Capítulo 3 

Faltava três dias para o baile. Sting e eu estamos cada vez mais próximos. Ontem ele me levou á um teatro mágico e foi tudo... Mágico! Na verdade, ele é tão idiota quando Natsu. E... Pensando assim, já faz um tempinho que não vejo o Natsu. Ele vai ao baile com Lisanna... tsc, por que estou preocupada com isso? E daí...?

Lisanna é bonita, fofa e gentil...

Droga! Por que fui aceitar o convite de Sting tão rápido?

— Yo Lucy. - Alguém pulou a janela. 

— Gray?!

— O que foi? Não posso visitar uma amiga? – indagou ele sentando no chão.

— C-claro que pode...!

Gray suspirou, entediado.

— A guilda está agitada com essa festa.

— O que foi? Você não vai?

Gray ficou alguns minutos me olhando. Fiquei constrangida. Não penteei o cabelo desde que acordei.

— Natsu vai com Lisanna.

— È, eu sei.

Gray se levantou e se sentou  do meu lado, na cama. Continuou me olhando profundo, continuei á escrever, apesar de que já não sabia oque estava fazendo, fingindo não ver seu olhar quente... Ou é gelado?

Gray aproximou seu rosto para mais perto do meu. Não dava para fingir que não vi. Tentei recuar para trás, mas a parede bloqueava. E por que diabos ele estava corado?!  Ele levou seu braço para trás do meu pescoço e me beijou. Nunca beijei ninguém antes, e aquilo era molhado e... Gelado.

— Lucy... Eu não queria ter... – murmurou ele quando me soltou.

— T-tudo bem...

— Não me aguentei. Você está muito bonita.

Não tive resposta, ainda estava traumatizada por causa do beijo.

Por quê isso está acontecendo comigo? Primeiro o Natsu, depois o Sting, agora o Gray?! Será que eu estou tão irresistível assim...?

Que bobagem! O Gray só está carente porque a Juvia está “namorando” o Lyon, só isso.

^ _ ^

Tive um sonho mais que esquisito.

Estava entrando em uma igreja, vestida de noiva. Bom, essa não é a parte estranha.

No altar, estava Sting-kun, sorrindo. Sai caminhando até ele, mas quando cheguei lá, Gray tomou seu lugar. Então o Mestre começou á falar e Natsu apareceu no lugar de Gray e disse: “é comigo que você tem que ficar, Lucy" eu sorri e respondi: “ é com você que eu vou ficar, Natsu”.

Eu realmente, não sei o que esse sonho significa (mentira).

Acho que foi um aviso de algum cupido perdido que voava alegremente sobre minha casa.

Ao sair do banheiro, me deparei com Natsu lendo uma das minhas cartas. Não sei porquê ainda me surpreendo com essas visitas.

— O que a Mira andou falando pra você? – perguntou ele.

Droga, ele leu a que fiz noite passada. Me controlei para não chutar sua cara.

— São coisas da imaginação dela, Natsu – disse.

Natsu fez silêncio por alguns minutos cruéis. 

— Ahh... – murmurou. – Sting andou dizendo coisas amorosas para você? – perguntou segurando com mais força o papel. – Pensei que ele só fosse seu parceiro de baile.

— Mas ele é! – gritei, mais alto do que eu queria. Senti meu rosto arder. Então acrescentei em um tom mais baixo.  – Não há outra relação entre nós.

Fui invadida pelo desejo de abraça-lo. Desejo de todo meu coração que ele não faça mais essa cara de decepção.

— Vim aqui te pergunta... – ele deixou a carta de volta na mesa. – Ahh, deixa pra lá.

Natsu acenou um tchau e saiu pela porta.

^ _ ^

Estava sentada em uma das mesas da guilda quando Lisanna se sentou do meu lado.

— Está tudo bem, Lucy-san? – perguntou ela.

— Está – respondi, sorrindo.

— Ahh, que bom. Pensei que você estivesse magoada porque vou ao baile com o Natsu-kun.

— Oh, não! Eu vou com o Sting, está tudo bem, é só um baile.

Lisanna sorriu.

— O Natsu-kun gosta muito de você, Lucy.

— È?

— Sim! Estávamos conversando ontem e ele me disse que você é especial.

— Ele disse isso? – perguntei.

— Sim – Lisanna sorriu ainda mais largo. – Não decepcione ele, Lucy-san.

— Não vou faze mais isso, Lis.

Lisanna apontou diretamente para o bar onde Natsu estava sentado em um dos bancos com cara de tédio. Lembrei do que aconteceu em minha casa, de manhã, da carta que ele leu, e da expressão de decepção ou constrangimento por ter lido algo que ele não gostou.

— Vai lá. Ele vai gostar.

— Não sei... – murmurei.

— Vai lá, Lucy! Vão fazer uma missão juntos ou almoçar juntos. Ele vai adorar. – Olhei rapidamente para Lisanna. Ela não viu a expressão de Natsu hoje de manhã. Não sei por que ela está insistindo. Não sei por que ela quer me ajudar. Mas concordei com a cabeça e agradeci á ela. Fui direto para o bar.

Natsu me observou enquanto sentei do seu lado, mas depois desviou o olhar. Happy não estava com ele.

— Olha pra mim, Natsu – pedi, mas soou como uma ordem.

— Hm? – exclamou ele. – Você não vai dar um passeio na Saber? - Murmurou ele ainda mais baixo. - Sting deve está querendo dizer coisas amorosas para você.

— Por que eu faria isso?

— O Sting é o Mestre de lá, não é?

— E daí? – perguntei. Ele não olhava para mim.

— Vocês vão ao baile juntos. Ele gosta de você.

— Mas eu não gosto dele. – Natsu se virou para mim e fitou meus olhos.

— Não? – perguntou.

— Não – sorri. – Vamos almoçar?

Natsu ficou me olhando por alguns segundos – e que olhar!

— Vamos. – Disse, por fim.

Natsu me levou no seu restaurante preferido – um perto de minha casa. Pedimos duas poções de carne e então começamos á falar sobre o baile, até Natsu bradejar.

— Se você não gosta dele, por que está indo ao baile com Sting?

Por que.

Não sei.

— Não quero fazer essa desfeita. Já aceitei. Não é bom voltar com a palavra.

— Gosto da Lisanna. Mas acho que ela preferia ir com Biclows, ele convidou ela faz pouco tempo, mas ela já tinha um par. Estou atrapalhando eles.

—  V-você gosta da Lisanna? – murmurei. – Tipo, quer casar e tudo mais?

Natsu riu irritado, como se a resposta fosse óbvia. Não entendi o por que.

— Quero casar com você. Lisanna gosta do Biclws.

Meu rosto queimou.

Como ele diz isso tão calmamente? Natsu continuou á comer enquanto meu estômago dava voltas.

....

Começou á chover assim que saímos do restaurante. Tivemos que ir correndo para minha casa.

— Espere Natsu! – pedi enquanto tentando acompanhar seu ritmo.

— Ande logo, Lucy. Vamos pegar um resfriado!

Meus pés vacilaram em uma poça d’água e eu cai com força no chão. Vi Natsu correr em minha direção.

— Vamos pegar um resfriado – murmurei.

— Sabe, seria ótimo. Assim você não iria ao baile com aquele idiota. E Lisanna teria que se virar. Eu não sei dançar mesmo.

Rir baixinho. Natsu me levou para casa e só me soltou quando chegamos na sala.

— Você... se machucou? – perguntou ele.

— Não mesmo – tentei dizer, mas ele já percebeu meu joelho sangrando. – Não se preocupe com isso! Eu vou tomar um banho.

— Ok – respondeu ele se sentando no sofá. – Lucy, você precisa emagrecer.

— Cala a boca.

Sai pro banheiro. Tranquei a porta e tirei aquela roupa molhada. Lavei meu machucado com água e alguns sais. O banho não foi demorado. Vesti a roupa que Natsu separou á pouco tempo e sai.

Ele estava esperando, ainda no sofá e quando eu sai ele entrou rapidamente no banheiro.

A chuva não parava nem por um minuto. Me pergunto se a Juvia está se sentindo bem. Ela deu um gelo no Gray, não é? Está com o Lyon agora.

Posso está errada, mas acho que essa chuva tem alguma ligação á ela.

Natsu demorou alguns minutos no banheiro. Por sorte, encontrei um short e uma blusa fina que  ele esqueceu quando formos para a praia.

— Acho que não vou pegar um resfriado – exclamou ele.

— È, seria horrível. “ O grande dragão do fogo imobilizado por um resfriado” – debochei.

— Não brinca, Lucy! Não tem graça.

Natsu se deitou em minha cama e eu comecei á escrever minha carta.

Hoje foi um dia realmente divertido, mama.

Apesar de que ainda não digerir o beijo do Gray nem a declaração de casamento.

Natsu e eu fomos almoçar juntos. Ele não gosta da ideia de eu ir ao baile com o Sting. Isso está bem claro pra mim...

— Você não vai embora não? – perguntei.

— Ainda está chovendo forte. E se eu dormisse aqui?

Acho que ele se senti inseguro quando falo do Sting-kun. Mas, mama, ele disse que quer casar comigo! Foi inesperado e tudo mais, mas como ele é um completo idiota, não deve ter percebido o quanto que eu fiquei surpresa.

— Se a chuva não passar posso até pensar no seu caso. – Respondi. – Estou preocupada com a Juvia.

Assim que saímos do restaurante, mama, começou á chover forte. Espero que a Juvia esteja bem.

— Ahh, ela deve está bem – disse ele. – Onde eu vou dormir?

— No chão.

— Ehh? Lucy, eu não posso dormir no chão. Eu tenho dores na coluna, ainda mais depois de ter te carregado!

— Que tal o sofá? – perguntei, ignorando o que ele disse.

— Pior ainda! E se eu dormisse em sua cama? Assim você iria se acostumando para quando nos casar.

— Você dorme no sofá. – Respondi, escondendo meu rosto corado.

Ele é um completo idiota. Mas acho que eu gosto dele, mama. Não sei... mas ele vai sempre está aqui para me proteger.

Boa noite, mamãe!

— Afinal, o que você tanto escreve nisso aí?! – exclamou ele colocando o travesseiro no sofá. – Por que não vai dormir logo?!

— Ei! Esse cobertor é meu!

Me proteger o caramba! Ele sempre vai está aqui para me irritar.