Whispering escrita por Brubs


Capítulo 2
I'm no One


Notas iniciais do capítulo

Postando mais um cap pq amo vocês, meus leitores fantasmas!!



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Pronto, consciência limpa. Clarke já deve estar indo até Jasper, que será salvo por seu próprio grupo e eles viverão felizes para sempre. Rey diz para si mesma, ou para mim, enquanto caminha para sua casa. Mas sua mente estava um turbilhão, nem eu estava conseguindo entender, ela queria voltar, mas ao mesmo tempo sabia que deveria deixar eles quietos.

Queria saber porque depois de tantos anos eles voltaram. Queria saber o que eles querem fazer aqui. Queria saber porque eles querem voltar para Mout Weather.

— BOSTA! — Rey grita quando resolve acompanha-los.

Eu vou observar, se eles estiverem perto de serem mortos eu reajo, irei ser o anjo da guarda deles.

Observar eles agora era seu passa-tempo favorito dela, o jeito que eles lidavam com as coisas, as atitudes mais idiotas possíveis que eles tem, e como podem ser tão inteligentes as vezes e burros outras vezes. O separador de briga rastreava perfeitamente o caminho dos selvagens que levaram a Clarke, o negro seu amigo, Bellamy e os olhos malignos até Jasper.

Os selvagens o deixaram amarrado numa arvore, seu corpo estava cheio de arranhões, mas o ferimento principal ainda estava coberto com a pomada.

Aquela arvore, não pode ser... Fazia muito tempo que Rey não ia lá, desde quando alguém muito próximo foi deixado lá. Do mesmo jeito que Jasper foi deixado lá.

— ESPERA! É UMA ARMADILHA — Rey desce das arvores tentando avisa-los, mas era tarde demais, Clarke pisa no chão falso e cai no buraco de espinhos. Bellamy a segura, porém não a puxa para cima, precisou que todos se aproximassem para fazer isso.

— Quem é você? — Bellamy aponta uma arma para Rey, há muito tempo não via uma dessas, entretanto, isso não significa que havia esquecido o que fazia.

— Eu sou a garota que quase morreu tentando salvar um dos seus. — Rey responde se aproximando deles sem medo, estava com muita raiva de si mesma para se importar com que iria acontecer. — Acho que isso é suficiente para abaixar essa arma para mim, querido.

— Foi ela que me avisou que Jasper estava aqui. — Clarke diz colocando sua mão no coldre da arma e a abaixando.

— Foi você que colocou aquela coisa no ferimento dele? — O separador de brigas pergunta apontando para a pomada.

— Aquela coisa pode ter salvado a vida dele. — Responde se aproximando da arvore. — Acho que agora é uma boa hora para tirarmos ele daqui, não concordam?

O separador de brigas se junta a Rey para subir na arvore, ela tira sua faca do cinto de couro e começa cortar a corda.

— Quem é você? — ele pergunta.

— Rey.

— Você é um dos terra-firmes? — O separador de brigas fala com toda a seriedade possível.

— Terra-firmes? Você quis dizer os selvagens, certo? E não, não sou parte do grupinho deles. Acho que pode se dizer pela minha roupa, né. Não pinto minha cara com terra e saio desfilando por ai com pele de animal. — Não, Rey se vestia como sua mãe. Uma calça branca e uma blusa de manga curta da mesma cor, isso a deixava se movimentar muito bem. Porém, a floresta era fria. Um tecido, como se fosse um colete, fazia a forma de um “x” no seu peito e descia pela lateral, formando uma saia. Nos braços, um couro se transformava numa espécie de armadura. O mesmo couro do seu cinto e de suas botas.

— É que nunca vimos os terra-firmes. Meu nome é Finn.

Um rugido surge não muito longe de onde estavam e se aproximada.

Uma pantera. Rey já havia encontrado com uma delas várias vezes, são velozes e perigosas.

— Bellamy, arma! — Clarke grita por ajuda.

Bellamy procura pela sua arma no seu cinto, mas nada encontra. O negro pega a arma desaparecida do seu cinto e começa a atirar. Rey pega seu arco e procura a pantera, que se misturou com a mata. Respira fundo e apenas tenta ver o que estava diferente, alguma mancha preta. Atira e ouve o rugido do animal, o que o deixa mais irritado.

A pantera vinha em direção de Bellamy, que estava desarmado e a arma que era dele tinha acabo a munição.

— Rey, faça algo — Finn grita e ela pega larga o arco e pega a adaga novamente. Pula para fora da arvore e corre em direção do Bellamy, o animal se preparava para pular enquanto ela corria.

Seu coração batia rapidamente e tudo parecia estar mais devagar, sem saber o que fazer, se iria chegar a tempo ou não, Rey fecha os olhos e aponta a adaga onde deveria estar a garganta do animal.  Um liquido viscoso e outro rugido de dor vem em resposta, ela abre os olhos e vê sua mão e sua roupa manchada de sangue e a pantera caída no chão.

Bellamy olha para ela surpreso e Rey para ele do mesmo modo, seu coração agora estava lento e seu corpo fica mole. Seus olhos demonstravam medo, mas ele não estava numa posição que poderia demonstrar isso, seu orgulho não deixava.

— Bellamy! — Os olhos malignos vem até o amigo e para para ver a pantera sangrando e se debatendo. — Acho que agora temos jantar. — E chuta o animal cujo gritos eram ardidos de dor.

— Pare! — Rey grita e ajoelha, e diz na língua que havia aprendido com sua mestra há muito tempo, a língua da floresta que dominava a nova terra — Yeri lajat et jadilat tat an nakho.

— Que você está fazendo, sua louca? — O mesmo diz rindo.

Rey se levanta cheia de raiva, seu povo a ensinou a amar a floresta, pois foi ela que limpou o mundo do que ele havia se tornado. Eles diziam que eram intrusos lá, que tiveram seu tempo lá e falharam, agora deveriam se manter quietos e deixar os animais e as plantar retomar tudo.

— Pare, Murphy. — Bellamy o impede com sua mão de se aproximar — Você tem dois segundos para dizer quem é você.

— Eu também não sei muita coisa sobre vocês, então não sinto à vontade de dizer nada para você. — Rey responde limpando a adaga no couro do seu bracelete. — Aliais, você bem que poderia demonstrar um pouco de educação e falar obrigado. Eu só salvei sua vida.

— Vocês podem me ajudar com Jasper? — Finn grita na arvore com o amigo pendurado nele. — Wells, vem aqui.

O negro o ajuda a carregar Jasper enquanto Murphy e Bellamy improvisam algo para carregar a pantera de volta para o acampamento deles.

Rey fedia a sangue, fedia a morte. Ela vai até o riacho e tira o tecido que servia como casaco, tenta larvar o máximo possível dele, ele era da sua mãe, era um dos únicos que ainda não estava manchado de alguma coisa. Apenas precisava tirar aquele cheiro. Joga agua no seu braço, no seu rosto, tentando tirar o sangue.

— Eu acho que já tirou tudo — Clarke se aproxima e Rey se vira assustada, a muito tempo estava sozinha, e alguém se importando com ela era algo diferente. — Obrigada por salvar Bellamy, ele é um idiota e...

— Ingrato? — Sugere voltando para arvore com passos rápidos, o que era seu normal, a loira tem que se apressar para acompanhar.

— Você deveria voltar conosco e nos ajudar, estamos meio que desesperados aqui.

— Ahh, não. Absolutamente não. — Ela pega seu arco e o guarda no suporte da sua mochila. — Vocês já descobriram como pegar tudo, agua e comida, a fonte da nossa sobrevivência.

— E os terra-firmes? O que fazemos com eles? — Bellamy se intromete na conversa.

— Não mexe com eles que eles não irão mexer com vocês, funcionou comigo por um tempo. — Rey começa a ir para longe da clareira.

— Onde você vai? — Finn pergunta carregando Jasper com Wells.

— Pegar medicamentos, irei estar esperando a norte do seu acampamento, apenas um de vocês venha me encontrar.

E isso ela cumpre, Rey vai até sua casa e vai até o quarto de seu pai, lá guardava todos os medicamentos. Ela pega uma seringa e um antibiótico que fez com a mesma planta, e apenas duas gazes. Não poderia gastar todo seu estoque com ele.

Estou tão ferrada. Isso era tudo que ela pensava, sua mente havia se limpado um pouco, mas agora pensava repetidamente na mesma coisa.

— REY! — Bellamy gritava no local onde ela disse para esperar.

Bosta, tinha que ser ele. Ela se aproxima e tira tudo da sua mochila e entrega para ele.

— Diga para Clarke que isso é tudo que darei para ela, e que se quiser mais pode encontrar essa planta na margem de qualquer riacho.

— Curta e grossa, gostei de você — Bellamy sorri e coloca tudo no bolso.

— Ingrato e idiota, vocês não vão sobreviver nem um mês aqui. — Ela responde sorrindo do mesmo modo que ele.

— Se vocês continuarem a nos atacar desse jeito, é claro que não.

— Eu pensei que você fosse um pouco mais inteligente, eu não sou um dos “terra-firmes”.  — Rey vira-se para o caminho de casa e suspira — Eu preciso ir.

— Ir para onde, Rey? — Bellamy pergunta a segurando pelo braço, não a deixando se mover.

— Nesse momento, eu sei onde você mora e nada você sabe sobre mim. Prefiro me manter vencendo, Bellamy.  

— Apenas me diga, se você não é um terra firme nem um de nós, quem é você?

— Eu sou ninguém.


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