Whispering escrita por Brubs


Capítulo 5
Death Decides to Stay


Notas iniciais do capítulo

Apenas um pequeno detalhe: as vezes quando eu narro coisas rápidas é tentando mostrar a vocês como Rey sente, como tudo ta acontecendo rápido demais e ela não está conseguindo processar. Entende? Isso vai acontecer muito nesse cap. Te vejo nas notas finais!!



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There is only one God and his name is Death

Caminhando entre as arvores, calmamente, Rey não queria parecer uma louca indo em direção do acampamento deles. Eles eram tão diferentes, as roupas e as armas, o jeito de viver. Violentos e vingativos.

— Rey! — Clarke grita ao vê-la e corre para encontrá-la — Estávamos te esperando.

— Bellamy não explicou muito bem que horas vir, então...

— Vem aqui — Ela vai andando na frente e Rey a segue —Estamos construindo os muros com os restos da nave e madeira, tem postos de vigia em todas as direções. Temos umas entradas, mas estamos trabalhando em construir um portão eficiente. — Todos a observava enquanto entrava, apontavam e sussurrando.

Eu não gosto disso, de jeito algum. Rey estava ficando tensa e com medo. E eles sabem disso.

— Construímos algumas armas, basicamente facões e adagas. Alguns machados foram retirados da nave, mas nada a mais que isso. — Vários adolescentes, de todas as idades e fisionomia a encarando. Barracas improvisadas ao redor da nave principal, que ficava no canto do acampamento.

Bellamy se aproximava e agora todos queriam ver sua reação, ele iria expulsa-la ou recebe-la?

— Essa é Rey, uma sobrevivente. — Bellamy engrossa muito a voz quando fala com seu povo, não que mude muito do tom original — Há alguns dias atrás ela nos ajudou a salvar Jasper dos terra-firmes, nos mostrando onde ele estava e cedendo medicamentos. Ela me mostrou que não temos uma chance de vencer dos terra-firmes lutando com facas, e isso é algo que precisamos melhorar. Vimos do que eles são capais, vimos na morte de Wells. Rey veio aqui a nos ajudar a sobreviver, a nos ensinar. — O modo que ele falava, soava como um verdadeiro líder e todos o ouvia — Rey não é o inimigo e guardem sua força para aqueles que estão lá fora.

O que eu faço? Sorrio? Encaro eles de volta ou encaro o céu? Nenhuma das opções, não é?

— Bellamy! — Octavia grita a procura do seu irmão, ela sorri ao meu ver por um segundo e volta sua atenção para ele — Eu achei algo.

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Dedos, dois dedos sangrentos e uma faca. Isso foi o que ela achou.

Wells, isso é o que Clarke dizia.

— Essa faca foi feita com metal da nave — Clarke tentava comprovar sua teoria.

— O que isso quer dizer — Jasper pergunta, Rey via que ele parecia assustado.

— Quem mais sabe sobre isso? — Bellamy estava de braços cruzados e encarando os dedos.

Isso é estranho, adolescentes ao redor de um dedo com sangue.

— Ninguém, trouxemos direto para cá —Octavia responde olhando para Rey, que estava no quanto da tenda sem saber o que fazer direito.

— Significa que os terra-firmes não mataram Wells. — Clarke suspira com a dura realidade — Foi um de nós.

— Temos um assassino no acampamento?

— Há mais de um assassino aqui e já sabemos disso — Bellamy responde a Jasper — Vamos deixar isso quieto.

Clarke anda em direção para fora irritada, com passadas fortes, Bellamy se coloca na frente dela a bloqueando.

— Saia da minha frente, Bellamy.

— Seja esperta sobre isso — Ele mantem o tom sério, Rey achava estranho isso, como ele mudava de pessoa pra pessoa — Olhe para tudo que conseguimos, a muralha, a patrulha. Goste ou não, por enquanto todos pensando que foram os terra-firmes está nos mantendo vivos.

— Bom para você quer dizer.

O que eu faço? Apenas olhar tudo? Devia falar sua opinião.

— Fazer todos trabalhar para você, é isso?

— É. —Bellamy não muda sua feição, mesmo com uma resposta que todos julgariam ser errada. — É isso. Mas está fazendo o bem para todos nós. Medo deles está construindo nossa muralha. — Ele forçou quando disse “nossa”. — Além disso, o que ia fazer? Ir lá e perguntar gentilmente quem o matou?

— Nós sabemos quem fez isso, Bellamy — Clarke mostra a faca onde tinha iniciais cravadas — J.M.  John Murphy.

— Posso falar algo? — Rey interrompe a discussão e todos a encaram, Bellamy faz um sinal positivamente — Eu não acho que foi ele que fez isso. Quem iria matar uma pessoa cortar seus dedos e largar sua faca ao lado? É meio burro, eu iria esconder a única coisa que poderia provar que ele é o assassino.

— Rey, Murphy já tentou matar Wells várias vezes e já provou que não é a pessoa mais inteligente daqui. — Clarke responde e se volta para Bellamy — O povo tem o direito de saber.

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Rey se afasta o máximo possível, sabia que o resultado não seria bom. Clarke empurra Murphy e o acusa. Todos param e observam, sussurrando suas ideias sobre o que estava acontecendo. Ele respondia falando que não havia matado, apela para Bellamy e para todos.

— É essa a sociedade que queremos — Clarke agora se dirigia para todos — Bellamy disse que não devia ter regras. Então quer dizer que podemos matar quem quisermos?

Sem regras? Ele é realmente louco.

— Eu já te disse! Eu não matei ninguém — Murphy responde se aproximando dela.

— Proponho executa-lo! — Alguém grita e todos concordam, uma rajada de outros gritos e pessoas torcendo por isso.

Uma sociedade que todos querem se matar, que lindo.

— Não estou dizendo isso — Clarke também se assustado com a reação do seu povo.

— Por que não? É justiça?

— Vingança não é justiça.

Todos começam a se aproximar e chutar Murphy, arrastando-o para algum lugar. Todos gritavam e pareciam estar felizes com isso, Bellamy e Clarke os acompanhavam com a mesma cara, surpresos.

Que merda eles estão fazendo? Rey caminha na traseira de todos e assim vê uma corda. Eles são loucos...eles são…Eles levantam o corpo de Murphy pelo pescoço, podíamos ver seu corpo se agitando loucamente e seu rosto era irreconhecível. Bellamy vai fazer algo...ele vai. Todos ecoavam o nome de Bellamy, queriam que ele chutasse o apoio e sentenciando Murphy a morte.

Ele olha para Rey antes de fazer alguma decisão, ela sussurra não mas Bellamy não podia desapontar seu povo. E assim ele chuta o apoio e Murphy cai, seu pescoço sendo pressionado pela corda e sua boca procurando ar. Rey olha para o outro lado, não podia ver isso.

— Parem! — Rey reconhece essa voz. Charlotte — Murphy não matou Wells! Eu matei.

Bellamy novamente olha para Rey assustado e os dois encaram Charlotte.

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— Eu apenas estava tentando matar meus demônios, como você disse — Charlotte repetia a mesma frase pela decima vez e Bellamy apenas tentava entender.

— Charlotte, o que você fez é algo que não pode ser desfeito — Rey tenta explicar isso a ela, e a garota apenas ficava mais desesperada enquanto todos gritavam por justiça.

— Eu sinto muito, Rey.

— O que vocês fizeram? — Clarke pergunta sem entender mais nada.

— Ela nos entendeu errado. Não foi isso que quis dizer, Charlotte. — Bellamy responde desesperado com os gritos de Murphy de fora da cabana.

— Por favor, não deixem eles me machucarem! — a garota pedia por misericórdia.

— Se vocês tiverem alguma ideia brilhante, podem falar. — todos se entreolham e nada sai — Agora vocês ficam quietos.

— São seus meninos lá fora! — Finn grita sem saber o que fazer.

— Isso não é minha culpa, se a Clarke estivesse me ouvido e ouvido a Rey, aqueles idiotas ainda estariam construindo a muralha!

— Quer construir uma sociedade, princesa? — Murphy diz do lado de fora com todos ao seu redor — Traga a garota!

— Não! — Charlotte chorava — Por favor, Bellamy!

Bellamy se abaixa e coloca suas mãos no seu ombro.

— Vai ficar tudo bem, apenas fique com a Rey.

Bellamy sai da barraca.

O que eu faço? O que eu faço?

— Vocês conhecem algum lugar longe daqui? Algum lugar seguro. — Rey pergunta para eles, não queria mostrar onde morava. Ainda não.

— A loja de materiais artísticos. — Finn suspira para Clarke, que concorda.

Que bosta é essa?

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Esse tal lugar era uns quinze minutos do acampamento, uma escotilha no meio do nada. Rey estava acostumada muito bem com escotilhas no meio do nada, só achava estranho não saber da existência dessa. Finn a abre a Clarke entra com Charlotte. Eles entram mas ela fica para trás:

— Que foi? — Finn pergunta quando percebe.

— Eu vou ficar de vigia. Não queremos ser surpreendidos por Murphy.

— Eu não acho que eles vão achar.

— Eu prefiro ficar aqui, sério.

Ele sabe que não é a verdade.

Rey não estava pronta para voltar ao subterrâneo, mesmo depois de mais de três anos. Então, ela sobe numa arvore e fica lá sentada, observando tudo que acontecia no solo. O silencio e a ausência de algo acontecendo deixava seus olhos cansados e caindo ao sono.

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Alguém abriu a escotilha. Esse foi o primeiro pensamento de Rey ao ouvir o barulho. Ela inclina a cabeça e vê alguém saindo de lá. Charlotte.

— Char...! — Ela ia gritar quando ouve outras pessoas gritando por Charllote. Murphy.

Rey desce rapidamente e corre atrás da menina do modo mais silencioso possível, a escuridão era tanta que não sabia se estava ou não indo na direção certa. Ela sentia que estava seguindo o nada. A garota corria e corria, podia ouvir seus passos atrapalhados.

— Charlotte — Rey fala no tom mais alto possível no momento apenas para ter nada em resposta.

As luzes das tochas se aproximavam e menos ela sabia onde estava a menina. Se esconde das luzes e a usa para ver seu redor, podia ver um cabelo loiro não muito longe dali.

Eu não posso te deixar morrer também. Eu não posso. Volta a correr a procura da garota.

— Murphy, tem alguém ali! — Gritos vindo em sua direção.

Correr não era um problema para Rey como já devem ter percebido, mas quando lançam coisas em sua direção fica difícil. Assim que percebem que era Rey eles começam a brincar com ela, jogando pedras na sua direção. 

— Murphy aqui! — Charlotte grita a distância, na direção que corria.

E quando ouve isso algo acerta sua cabeça, a fazendo cair. Sua visão estava turva, tenta se levantar mais cai quando Murphy a empurra e senta no seu peito.

— Olha a pequena terra-firme — Ele diz rindo dela, depois começa a socar seu rosto. — Não é tão forte agora.

Várias e várias vezes, seu rosto doía e ela podia sentir cada um deles e o sangue escorrendo. Murphy ria, se divertia com aquilo, queria poder ver seu rosto durante isso, para lembrar dele quando revidasse. Sua mão procurava algo para revidar, apenas mato e gravetos. Então ela sente algo duro, a pedra que jogaram nela.

Não, essa é maior.

Rey atinge a cabeça dele com força, queria o ver sofrendo, mas não queria ter que se defender dos companheiros, estava muito fraca. Então, rapidamente volta a correr mesmo com todo o seu rosto doendo. Ela continua a ouvir Charlotte gritando e os perseguidores fazendo o mesmo.

Apenas aguente mais um pouco.

Rey se aproximava de Charlotte, podia ouvir sua voz cada vez mais perto. Chegava perto de uma clareira e foi quando viu-a, com Bellamy ao seu lado. Só que não era uma clareira.

É um penhasco.

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— Rey, você está bem? — Bellamy se aproxima e coloca a sua mão em seu rosto, vendo os ferimentos. Os dois estavam mais próximos do que já estiveram e assim que percebem se afastam rapidamente.

— Murphy. — Rey responde rapidamente e caminha até a beirada, era tão fundo que parecia ser infinito, a escuridão.

— Bellamy! — Murphy grita quando chega a festa. Junto com todos os seus acompanhantes — Entregue ela, não pode lutar contra todos nós.

— Talvez não, mas garanto que levarei alguns comigo.

Clarke também chega junto com Finn, falando seu discurso heroico de sempre.

— Isso foi longe demais! Apenas se acalmem e vamos falar sobre isso.

Murphy rapidamente pega Clarke e a vira, com uma faca na sua garganta.

— Estou cansado de te ouvir falar!

— Solte-a! — Finn se aproxima e Murphy aperta mais a faca.

— Para trás ou eu corto a garganta da princesa!

— Não, por favor! — Charlotte grita e Bellamy e Rey a colocamos ainda mais para trás. — Não a machuque!

— Você não quer que eu a machuque? — Murphy diz rindo — Vem aqui e eu largo ela!

— Não faça isso, Charlotte! — Clarke diz com uma voz forçada.

Bellamy pega ela pelo braço para não deixa-la ir, seu rosto mostrava negação. Rey estava na frente deles com uma adaga, tudo que tinha para se proteger no momento já que tinha deixado seu arco na arvore.

— Murphy, isso não vai acontecer! — Ela diz, colocando autoridade, sem medo.

— Eu não posso mais deixar nenhum de vocês se machucar. — Charlotte suspira e todos a observam, esperando ver a menina iria fazer — Não por mim. Não pelo depois do que eu fiz.

Tenho certeza que todos pensaram no seu próximo passo, mas o de Charlotte foi o menos esperado. Ela dá vai para trás, o único lugar que eu e Bellamy não a estávamos protegendo, e cai no precipício sem grito.

— Charlotte! — Rey grita em sua direção junto com Bellamy, que a segura.

Clarke se livra de Murphy, que assutado com o acontecimento a deixa sair. Rey podia ver a raiva no rosto de Bellamy, ele estava irado. O seu suposto líder ataca Murphy com toda a força, todos apenas se colocam para trás, agora que a menina estava morta porque lutar para aquele ele?

Rey queria deixar aquilo acontecer, vingança pelo o que ele fez para ela.

Isso não é certo.

— Bellamy, para! Você vai mata-lo — Rey diz junto com Clarke, que implorava por misericórdia. Ela o puxa para fora ao lado de Finn, ele gritava de raiva.

— Saia de cima de mim! Ele merece morrer! — Bellamy encara Rey desesperado. — Ele matou Charlotte! Ele ia te matar! Porque está fazendo isso? Ele é um assassino!

— Não é isso que todos somos? — Rey suspira antes que Clarke se intromete, ela vê o olhar dele mudar com aquelas palavras.

— Nós não decidimos quem vive ou morre! — Clarke grita com uma voz tremula.

— Deus me ajude, se você disse que quem tem esse direito é o povo. — Bellamy respirava forte.

— Não, eu estava errada! Vocês estavam certos esse tempo todo! Ás vezes é perigoso contar a verdade ás pessoas. Mas se quisermos sobreviver aqui não podemos viver do jeito que entendermos. Precisamos de regras. — Então ela se vira para Rey — Precisamos de ajuda.

— E quem faz essas regras você? — Ele passa sua mão no rosto, cansado.

— Por enquanto, nós fazemos as regras.

— E agora? Voltamos e fingimos que nada aconteceu?

— Não! — Ela olha para Murphy, caído no chão com seu rosto sangrando, igual o da Rey. — Nós iremos o banir.

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Bellamy acompanha Rey para onde ela deixou o arco, nenhum dos dois sabiam o que falar, ambos sentiam culpados pelo o acontecido. A lua iluminava tudo, mas não fazia um bom trabalho. Ela nem conseguia ver direto o rosto de Bellamy e ele só a via por causa dos olhos verdes.

Ele pega um pano e o molha com sua garrafa d’agua. Bellamy se aproxima do rosto e ela recua rapidamente.

— Deixa eu limpar seu rosto — Ele diz e Rey fica quieta, a cada toque seu rosto ardia e ela chiava. — Pronto, agora posso ver sua pele novamente.

— Bellamy — Rey segura sua mão — Eu acho que eu devia me afastar de vocês.

— Que?

— Eu estou com essa sensação que causei isso e não aguento passar mais sobre isso — Ela sussurra com lágrimas formando, mas Rey as segura.

— Eu causei isso, eu entreguei a faca a ela.

— Nós dois causamos isso então, nós dois estávamos lá quando a ideia surgiu.  — Bellamy se afasta com passadas fortes — Uma garotinha acabou de se suicidar! — Ele parecia não estar entendo nada, mas nada dizia também — Apenas não me chame mais, por um tempo...


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Notas finais do capítulo

"...and there is only one thing we say to death NOT TODAY" ---> Tinha que terminar a frase, ADORO o Syrio de GOT.
Voltando...queria agradecer a todos os leitores novos, eles moram no meu S2. Não só eles, todos vocês moram nele!! A Ally K sugeriu criar um shipp, então eu deixei o trabalho com ela já que sou péssima nisso. Assim que tiver em mãos eu colocarei aqui.
BEIJOS DE LUZ