Cidades de amor. escrita por Erin Noble Dracula


Capítulo 2
Jace Wayland.




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P.O.V. Jace.

Clary está em estado de choque. Tive que trazê-la comigo para a mansão.

Ela não se moveu um centímetro durante a viagem toda. Está catatônica.

—Meu Deus o que aconteceu com ela?

—Ela viu um demônio pela primeira vez ontem e lutou com ele. Ela quase morreu e a mãe dela está no hospital. Pra fechar com chave de ouro ela descobriu que é filha do Valentim.

—Filha do Valentim?!

—Sim. O que significa que ela tem magia negra dentro dela e magia negra poderosa.

—Tentou falar com ela?

—Claro que sim. Mas, ela nem se mexeu.

—Posso tentar?

—Vá em frente.

—Clary? Clary é a Isa. Olha, sei que deve estar confusa e assustada, provavelmente apavorada e eu entendo. Também fiquei no começo, mas você precisa reagir. Não pode ficar assim.

Ouvi a voz dela:

—Minha casa não é minha casa, minha família não é minha família. Meu pai é do mal e minha mãe tá morrendo. Um demônio invadiu a minha casa.

—Isso. Fica calma tá?

—Eu me sinto estranha. Tem alguma coisa errada comigo.

—Que coisa?

Ela não conseguiu responder. Perdeu a consciência.

—Acho que sei o que é. Ele deve tê-la mordido.

—Temos que marcá-la.

—Deixa, eu faço.

—Jace...

—Eu já disse que faço.

Encontrei a mordida e fiz a marca. Passaram-se algumas horas até que ela finalmente acordasse.

—O que aconteceu? Onde estou?

—Está no instituto.

—Jace. A minha mãe.

—Ela vai ficar bem. Tudo vai ficar bem.

—Eu não quero ficar igual a ele. 

Disse Clary chorando.

—Você não vai.

—Eu quero ser boa. Eu não quero ser do mal.

—Você é boa. Você é ótima.

—Obrigado. Por tudo. Sabe, eu nunca tinha sentido um medo tão grande quanto o que eu senti ontem, mas eu senti mais medo por vocês do que por mim mesma.

—Por nós?

—Por você e pela minha mãe. Não sei o que faria se perdesse vocês.

Ela me abraçou.

—Fico muito feliz que esteja bem. Pensei que aquele bicho fosse te matar.

—Eu lido com demônios a mais tempo do que você imagina, mas obrigado por se preocupar.

—De nada.

Hodge vem em nossa direção.

—Vejo que temos uma visita. Qual é o seu nome?

—Clary Fray.

—A filha da Jocelyn?

—Sim.

—Você não se parece com ela. Você tem rosto de boneca de porcelana.

—Valeu. Mas, qual é o seu nome?

—Esse é o chefe da ordem. Hodge.

—É... oi.

Dava pra ver que ela estava totalmente deslocada.

—Oi. Você deve ser a cara do seu pai.

—Credo! Deus me livre!

Ela se benzeu.

—Você sabe quem é o seu pai?

—Sei. Valentim Morgenstern.

—O que?!

—É verdade. A mãe dela confirmou a história de Valentim. 

—Você não sabia?

—Não. Venha comigo por favor.

—Tá.

Eu quis acompanhá-la, mas Hodge não permitiu.

P.O.V. Clary.

Eu estou com um pressentimento ruim. Mas, decidi dar uma chance pro cara.

—Então você é filha de Valentim?

—É.

—Este livro aqui. Você deve lê-lo.

—Tá bem. 

—Eu volto já.

Estava lendo o livro quando sinto a facada.

—Aaai! O que está fazendo?

—Você tem que morrer.

—Porque?!

—Valentim se tornou o que se tornou porque eu fui fraco e não o matei. Eu criei aquele menino como meu filho!

Eu estava apavorada. Aquele cara vinha com aquela faca na minha direção e quando eu gritei as coisas de vidro estouraram. Aproveitei a distração do cara e sai correndo daquela sala trancando a porta atrás de mim.

Senti uma mão no meu braço e gritei.

—Calma. Sou eu.

—Que susto Jace! Aquele maníaco me esfaqueou!

—O que?

—Olhe!

Mostrei o corte na minha barriga.

—Hodge fez isso?

—Fez.

—Porque?

—Ele disse que eu tinha que morrer. Por ser filha do meu pai.

—Clary...

—Não foi culpa sua. Você não tinha como saber.

—Você fez aquilo?

—Aquilo o que?

—Olha em volta.

Tinha estilhaço de vidro pra tudo o que era lugar.

—Cacetada! Eu pensei que tinha sido só os daquela sala onde estávamos.

—Você é poderosa menina. Mais poderosa que o próprio Valentim.

—É o que?! Não. Me deixa em paz, não chega perto de mim!

P.O.V. Jace.

Não acredito que o Hodge tentou matar a Clary! Ele violou o código.

—Como pôde? Você conhece as regras. Ela é uma de nós!

—Eu devia ter matado o pai dela, mas fui fraco. Eu o amava como um filho e não vou cometer o mesmo erro!

—Se encostar num fio de cabelo dela eu o matarei!

—O que aconteceu?

—Hodge tentou matar a Clary.

—O que?! Você violou o código?!

—Vocês não entendem...

—Conhece a punição.

—Ela será como o pai dela, só que pior. Vocês tem que entender ela é uma bomba relógio!

—É uma de nós!

—Valentim também era! E veja no que ele se transformou?!

—Isso não significa que a Clary fará o mesmo.

—Gente.

—Você não faz ideia do que ela é capaz!

—Gente.

—E você acha que faz?

—Gente!

—O que foi?

—Ela tá machucada e saiu por ai. Ela pode estar em apuros.

—Vamos nessa.

—Vai você. Vamos ficar pra dar a esse criminoso o que ele merece.

Eu fui atrás dela e a encontrei. Ela estava inconsciente. Havia perdido muito sangue

—Clary? Acorda. Por favor.

—Jace.

—Fica comigo tá bem? Vou levar você de volta e vamos te ajudar.

—Não. Ele vai me matar.

—Eu te dou a minha palavra de que não vou deixar nada te acontecer.

—Você vai se meter em problemas. E se aquele homem te expulsar ou te matar?

—Eu não sou fácil de matar. Fui treinado pra matar demônios desde que usava fraldas

—Mesmo assim. Eu não quero que se machuque.

—Vamos. 

Peguei-a no colo e a levei de volta ao instituto. Nós a marcamos e o Hodge estava na cela aguardando julgamento.

—Onde está o Hodge?

—Na masmorra. Ele vai ficar lá até que seja julgado pelo conselho.

—Julgado pelo que?

—Por tentar te matar. É proibido um caçador matar o outro.

—Sei. E se ele for julgado culpado, o que acontece com ele?

—Vai perder a cabeça.

—Mas, não é proibido um caçador matar outro caçador?

—Sim, á menos que essa morte seja sancionada pelo conselho. 

—E quem faz parte deste conselho?

—Sua mãe, meus pais, o Hodge e os pais dos gêmeos.

—Sei.

—Eles são os mais antigos caçadores de sombras que temos. Os que ainda estão vivos.

—Haviam outros?

—Muitos outros.

—E o que aconteceu com eles?

—Seu pai aconteceu com eles. Valentim traiu a ordem, ele queria o cálice e matou todos os anciões para conseguir colocar as mãos nele. Mas, graças á sua mãe o cálice está seguro.

—Que cálice é esse?

—Um dos cinco instrumentos mortais. Eles são sagrados para o nosso povo.

—E sabem onde ele está?

—Não. A única pessoa que sabe é a sua mãe e você também deve saber, mas está com um bloqueio na cabeça.

—Bloqueio?

—As suas memórias foram bloqueadas. Para te proteger, para impedir que o seu pai usasse sua inocência de criança contra você.

—Esse tempo todo, ele sabia que eu existia e nunca me procurou?

—Ele não sabia da sua existência Clary. Sua mãe fugiu e te escondeu justamente por causa disso.

—E o que acontece agora? O que vamos fazer?

—Vamos falar com a Doroteia.

—A minha vizinha? O que ela tem a ver com isso?

—Ela é uma bruxa. 

Nós fomos até a casa de Doroteia e ao me ver ela fechou a porta.

—Doroteia por favor abre a porta. Precisamos de ajuda, a minha mãe está muito doente.

Ela finalmente abriu.

—O que houve?

—Entraram na nossa casa e tinha um demônio lá. Ele deve ter feito alguma coisa com ela e agora ela tá no hospital.

—Vamos lá.

Ela pegou um baralho e o estendeu na mesa.

—Passe as mãos sob as cartas.

—Tá.

Clary passou a mão sob as cartas e uma delas ficou grudada na sua mão.

—Foi a minha mãe que pintou.

—Foi um presente. Vire a carta.

—Um coringa.

—É uma imagem do cálice mortal.

—Sei, e porque essa carta grudou na minha mão?

—Ela escolheu você. Porque você terá que descobrir.

—Tudo bem. Obrigado por nos receber. Desculpe pelo transtorno.

—Sem problemas. Sempre que quiser querida.

Nós voltamos para o hospital para ficar com Jocelyn. E qual a minha surpresa quando encontramos Valentim na cabeceira da cama dela, segurando sua mão.

—O que você está fazendo aqui?

—Ela é a minha alma gêmea.

—E ainda assim mandou aqueles brutamontes e um demônios atrás de nós.

—Eu preciso daquele cálice.

—Pra que? Aquilo cura doenças ou algo assim?

—Não. Mas, nos ajudará a evoluir. Impedirá que a nossa raça entre em extinção.

—Extinção? E como um cálice vai salvar uma raça?

—Esse cálice é especial. Foi dele que nós nascemos, o anjo Raziel nos deu seu sangue para que nos tornássemos metade anjos e pudéssemos lutar contra as forças do mal.

—Exatamente. Mas, ao invés de lutar contra as forças do mal você se uniu a elas. Você se deixou corromper.

—Você não entende.

—Não. Não entendo mesmo.

—Temos que salvar a nossa raça filha. Se os caçadores de sombras forem extintos o mundo mergulhará nas trevas e será o fim de tudo o que bom e belo. O mundo se transformará numa extensão do inferno.

—E como isso explica o fato de você estar mergulhado nas trevas até o pescoço?

—Eu precisava de força pra encontrar o cálice.

—Minha mãe está morrendo por causa desta porcaria de cálice! Se você conseguir salvar a minha mãe e me prometer que nunca mais vai lidar com as trevas eu dou um jeito de pegar ele pra você.

—Clary!

—Cala a boca Jace! É a vida da minha mãe que está em jogo aqui!

—Eu prometo.

—Quando a minha mãe estiver curada eu te dou o cálice. Mas, enquanto isso não acontecer nada feito. Entendeu?

—Concordo.

Ela chegou perto de sua mãe e disse-lhe:

—Você vai ficar boa mamãe. Eu prometo que vou fazer tudo pra te salvar, aguenta firme. Logo tudo isso acabará e vamos poder ir pra casa.


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