Honey And The Moon - Terceira Temporada escrita por LastOrder


Capítulo 32
Dor II


Notas iniciais do capítulo

"- Eu o estou perdendo, Edward.

Ele segurou minhas mãos, mas não senti o aperto. Meu corpo estava se desligando.

— Eloise... Isaac não vai deixar você. Ele está resistindo por você.

— Não sabemos até quando poderá agüentar... A dor o está matando. – Olhei para a janela, a chuva começava a molhá-la. – E está me matando também."



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PDV Eloise

 

Mesmo há alguns metros de casa, enquanto corria a toda velocidade pela floresta, ainda era capaz de ouvir os gritos de dor de Isaac.

 

Abri a porta da sala, todos estavam ali, até Bella, todos estavam ali, menos um.

 

- O QUE ESTÁ ACONTECENDO?!! – Perguntei para qualquer um que tivesse a capacidade de me responder.

 

Edward veio até mim e me segurou pelos ombros.

 

- Eloise, tente se acalmar.

 

Essa era ótima.

 

- ME SOLTE! – Esbravejei e subi até meu quarto, ouvi os passos de mais membros de minha família atrás de mim.

 

Abri a porta.

 

Isaac se contorcia sobre a cama numa dor agonizante, veias azuis cortavam a pele de seu rosto e mãos.

 

Para tentar amenizar a dor, socava o colchão e os travesseiros quase que os destruindo completamente, tamanha era a força que colocava.

 

E quando abriu os olhos, percebi as órbitas vermelhas sangue que circundavam suas íris douradas.

 

Dei dois passos para trás, chocada com tudo o que estava vendo.

 

Queria que aquilo fosse um pesadelo e que eu acordasse logo em seguida, mas o grito que escapou de seus lábios me mostrou que aquilo era minha cruel realidade.

 

Senti dois braços me abraçarem e me tirarem do caminho.

 

- Não se preocupe, vai ficar tudo bem. – Edward falou.

 

Carlisle entrou no quarto e chegou perto da cama.

 

- Isaac, consegue me ouvir? Diga-me o que está havendo.

 

Ele trouxe as pernas para próximo do peito, suas mãos seguravam fortemente seus cabelos. Era incapaz de focalizar os olhos em um único lugar do quarto. Era como se não estivesse ali.

 

- Queimando... Eu estou queimando. – O fio de voz saiu entre seus dentes, quase fora impossível entender.

 

Carlisle tocou seu pulso buscando examinar melhor sua situação e aquele simples toque parecia ter aumentado a dor.

 

Isaac se afastou bruscamente antes de pular para cima de Carlisle, como se fosse um inimigo.

 

Por sorte, os reflexos de Carlisle eram bons o bastante para desviar rapidamente de uma investida, caso contrário, ele poderia terminar como a mobília do quarto.

 

Destruída.

 

Os socos e chutes de Isaac destruíam as paredes e os moveis do quarto, ele parecia prisioneiro de sua própria mente.

 

- FAÇA ISSO PARAR! – Gritou com as mãos na cabeça quando caiu ajoelhado perto da janela.

- Emmett, Jasper, Edward! – Carlisle assumia sua posição de líder.

 

Os três entraram no quarto e seguraram Isaac pelos ombros, ele se debatia tentando fugir da dor desses novos toques.

 

- O QUE ESTÃO FAZENDO?! – Me alterei. Será que não percebiam que o estavam machucando?!!

 

Carlisle me lançou um breve olhar cheio de arrependimento.

 

- Esme, Rosalie... Tire-a daqui.

 

- Vamos, querida. – Os braços de Esme tiveram que me arrastar, literalmente até a sala, eu não conseguia sentir minhas pernas.

 

A última coisa que vi foi Emmett, Jasper e Carlisle tentando manter Isaac deitado na cama enquanto Edward fechava a porta.

 

 

---------*--------------------

 

 

4 horas...

 

4 horas de sofrimento... De dor... De gritos e batidas de correntes.

 

Emmett, Edward, Jasper e Carlisle haviam prendido Isaac com as correntes de titânio da BMW há 4 horas.

 

E toda vez que tentava se liberar...

 

Eu ouvia.

 

E mergulhava ainda mais no abismo que se havia criado dentro de mim.

 

Fiquei sentada no canto da sala perto da janela, por todo esse tempo, sem fazer barulho algum. Sem chorar...

 

Parecia que minhas lágrimas estavam se acumulando para mais tarde.

 

Todos já tentaram falar comigo, claro.

 

“Vai ficar bem”. Diziam-me.

 

E eu não respondia... Eles não pareciam entender que eu queria ficar sozinha agora.

 

Por que, na verdade, mesmo que ninguém tivesse me falado... Eu sabia, Isaac estava morrendo. A cada minuto, ele estava mais perto.

E eu também.

 

A única certeza que eu tinha era que assim que ele se fosse, eu liberaria meu poder e me tornaria uma humana. Morrer é sempre mais fácil quando se é humano.

 

Mas até lá... Eu esperaria, e sofreria com ele.

 

Pois a cada grito seu, uma parte de meu corpo era arrancada com uma faca cega. E a dor física não se comparava ao fato de passar a existir num mundo sem sua presença. Pela primeira vez eu entendia o que levara Edward a Volterra há alguns meses atrás.

 

Ouvi uma cadeira se arrastar para perto.

 

- Como está? – Edward, ainda não havia vindo falar comigo.

 

Ele colocou uma mecha de meu cabelo atrás da minha orelha.

 

- Não consigo ler sua mente, acho que sabe disso... Então se estiver pensando na resposta, não vai adiantar. – Parecia estar querendo amenizar o clima sombrio que me rodeava.

 

- Eloise, olhe para mim, por favor.

 

Levei meus olhos aos dele, e por momento, quase me assustei ao ver minha própria expressão refletida nos seus. Eu realmente, não estava bem.

 

- Estamos preocupados com você. Todos. Por que está se isolando desse jeito?

 

- Estou poupando vocês. Se Jasper sentisse o que estou sentido ele não agüentaria. – Falei sem emoção. Esse não era o principal motivo.

 

- Ele vai ficar bem. – Não era mais de Jasper que falávamos.

 

Suspirei fundo. Uma lágrima solitária cortou meu rosto como uma navalha.

 

- Eu o estou perdendo, Edward.

 

Ele segurou minhas mãos, mas não senti o aperto. Meu corpo estava se desligando.

 

- Eloise... Isaac não vai deixar você. Ele está resistindo por você.

 

- Não sabemos até quando poderá agüentar... A dor o está matando. – Olhei para a janela, a chuva começava a molhá-la. – E está me matando também.

 

Os braços de meu irmão me envolveram, tentei retribuir aquele abraço apertado, mas eu não encontrava as forças dentro de mim.

 

- Não! Não vou deixar você fazer isso.

 

- Você não sabe o que vou fazer.

 

- Eu te conheço bem o bastante, não preciso ler sua mente... – seus braços me apertaram mais. – Não vou te deixar morrer Eloise. Não posso perder você. E não vou!

 

- Lamento Edward. Ninguém é capaz de viver com metade da alma... E parte da minha se irá com ele.

 

Senti sua respiração pesada no meu cabelo, e poderia jurar que se ele pudesse, estaria chorando agora.

 

 

-------------------*-------------

 

 

- Temos que fazer algo. – Edward andava de um lado para o outro na sala.

 

- Sem saber o que é. Não há muito que fazer – Carlisle.

 

- Por que não perguntamos a ele. – Emmett. – Quem melhor do que o próprio Isaac para saber o que o deixou assim?

 

Todos olharam surpresos para Emmett.

 

- Não sei... – Carlisle. – Pelo que vi, a dor aumenta com o tempo, e ela lhe tira a capacidade de pensar. Há essa hora, não deve adiantar muita coisa.

 

- Mas podemos tentar... Não podemos? – Edward.

 

Carlisle olhou para ele e depois seus olhos passaram de Alice para mim.

 

Ela devia ter tido alguma visão.

 

- Sim, acho que podemos tentar.

 

Encontrando uma força que não sabia que tinha, caminhei atrás de Carlisle, Edward e Jasper.

 

Esme e Rosalie vinham atrás de mim.

 

- Tem certeza Alice? – Ouvi Bella perguntando na sala.

 

Não ouvi a resposta.

Carlisle abriu a porta do quarto.

 

Isaac chacoalhava as correntes que o prendiam na cama tentando se libertar. Seus olhos estavam ainda mais vermelhos, as linhas azuis haviam se espelhado mais pelo seu rosto. A pele de seus pulsos estava rachada.

 

- Isaac? – Carlisle começou perto da cama. – Vamos ajudar você, mas precisamos que nos diga o que está acontecendo.

 

A única resposta que teve foi um grito. E o barulho estrondoso das correntes quando foram forçadas para frente.

 

Carlisle olhou para Edward, este negou com a cabeça.

 

- Isaac! Dê-nos alguma resposta! Pense em algo! Diga que ainda está ai! – Segurou forte em seus ombros, fazendo com que os olhos vermelhos encontrassem os seus olhos dourados.

 

E ao invés de gritar como seria o esperado, murmurou.

 

- Mate-me.

 

Aquela única palavra fez com que eu desabasse. As lágrimas que tanto insistiam em não cair, vieram à tona e molharam minha face como a chuva que molhava o quintal lá fora.

 

Coloquei a mão no peito e abaixei a cabeça tentando evitar que o que restava de mim se espalhasse pelo ar.

 

Não sentia, não via, não ouvia. Meus sentidos estavam completamente desligados do meu corpo.

 

Mate-me, Mate-me, Mate-me...

 

Era tudo o que eu conseguia entender.

 

E foi por isso que demorei para perceber que o silêncio que inundava meus ouvidas, não vinha do vazio do meu corpo, mas do quarto onde eu estava.

 

Sem gritos.

 

Ergui a cabeça lentamente.

 

Olhos vermelhos me fitavam com grande intensidade por entre Emmett, Jasper e Edward. E desta vez, não havia dor neles. Havia tristeza.

 

- Ele a reconheceu. – Edward. – Eu posso vê-la em sua mente!

 

- Eloise tem que falar com ele. – Carlisle se afastou assim que eu abri caminho entre meus irmãos.

 

Sentei-me na beirada da cama, tomando cuidado para não tocar nele.

 

- Isaac... Por favor, me diga... O que está fazendo isso com você? – Falei entre as lágrimas que ainda insistiam em correr pelo meu rosto.

 

Ele abriu sua boca para falar, mas uma onda de dor mais forte invadiu seu corpo e se virou de lado, contraindo-se no colchão destruído.

 

Levantei-me num movimento, Carlisle colocou as mãos nos meus ombros e me levou até a porta.

 

- Vamos... Edward leu a mente dele.

 

Embora estivesse um pouco aliviada, eu não queria ir. Preferia ficar ao seu lado até o fim.

 

- Confie em mim.

 

E me levou porta a fora.

 

 

--------------------*---------------------

 

 

Sentei-me no sofá.

 

- Envenenado? – Perguntou Emmett sem acreditar.

 

- Exato. Na luta contra os recém criados, um deles parecia ter um poder especial, seu veneno era diferente dos outros. Ele mordeu Isaac. – Edward.

 

- Então, agora só precisamos purificá-lo?

 

- Não é tão simples. – Carlisle. – O veneno já está agindo há muito tempo em seu corpo. E não sabemos como purificar um vampiro, não podemos simplesmente fazer uma hemodiálise como faríamos em um humano.

 

- E não temos antídoto para isso. Isaac matou o recém criado. – Edward.

 

A cada frase eu sentia que o inevitável estava vindo.

 

- Acho que... Não há nada que possamos fazer.

 

Eu encarava o chão, tentando ignorar as palavras, tentando ignorar os olhares sobre mim. Tentando ignorar o desespero que assolava a minha mente.

 

- NÃO! – gritei e sai correndo escada acima.

 

Abri a porta do quarto, Isaac já não gritava, só ofegava e gemia baixo. Ele estava perto do fim.

 

Minhas mãos brilhavam como dois holofotes, aquilo me gastaria muita energia e talvez não adiantasse, mas eu não iria ficar parada.

 

- Me desculpe. – Sussurrei sabendo da dor que meu toque lhe causaria.

 

Espalmei minhas mãos sobre seu peito e ouvi seu grito próximo ao meu ouvido, podia sentir seu sofrimento perto de mim, e quase desmoronei.

 

No entanto... Mesmo se eu não fosse capaz de purificar seu corpo do veneno, eu sabia que, mesmo assim, aquele seria seu ultimo grito.

 

Seria a ultima vez que sentiria dor.

 


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Notas finais do capítulo

Bom people...

Lamento informar para vcs que este é o penultimo capitulo da fic... *chorei*

E que está foi a melhor de todas por que foi a que rendeu mais review e recomendação. E falando em recomendação.

Queria agradecer a mais uma GRANDEEEE AMIGAAA que deixou mais uma LINDAAA recomendação para decorar meu mural de 3 recomendaçções; Brigada Heloisa Cullen!!!!!!!!

E como eu tambem não vou ter esse espaço aqui no proximo cap ( que é o Epilogo) Então gostaria de agradecer a todos que mandar reviews!!!!

E anunciar que em breve vou escrever a ultima temporada da serie, né gente pq termina em Breaking Down, quem quiser continuar acompanhando, será muito bem vindo!! =D

E é isso...

Bjs e até a proxima.