- Narração Kim –

Eu estou perdida, faz uma meia hora, estou cansada, minhas pernas tremem. Não sou de fraquejar, mas desta vez me pegou. Estou prestes a deitar com a cabeça em um tronco que está aqui perto e dormir.

- Narração Thomas –

15 horas em ponto. Estou prestes a ir embora, mas acho que a Kim não é do tipo de garota que deixa alguém esperando. Talvez tenha se perdido, mas e se eu for atrás dela e acabar me perdendo também? E se ela não estiver perdida? E se eu estiver apaixonado? Quer saber consciência, eu vou arriscar. Sai andando floresta adentro, com garra. Logo parei perto de uma árvore e vi a fitinha da Kim. Nas poucas vezes que eu vi a Kim, e muitas de relance, ela estava com essa fitinha, era uma fitinha preta que combina com ela. Passei por várias árvores, já se passavam horas. Comecei a correr em direção ao nada, já cansado. Estava ofegando.

_Eu tenho... – Parei pra respirar, meu coração palpitava. – Que encontra-la... – Parei novamente pra respirar. – A todo custo. – Terminei a frase, retomei o fôlego. Depois de andar bastante, percebi que também estava perdido, e com a incerteza de que a Kim estava perdida também. Porque tinha que ter saído de lá? E se ela simplesmente tivesse se atrasado? Algo em mim dizia que ela estava em perigo, que... Ah! Como eu posso saber disso? Nunca tive algum contato com ela, mas a imagem dela me dá forças que nem eu imaginava que tinha. Agora estou escalando uma pedra grande, da onde poderei ver maior parte da floresta. Estou vendo uma parte que tem menos árvores, e também uns troncos no chão. Vou pra lá. Tenho um pressentimento, ou melhor, um bom pressentimento. Acabei de descer da pedra e vou tentar ligar pra Ale. Droga, meu celular tá sem sinal. Vou atrás da Kim, estou quase chegando ao local. Eu estou vendo! Meu coração está extremamente feliz. Minhas pernas cansadas de tanto andar, agora correm mais rápido para chegar até ela. Ela está desmaiada? Estou perto, sentindo a respiração dela na minha mão. Na verdade não queria sentir a respiração dela, mas sim sua boca junto a minha. Porque estou com essas sensações? Ela tá acordando (*-*)

_Tho... – Ela disse assim que abriu os olhos. Eu cobri a boca dela com o dedo indicador e sorri.

_Tá tudo bem, eu to aqui. – Ela sorriu meigo. Eu sente do seu lado, coloquei sua cabeça em meu colo e acariciei seus cabelos.

_Como você veio parar aqui? – Disse ela, acordando totalmente. O dia estava terminando e o sol aparecia da onde estávamos. Um lindo por do Sol. Estávamos no final de uma ladeira, então era só levantar um pouco os olhos e ver o Sol desaparecendo.

_Atrás de você, sua maluca. – Disse á ela, abrindo um sorriso de brincadeira. Ela sorriu. Que sorriso encantador, realmente lindo, nunca a tinha visto sorrir e espero que não seja a ultima vez. – Kim, eu... Eu te amo. – Ela sorriu novamente, só que dessa vez mais bonito, radiante. Encostei minha mão grande em seu rosto delicado, cheguei mais perto, sentia a respiração ofegante, a felicidade exalando em nós dois. Beijei-a, naquele por do Sol, naquele momento inesquecível. – Agora, deite-se ai e descanse um pouco. Tentaremos achar a saída quando acordarmos.

_Tudo bem, mas descanse também. Amanhã teremos que andar bastante. – Ela disse e alguns minutos depois adormeceu. Eu fiquei alguns minutos olhando-a dormir aquela luz de final de tarde. Como é linda. Logo adormeci também. Quando o Sol começou a aparecer, eu acordei, com um susto. Não entendi o porquê, mas tudo bem. Acordei a Kim com um beijo no rosto, ela sorriu.

_Precisamos ir agora?

_Sim, todo mundo deve estar preocupado com a gente. – Realmente, ligada em mim do jeito que a Ale é, capaz que não estaria preocupada.

_Mas esse momento tá tão bom, não queria que acabasse.

_Kim, esse acho que nós realmente não vamos ter mais, mas te prometo que vamos repetir essas ações de carinho muitas vezes. – Ela abriu um sorriso e eu dei um selinho na boca dela. Peguei a mão dela e começamos a subir a ladeira. Logo estávamos atrás do muro da escola. Agora que sabíamos o caminho, poderíamos voltar quando quiséssemos. Entramos na escola, estávamos sujos.

_Amor, vai pro seu dormitório e tome um banho, depois vamos à lanchonete?

_Claro. – Eu a beijei e ela saiu, logo a Ale veio falar comigo.

_Garoto, aonde você tava? – Ela me perguntou, parecendo a mamãe quando fica brava.

_Eu tava tendo a melhor noite da minha vida. – E sorri. – Tava com a Kim, perdido na floresta.

_Ah, pelo menos tu tá bem, e vai tomar um banho! – Disse ela com ar de brincadeira, logo nos despedimos e fui tomar banho.