— Elenaaaaaaaaaaa, se você não acordar agora, eu vou te derrubar da cama!

Tudo bem, eu sabia que a Meredith era insuportável. Mas daí a ameaçar me derrubar da MINHA cama, já era um pouco demais. Até pra ela.

— Olha aqui Meredith, eu não vou levantar, e ponto!

— E a sua escola? - ela berrou, impiedosa.

— Você não ouviu o que eu disse? Não tô nem aí pra escola! - Na verdade eu ligava pra escola sim. Mas ver o Stefan com a Caroline não me animava muito

Meredith era minha irmã mais velha, só um ano mais velha. Eu odiava ela. Por vários motivos. Ela era a perfeitinha da casa, e eu a ovelha negra da família.

— Elena, eu vou contar até 3, e se você não levantar eu vou ligar para nossa mãe, e contar que você parece uma criancinha de três aninhos gritando comigo, e que não quer ir pra escola!

Eu tinha 17, e Meredith tinha 18. Era o primeiro dia de aula do 3° ano do Ensino Médio para mim. Mas ela já tinha entrado na faculdade de medicina há um ano. Ela tinha conseguido autorização para pular um ano do Ensino Médio e ir direto para faculdade, por ser muito inteligente. Mas eu ainda tenho complexo que ela dava uns pegas no Salvatore (meu professor de história, que tem um ódio mortal por mim, ódio que é recíproco) e só por isso conseguiu passar um ano na frente. Mas como ninguém me escutava...

— Olha aqui, os nossos pais só saíram por dois dias, por isso ligaram para você vir até aqui e me vigiar, mas não pense que por isso eu...

— Cala boca e se arruma logo lena, ou eu vou te trancar aqui o dia inteiro! - ameaçou a bruxa da minha adorável irmãzinha.

— Ahhhhhhhhhhhhh! Tá bom sua vaca, você venceu!!

*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*

Eu havia passado quase metade do último mês de férias todo chorando por causa do Stefan e da Caroline. Ele é o garoto que eu gosto. Pena que ela não sabia disso, porque no começo do mês passado, ele pediu ela em namoro, e ela aceitou. Considerando que ela é minha melhor amiga, eu ainda tenho que ficar ouvindo todos os devaneios de amor dela, por ele. Eu admito que meu sentimentos por ele diminuíram desde que eu tive que começar a ver ele beijar ela todos os dias. Aquela cena começou a me dar ânsias. Mas minha sorte é que eu sempre tive o Matt do meu lado pra me ajudar. Ele sempre foi meu melhor amigo, mas ele também sempre gostou de mim. Eu sempre fingi não saber, porque eu ficaria totalmente acanhada em ter que conversar um dia com ele sobre isso. Ele joga no time de futebol americano da minha escola, e é um gato. Mas eu nunca senti vontade de ficar com ele, desde que na sétima série, nós acabamos nos beijando no cinema, e a língua dele ficou meio que, presa na minha, e eu jurei pra mim mesma, que eu NUNCA MAIS ia tentar beijar ele. Naquela época a gente só tinha 13 anos, mas imagina, se agora, com 17 anos isso acontecesse de novo? Onde eu ia enfiar minha cabeça? Haja buraco fundo o suficiente! Tudo bem que esse não era o meu único motivo, até porque se fosse ia ser uma bobeira, mas mesmo assim, eu que não ia arriscar.

*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*

Meredith (não faço ideia de qual milagre pairou sobre ela, mas ainda bem que aconteceu) foi gentil comigo depois de me acordar feito uma galinha, e até me levou de carro pra escola. Eu desci meio assustada e agradeci a carona, bati a porta do carro, e saí andando. Só olhei para trás depois de ouvir o barulho do carro dela indo embora. Abri a porta principal da escola depois de passar por uma porrada alunos se beijando, conversando e até mesmo rolando na grama. E quando eu entrei, a primeira coisa que eu vejo, é o adorável senhor carrasco do Damon Salvatore, saindo da sala de professores, e vindo em minha direção. Já vi que esse ano vai ser maravilhoso.

— Gilbert, como vai sua irmã Meredith? Não vejo ela desde que...

Eu não ia permitir que ele terminasse a frase.

— Eu vou muito bem sr. Salvatore, obrigada por perguntar.

Respondi, e já estava indo embora, até que eu não resisti, voltei e provoquei:

— E a propósito, o sr. não vê ela desde quando mesmo? Desde que vocês transavam em cima da sua mesa sobre os livros de história?

Agora sim, eu estava pronta pra ir embora. E eu fiz isso bem depressa. Me virei, e praticamente saí correndo. E pra minha sorte, logo avistei Matt, em um canto conversando com um garoto do time de futebol americano.

— E aí Gilbert, tudo em cima? - perguntou o antipático do Scott, sem parar de olhar um segundo sequer para os meus peitos.

— Bom comigo sim, e parece que com você também, já que não tem quase nada aí em baixo ein? - Respondi apontando para o pequeno (pequeno mesmo) volume sobre as calças de Scott.

— Lena, não faz isso com o coitado! – Matt reprovou, se segurando pra não rir.

— Bom, er... Eu tenho que ir, depois a gente se fala Matt - e depois disso, Scott literalmente fugiu de mim.

— Poha Lena, qual a necessidade de fazer o Scott querer enfiar a cabeça em uma privada, e nunca mais tirar?

— Toda do mundo! - Respondi, sínica. Depois disso, o sinal da escola tocou, escandaloso como sempre. E lá fomos nós (infelizmente separados) para nossas salas.

—*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*

Eu sempre achei que seria perfeito se algum dia a Caroline e eu fossemos estudar na mesma sala, em alguma matéria, juntas novamente. E era. A não ser que o Stefan estivesse lá também.

— Oiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii Lena!! Eu estava morrendo de saudades amor!! - Caroline berrou, feito uma louca para mim.

— Oi Car, também estava morrendo de saudades. - Tentei dizer com o máximo de felicidade que tinha dentro de mim.

— E aí Elena, tudo bem? A gente não se vê desde as férias! Também estava com saudades! - e quando eu ouvi essas palavras saindo da boca do Stefan, eu senti vontade de pular em cima dele, e beija-lo para sempre. Sorte minha que eu não fiz isso.

— Oi Stefan, tudo bem sim! - Respondi me segurando.

Por uma sorte divina e maior o professor entrou na sala e eu pode encerrar a conversa. A não, espera. O professor era o Salvatore. Eu acho que eu vou me matar mesmo porque essa vai ser a única opção perfeita a ser escolhida.

— Bom dia classe, todos para seus lugares em silêncio. E senhorita Gilbert, você senta aqui na primeira carteira, eu faço questão.

Morraaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa!!

— O senhor tem certeza? - Disse, praticamente implorando pra ele não fazer isso.

— Absoluta. - Agora sim, eu quero a faca pra cortar meu pescoço. Mas desanimada quase impossível, eu peguei minha mochila e sentei bem na frente do Salvatore, que dava um risinho maléfico em me ver acabada sentando em seu campo principal de visão.

— Hoje vamos começar com a história da era medieval, antes de começarmos alguma pergunta? - sim, como eu faço pra pular a janela e me matar mesmo?

*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*

Quando o sinal do intervalo tocou, depois da terceira aula, eu pulei da carteira, e fui praticamente correndo para ver o Matt. Ele estava em pé na fila do lanche, e eu cheguei atropelando todo mundo e cortei fila com ele.

— Em, fiquei sabendo que sua primeira aula foi com o senhor Salvatore. Você ainda está respirando?? Hahahahahahahahahha! - mas uma palavra e eu ia arrancar a língua desse viado fora.

— Olha aqui Donovan, agradeça por eu não tirar o seu ar!

— Acontece que você já tira. - Meu deus! EU acho que apesar de eu não querer nada com o Matt, ele ainda tira o MEU ar.

— Ain Matt, cala a boca e para! - eu disse dando um leve empurrãozinho em seu peito.

— Tudo bem, você venceu senhorita Gilbert! Eu vou tentar parar de ser irresistível! - Eu ainda tiro a cabeça dele.

*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*

AHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH!

Eu não acredito que eu, Elena Gilbert, fui obrigada a presenciar essa ceninha nojenta. Eu já falei pra vocês sobre Vick Crawford? A vadia da escola? Ela é a chefe das líderes de torcida, e dá pra todo mundo. E adivinhem só? Ela tava enroscada no pescoço do MEU Matt! Ok. Talvez não MEU, mas mesmo assim, ele sabe que eu odeio ela, e é meu melhor amigo, e agora tá praticamente comendo ela no vestiário masculino? Filho de uma capivara!

— Oi Sr. Matt Donovan! Tudo bem?

— Ele..ele..Elena! O que, o que você tá fazendo aqui?

— Eu é que pergunto seu pervertido! - Respondi, querendo matar ele!

— Ai, já vi que a Eleninha chegou pra atrapalhar. Melhor eu ir gato. – Vick falou, cínica como sempre.

— Gato? – Cuspi essa palavra na cara dela.

— Sim, gato, por que? Algum problema? – E a vadiazinha irritante saiu em disparate, sem nem esperar pela minha resposta. Agora meu probleminha a ser resolvido é com Matt.

— E aí Donovan, pronto pra morrer?