Whispering escrita por Brubs


Capítulo 9
Past and Present


Notas iniciais do capítulo

"Essa é a sua vida e ela está acabando a cada minuto" ~ Clube da Luta



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Rey acorda com a mão de Bellamy no seu ombro, eles estavam na sua cama na sua casa. O que aconteceu? Nós não...? Ela sente o corpo, estava vestida. Eu esqueci, como assim? Não estou tendo meus ataques novamente, por favor, não! Não queria acorda-lo, mas quando sente ele retirando a mão delicadamente percebe que já estava acordado.

Okay, você estava em casa, passou a semana sozinha. Ontem ele veio, por que ele veio? Foi a primeira vez desde o que aconteceu. Mas, por que ele veio? Minha perna! Sim! Ele veio retirar o suporte com as instruções de Clarke, e trouxe comida. Era tarde quando resolveu ir embora, já tinha anoitecido. Convida-o para passar a noite, o outro quarto estava trancado com pregos e tabuas. Bellamy pergunta por que, você muda a direção da conversa. Uma cama, uma de casal, deitam nela e se espreme para não o incomodar. Você acorda.

Agora, porque esqueceu de tudo? Marla?

Ahh, sim.

Não!

— Rey? — Bellamy pergunta e ela estava sentada na beirada da cama, encarando o nada. — Você está bem?

— S-sim, sim! — Ela responde e se vira para ele, encostando na parede.

— Você deveria falar o que pensa, Rey — Ele diz sentando também — Uma hora sua cabeça vai ficar lotada e irá ficar louca.

— Acho que isso já aconteceu — Rey responde abraçando suas pernas. Ela vestia uma regata branca e um short da mesma cor, Bellamy tinha apenas tirado o casaco. O inverno tinha chegado, mas Rey não gostava de vestir muita roupa para dormir, sentia-se estar sendo estrangulada.

— Me conte o que aconteceu, Rey, por favor. — Ele pedia e ela podia ver que era verdadeiro, ele queria a ajudar.

— O que você quer saber? Hein?

— O que aconteceu com a sua comunidade? O que os terras-firmes fizeram?

— Os selvagens? Eles não nos destruiu, éramos mais fortes que eles, outra coisa nos explodiu. Nos trancaram para dentro do buncker, ninguém podia sair e apenas sentamos esperando nossa morte. — Rey diz na mesma posição, não conseguia olhar para Bellamy — Meu pai era técnico em tecnologia, sabia mexer com computadores, nossa comunidade era controlada por computadores então ele conseguiu abrir a portas no último segundo. Eu, meu irmão, meus pais e Cyrus. Nós cinco vimos nosso lar explodir na nossa frente e não pudemos fazer nada — Lágrimas se formaram, mas ela as limpas rapidamente e se apressa para terminar tudo — Meu pai já tinha construído quase toda a casa, apenas precisava instalar uns mecanismos de segurança, viemos para cá e moramos aqui.

— Acho que nunca vou conseguir tirar de você toda a história — Ele fala olhando para baixo e depois sorri ao ver seus olhos brilhando — Quem fez isso?

— Bellamy, essa guerra não é sua. Termine a que começou primeiro — Rey se levanta e sai do quarto. Ela limpa o rosto enquanto ele coloca seu casaco e bebe um pouco de agua.

Rey observa que seu coque estava quase caindo e faz outro, o vento gelado já a atingia quando resolve trocar de roupa. A mesma de sempre, mas por cima colocaria um casaco bege. Ela entra no quarto enquanto Bellamy comia uma fruta e troca de roupa, ouvindo o batucar do seu pé na madeira.

Sai do quarto e o vê pronto para partir, com sua mochila nas costas:

— Vem comigo hoje, sua perna está boa e sei que está cansada de ficar aqui. — Ele diz jogando a mochila de Rey para ela.

Ela a pega e ri:

— Fazer o que, lá?

— Raven conseguiu, com a ajuda dos notebooks que achou, fazer com que houvesse transmissão de vídeo — Notebooks? Quando eu dei notebooks a eles? Terceira noite sozinha, ele veio me visitar durante o dia. Tinha separado coisas do buncker, rádios quebrados e telas. Ando me esquecendo de muita coisa, algo está acontecendo. — Jaha quer te ver.

—Jaha?

— O Chanceler, nosso líder — Bellamy responde mudando sua expressão, ele atirou nesse cara.

— Eu não quero o ver.

— Ninguém quer, mas ele vai descer de um modo ou de outro.

— Algo me diz que você também não quer que ele desça, senhor Blake.

— Não, eu realmente não quero que mais ninguém venha para cá.

Rey caminha até ele e o puxa pelas mãos sorrindo.

— Sempre temos que fazer coisas que não queremos, Blake.

—____________________________________________________________________________

Eles chegam no acampamento depois de uma hora andando, os portões se abrem e algumas pessoas vem atualizar sobre a noite que Bellamy passou fora, as várias chamadas de Jaha para ele e o selvagem mantido em confinamento.

Bellamy sobe para ver o prisioneiro e Rey vai até Jasper, que cuidava das rações com Monty

— Reeey, minha salvadora — Ele diz estendendo a mão e ela tem que pensar antes de responder o toque — O que a traz aqui?

— Jaha quer me ver, eu não quero o ver

— Ohh, o Chanceler quer te ver — Monty diz engolindo umas nozes.

— Esse comentário não ajuda muito, Monty!

— Bom, você não é da Arca, ele não pode fazer nada com você. — Jasper diz também comendo nozes.

Bellamy sai da nave gritando com sua irmã, a relação dos dois não tinha melhorado desde a última vez a os viu juntos. Ele se aproxima de Rey bufando e a puxa pelo ombro:

— O que aconteceu? — Ela pergunta sem entender.

— Nada, apenas...Clarke quer que nós procuremos esse buncker, lá deve ter coisa para sobrevivermos ao inverno. — Ele entrega um mapa, demorou um pouco até perceber onde era. — Quer vir?

— Melhor que falar com Jaha.

Bellamy sorri e aproveita que estava com sua mochila e pega as rações para a viagem, colocando várias dentro dela.

— Pra que tantas? Voltaremos no máximo de um dia.

— Várias coisas podem acontecer em um dia, Rey.

—____________________________________________________________________________

Depois de duas horas caminhando em silencio Rey teve que perguntar, ficar pensamento em possibilidades estava a matando:

— O que aconteceu entre você e Octavia?

Bellamy olha para ela e depois volta-se para o chão, bufando antes de falar.

— Disse coisas sem pensar e ela pensa que entende o que está acontecendo.

— Códigos? É assim que você vai me responder? — Rey para de andar e o encara — Eu te falei sobre meu passado, sua vez.

Novamente ele bufa:

— Na arca há uma lei, a lei do filho único. Aquela que tiver dois filhos é executada, dando seu direito de viver para o segundo filho. Octavia é minha irmã mais nova por muito tempo nós a escondemos, até eu estragar com tudo e ela ser pega. Minha mãe é morta e ela é presa, apenas esperando fazer dezoito anos para ser executada. — Bellamy bagunça seu cabelo irritado e volta a andar — Agora, ela pensa que aquele selvagem a salvou, enquanto nós que fomos até lá ajuda-la, e eu estou mantendo-o prisioneiro porque quero, e para piorar com tudo, disse que ela estragou com a minha vida.

— Você disse sem pensar...

— Sim, eu disse sem pensar. Mas ela não acha isso. — Ele bufa pela terceira vez e apressa o passo — Apenas venha, precisamos encontrar o buncker.

—____________________________________________________________________________

Eles encontram as ruinas de uma cidade, um riacho pequeno e sem movimento havia se formado por causa das chuvas e o resto estava coberto de musgos e outras plantas. Não vinham nenhum sinal de buncker, mas é para isso que foram construídos, para não serem vistos.

— Vamos se separar para procurar a entrada. Mantenha-se a distância de um grito.

Rey faz o que ele pede e começa a vasculhar o local. Bunckers são geralmente construídos em lugares baixos. Ela desce a colina e procura algum lugar em que a vegetação esteja rasteiro e de musgos, nenhuma planta iria crescer no metal. Perto de outra colina tinha esse ponto, uma região de plantas rasteiras entre gramas altas. Com a mão ela tira toda grama e musgo até achar a porta de metal, apenas para descobrir que estava emperrada.

— BELLAMY! — Ela grita até o ver no topo da colina — Achei uma porta, mas está emperrada.

Ele desce meio que escorrendo colina a baixo e segurando um machado, sem muito esforço, força a fechadura e abre a porta. Podiam ver apenas alguns degraus antes que a escuridão tomasse tudo. Bellamy pega a lanterna e desce as escadas em silencio, desde que ela citará Octavia ele estava desse jeito, quieto.

Escadas após escadas, deviam estar metros abaixo do solo. Vários corpos surgiam do nada, todos apenas ossos e as roupas despedaçadas. Rey tossia e tampava seu nariz por causa do cheiro até se acostumar.

— Esse lugar deve estar vazio, Bellamy.

— Precisamos ter certeza disso, é nossa única chance de sobreviver ao inverno.

Último andar, várias prateleiras vazias e algumas caixas com sinalizadores. Rey abre outra com um pouco de cobertores.

— Achei cobertores!

— Animada com alguns cobertores? — Ele estava irritado e iluminava o local com os sinalizadores.

— É algo, Bellamy.

— E um cantil? Roupas e uma tenda decente? — Bellamy estava gritando agora, ele abre um galão apenas para achar uma agua escura que refletia seu rosto. Com raiva ele chuta o galão espalhando a agua, junto com outra coisa. Um barulho de algo caindo.

Ele se ajoelha ao lado e Rey se aproxima. Isso não é... Bellamy sorri e mostra as armas para ela, seu rosto muda e ele não estava mais irritado. Armas, semiautomáticas. Minha mãe as usava, são perigosas.

Nunca o vi sorrir assim, nem sei se é verdadeiro, só sei que é assustador.

—____________________________________________________________________________

— Isso muda tudo — Seu humor havia mudado, cada arma que tinha achado fazia seu sorriso abrir ainda mais — Não vamos correr mais das lanças. Pronta para ser uma valentona, Rey? Minha vez de te ensinar algo.

Rey sorri observando as armas, há muito tempo não as viam e sabia os estragos que faziam. Uma dessas na mão de alguém não treinado iria resultar numa merda.

— Sorte nossa os rifles terem sido embalados em óleo. — Ele entrega uma arma a ela — O fato de sobreviverem indica que não somos mais um alvo fácil. Precisa aprender a como usar isso.

Ela a segura do mesmo modo que via sua mão fazer, apoiava a parte traseira no seu ombro e tentava mirar.

— Apenas um pouco mais alto — Bellamy diz colocando sua mão no seu braço e a ajeitando. Ela aperta o gatilho, mas nada sai. — Hmm, apenas observa e aprenda.

Ele pega uma arma e se prepara como seu tivesse nascido para isso, com o arco era todo desajeitado, mas com a arma era perfeito. A semiautomática parecia ser parte do braço dele, porém, mesmo com toda essa perfeição, a bala não sai. Sem entender, Bellamy recarrega e tentava novamente. Nada.

— Hmm, parece que eu não sou a bugada. —Rey diz rindo enquanto ele recarregava.

— As balas estão defeituosas, tente outra arma.

Assim ela faz, pega outra arma e tenta repetir o que ele fez. Respira fundo antes de apertar o gatilho, quando o faz a escolha de mira estava feita. A bala não atinge o local, o coice foi um pouco forte, mas controlado. Porém, a sensação de poder foi tão boa, diferente do arco, a arma dava uma sensação bem melhor, de apertar um botão e alguém morrer.

— Isso. Foi. Demais. — Novamente ri e se vira, para encontrar Bellamy sorrindo.

— Tente novamente.

— Não vamos desperdiçar balas que funcionam. — Ela coloca de lado a arma.

— Precisa treinar!

— Você precisa ver algum jeito de esconder as armas, nem todos deveriam ter acesso a elas, e em que situação usa-las. — Ele pega a arma e a atira.

— Miller deveria ser encarregado das armas, os outros o ouvem. Mas, não deve tira-lo de vista. Deixe as armas no compartimento subsolo da nave, Raven te mostrará a entrada.

— Me mostrará? Bellamy, o que está acontecendo? — Rey finalmente pergunta querendo respostas verdadeiras. — Está agindo estranho o dia inteiro. — Então, ela junta as peças, as rações que havia pego e uma mochila maior que o normal — Jaha é o cara que você atirou, irá fugir antes que ele desça.

— Eu não tenho escolha, Rey. Quando ele chegar eu estarei morto.

— E você vai deixar Octavia?! — Ela aumentava o tom e Bellamy permanecia calmo, decidido.

— Octavia me odeia, ela consegue se cuidar.

— VOCÊ NÃO PODE FICAR SOZINHO!

— REY! Quando ele descer vão me matar, eu atirei no Chanceler! Nosso líder! Se você tentar me ajudar te matarão também e eu não posso deixar isso acontecer!

— BELL...!

Ele apenas vira de costas e sai com passadas pesadas, gritando que Rey deveria ficar e que tinha que tomar ar. Ela apenas o observa a ir sem saber o que fazer, Bellamy não tinha levado a mochila, então teria que voltar.

 Ele pode ficar em casa, eu mando seus recados para o acampamento. Mas...irei o acolher tão fácil assim? Sim, sim! Rey, você sabe o que aconteceu da última vez que andava esquecendo coisas. Isso não está acontecendo novamente! Eu superei. Rey, você sabe o que vai...o que está acontecendo. Esquecer de uma semana completa foi apenas um aviso, tudo vai piorar. Sabe quem vai voltar, quem sempre esteve com você.

— Não! — Ela grita caída no chão, novamente acorda sem entender o que tinha acontecido. Na sua mão as rações que tinha pego no acampamento, nozes. Espere aí, eu sem quem vocês sãos. Nozes alucinógenas, eram proibidas na sociedade. Por que as comi? Eu sei o que elas são, eu sei o que elas fazem. Gritos, vindo de longe. Foi quando sente a brisa, não estava mais dentro do buncker. O que está acontecendo comigo?

— Me mate! Me mate! — Bellamy gritava ao longe. A visão turva de Rey faz procurar sua mochila, sua roupa estava grudada contra o seu corpo e suja de lama. A noite não a deixava ver muita coisa, cambaleando e procurando acha sua mochila e, antes de a colocar nas costas, pega seu bastão que estava no suporte. — Eu não consigo mais lutar!

Rey se arrastava em direção da voz, sua visão a pregava peças, mostrando rosto que ela mesmo criou, que ela mesmo aprendeu a temer.

— Saia daqui, Marla! — Oh, eu sempre estive aqui com você — Eu não sou mais você! Eu não preciso mais de você — Ela apertava a cicatriz na sua mão procurando me tirar da sua mente. Querida, isso é impossível.

Então ela viu Dax apontando uma arma para Bellamy, ele estava deitado no chão desarmado. Eu sumo da sua mente, não era importante nesse momento. Rey corre com seu bastão preparado, mesmo com sua mente ainda atormentada ela faz seu melhor. Do jeito mais leve e forte possível, atinge o bastão na cabeça dele e o fazendo cair. Bellamy apontava alguma coisa para Dax, mas nada tinha na sua mão, quando ele percebe isso seu rosto entende o que estava acontecendo.

Porém, Dax não estava inconciente, ele a puxa pelas pernas e soca incessantemente seu rosto até não conseguir mais respirar e pensar. Bellamy o atinge com tudo e o tira de cima dela, o socando do mesmo jeito que fez com Rey, mas ele lutava de volta com força. Ela tentava se levantar, sentia o sangue escorrendo de algo perto do seu olho e se arrastava para perto deles com sua adaga na mão.

Mais uma vez, o trabalho sujo sobra para você.

A adaga finca na garganta, olhos sem vidas de Dax cai em cima de Bellamy, jorrando sangue nele e nela. O liquido vermelho estava pingando de suas mãos, Rey apenas fica parada enquanto Bellamy se arrastava para perto de uma arvore.

Ela se joga na arvore e apenas encara o céu, tentando não ver o corpo de Dax:

— Você está bem? — Rey pergunta ao ver a mesma feição com qual conviveu por muito tempo.

— Não, não estou — Sua voz era fraca e ele não conseguia olhar para nenhum lugar se não fosse o chão. — Minha mãe...se ela soubesse o que fiz...quem sou. Ela me criou para ser melhor, para ser bom.

— Bellamy... — Rey tenta dizer algo, tentando convencer a ele o que há muito tempo tenta convencer a si mesma.

— E tudo que faço é magoar os outros…sou um monstro.

— Bellamy, apenas me ouça — Ela se ajoelha na sua frente, querendo toda a sua atenção, seu rosto estava muito perto do dele — Lutamos para sermos os melhores nas situações que vivemos, o mundo nos cria para trazer o pior de nós. Isso é o que a Terra quer de nós. Até onde eu saiba, você salvou noventa pessoas. Você me salvou do meu total esquecimento deu mesma. — Rey suspira e quando ele desvia o olhar, segura seu rosto com suas mãos — Eles precisam de você, precisam de alguém que os lidere.....Eu preciso de você, alguém que me traga de volta a realidade. Eu te perdoo de tudo que fez, não ligo para seu passado, não ligo para disso. Vamos esquecer o passado e apenas focar no presente. Você não está mais na Arca, e tudo que aconteceu vai morrer com ela. Apenas engula e supere o que aconteceu.

— Do mesmo jeito que engoliu o seu?

— Você está certo, eu faço de tudo para esquecer o que aconteceu lutando todos os dias para reverter isso. Olha o que me transformou. — Ela ri e pensa em mim — Eu ignoro o que aconteceu apenas para deixar que aconteça novamente.

— Jaha vai me matar quando chegar. — Seus olhos focavam nos deles e os deles nos seus. Ela podia sentir sua respiração na sua pele e também seu calor.

— Eu não vou deixar. Nunca.


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Notas finais do capítulo

Queria agradecer a nova leitora Mia Black, seja muito bem vinda. E as antigas, Ally e Millah S2, que sempre comentam. TODAS tem um grande espaço no meu coração. Se não entenderam esperem os próximos caps que logo, logo entenderam, ou peçam nos comentários que eu explicarei. E não, não vai ter kiss Bey nesse cap, nem no próximo, mas depois vai ter sim!! kkkkk