Cidades de amor. escrita por Erin Noble Dracula


Capítulo 3
Jocelyn Fray.


Notas iniciais do capítulo

Trilha sonora do capítulo: Out of the woods-Taylor Swift



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P.O.V. Clary.

Eu estou preocupada com a minha mãe. Ela tá muito doente e os médicos não fazem ideia do que ela tem.

—Você precisa se distrair um pouco meu amor. Tem que se acalmar, estão fazendo o que podem.

—Mas, é a minha mãe Jace.

—Eu sei. Vem, vou te levar pra um lugar onde eu nunca levei ninguém.

Ele me levou ao instituto.

—Você me trouxe pro instituto.

—O lugar fica ai dentro.

Ele me guiou pelos corredores até um jardim lindo.

—Que lindo. O que são esses pontinhos brilhantes?

—Fadas.

Jace me puxou para ele e nós ficamos nos beijando, namorando. 

—Você faz alguma ideia do quanto eu te amo?

—E você? Faz ideia do quanto eu te amo Jace?

Ele sorriu pra mim e me beijou. Senti suas mãos descendo pelas minhas costas e então elas chegaram ao meu bumbum e ele me puxou pelas nádegas. Eu enrolei as minhas pernas na cintura dele.

Os meus braços estavam em torno do pescoço dele. As coisas esquentaram rapidamente e logo estávamos deitados na grama do jardim fazendo amor.

—Eu amo você Clary.

—Eu também te amo Jace. Tanto que até dói.

—Estou perdidamente apaixonado por você.

—E eu estou totalmente, completamente e incondicionalmente apaixonada por você.

—Você é a cara da sua mãe. Só que mais bonita.

—Obrigado. 

—O Hodge tinha razão. Você tem mesmo cara de boneca de porcelana.

Eu ri. Ele estava cheio de batom.

—O que foi?

—Você tá todinho cheio de batom.

—Sei.

Me levantei. Aquela grama estava me pinicando.

—O que foi?

—Essa maldita grama está me pinicando!

Me limpei e me vesti.

—Da próxima vez, fazemos na minha cama.

—Tinha uma cama?!

—Claro. Ou acha que eu durmo no chão?

—Seu sem noção!

Já estávamos os dois vestidos. 

—Acho que nunca vou me acostumar com essas roupas. São tão apertadas e marcam tudo.

—Eu sei.

Ele bateu na minha bunda.

—Jace!

—Desculpe, não resisti.

—Vamos. Eu quero ir pra casa tomar banho.

—Ótima ideia.

—Se você quiser pode ir tomar banho lá também. Só precisa levar uma troca de roupa.

—Falou.

P.O.V. Jace.

A casa dela ainda estava toda detonada.

—Você tem aquele negócio de fazer marcas ai com você?

—Tenho, porque?

—Me empresta ai, rapidinho.

Dei o marcador na mão dela e ela fez uma marca na palma de sua mão.

Conforme ela movia a mão as coisas se concertavam e voltavam para o lugar.

—Pronto. Valeu.

Disse ela me estendendo o marcador.

Peguei a mão dela, mas a marca havia sumido.

—Faz a marca outra vez.

Ela refez a marca e eu tirei uma foto com o celular.

—Que marca é essa Clary?

—Sei lá. Simplesmente veio na minha cabeça e de alguma forma eu sabia pra que servia.

—Sei.

Ela com certeza era diferente de qualquer outro caçador de sombras que já conheci.

—Como você é visita vai primeiro. Deixa eu só arrumar as coisas pra você.

Ela começou a circular pela casa pegando coisas e as colocando no banheiro.

—Pronto. Pode ir.

Ela me explicou como o chuveiro dela funcionava e saiu. Foi ótimo poder tomar um banho com calma e sem pressa. Um banho de verdade.

—Melhor?

—Sim. Muito. Nem me lembro da última vez em que tomei um bom banho.

—Uau!

—Estamos sempre na correria.

—Estava pensando nessas suas marcas. Tem isso em todos os lugares.

—Você se distrai facilmente sabia?

—Sabia. Olha uma moeda!

Eu ri. Era impressionante, a cabeça dela funcionava de um jeito que eu nunca tinha visto antes. Ela pensava mil coisas ao mesmo tempo.

—Como você faz isso Clary?

—Isso o que?

—Pensa tantas coisas ao mesmo tempo?

—Você consegue ler mentes?

—Não.

—Eu sou assim porque eu tenho auditiva e alucinações ligadas á recuperação de memórias. Eu consigo ver os números em tudo.

—Números?

—Sim. Eu tenho uma habilidade chamada sinestesia. Consigo combinar todos os meus sentidos em minha mente, os números aparecem como cores.

—Isso é esquisito. 

—É. Eu fiz um eletro uma vez e descobriram que eu consigo usar cem por cento da minha capacidade cerebral por isso tenho essa habilidade e outras mais.

—Que outras mais?

—Por favor, vai se vestir. Está me distraindo.

—Estou?

—Está.

Decidi acatar o pedido dela, afinal queria saber até onde vão as habilidades dela.

—Me conte. O que mais é capaz de fazer?

—Eu não precisava da marca para concertar as coisas, mas ela me ajudou a manter o foco e a não fazer as coisas se desintegrarem.

—Se desintegrarem?

—É. Eu consigo fazer isso e na maioria das vezes acontece quando estou com raiva.

—Me mostra.

—Jace..

—Me mostra.

—Você pode se ferir. Eu não tenho controle sobre o que eu desintegro.

—Por favor.

—Tudo bem, mas se afaste o máximo que conseguir.

Ela respirou fundo e ficou encarando um vaso por uns dez minutos até que ele finalmente se desintegrou. Virou pó.

—Viu?

—Isso, é mesmo incrível.

—Minha mãe sempre me disse pra não me deixar levar pelo poder. Pra eu sempre me lembrar de quem eu sou e de quem eu não quero ser, do que eu devo ou não fazer.

—E você se lembra?

—O tempo todo. Mas, a pior parte de ser como eu sou é não conseguir perceber a diferença.

—A diferença entre que e que?

—Eu não percebo a diferença entre vivos ou mortos. Quando vi você pela primeira vez na boate, você não me viu. Mas, quando o Simon perguntou o que eu estava olhando eu desviei o olhar. Pensei que estivesse morto, que fosse um fantasma.

—Na boate?

—Eu vi você matar uma pessoa lá. Um rapaz.

—Um demônio. Demônios podem possuir qualquer pessoa, por isso você não pode confiar em ninguém, nem mesmo em pessoas que pensa que conhece.

—Tá. Saquei.

—O que foi?

—Acho que eu sei onde está.

—Onde está o que?

—O cálice. Sei onde ela escondeu.

Ela pegou a bolsa e saiu correndo.

—Clary!

Clary bateu á porta da casa de Doroteia.

—Oi querida.

—Oi. Posso entrar um pouco?

—Claro. Á vontade.

—Com licença. Você ainda tem as cartas?

—Tenho. Porque?

—Eu preciso do coringa.

—Porque?

—Porque sim. Pode me dar?

—Claro. Mas, o que você iria querer com uma carta?

—Aquela é especial.

—Tome. Pode levar.

—Obrigado. Qualquer coisa, você sabe que pode bater lá em casa né?

—Sei. Tchau querida.

—Tchau Doroteia. Obrigado.

—De nada.

Quando ela voltou estava com uma carta na mão.

—Uma carta?

—Só, olha. Tá bem Clary, você consegue.

—O que?

—Shhh! Isso é mais difícil do que parece. Exige muita concentração.

Vi ela enfiar a mão dentro da carta e tirar o cálice de lá de dentro.

—Pronto.

Os homens do Valentim entraram. 

—Me dá o cálice!

—Você quer o cálice? Então tome.

Ela o colocou na carta e deu a carta na mão dele.

—E boa sorte tentando tirar ele daí.

—Tire! Tire agora!

—Vai pro inferno!

Ela correu e pegou uma faca na cozinha.

—Não chega perto de mim!

O cara partiu pra cima dela e tomou uma facada na barriga.

—Eu sinto muito, mas preciso dos seus poderes.

Clary fez um buraco no pescoço do cara e começou a beber o sangue dele. Ela bebeu o sangue dele todo, até ele morrer.

—Pronto.

—O que foi isso?

—O sangue que eu sorvo leva nele vida, a vida deles, suas memórias e o mais importante de tudo: seus poderes. Não sei como eu consigo fazer isso, mas eu consigo.

—Você não é vampira é?

—Não que eu saiba. Phasmathos Incendea!

O corpo dele pegou fogo. Entrou em combustão espontânea.

—Não foi espontânea. Eu fiz isso usando o oxigênio do ar e o calor.

—Vou pro hospital. Levar o cálice pro meu... pai.

—Você não pode.

—Posso. Mas, eu sempre tenho uma carta na manga. 

—Como assim?

—Sempre tem um jeito... o meu jeito.

Assim que chegamos ao hospital Valentim estava lá.

—Trouxe o cálice?

—Sim. Cade a minha mãe? Ela tá curada?

—Vai lá ver.

Jocelyn estava consciente e estável.

—Ótimo. Toma.

—O que é isso?

—O cálice.

—É uma carta!

—O cálice está ai dentro. Você disse que queria o cálice, só não especificou como. Então, eu cumpri a minha parte.

—Tire-o! Tire-o agora!

—Desculpe. Tínhamos um acordo e o acordo foi cumprido, você pode ir embora agora.

—Não! Eu quero o cálice!

—Você nunca terá o cálice Valentim. Você mentiu pra mim.

—Não Jocelyn. Você sabe que eu te amo.

—Você é incapaz de amar Valentim. Essa é a sua maldição.

—E quem me amaldiçoou?

—Você mesmo. Quando se voltou para as trevas, quando matou nosso filho queimado vivo. Eu queria poder voltar no tempo para te impedir de fazer aquilo.

—Eu tive que fazer aquilo.

—Você não tinha que ter feito nada! Fez aquilo por livre e espontânea vontade, por cobiça! Por poder.

—Eu não tive escolha. Eu tinha que proteger a nossa raça.

—Não fez isso por ninguém além de si mesmo. Você não quer proteger ninguém, quer reinar, escravizar e machucar.

—E você poderia reinar ao meu lado Jocelyn. Poderíamos ser uma família de novo.

—De que adianta reinar se no fim o seu governo seria ditatorial e totalitário. Um rei? Um verdadeiro rei admite seus erros, pensa nos outros antes de si mesmo.

—Como pode saber?

—Eu sei. O poder corrompe e o poder absoluto corrompe absolutamente.

—Ela tem razão Valentim. A sua filha é mais madura e mais esperta do que você. Ela daria uma boa Rainha.

Clary sorriu para a mãe.

—Fazer caridade, ser altruísta, prestativo, bondoso, justo e benevolente. Essas são as principais características de um bom rei. E você não possui nenhuma delas. Não mais.

—Jocelyn...

—Você não é mais o homem pelo qual eu me apaixonei. Eu amei você Valentim, eu te amei apaixonadamente e fui feliz ao seu lado até você estragar tudo. Até você se deixar levar pelas trevas, se deixar corromper. Pensei que fosse mais forte, mas obviamente me enganei.

Jocelyn estava chorando e eu sabia o porque. Ela ainda o amava.

P.O.V. Valentim.

Ouvir ela chorar me doía na alma. E doía mais ainda pelo simples fato de eu saber que sou responsável por sua dor. 

—Jocelyn...

Tentei tocar o seu rosto, mas ela bateu na minha mão.

—Não me toque. Você me dá asco. Mas, se quer saber todas as noites eu rezo por você, para que Deus e seus anjos coloquem um pouco de juízo nessa sua cabeça oca.

—Verdade?

—Sim. Eu te dei tudo, te dei filhos, uma casa. E eu te dei meu coração o qual você fez o favor de quebrar em mil e um pedaços.

Clary e Jace já haviam saído de fininho, permitindo que Jocelyn e eu conversássemos á sós.

—Sinto que estou caindo em um buraco escuro, um poço sem fundo.

—Se jogarmos uma corda, a decisão de pegá-la ou não é sua Valentim.

—E o cálice?

—Quando você estiver pronto. E estiver com o coração puro outra vez, posso pensar no assunto, mas enquanto isso não acontecer o cálice vai ficar onde está.

 


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