A noite de natal foi excepcional, é incrível quando algo que você imagina acontece de uma maneira ainda melhor. Depois da ceia fomos todos para a praça onde aconteceria o show de fogos, e quando me disseram que era um show, apenas imaginei luzes brilhantes explodindo no céu estrelado, porém, junto á explosão de cores uma orquestra, crianças e adultos cantavam lindamente na ponte, á alguns metros de onde estávamos, ouvíamos nitidamente a melodia graças as caixas de som que estavam aleatórias pelo local.

—É tão lindo. -sussurrei olhando para o céu.

—É mesmo. -senti o hálito quente ao pé do meu ouvido, uma onde de eletricidade percorria pelo meu corpo, apenas com o som da sua voz.

Suas mãos apertaram ao redor da minha cintura, perdi total e completamente a concentração, não ouvia mais nada ao redor, apenas meu coração pulsando forte e sua respiração descompensada á minha.

—Tenho um presente pra você.

Eu sentia como se gafanhotos estivessem sapateando dentro do meu estômago cada vez que palavras saíam de sua boca. Ele estendeu sua mão até meu punho, segurou-a com delicadeza e me virou para si, seus olhos incrivelmente cinzas estavam penetrados aos meus, senti minhas bochechas corarem.
Essa sensação de como se fosse a primeira vez, me deixava um pouco mais apaixonada pelo Christoph toda vez que ele me olhava, não era pelo modo como era educado, ou sua gentileza, ou porque ele beijava bem, mas sim pela forma que me olhava, como se eu fosse uma tela de arte e nada mais importasse para ele se não eu.

—Lembra quando eu disse que cada pingente era algo significativo? -ele dizia enquanto retirava algo do bolso.

Christoph pegou minha mão novamente, e sem eu tirar meus olhos do seu rosto, ele colocou meu bracelete, olhou para mim e um sorriso brincou no canto de sua boca, aquele mesmo sorriso que me deixava sem ar.

—O peixe. -começou a falar. -Simboliza o nosso primeiro encontro, mesmo que não tenha parecido um. A fatia de pizza. -sorriu. -A lembrança do nosso primeiro beijo, o avião a primeira de muitas viagens que faremos juntos, a roda gigante foi pelo dia incrível que você me proporcionou. - ele fez uma pausa, enquanto dizia, seus olhos não desviavam dos meus, então ele olhou para o pingente enquanto eu esperava pacientemente pelo próximo, sem desfocar de seu rosto.

—E esse. -ele voltou a olhar para mim. -Por mais simbólico que possa ser, é a forma que encontrei de dizer que meu coração pertence única e exclusivamente á você.

Olhei para o pingente que ele segurava junto da minha mão, era evidente ser uma pedra de rubi esculpida em um perfeito coração, seu contorno revestido por uma linha delicada de prata, era lindo.

Eu queria dizer o quanto era lindo, queria dizer que o amava, queria beijá-lo e o abraçar como se meu mundo estivesse em meus braços.
mas não consegui fazer nada disso, eu parecia estar catatônica, Christoph Voughan acabou de me dizer que seu coração pertence á mim, isso era mais do que eu poderia esperar. Um sorriso se alargou em meu rosto, seus olhos pareciam se aliviar cada vez que meu sorriso chegava a orelha.

—Gostou?

—Se gostei? Acredito que seria impossível não gostar. -sorri mais. -Eu... É tão... Eu te amo Christoph. Não pelo presente, ou por esses incríveis olhos que você tem. Eu te amo pelos mínimos detalhes.

Dessa vez, foi a vez dele sorrir. Era tão perfeito, ele tinha uma beleza máscula e descomunal, as linhas de seu rosto o deixava com um ar sério mas quando ele sorria as marcas de expressão se curvavam ao redor de seus lábios, seus dentes brancos e bem alinhados quase pareciam porcelana. Por alguns segundos ele voltou a posição de sério e sua mandíbula se trincou, o deixando milimetricamente perfeito.

Então ele se inclina para mais perto de mim e encosta seus lábios na minha testa, ele inspirou profundamente e em seguida beijou minha boca, expirando lentamente demorando tempo insuficiente do que eu gostaria.
Assim que ele se afastou me virei para a frente para poder ver os fogos, ele me abraçou e assim ficam o até o fim do show.

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Existe uma coisa chamada sexto sentido, dizem que toda mulher tem sei sexto sentido aguçado. Bem, se eu estava com o meu assim, eu não sei, mas eu pressentia que algo iria acontecer.

Hoje seria o tal jantar na casa dos Voughan, Christoph fez questão de me dar um vestido de presente, eu recusei de todas as maneiras possíveis, mas ele insistiu que era um presente de Natal e que eu poderia usar essa noite, pois ele escolheu e queria me ver com ele.

O Christoph tem um gosto bem refinado, o vestido era simplesmente lindo, um tom de roxo começava no decote tomara que caia com um cetim caído sobre os ombros, ele seguia até a cintura com essa cor, então ia clareando conforme chegava na barra até chegar no branco. Era o vestido mais lindo que eu já havia usado, fiz uma maquiagem e  cabelo simples, depois de pronta desci até a sala e meus pais ja estavam prontos, mas para não perde e o costume A Cinderela ainda não achou seu sapatinho de cristal, então ficamos mais 7 longos e intermináveis minutos esperando a Ennye.

Ao chegarmos na mansão ja havia carros parados em frente à casa, a entrada bem iluminada deixava a vista ajnda mais deslumbrante.

—Graças a madame-fru-fru, estamos atrasados. -resmunguei ironicamente.

—Não enche Pietra, se não fosse você ter cozinhado no banho eu estaria pronta a tempo.

—Meninas, por favor. -papai pediu.

Meu pai estacionou o carro perto de uma grande árvore a poucos metros da casa, assim que adentramos uma música de Jazz soava suavemente pelo hall de entrada, segui caminho até a sala á procura do Christoph, avistei-o ao lado do piano conversando com um senhor de cabelos um tanto grisalhos, assim que me viu seus olhos congeladas em mim. Senti minhas bochechas pegarem fogo, ele balbuciou algo para o homem e começou a andar na minha direção.

Ele estava impecável, usando um terno preto, a camisa também preta, o cabelo bem cortado, ao se aproximar um pouco mais, seu cheiro inebriante invadiu minhas narinas. O misto de sabonete e perfume importa do era a mesclagem de cheiro perfeito.

—Você está incrivelmente perfeita. -ele me beijou suavemente, apenas um encostando nossos lábios. -Não sei se existe uma palavra pra descrever o quão linda você é ma chéri.

—Faço de suas minhas palavras monsieur.

—Quer beber algo? Um champanhe talvez?

—Sim eu aceito. -sorri.

—Eu não demoro. Quero te exibir para os convidados dos meus pais. -ele deu uma piscadela, me beijou dessa vez um pouco mais demorado. Volto num instante.

Enquanto Christoph ia pegar nosso champanhe, fiquei olhando as pessoas à minha volta, todos ja mais velhos, uma ou três crianças, mas bem comportados, que nem pareciam que estavam ali. Minha mãe estava animada falando com a Genevieve e algumas outras mulheres, meu pai estava com uma postura de profissional junto do Edward e alguns homens que garanto terem relação com o hotel.

Quando olho para a entrada, meus olhos demoram demais ali, senti uma onda de raiva percorrer minhas veias e ferver meu sangue. O que aquele ser humano desprezível estava fazendo aqui? E aquele sorriso sinicamente falso na cara? Aquele cabelo sedoso começou a embrulhar meu estômago. Minha vontade era de ir lá e estapear si cara, mas eu não podia.

Foi então que aqueles olhos cor de cocô me viram, me analisando dos pés a cabeça.