinha, o pai tinha o dom de pressentir as coisas, assim como na vez que pressentiu que Maya iria cair no lago da penúltima vez que estiveram na casa da avó, era assombroso quando vazia isso, mas era incrível também.

A porta se abriu antes que o assunto pudesse continuar, o diretor Longbotton entrou, as vestes farfalhantes e com ele um rapaz de aparência jovem e com os ombros um tanto caídos também, o diretor com os cabelos longos e sua gravata verde oliva de sempre se sentou em uma das duas poltronas perto da lareira e logo todos os presentes se detiveram em prestar máxima atenção.

—O assunto que iremos tratar é urgente, por isso essa reunião foi convocada, apenas os membros mais velhos da ordem estão aqui, claro que não todos, mas isso não vem ao caso, Maya... –Maya foi tomada de súbito e encarou com mais atenção o diretor –Sua avó lhe contou uma parte do enigma, talvez esteja sendo difícil compreender –Maya se sentiu envergonhada, não levou tanto a sério as palavras da avó e nem ao menos parou para pensar direito nelas.

—Para dizer a verdade, nem ao menos pensei bem sobre isso... –Disse encolhendo, o professor Rafael deve ter achado engraçado, pois ria-se alegremente.

—Certo –Recomeçou o diretor –Maya, a sua família por séculos tem protegido o nosso mundo de uma possível volta de Voldemort, sua mãe fez isso ao estar em Hogwarts, assim como sua avó, seu tataravô Ed e agora você, Dumbledore em sua busca pelas hocruxes encontrou algo inusitado, eu não sei até hoje do que se trata, apenas ele, Minerva e Snape sabiam, tal artefato foi trancado em Hogwarts por Minerva assim que esta tomou conhecimento do desejo e preocupação do diretor, assim que um Potter e atualmente os descendentes deste tem a missão de nos guardar. Você deve se preparar e entender que as coisas não andam muito bem no mundo da magia e isso nos leva ao segundo assunto... –Maya estava aturdida com tanta informação, mas optou por não interromper o diretor e prestou mais atenção do que jamais prestara em todos os seus anos em Hogwarts. –Dois desaparecimentos na noite de ontem foram notificados pelo ministério a Sra. Griffthis recebeu uma carta um tanto convincente contendo informações sobre A Ceita e segundo dados divulgados esta manhã pelo Profeta diário podemos suspeitar que os desaparecidos tenham algo que os ligam à Ceita, o primeiro desaparecido é o Sr. Washington, este é o seu filho Andrew –E fez sinal para o rapaz de cabelos loiros e expressão aflita. –Pode nos contar o que houve?

—Ontem logo após o horário do fim de expediente do meu pai fui ao bar para busca-lo e o que encontrei foram mesas quebradas e sangue pelo chão, haviam copos quebrados e marcas nas paredes e uma coruja desapareceu, o gato e assim também como meu pai ele não voltou para casa.

—Testemunhas dizem ter visto o Sr. Washington sair do bar, mas não o viram retornar, a segunda pessoa desaparecida foi a Sr. Begum, o próprio marido prestou queixa do desaparecimento da mulher, o problema é que ele é um dos nossos suspeitos de liderar a Ceita...

—Os desaparecidos tem ligação? –Perguntou o Sr. Griffths.

—Sim, eram amigos de escola pelo que me lembro... e assim podemos crer que quem enviou a carta pode ter sido um dos dois, as circunstâncias são desconhecidas ainda, mas nada favoráveis. –Encerrou o diretor.

—Por isso Maya –Disse o Sr. Griffths encarando a filha, todos no local pareciam aflitos –Maya... eu não quero força-la a nada... mas...

—Tudo bem papai... –Maya tranquilizou o pai.

—Maya, trouxemos você aqui para esclarecer isso, você é peça importante, sabendo disso todos a sua volta estão em perigo, não que já não estivessem antes, mas agora tendo consciência disso você poderá saber como agir... veja bem...

—Eu quero entrar para a ordem! –Essa decisão foi tão súbita para todos, até mesmo Maya não entendeu o que dissera até perceber a expressão de todos.

—Maya escute, não a trouxemos aqui para que faça parte da ordem... –Disse o professor Rafael que até agora tinha se mantido neutro à conversa.

—Mas eu quero, eu entendo isso, quer dizer talvez não tudo, mas a vovó disse que era meu dever, não é? Então eu entendo, eu quero entrar... e.. proteger minha mãe, meus irmãos, meu pai e... todos... –Maya tremia da cabeça aos pés, finalmente todas as palavras ditas por sua avó faziam sentido em sua cabeça.

—No momento não poderemos decidir isso, mas em breve terá sua resposta Maya, prometo –Disse o diretor.

O Sr. Griffiths levou Maya para casa depois que a reunião com a ordem acabou, Maya pensava no por que de não ter revelado aos membros da ordem sobre o fantasma da garotinha que vira na noite anterior, agora fazia sentido, mas não queria parecer louca, era um fantasma apenas, mas aquele fantasma a tinha alertado sobre algo, talvez não tivesse nada a ver com os desparecimentos e a carta de sua mãe, estava pensando besteiras concluiu, contudo se o fantasma aparecesse novamente iria tirar dele tudo o que queria saber.

Depois daquilo nada parecia ter mudado, nenhum desaparecimento voltou a acontecer nos dias que vieram pela frente e o retorno às aulas estava para chegar, a irmã mais nova de Maya, Claire estava uma pilha de nervos, havia completado onze anos em Maio e estava à espera de sua carta de Hogwarts, a carta não demorou a chegar, chegou na terça-feira dia 15 de agosto, a menina dera uma festa na cozinha ao ler a carta em altas vozes, pulando na cadeira e depois na mesa de jantar da cozinha, todos se alegraram, até mesmo o Sr. Griffths que ultimamente estivera tenso e sempre depois de chegar do ministério trancava-se só no gabinete da casa hoje estava alegre, ainda assim a Sra. Griffiths  não parecia tão alegre quanto pretendia, tinhas os olhos muito tristes e o sorriso que exibia logo se desfez, andava muito distraída e atenta a quaisquer ruídos como se esperasse que um mal terrível e disforme entrasse pela porta da frente qualquer dia na hora do café da manhã ou no jantar. Maya recebeu sua carta também e com ela a lista de materiais para aquele ano, a primeira carta dizia:

                                                Prezada Srtª  Griffiths,

Informamos que este ano letivo se iniciará como de costume no dia 1º de setembro, o expresso de Hogwarts partirá da estação 9 ½ às 11:00 pontualmente. Segue em anexo a lista de livros e materiais para este ano.

                                    Atenciosamente,

Hirina Mortis- Diretora substituta.

Já no segundo pergaminho Maya pode acompanhar a lista de materiais para o quarto ano assim como a matéria opcional que Maya havia escolhido no ano anterior, Runas Antigas.

—Temos que ir ao beco diagonal esta semana –Disse a Sra. Griffiths pegando a carta do irmão do meio, vamos ao Gringots e em seguida podemos comprar todo o necessário.

—A minha varinha também, não é mamãe? -Indagou a garota magrela da ponta da mesa.

—Sim querida –Disse a mulher de forma displicente.

Neste exato momento uma coruja vermelha de olhos verdes entrou na cozinha em um rasante mortal, Maya sabia exatamente que era seu velho amigo Óreo, ela o ganhou de presente da avó após uma viajem para a ilha de Madagascar, era um belo espécime e já estava na família a cinco anos, antes mesmo de Maya ingressar em Hogwarts, no bico ele trazia um pergaminho muito bem enrolado que Maya já sabia de onde tinha vindo, abrindo a carta leu em silêncio:

                                           Oi Maya,

Faz tempo que não nos falamos, mamãe e eu estamos com saudades, sinto muito pela sua avó, a mãe pediu para avisar que esta semana iremos ao Beco diagonal, Brunett me mandou uma carta anteontem e ela acha que seria muito legal nos encontrarmos lá, que acha?

Esperamos sua resposta o mais rápido possível.

Atenciosamente,

Christopher.

Christopher era o melhor amigo de Maya desde os seis anos de idade, eram mais que amigos eles se entendiam como irmãos, os dois pertenciam a Grifinória, Maya não demorou a responder a carta, estava louca para rever seus dois melhores amigos, logo despachou Óreo com a resposta. Era sempre bom conversar com Christopher e Brunett, apesar de não poder lhes contar nada sobre a ordem, ainda assim falar com eles talvez ajudasse a desanuviar seus pensamentos de ultimamente, Claire que ainda estava histérica por receber a carta de Hogwarts acabou tirando a Sra. Griffitts do sério ela saiu aos trancos e barrancos atrás da pirralha pelos cômodos da casa, Maya pode ver através da janela da cozinha os vizinhos do nº 06 estavam novamente à espreita. Mais tarde naquele dia, depois do jantar a campainha da casa de nº 07 no beco da rua Becoutree soou, Maya correu para abrir a porta, o pai estava lendo o profeta vespertino daquela tarde e a mãe estava sentada ao lado de Claire tomando um chá, Jack o irmão cabeçudo do meio estava lendo atentamente um livro um tanto grosso de couro preto intitulado: Lobisomens na atualidade – De Acássio B. Smith.

—Olá diretor Longbottom, como vai? –Era uma surpresa ver o diretor ali, parado na soleira da porta.

—Olá... –Ele parecia preocupado e Maya logo fez sinal para que entrasse.

O Sr. Griffitts logo veio receber o diretor, os dois homens, o moreno e o diretor de idade avançada se entreolharam e logo se embarafustaram no gabinete, com toda certeza algo de muito sério estava ocorrendo para aquela repentina aparição.

Claire correu para a porta do gabinete e encostou na porta para ouvir o que era dito, mas logo a porta voltou a se abrir e o diretor saiu disparado com o Sr. Griffitts ao calcanhar –Rose, minha capa de viagem por gentileza! –Disse à mulher, logo ela subiu as escadas e voltou trazendo consigo a capa de viagem nos braços.

—O que houve querido? –Perguntou aflita no último degrau.

—Descobriremos agora, não me espere por muito tempo.

—Não se preocupe Rose, ele voltará são e salvo. –Disse o diretor e ambos saíram noite a fora.

Maya viu os dois saírem e tinha certeza que algo estava acontecendo ou iria acontecer, sentia o coração pulsar forte no peito, logo em seguida ela e os irmão foram se deitar, Maya sabia que mesmo tendo ouvido do marido para não esperar a mãe iria esperar o tempo necessário para ter certeza que o marido retornaria para casa, eram quase três da manhã quando Maya ouviu a porta da entrada se abrir e bater, silenciosamente ela saiu do quarto onde viu os irmãos dormindo a sono solto e desceu metade da escada para poder ouvir sem ser vista.

—Quer dizer que irão reabrir aquele lugar?! –Ouviu a voz da mãe quase como um granido.

—Sim, parece que sim... vimos os carregadores trazendo todo tipo de tralha das trevas para aquele lugar! –Disse o pai.

—M-Mas onde está o ministério que permite tal coisa?! –A mãe alteou o tom da voz.

—Querida, a tempos sabemos que o ministério está corrompido, a ministra não iria se opor se ela própria tem medo de morrer...

—Anthony tem razão...-Aquela voz era do professor Rafael –Temos que nos fortificar agora, quanto a Maya diretor?

—Maya não deve se preocupar com tais coisas ainda, deixe que durma suas noites de sono em paz, vamos fazer nossa parte apenas e torcer para que não passe disso... o que eu receio que não é.

Maya subiu as escadas para o quarto em silencio, ao entrar deitou-se e mirou o teto, do que estavam falando exatamente e porque tudo agora parecia ter a ver com ela, nem mesmo sabia o que deveria evitar que ocorresse em Hogwarts e o prior é que ninguém lhe respondia às perguntas diretas ou nem ao menos ela podia contar aos amigos o que estava passando. Tudo estava uma confusão apenas.


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Notas finais do capítulo

Espero que gostem e acompanhem a história até o fim. Até a próxima.



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