Jurassic Park escrita por Cahxx
Isla Nublar,
120 milhas a oeste da Costa Rica
A lua brilhava alta e cheia, iluminando partes do caminho. A floresta era densa e o cheiro forte de mato e estrume provocava dores de cabeça. Ela corria pelo mato, tentando abrir caminho por entre as plantas, cortando as largas folhas com o facão. Segurava a ferida do braço que latejava como se estivesse em brasa. As solas das botas envoltas em lama, ora escorregavam pela terra ora tropeçavam em raízes expostas. Não ousava largar a lata de spray em suas mãos. Sua vida dependia disso.
Era jovem. Cerca de trinta anos, talvez. Cabelos escuros presos num coque, a franja bem segura por debaixo de uma tiara de pano. A regata marrom tinha uma grande mancha marrom do que poderia ser sangue. A calça camuflada ainda sem rasgos. Os olhos castanhos lutavam para permanecerem abertos.
Conferiu o braço: doía horrores, mas o sangue começava a coagular. Guardou a lata na pequena mochila das costas e olhou para trás: ainda lhe perseguiam! Miseráveis! E se aproximavam muito rapidamente. Visão noturna, garras afiadas e o corpo esguio, tudo favorável ao predador, não à presa.
Parou de correr, já não aguentava mais. A cabeça doía, tonturas lhe enfraqueciam. O que faria? Aguardou alguns segundos, imóvel. Uma forte dor por toda a cabeça lhe obrigou a pressioná-la com as mãos, sua visão tornou-se turva e as cores tornaram-se confusas.
Assim que recuperou os sentidos, tentou voltar a correr, mas percebeu estar cercada. Caminhou paras trás. Um tronco bateu contra sua cabeça e ela caiu no chão. Continuou se afastando, mesmo que sentada. Sua mão empurrou uma pedra que caiu pelo penhasco atrás de si. Agora, das duas uma: ou seria comida por aqueles terríveis monstros ou cairia quilômetros abaixo.
Não pode escolher: um ataque de um dos pequenos dinossauros e ela foi para trás com tudo, rolando pelo desfiladeiro. Por um milagre dos céus conseguiu se pendurar num tronco. Por um azar dos infernos, o tronco se partiu e ela caiu de costas contra o chão.
Aos poucos foi abrindo os olhos: parecia ainda estar inteira. Olhou ao redor: tudo calmo. Começou a se levantar, agora não só o braço doía como também um dos tornozelos. Finalmente em pé, ainda conseguiu escorregar numa rampa de terra e caiu de joelhos contra uma pequena estrada. À esquerda, um carro derrapava em sua direção. Conseguiu reunir suas últimas forças para um último salto e apagou.
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