22 de Outubro de 1922

Esme POV. 

 Eu não acreditava em como o tempo passava rápido quando se era um vampiro, parecia que havia sido ontem que Carlisle me pedirá em casamento, naquela clareira de joelhos, num terno cinza lindo, com uma caixinha nas mãos. Era impossível não lembrar daquele dia e sorrir, foi o primeiro dia mais feliz da minha existência, o dia em que me tornei noiva do homem mais lindo, mais charmoso e mais carinhoso do mundo. Hoje seria o segundo dia mais feliz da minha existência, o dia em que me tornei sua esposa.
 

Estava sentada na penteadeira do meu quarto, passando a escova em meus cabelos ondulados pensando em milhares de coisas ao mesmo tempo. Carlisle e Edward haviam ido caçar para uma "despedida de solteiro", disseram que não era nada demais só alguns leões da montanha, tinham saído a noite disseram que voltariam na hora certa. Guardei a escova e fui para sala onde aconteceria o casamento. Queríamos uma coisa pequena, com poucos convidados, então decidimos casar em casa. estava tudo do jeito que devia estar. As cadeiras de madeira tomaram conta do cômodo, o altar improvisado era coberto de rosas e o piano de Edward estava do lado, ele que tocaria quando eu entrasse de branco. Os convidados eram poucos, alguns colegas de trabalho de Carlisle, e alguns clãs de vampiros, como o Irlandês e os Denali. Edward discutiu com o pai, por que este não havia lhe falado sobre o clã Denali. Pelo que parecia eles também não se alimentavam de humanos e o homem Eleazar, era amigo de meu noivo de muito tempo atrás quando ainda estava com os Volturi, fora lá que se conheceram. 'Você havia me dito que não havia outros que se alimentassem de animais" dizia Edward. "É porque não havia Edward, eu não sabia que Eleazar tinha mudado seu habito alimentar junto a família" Carlisle o respondeu acabando com a discussão.
 

Fui para meu quarto rever a mala pela centésima vez da noite de núpcias, ver se não havia esquecido nada. Nós iriamos para a praia de Boston em um hotel, ficava a umas quatro horas de onde estávamos e ficaríamos duas semanas, não queríamos deixar Edward sozinho por muito tempo, nos preocupávamos com ele e por mais que não admitisse era fato que tinha medo de ficar muito tempo só, Carlisle me contará de sua recaída em Ashalnd.

 Abri a mala e vi todos meus vestidos, bijuterias, cremes, maquiagem e...roupa intima. Eu estava nervosa, com nossas núpcias. Como todo homem eu sabia que Carlisle esperava uma noite de núpcias bem sucedida, que consumássemos nosso casamento, a lendo mais ele seria meu marido, mas eu tinha medo. Na minha época desde moça as mães já ensinavam suas filhas que quando casassem teriam certos deveres a cumprir chamavam de "deveres conjugais", as mulheres tinham que se entregar de corpo e alma aos seus maridos, até porque era assim que gerariam um filho, mas que era errado gostar do que faríamos, as únicas que gostavam eram as de vida fácil. Eu sempre fui muito tímida e muito conservadora, tinha medo de não conseguir me entregar e ele desistir de mim. Uma parte de mim me chamava de boba por pensar assim, Carlisle nunca faria isso comigo, mas graças  Charles uma outra parte me dizia que não daria certo. Fechei a mala com força fazendo a cama se mexer inteira, era errado pensar no pior num dia de felicidade. Olhei o relógio em cima da cômoda, marcava quatro horas da tarde, uma leve batida na porta me chamou atenção não percebi que já haviam chegado. Era Edward.
— Olá noiva, os convidados daqui a pouco chegam, acho melhor começar a se arrumar. - Ele sorria torto, tive que retribuir.
— Já vou. Não posso ver ele não é mesmo? - Ele riu.
— Não trás sorte ver a noiva antes do casamento. - Ele acenou e fechou a porta. Me desloquei para o banheiro e tomei um banho de banheira para relaxar o máximo antes de me arrumar, terminando, fui até a penteadeira novamente e comecei a arrumar meus cabelos, fiz uma trança que prendia meu coque no alto, arrumei minha franja para o lado esquerdo. Peguei a coroa onde fica o véu do vestido e a prendi no coque. Peguei os potinhos de maquiagem e pintei os olhos com uma cor leve, passei o rouge para corar minhas bochechas e ficar menos fantasma. Passei um batom rosa claro e me olhei no espelho. Não conhecia a Esme daquele reflexo, ela era totalmente diferente da que era a alguns anos atrás. Essa era muito bonita, forte e elegante, e estava com um sorriso no rosto. Essa Esme era quem eu gostava de ser.
 

Escutei a voz de Carlisle e de Edward cumprimentando os convidados que chegavam inclusive o padre, isso era sinal que faltava poucas horas. Fui para o guarda - roupas e vi meu vestido estendido, fiquei dias bordando-o, colocando pedrinhas, e comprando tecido para ser uma noiva elegante. Coloquei o vestido com o máximo de cuidado para que nada saísse do lugar, passei perfume o meu favorito, pus o sapato, peguei o véu e olhei para porta, Edward viu que eu precisaria de ajuda e me ajudou a coloca-lo.
— Como diz a tradição, você precisa de algo azul, novo e velho. - Ele tirou uma caixinha de dentro do bolso e abriu, era um colar com pequenas pedras azuis. Era simplesmente lindo - Era da minha mãe, faço questão que use, aceite também como presente, é velho e é azul, o vestido é novo. - Eu fiquei realmente sem palavras e emocionada, pedi para que ele colocasse. Dei uma última ajeitada no espelho, Edward foi para a porta, sorriu e antes de sair me olhou. - Você está simplesmente linda mãe. Hora de casar. - Eu o olhei e abri a boca mas nenhuma palavra saiu então sorri.
"Não faz ideia de como isso significa para mim" pensei para ele, "Muito obrigada."

Carlisle POV.

— Não acha que já está na hora de voltarmos? - Eu disse pela milésima vez. Edward me olhou irritado desta vez. - Tudo bem, tudo bem. - Disse movendo as mãos em rendimento.
— Ainda é uma hora da tarde, você só vai casar as sete da noite, vai voltar na hora certa, pare de se preocupar. - Ele tinha razão, nós íamos chegar a tempo. Não devia me preocupar muito.
— Me desculpe de verdade, estou nervoso. - Ele sorriu. Eu estava com tantas coisas na cabeça, esperei por este dia a séculos e finalmente ele havia chegado. Estava tudo pronto para nosso casamento, os assentos, as flores, o padre, os convidados...o músico, Edward se propôs a tocar e ficamos muito felizes com isso. Diferente de outros casórios pedimos ao juiz de paz que ao invés de dizer "até que a morte os separe" dissesse "por toda sua vida", não queríamos a palavra 'morte' e 'separe' na mesma frase num dia especial e também éramos eternos, não só nossos corpos mas nosso amor também, não fazia sentido para nós que dissesse isso. Pensei na nossa lua de mel que seria na praia, levaria umas quatro horas de viagem.
— Você parece muito pensativo. - Disse Edward me tirando dos devaneios.
— Desculpe novamente, reconheço que eu esteja chato. - Edward veio até a pedra que eu estava sentado encostado e sentou-se do meu lado, era evidente que está caçando enquanto eu sonhava, sua roupa estava um pouco amassada com manchas de sangue e seu cabelo...bagunçado como sempre.
— Eu melhorei bastante na caçada de uns tempos pra cá. - Eu ri.
— Ninguém disse ao contrário. - Ele sorriu.
— Quer conversar sobre algo? - Pensei um pouco sobre isso.
— Estava só pensando na noite de núpcias. - Ele me olhou por alguns segundos parecia confuso, ele era tímido o suficiente para não me perguntar nada. Eu sorri. - Nunca amei nenhuma mulher como amo Esme. - Respondi sua pergunta silenciosa.
— Ela estava pensando na lua de mel também, devia conversar com ela, vocês terão bastante tempo.
— Ficara bem?
— Não se preocupe comigo, ficarei bem, qual quer problema será o primeiro a ser avisado, tem papel e selos em casa. - Sorri. - Agora vamos caçar, ainda estou com sede. - Eu ri.
— Claro, vamos. - Caçamos alguns leões da montanha e alguns cervos, Edward fazia careta ao beber deles e se sujava mais. Voltamos rindo para casa, ele me lembrou que eu não podia ver a noiva, não trazia sorte, então fui direto para o meu quarto me arrumar não iria demorar muito para as pessoas começarem a chegar. Edward foi ver Esme, escutei a curta conversa, o som de sua voz me trouce uma grande alegria. Penteei meu cabelo com gel e coloquei o terno cinza, peguei a gravata e o lenço e os coloquei em seus devidos lugares, pus o sapato e peguei a melhor fragrância que tinha no armário. Depois de pronto me olhei no grande espelho e fiquei feliz em ver o que sempre sonhei, um homem pronto para se casar. escutei a campainha tocando, sorri e fui para sala para abrir a porta, era o clã Denali.
— Carlisle que bom te ver novamente! - Eleazar disse me abraçando.
— Fico feliz que tenha vindo, faz muito tempo que não nos vemos, você mudou muito. - Falei sorridente.
— Muitas coisas mudaram. - Disse-me sorrindo, uma mulher de cabelos longos castanhos se aproximou dele.
— Carmen é muito bom te ver.
— Quem diria Carlisle, uma família, estou feliz por você. - Ela brincou. - Tanya, Kate e Irina, venham logo. - Disse chamando as irmãs. Convidei para que entrasse e se sentassem. Edward apareceu e eu o chamei para que viesse conhece-los.
— Eleazar, Carmen, este é o Edward, faz um tempo que está comigo.
— é muito bom lhe conhecer rapaz. - Ela o abraçou, Edward sorriu com o gesto.
— O trazer é meu. - Meu filho respondeu.
— Fazia muito tempo mesmo.  - Olhei para trás era Tanya olhando para Edward, Kate e Irina estavam logo atrás, tive que me segurar muito para não rir, ele sorriu timidamente.
 

Conversamos por um tempo, eles nos contavam que fazia um tempo que não bebiam mais sangue humano e que agora viviam no Alaska, as pessoas não percebiam muito neles então podiam ficar o tempo que quisessem no mesmo lugar. A conversa parou quando o padre chegou e alguns colegas meus de trabalho foram se arrumando nas cadeiras, o clã Irlandês não pode vir, havia recebido uma carta na noite anterior. Edward havia sumido parecia que havia ido  novamente para falar com Esme, escutei uma parte, o final da conversa não só surpreendeu a Esme como a mim, o dia ficou ainda melhor do que já estava. "Obrigado filho", pensei para ele, que apareceu na sala, trocamos olhos ternos. Meu filho se sentou no banco do piano e a melodia encheu o lugar, todos se levantaram e lá vinha minha doce e querida Esme de branco.
 

Eu não ouvi mais nada, não vi mais nada só minha querida Esme vindo até mim, parecia que todos os sentidos de vampiros haviam se perdido naquele instante, eu me senti um humano depois de décadas. Eu estava nervoso, se minhas mãos pudessem soar estariam neste instante. Ela chegou até mim, ofereci meu braço para a dama de branco e nos viramos para o juiz de paz. Ele começou a falar mas eu não liguei muito para o discurso. "Eu aceito" disse-me ela me lançando um sorriso, "Eu aceito" disse a ela tocando suas mãos. "E eu voz declaro, marido e mulher, pode beijar sua esposa", toquei seus lábio levemente e um sorriso se formou em ambos.
— Apresento a vocês o Sr. e a Sra. Cullen. - Todos aplaudiram.
 O resto da noite foi divertida, apresentei a Esme para os Denali, que ficaram muito felizes em conhece-la, dançamos e rimos.
— Está tudo no carro para vocês irem. - Era dez da noite quando Edward me avisou. Fui até Esme que conversava com Carmen, ela já havia mudado de vestido para viagem.
— Esta pronta? - Ela sorriu.
— Sim, vamos. - Nos despedimos de Edward com abraços e assim seguimos viagem, rumo a nossa lua de mel.