Dan seguiu o que parecia ser um corredor longo e estreito, eles deveriam estar andando a umas três horas. Então ele chega a conclusão de que com certeza estavam em um labirinto pois alguns lugares não tinham saída.
— Onde estamos? - perguntou Anna.
— Em um labirinto - respondeu Dan.
— Que estamos no labirinto eu sei. Devemos estar perdidos, Dan - Disse Alysson.
— Não estamos perdidos, eu só não sei onde é que estamos. Devemos estar em baixo do bonde de São Francisco.
Eles continuaram andando, e andando. Dan realmente não tinha ideia de onde eles estavam, nem mesmo se estavam debaixo de São Francisco. Dan ficou observando seus amigos, como eles haviam mudado em anos de amizade. Aly, quando era pequeno tinha medo do escuro e por isso tinha que dormir com a abajur aceso ou com Dan. Ele se lembrou da vez em que uns filhos de Mercúrio pregaram uma peça nele, se esconderam em baixo de sua cama e lhes deram um susto. Alysson fez xixi e quase chorou. Eles continuaram andando até que Dan parou
— Ouviram?
— Ouviram, o que ?- perguntou Anna, o feixe de luz da lanterna iluminou seu rosto e ela parecia irritada. -
— Esse barulho, é barulho de água.
— Não. - disseram Aly e Anna.
— Devemos estar perto, vamos.
Dan correu até a direção de onde ouvira o barulho, deixando Aly e Anna para trás
— Olhem. – disse ele apontando para uma grade a uns dois metros e meio do chão. - Deve haver uma corda nessas mochilas, me ajudem. – ele sentou no chão e começou a vasculhar a mochila como se estivesse procurando ouro. - Achei. Aly como eu não tenho uma boa pontaria, veja se consegue jogar e acertar a grade.
— Você sabe ao menos onde dá essa grades? - perguntou Anna
— Sei tanto quanto você. - ele sorriu.
Aly jogou a corda umas três vezes e só acertou na quarta.
— Agora vamos puxar ela. - eles puxaram e a grade caiu no chão.
— Como iremos subir ?- Perguntou Anna. - Caso não lembre eu tenho menos de 1,70.
Dan não havia pensado nisso, eles não eram ninjas, nem acrobatas, e não sabiam pular tão alto. O único jeito seria empilhar coisas, incluindo as mochilas e subir em cima delas.
— Vamos procurar coisas e empilhá-las. - Disse Dan - Nos encontramos aqui em cinco minutos, ok?
Aly e Anna assentiram com a cabeça e partiram em direções opostas, Dan ficou um pouco receoso em fazer isso, afinal estavam em um local desconhecido, com criaturas das quais eles não sabiam se existiam ali e as chances de sobrevivência, sozinhos, eram pouquíssimas. Apesar de todos os anos de treinamento no campo, nenhum deles jamais havia saído em missão alguma, assim, sozinhos.

Dan chegou a uma espécie de sala dourada com inúmeras portas e uma enorme mesa com 12 lugares, ele achou que estivesse no Olimpo, mas lembrou que o Olimpo, segundo Reyna, ficava em Nova York, no topo do Empire State e não a quase 100 metros da superfície terrestre. Ele focou a luz da lanterna em uma das portas e viu um homem parado. Por um segundo Dan achou que estava ficando louco, mas não; era a mais pura verdade.
— Daniel, você realmente acha que vai conseguir salvar o mundo? - Perguntou o Homem
— Quem é você e como sabe meu nome?
— Garoto, eu te conheço desde que você estava na barriga da sua mãe, eu servi ao lado de seu pai e ao lado da mãe de Anna. Assim como vocês nós éramos amigos, e ainda somos. Deixe eu me apresentar. Prazer, me chamo Benjamin e sou, ou era, filho de Vulcano, e seu padrinho.
Os pelos da nuca de Dan arrepiaram e ele sentiu como se uma onda de choque percorresse seu corpo inteiro, a pior parte não era estar conversando com um fantasma, mas sim estar conversando com o fantasma do pai do seu melhor amigo e que era seu padrinho. O homem era idêntico a Alysson, cabelos pretos, pele morena e olhos penetrantes. A não ser pela falta dos músculos, Dan poderia falar que eram irmãos.
— Vamos ao que interessa, esse labirinto foi criado por Dédalo, ele cresce e cresce, o tempo de vocês é curto e só há um jeito de sair daqui, a saída que encontraram não levará vocês a lugar nenhum, quer dizer leva até a Carolina do Sul, mas acho que o local que procuram é outro. Eu vim lhe entregar isso. - disse ele, entregando um papel à Dan. - É um mapa do labirinto e esse papel contem uma profecia não revelada, quer dizer não aos semideuses. As parcas já traçaram seus destino, garoto. Nossa, você é muito igual ao Mikel, a não ser pelos olhos.
— Que? Como assim? Como sairemos ou encontraremos o acampamento?
— Dan, você pode enxergar através da névoa, você os guiará. Eu tenho que ir, cuidado com o caminho. Siga as estrelas e mais uma coisa, diga a meu filho que eu o amo. - disse o Benjamim, sumindo em uma das portas.


Quando Dan chegou ao local marcado Aly e Anna estavam lá sentados olhando para o teto aberto.
— Vamos andando, temos um caminho longo. – disse Dan.
— Onde estava, porque demorou ? - perguntou Anna.
— Com meu padrinho. - disse ele olhando para eles, e tirandoo mapa do bolso. – Eu encontrei um fantasma, mas não era um simples fantasma. Era seu pai Aly. - Terminou ele. O rosto de Aly mudou de expressão na hora.
— Dan, como assim você conheceu meu pai?
— Eu segui um caminho e encontrei uma sala dourada com algumas portas, estava escuro e eu liguei a lanterna e o vi, fiquei tão assustado quanto vocês. - disse ele. Dan lhes contou toda a história, detalhe por detalhe. – É isso se seguimos por esse buraco iremos sair na Carolina do Sul então deixo a critério de vocês, vamos seguir o mapa?
— Sim. - disseram.
— Bom, já que não sabemos andar pelo país, lá vamos nós.