Drag Racing escrita por Cahxx


Capítulo 3
3.0 A velocidade do silêncio




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Wyatt Bone

 

Assim que todos os membros do time já estavam na suíte de Brian, este parou de frente para todos, cruzou os braços e coçou a barba com a mão livre, as mangas da camisa azul erguidas até os cotovelos:

— Chamei todo mundo aqui porque precisamos decidir algumas prioridades.

— Se é outra ideiazinha ridícula da Sally eu tô fora. Não vou participar disso.

— Participa ou tá fora da competição, Kurt - a garota foi decisiva no contorno da objeção.

O garoto soltou uma risada nervosa pelo nariz, impaciente com o fato de ter que obedecer à ordens externas: nunca competira assim. Era um corredor ilegal justamente pelo fato de ter a liberdade pra fazer o que quisesse. Tudo ideia de seu pai para que começasse a fazer algo decente na vida. E sua irmã estupidamente intrometida o apoiara nisso.

Brian continuou o discurso:

— É o seguinte: nossa equipe está muito desunida. Precisamos de uma organização se quisermos vencer essa competição. Temos pilotos profissionais que ganham muito dinheiro pra correr desde que nasceram. E tem gente como a gente: que começou a correr em casa. Estamos encarando todo tipo de adversário e precisamos decidir que tipo de time nós seremos. A Sally pode explicar melhor pra vocês.

— Bom - e a garota levantou, começando a andar de um lado para o outro enquanto explicava, fitando nos olhos dos companheiros individualmente, tentando ganhar a confiança de cada um - A competição leva em consideração o número de competidores por equipe. Uma equipe só ganha se tiver todos os seus integrantes nas posições classificáveis. Temos dois tipos de equipes competindo:

“As cujos membros nunca se conheceram antes e por isso, se quer se importam uns com os outros. Esses caras pensam muito mais em ganhar até dos próprios parceiros do que propriamente classificar o time. Alguns deles passam mais tempo da corrida tentando derrubar e destruir carros e às vezes até esquecem de ganhar o pódio. São fracos, são gravetos que podem ser facilmente eliminados porque agem sozinhos. Esses são fáceis.”

“O problema é o segundo tipo de equipe: as cujos membros são, antes de amigos, parceiros. Eles agem em grupo, funcionam como se fossem um só. Eles se protegem. Se preocupam mais em manter os companheiros próximos do que propriamente ganhar títulos individuais porque esses, sim, sabem que a classificação da equipe é o que realmente importa na competição. Quanto mais membros um time tiver nas eliminatórias, mais chances tem de ganhar. No final, o prêmio é por indivíduo de equipe, ou seja, se dez pessoas estiverem invictas quando a equipe ganhar, as dez terão o prêmio do pódio.”

— Eu não sabia disso... - comentou Jason surpreso.

— Pois é... - disse Brian ainda de braços cruzados, ao lado de Sally, os olhos sérios e decididos.

— É com esse tipo de equipe que temos que nos preocupar - finalizou a loira. - Eles vêm sempre em bando pra ajudar um companheiro.

— Como fizemos na corrida de ontem - comentou Wyatt.

— Exato! Só que eles montam essas estratégias muito antes. Nós fizemos tudo de última hora.

— E ainda teve gente que não obedeceu - Jason disse alto demais. Kurt apenas revirou os olhos.

— E como a gente faz pra ser um time assim? - Lei Bing se interessou pela ideia.

— Fazemos acordos - respondeu Sally.

— Não sei se isso dá certo nesse grupo - comentou Ray Carter - É todo mundo egoísta... todos querem ganhar o seu. Inclusive eu.

— Cada um de nós aqui tem um interesse diferente nessa competição - prosseguiu Brian - Alguns querem fama, outros grana, outros até liberdade - Wyatt se recostou no sofá - Mas todos queremos vencer. Se conseguirmos ajudar uns aos outros pra que todos ganhem, ninguém vai sair perdendo. O que acham?

Houve silêncio antes de começarem as concordâncias:

— Eu super aceito isso - Katie foi a primeira.

— Também tô dentro! - Jill se animou - Me alivia saber que vai ter grandões tipo o Wyatt protegendo meu carro pequenininho... - todos, inclusive Wyatt riram.

— Eu acho que a gente já devia ter feito isso há muito tempo - Lei tornou a comentar.

— Lei está certa - Sofia se pronunciou - A corrida de ontem foi uma prova de que temos potencial como uma equipe. Mas falta confiança pra todos. Alguns têm pouca moral pra gente tentar exigir alguma coisa, mas acredito que aos poucos isso possa ser consertado. Confio que a Sally tem uma boa visão do que devemos fazer. Brian é bom pra comandar o time. Mas Jason e Kurt sempre vão estragar tudo se continuarem a ser como são.

Jason se preparava para defender-se, mas Brian ergueu a mão pedindo paciência e este decidiu não dizer nada:

— O que quero dizer - continuou Sofia - É que todo mundo aqui quer ganhar, isso ninguém duvida. Só falta entrar na porra da cabeça de cada um que sem time não tem vitória pra ninguém!

— É povo! - Lei apoiou à amiga - A gente tem pessoas boas em coisas diferentes. A gente pode pegar todo tipo de pista e ganhar!

— Exatamente, Lei - Brian preparou uma nova explicação - Exemplo: todo mundo sabe que Lewis é ótimo em corrida de terra solta, mas dentro da cidade, a cabine do carro dele vai pra um lado e a carroceria pra outro. - todos riram, exceto Kurt que nunca ria e o próprio Lewis, que se ajeitou no sofá, a moletom cinza cobrindo a cabeça - O que quero dizer é que vamos precisar de uma mão em cada tipo de pista. E numa equipe diversificada como a nossa, podemos ganhar todos os circuitos.

— Eu aceito essa ideia - Wyatt se levantou do sofá, demonstrando toda a sua altura assustadora - Mas que fique bem claro pra todo mundo que terminado esse campeonato, é cada um pro seu canto e ninguém mais se fala - e encarou Brian no final. Este fez que sim com a cabeça e o grandão pareceu convencer-se. O policial olhou para os membros que faltavam concordar.

— Tá... - Ray deu de ombros - Vou concordar por pura preguiça. Quero ver no que isso vai dar...

Jason torceu os lábios numa expressão de “por mim tanto faz...”. Lewis apenas ergueu a mão em aprovação, enfiando-a de volta no bolso da blusa. Todos encararam Kurt e este desviou os olhos do tapete e observou a todos, concordando em seguida sem dizer uma única palavra.

— Então ótimo - Brian bateu as palmas das mãos. O barulho da porta do banheiro abrindo chamou a atenção do grupo que passou a encarar Franky que acabara de sair do toalete.

— Foi mal aí Brian, melhor tú não entrar aqui não. Mas eu ouvi a conversa de vocês. Concordo com tudo. Tá maneiro pra mim.

— Valeu Franky... - ele apenas suspirou.

— Só falta a gente decidir quem vai participar do quê - Sofia lembrou - Eu vou correr em circuito indie. Meu carro foi feito pra pista fechada.

— Turfe é comigo - avisou Wyatt - Retas e ultrapassagem.

— Vou com você - Brian mandou seu nome - Meu carro é bom pra isso.

— Estilo livre é comigo - Jill ergueu a mão - em ruas abertas.

— Beleza - Sofia apontou para Sally que anotava tudo com cuidado.

— Eu vou com a baixinha - Ray Carter se pronunciou - Cidades é comigo mesmo, conheço todo o perímetro do circuito street.

— Eu vou pegar obstáculos e terreno irregular - afirmou Lei com convicção - E Franky vai comigo - a cowgirl decidiu pelo companheiro.

— Como assim?

— Seu carro é próprio pra isso. E você dirige feito louco. É mais seguro num lugar assim.

Muitos riram de forma contida, mas o hippie gostou da ideia:

— Também quero a indie - Katie se ofereceu - Meu avô foi campeão por anos... Vou orgulhar minha família.

— Então sobra Kurt, o melhor competidor em Derby e vai continuar com o título, eu espero - Sofia o desafiou.

— É óbvio. - o rapaz se garantiu.

— Melhor o Jason pegar Derby também - Brian sugeriu - Ele não tem medo de bater o carro.

— Tá, tá - o rapaz tentou não se ofender - Eu aceito isso.

— Bom, sobram Sally e Lewis pro último estilo.

— Como é que é? - a loira se assustou ao perceber no que fora colocada - Drift?!

— Tsc... - Lewis apenas soltou um muxoxo de impaciência e cruzou os braços.

— É - Brian a encarou - Fiquei sabendo que é sua especialidade.

— Não, não é!

— Claro que é!

— Gente... Eu posso gostar, ser boa, mas estamos falando de um hobbie que faço sozinha, longe de competições e câmeras. Não é a mesma coisa!

— Qual é a pegada, loira? - Wyatt tentou entender o porquê de tanta enrolação.

— Olha, é o seguinte - e ela suspirou - Eu gosto de correr, drift é o que mais amo... Só que... Hunf... Eu não tenho confiança alguma... Tenho medo. Eu travo quando é pra fazer isso perto de outras pessoas. Não vai dar certo. Melhor arrumar outra pessoa.

— Não, isso nem pensar - Brian cortou a ideia.

— E de que adianta ter alguém que tem medo de correr no time? - Wyatt quis saber, aborrecido porque talvez o policial estivesse apenas tentando conseguir algo mais íntimo com a corredora.

— Ele tem razão - a garota baixou os olhos de forma triste - É melhor eu abandonar o time. Eu entrei pra tentar ajudar meu pai, mas talvez eu faça isso melhor assistindo atrás da TV. Boa sorte pra todo mundo. - e saiu da suíte, fechando a porta atrás de si.

Brian colocou as mãos na cintura, trocou a perna de apoio, baixou a cabeça, pensativo, e encarou o time.

— Galera, escuta: Sally pode não ser a melhor piloto, mas é um gênio em se tratando de estratégia. Nós precisamos dela. Sem ela, estaremos ferrados nas finais. Ou alguém aqui vai discordar que ela é a verdadeira responsável por estarmos todos aqui? Não fosse ela ter colocado todo mundo no pódio, metade de nós já teria perdido o campeonato. Devemos isso à ela.

— Brian... - Wyatt foi incisivo em seu argumento - Isso vai atrasar o time. Todo mundo corre aqui pra salvar a própria pele. Estamos falando de uma dondoquinha que ganhou o primeiro carro de aniversário do papai dela. Ela nem sabe o que é ter que fugir da polícia!

— Você tá falando da minha irmã - Kurt apenas disse para que todos se lembrassem de sua presença muda no canto do sofá.

— Não quero ofender sua irmãzinha... Mas ela não entende nada de corrida.

— E como foi que você ganhou em segundo lugar, Bone? - Brian fez a pergunta fitando o ex-detento com o olhar desafiador - Não venha me dizer que foram suas habilidades de fugitivo que te fizeram vencer.

— Foi por causa delas que me chamaram pra participar.

— Mas não pra ganhar. Se tú quer ganhar, vai precisar de um estrategista. E nós temos a melhor nisso, no nosso time.

Wyatt não quis mais contradizer; começava a se cansar daquela discussão que não levava a lugar algum:

— Tá, certo - Sofia tentou alterar o rumo da conversa - Ainda que ela esteja no grupo, como pretende fazer ela correr na competição já que ela mesma afirma não conseguir isso?

— É simples: vou treiná-la.

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— Por que estamos aqui? - Sally quis saber enquanto encarava o deserto dourado logo abaixo da colina onde ela e seus companheiros de equipe estavam parados.

— Viemos trabalhar suas habilidades.

— Como é?

— Sally, nós precisamos de você nessa competição. Todos nós queremos que você corra de igual com a gente. Eu vou ficar até a noite aqui se for preciso, mas só iremos embora quando você derrapar nesse deserto inteiro.

— E vocês vão realmente fazer isso por mim? - ela encarou o grupo.

— Claro! - Jill se animou - Viemos dar apoio moral.

— Vai lá guria, que tú consegue fácil - Lei tentou encorajá-la.

Sally encarou a todos e enfim, olhou para Brian. Este deu de ombros, como se dissesse “fazer o que...” e a garota não encontrou alternativa a não ser aceitar. A loira entrou em seu Pontiac G8 na cor branca com detalhes, faixas e adesivos na cor rosa. Brian colocou o cinto no banco do passageiro e observou o cenário através do para-brisa:

— É o seguinte: essa pista tem uma reta naquela direção e outra aqui atrás. São duas curvas largas e duas estreitas. Vamos repetir o circuito até você fazer o caminho completo de forma perfeita.

— Vamos ficar até a noite.

— Sim, vamos. Então se você quer almoçar, melhor se apressar em acertar.

A loira ergueu uma sobrancelha pra ele:

— Você é sempre tão mau assim?

— Só com quem eu gosto - ele a encarou de lado e sorriu. Sally deu risada e ligou o carro, acelerando pelo terreno desértico enquanto a poeira cobria as janelas.

— Ela não só não tem confiança, como tem medo também - Lei comentou após observar a primeira tentativa de derrapagem da garota.

— Ah... Isso vai demorar - Jason franziu os olhos para o sol quente. - E eu achei que fosse passar o dia na piscina cheio de garotas...

Sally trocou a marcha após o sinal de Brian e tentou uma nova derrapagem. Foi melhor na segunda vez, mas ela voltou a acelerar cedo demais e o carro acabou perdendo a curva. Desesperada com o próprio erro, a garota virou o volante de forma abrupta e o pontiac deslizou pela areia.

— Isso vai dar merda... - Wyatt comentou chegando no meio do grupo, óculos de sol e uma cerveja. Enterrou uma cadeira de praia no meio da areia e sentou tomar a bebida, assistindo a cena com toda a folga.

— Que isso... - Sofia encarou o grandalhão e Jason riu da ideia.

— A gente devia ter pensado nisso - Ray Carter coçou a cabelereira volumosa.

— Não se preocupem pessoal! - Franky gritou saltando da carroceria do C10 de Lewis. Os dois traziam mais cadeiras e até um guarda-sol. Montaram uma espécie de acampamento no alto da colina. O hippie ainda retirou alguns espetos de churrasco de dentro de uma caixa de isopor, cervejas e outros petiscos.

Foram passando latinhas uns para os outros e abrindo embaixo do sol fervente:

— Acha que ela vai conseguir mesmo? - Lei começou a duvidar.

— Eu confio no potencial dela... Só vai depender se ela realmente quer perder o medo porque habilidade ela tem.

— Tadinha da Sally - Jill se compadeceu da situação da jovem piloto - Ela realmente quer ajudar. Talvez se o Wyatt fosse menos cavalo! - ela jogou a indireta com as mãos na cintura, fuzilando com o olhar o grandalhão que se preparava para beber mais um gole, mas parou pra encarar a japonesa.

— Qualé...?! Me deixa!

— Desde quando ela corre? - Sofia questionou a Kurt.

— Começou um ano depois de mim. Ela sempre teve mais medo, mas quando sente que a pista é só dela... Ela chegou a ganhar de mim uma vez.

— É sério isso?

Kurt respondeu observando a cena:

— Ela é inteligente. E isso é o bastante pra ela.

— Gatinha e inteligente... - Jason sorriu com malícia - Se o Brian pegar, tá feito. Kurt suspirou e lambeu o lábio inferir, se virando para o rival.

— Se falar da minha irmã desse jeito mais uma vez, juro que te arrebento... E não tô nem aí se ficar de fora da competição. Outras corridas virão, mas a sua cara partida ao meio é minha maior prioridade.

— Isso não vai dar certo - Sally socou o volante e apoiou a cabeça no mesmo, totalmente decepcionada e cansada.

— Ok. Nós temos uma semana até a sua corrida. Voltaremos aqui todo dia um pouco. Até você conseguir.

— Ah, não sei mesmo se te agradeço ou aceito que é inútil. Não quero te fazer perder tempo comigo.

— E eu não quero perder a competição. Você realmente é boa, Sally! Só precisa perceber isso.

A garota sorriu para o elogio, mas ainda sim foi um sorriso fraco de quem não está totalmente convencida:

— Anda, vamos comer alguma coisa. Daqui a pouco é a minha corrida.

— Nervoso?

— Nunca! - Brian riu.

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Camaro 69

 

A noite chegara. O quarteirão fechado pela imprensa estava movimentado: espectadores, corredores que tentavam promover sua imagem ou apenas assistir aos companheiros de atividade, repórteres, top-models e garotas em trajes curtos. Música eletrônica rolava no ar e todos os holofotes da avenida só aumentavam a sensação de estarem todos numa balada a céu aberto:

— Estamos aqui nesta noite para transmitir mais uma competição ao vivo promovida pela Marc-Sison combustíveis e artigos para veículos. Após a primeira eliminatória onde dos 70 competidores restaram 38 apenas! Das 7 equipes convidadas, apenas 4 se classificaram! Hoje daremos início as competições individuais! Explique para os telespectadores aí de casa como funcionam as disputas, Howard!

— Boa noite, Lucy! As provas individuais classificam um ou dois competidores de cada equipe para disputar cada um num estilo diferente. As corridas variam entre circuitos dentro da cidade até ralis com obstáculos. Cabe a cada equipe avaliar seus pilotos e decidir quem é mais adequado para cada estilo. Lembrando que só serão classificadas as equipes que tiverem mais membros com vitórias individuais.

Lewis Duran observava garotas que dançavam e desfilavam a sua frente. Parecia entretido na cena enquanto Jason, ao seu lado, bebia mais whisky e sorria para toda e qualquer modelo que aparecesse na sua frente.  Ray Carter opinava na condução musical do DJ contratado para o evento. Jill divertia-se dançando em cima de um dos carros estacionados na via pública, parecia deliciar-se com os flashes que eram disparados em sua direção.

Sofia e Lei Bing conversavam num canto mais reservado do quarteirão:

— Vão correr dois da Tokyo, dois da TKZ e apenas um da Crew... - Sofia comentava com a cowgirl - Todas as equipes que tiverem duplas irão trabalhar no modo revezamento. O piloto individual da Crew vai fazer o percurso inteiro sozinho.

— Acha que é vantagem?

— Não mesmo! Ele vai perder muito na virada...

— Tenho certeza que vão deixar as duplas pras corridas de peso: a Indie e a Free Style principalmente. Em ambas eles vão querer deixar um corredor pra vencer e outro pra derrubar os de trás.

— Já viu alguém competir assim?

— Vamos ver quarta-feira.

— É, talvez... - e a latina avistou Jill dançando em cima do carro - Hu... Aquela baixinha é realmente maluca.

— Nem me fala... Esse povo da cidade todo o é.

Sofia encarou a mulher e então riu do comentário.

— Hum, acho que hoje você não vai ter motivos pra brigar - Lewis comentou para Jason.

— Por que tá dizendo isso?

— O Benson não tá aqui.

Jason olhou ao redor só então reparando:

— Hum... Menos mal. Detesto aquele moleque.

— Eu discordo de você, Lewis - Franky se juntou a conversa - Mesmo sem o Kurt, tenho certeza de que o Jason vai conseguir brigar com alguém.

Lewis riu e Jason apenas revirou os olhos:

— Eu não planejo as coisas. A vida que me leva até elas. Veem àquela gostosa ali? De repente ela será a mãe do meu filho e eu nem sei disso. Só há um jeito de saber: saindo com ela. - e terminou de virar a dose de álcool para se aproximar da garota e tentar algo.

— Eles estão demorando - Simon estava impaciente na porta do trailer onde improvisaram um estúdio. - Vamos entrar no ar logo depois do jornal.

— Na verdade hoje tem filme no canal aberto - Lena avisou o chefe - Ainda temos uma hora.

— Menos mal - ele coçava os dedos de forma ansiosa - Só espero que o sinal da van não se perca do satélite. Temos que passar em HD! Não dá pra improvisar qualquer imagem de youtube.

— Acalme-se, senhor. Vai dar tudo certo.

— É bom estar certa.

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Brian lutava pra tentar arrumar o colarinho da camisa que parecia não querer ficar no lugar. Apesar de estar acostumado com grandes eventos, ainda sentia-se nervoso pela espera. Mas no fundo gostava dessa sensação: parecia só aumentar sua vontade de vencer.

 

 

O som de batidas na porta lhe tirou de seus pensamentos:

— Pode entrar! - ele gritou do quarto. A porta se abriu pra que alguém entrasse. Brian estava pouco interessado em quem poderia ser: só queria arrumar aquele colarinho.

— Ah... Você está bonito - Sally o elogiou. O policial se virou para a loira, sua expressão de surpresa contrastando com o sorriso divertido da garota - Quer ajuda aí?

— Que? Ah! Sim, seria bom.

Sally ajeitou o colarinho da melhor forma que pôde. Brian apenas ficou observando o rosto da companheira muito próximo do seu. Reparou em cada detalhe de sua face: era bom em guardar rostos.

— Ainda não está nervoso? - ela tornou a perguntar.

— Hu... Dessa vez tenho que admitir que me pegou um pouco. Mas até gosto disso... Só me dá mais vontade de vencer. Essa briga já é minha!

— Hum... Quanta confiança!

— E você? Algo me diz que não veio até aqui pra ajudar a arrumar colarinhos...

— É, bom... Só queria saber se está nervoso pra correr hoje.

— E por que o interesse?

— Porque tive uma ideia pra você ganhar essa corrida.

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