Pov. Tyler

 Não parecia, mas já tinha se passado duas semanas, eu já tinha desistido de falar com a Katy, ela não queria olhar na minha cara e toda vez que me via em casa ela queria me bater. Uma hora ela ia ter que parar com isso e quando isto acontecesse eu estaria aqui esperando calmamente pra conversar com ela.

 Eu ainda estava remoendo um ódio terrível da Jullie, tinha momentos que eu precisava me lembrar que eu era homem e tinha princípios. Se não fizesse isso eu iria atrás dela agora e encheria ela de porrada, ela ainda teve a audácia de acenar pra mim durante a aula na segunda feira. Eu sentia Katy escorregando pelas minhas mãos como agua e eu não conseguia pega-la de volta. É torturante. Eu já estava no meu limite.

 Mais uma gracinha e eu surtaria.

 Fora que estávamos a um passo das provas finais desse semestre então todos estavam ficando muito estressados. Na próxima segunda ia começar a semana do terror e eu não estava conseguindo me concentrar nos estudos.

—Gente hoje é sexta-feira custava nada á gente sair pra relaxar antes das provas – Ryan disse. Estávamos em casa na sala, exceto por Katy é claro porque estava me evitando e Cassie que estava no quarto com ela. – A gente ta se superando na promessa que fizemos no fim de ano, mas nada como uma festa pra tirar o estresse.

—Lá vem você com essas ideias – Vick murmurou se afundando mais no sofá. – Mas sabe que pela primeira vez na vida eu concordo com o Ryan.

—Toda vez que vocês vêm com esses assuntos sempre da merda no final – avisei mal humorado.

  De confusão já bastava a minha vida.

—Tudo com a gente da merda no final. Eu super apoio sairmos hoje, não aguento mais ficar aqui olhando pra cara de vocês, serio, preciso de um role – Lucy disse. Revirei os olhos.

—Porque você não chama a sua gatinha Jason? – Chad disse. Olhamos pra ele e o mesmo estava sentado afastado num puff, encarando o celular com um sorrisinho bobo na cara. – Jason! – Chad gritou.

 Ele se assustou distraído e quase caiu do puff. Todos nos encaramos ele.

—Ah foi mau, o que foi? – ele sorriu constrangido.

—Ta distraidinho hein – Ryan brincou – É a tal garota que não sai da sua cabeça? Hummm...

—Ah, aquela garota do bar que ajudou a gente aquele dia? – Lucy perguntou de repente se interessando. – Eu gostei dela.

—Que garota é essa? – Nicolas perguntou – Porque eu sempre sou o ultimo a saber das coisas?

—É uma garota que o Jason ta “paquerando” – Lucy fez aspas com as mãos.

—E ela conversou com ele por vontade própria! – disse Ryan como se fosse à coisa mais magnifica do mundo. Eu ri.

—Ok, chega de falar sobre a minha vida – Jason pediu já quase ficando da cor de um tomate. – E eu não estava falando com ela.

—Então liga pra ela e a convida pra sair com a gente hoje á noite. – Chad insistiu. – Vai ser ótimo ela tem uma cara de quem precisa de adrenalina na vida.

—O que? Não – ele balançou a cabeça em negação – A Natalie não é como a gente, e não quero assustá-la agora fazendo ela sair numa noite de sexta feira com vocês, me da arrepios só de pensar. Meu Deus! Não, nada de adrenalina.

—Para de ser besta Jason, Chad esta só brincando – Vick disse.

—Eu não to não – ele ia começar a dizer alguma coisa quando ela se jogou em cima dele tampando sua boca.

—Ele esta sim. Vamos lá liga pra ela, a gente sai e se diverte e você aproveita pra conhecê-la melhor – Vick insistiu e Jason continuou olhando pra ela desconfiado – Sem adrenalina pra Natalie, nada de adrenalina!

—Eu não tenho certeza – ele se sentou de novo no puff encarando o celular. – Ela pode dizer me dizer não.

—Mas ela também pode dizer sim – Lucy falou se levantando e indo na direção dele. – Me da esse celular aqui Jason.

  Antes que ele pudesse impedi-la ela pegou o celular dele e correu pra trás do sofá.

—Lucy, o que você pensa que ta fazendo? – ele gritou apavorado ela riu fuçando o celular dele e depois o colocou na orelha – Lucy me dá isso aqui. Nicolas faz alguma coisa!

—Ah cara – ele olhou com preguiça para o olhar decidido de Lucy e depois voltou a olhar pro Jason – Prefiro não me intrometer.

—Alô, é a Natalie – Lucy começou a falar no telefone e Jason ficou mais branco que papel. Pensei até que ele fosse desmaiar. – Aqui é a Lucy, lembra de mim? Eu estava com Jason no bar que você trabalha aquele dia, você nos ajudou lembra? – então Lucy sorriu animada – Isso, isso. Jason me pediu pra ligar pra você, pois vamos sair hoje á noite e ele queria muito que você fosse, o que acha? – Lucy enrolou uma mecha no cabelo e ficou pensativa escutando a menina no telefone – Ainda não decidimos aonde vamos, se tiver sugestões... – então ela sorriu de novo encarando Jason – É que ele esta tomando banho agora – e novamente ela fez uma pausa escutando a menina falar – Ah ele fala tanto de você que até eu preciso te conhecer logo. – Jason enfiou as mãos no rosto pra não surtar e Lucy sorriu mais ainda. – Claro eu aviso sim, vai ser ótimo, te vejo lá Natalie. Tchauzinho!- desligou o telefone.

 Todos na sala observamos Lucy dar a volta no sofá e encarar Jason mais pálido que um fantasma. Ela entregou o celular a ele e deu um tapinha no seu ombro.   

—Ela pediu pra ligar pra ela assim que você sair do seu “banho” que ela quer saber a hora e o lugar... Que ela estará lá esperando por você – ele encarou Lucy arregalando os olhos – De nada!

 Jason ficou encarando Lucy subir as escadas e depois fitou o vazio sem expressão.

—Ai meu Deus – ele disse baixinho.

—Eu sei ela é incrível não é – Nicolas disse com um sorriso idiota na cara.

 Minutos depois todos começaram a se dispersar pra noitada que nos esperava. Jason ainda estava meio atônito no meio da confusão de pessoas decidindo lugares, roupa e etc.

—Só me prometam que não vai ter adrenalina pra Natalie – pediu Jason. Todos encaram ele, inclusive eu. Ninguém disse nada – Gente me promete! Sem adrenalina pra Natalie! – gritou

 Todos começaram a rir e ir fazer coisas separadamente. Eu mesmo subi pro meu quarto pra tomar um banho e tentar me animar. Eu não estava nem ai de qualquer forma, só queria beber e reclamar dos meus problemas hoje. Não estava muito no clima pra festa, mas não queria ficar em casa.

 Hoje seria o meu dia de sofrência.