Honey And The Moon - Terceira Temporada escrita por LastOrder


Capítulo 14
Argentina


Notas iniciais do capítulo

"- Encontramos os recém criados.

— Perfeito, já estava na hora. – Respondeu animada.

Tirei os olhos da estrada para encará-la e ter certeza de que havia mesmo ouvido o que ela havia dito, e para minha surpresa, ela estava mesmo animada."



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PDV Eloise

 

As pequenas gotas de água se esparramavam na janela do carro e se espalhavam devido a velocidade do carro em movimento.

 

Eu só queria era mesmo saber por que era mesmo que eu tinha que ir para uma missão.

 

E com Isaac. Sabe, minha relação com ele não estava indo as mil maravilhas.

 

 

- Por que você está brava comigo?

 

Ele perguntou rompendo o silencio que havia se estabelecido.

 

Que pergunta! Será que ele não sabia mesmo?!

 

- Como por quê? Por que você me beijou, oras.

 

Era tão obvio.

 

- Você está assim por isso? – Falou como se “isso” não fosse nada.

 

Desta vez nos encarávamos, e eu esperava que ele pudesse dirigir bem enquanto não olhasse para a estrada.

 

- Como assim “isso”? Você não pode sair por ai beijando as pessoas.

 

Joguei. Eu não sabia por que simplesmente não lhe dizia que eu sabia de todo o plano, que Jane havia me contado tudo. Mas doía pensar nisso, quanto mais dizer em voz alta.

 

- Eloise, primeiro, eu não saio por ai beijando ninguém. Segundo... – Parou e deu um meio sorriso que eu não consegui entender. – Corrija-me se eu estiver errado, mas você também me beijou não foi. Ou foi só impressão minha?

 

Droga ele havia percebido.

 

Mas é claro que ele ia perceber sua idiota.

 

Cala a boca!

 

Senti o ódio queimar em meus olhos e me virei para a janela.

 

As pequenas gotas de água se esparramavam na janela do carro e se espalhavam devido a velocidade do carro em movimento.

 

Eu só queria era mesmo saber por que eu estava com tanta raiva.

 

Suspiro.

 

- Eloise. O que posso fazer para você me perdoar? Por tudo. – Ele quebrou o silencio novamente.

 

Eu queria perdoá-lo?

 

Virei-me para encará-lo, e fui atraída por seus belos olhos de ouro derretido. Sim, eu queria.

 

- Peça desculpas sinceras e prometa que nunca mais vai fazer isso de novo. – É claro que eu estava me referindo ao fato dele me beijar. Não queria me apaixonar por ele. E isso acabaria acontecendo.

 

- Hmn... – Encarou a estrada por alguns segundos. – Que tal se eu pedir desculpas sinceras e prometer que nunca mais vou fazer isso de novo a não ser que você me peça? – E voltou a olhar para mim.

 

Ele só podia estar brincando.

 

- Eu nunca vou pedir pra você me beijar. – Minha voz sai um pouco mais fina do que eu esperava.

 

Ele apenas sorriu torto e deu de ombros como se não acreditasse.

 

- Se é você quem está dizendo... Então temos um acordo?

 

- Claro.

 

Seus olhos tornaram- se intensos de repente e eu de novo como uma adolescente do primeiro ano do colegial na frente do capitão do time de futebol, estava sem ação.

 

- Eloise, desculpe-me.

 

Nossa, ele parecia tão triste e arrependido.

 

- Tudo bem, está desculpado Isaac.

 

Na hora um belo sorriso abriu-se em seus lábios.

 

- Ótimo.

 

E o carro parou.

 

Olhei pela janela e uma placa bem grande que dizia, para minha grande surpresa e temor.

 

Aeroporto.

 

- O que estamos fazendo aqui?

 

Ele estranhou a minha pergunta.

 

- Aro quer resolver o problema rápido. Temos que chegar o quanto antes a Argentina. Por quê?

 

Eu ia dizer. Não íamos de barco??

 

Mas não.

 

- Nada. Não é nada.

 

Isaac deu de ombros e descemos do carro.

 

-----------------*----------

 

Eu estava esperando Isaac terminar de fazer o Check-in e entregar as únicas duas malas que tinhas para a mocinha do balcão.

 

Você deve estar se perguntando. Eloise indo viajar com duas malas?

 

Pois é, eu não fiz minhas malas, Heidi já as estava fazendo enquanto conversava com Aro, então assim que foi decidido que eu teria a minha primeira missão as malas já estavam no carro.

 

Em fim.

 

- Vamos. Podemos ir agora.

 

Isaac chegou com as passagens e assim que eu me levantei a voz daquele microfone de aeroporto falou.

“Ultima chamada para embarque do avião com destino a Mendoza, Argentina.”

 

Nem preciso falar que saímos correndo. O máximo que as aparências podiam, pelo menos.

 

E Chegamos quando estavam quase fechando a porta do avião. Nem sei como entrei lá dentro. Acho que era porque Isaac estava me empurrando.

 

Entramos com a aeromoça nos olhando feio.

 

Isaac estava entregando as passagens e eu procurando o assento. Numa lentidão lastimável.

 

Uma palavra. Medo.

 

Da ultima vez que eu entrei num avião estava sendo movida por outro medo (que era muito maior) de perder meu irmão, mas agora o avião era muito mais ameaçador.

 

Percebi que Isaac já estava me acompanhando quando outra aeromoça falou.

 

- Senhores passageiros queiram colocar os cintos de segurança que vamos decolar.

 

- Ahhhh! - Gritei

 

Sai correndo que nem uma desesperada pelo enorme corredor procurando meu acento.

 

E não vi mais nada mesmo, não vi todos os olhos voltados para mim principalmente.

 

Achei meu lugar, ufa. Fechei a janelinha, coloquei o cinto e me segurei a poltrona o máximo que podia.

 

Eu preciso procurar um médico! Esse medo não deve ser normal.

 

O avião começou a decolar.

 

Olhei em volta apenas mexendo os olhos e depois os fechei.

 

Acaba logo, acaba logo!!!

 

Decolagem era a pior parte. Até a voizinha tinha medo de avião!!

 

- Eloise?

 

Parei de respirar.

 

-S-s-i-i-m?

 

- Você está bem?

 

- N-n-ã-ã-o no m-m-omet-to.

 

- Hmn...

 

Abri os olhos beeemm devagar e Isaac olhava para mim como se esperasse alguma coisa.

 

O avião se estabilizou no ar e agora todos podiam tirar os cintos de segurança.

 

Tá bom que eu ia fazer isso. (ironia direta)

 

Respirei fundo para tentar me acalmar e Isaac ainda olhava para mim.

 

- O que foi? – Perguntei, desta vez um pouco menos nervosa.Fingindo que nada havia acontecido.

 

Ele continuou me encarando mas desta vez parecia estar pensando em alguma coisa, a mesma expressão que Carlisle fazia quando tinha que pensar sobre algo. E ficou assim por alguns minutos.

 

- Eloise?

 

Evitei engolir em seco. Odeio quando descobrem que tenho medo de andar de avião, e sinceramente, eu paguei um tremendo mico agora pouco.

 

- Sim?

 

- Quando você nasceu?

 

Sabe aquelas situações que te pegam completamente de surpresa e você meio que fica com uma cara de idiota, de quem não ta entendendo nada. É disso que eu to falando.

 

- Como?

 

- Quando você nasceu? – Perguntou novamente. Eu não consegui ler suas reais intenções.

 

- Em 1901, em Chicago. – Respondi.

 

-Hmn... Nunca fui para Chicago. Como é a cidade?

 

Era impressão ou ele estava tentando puxar assunto.

- Bem... Já faz algum tempo que não vou para lá, a ultima vez era o ano de 99, mas dizem que não é muito diferente de uma cidade grande.

 

- Claro. É sua vez.

 

- Do que?

 

- De perguntar alguma coisa sobre mim.

 

 

---------------*---------------

 

 

PDV Isaac

 

Minha técnica havia dado certo. Eu sabia que a curiosidade de Eloise faria com que ela se esquecesse completamente de que estava em um avião.

 

E eu meio que a entendia, não que eu tivesse medo de andar de avião, mas fora um meio de transporte muito radical ao qual eu tive que me adaptar. E talvez fosse por minha idade, talvez não, eu preferia ficar com os pés na terra e encarar longas viagens de carro.

 

- Como você foi transformado? – Perguntou com a curiosidade evidente.

 

A imagem de Samantha me veio naquele momento, particularmente, não gosto muito de falar nela. A minha vida poderia ter sido muito diferente se não a tivesse conhecido, mas...

 

- Bem... – comecei hesitante.

 

- Senhores passageiros sejam bem vindos à cidade de Mendoza. Horário local sete da noite, obrigado por escolherem viajar conosco.

 

- Nossa, já chegamos.

 

Eloise pareceu surpresa ao ver que já havíamos chegado. Esquecendo-se da pergunta que havia me feito. Segurei um suspiro aliviado.

 

 

--------------*----------------------------

 

 

Estávamos indo para o hotel onde ficaríamos hospedados, já era quase noite e Eloise estava entretida vendo as lojas que passavam pela janela do carro que havíamos alugado.

 

Acho que ela nunca havia vindo fazer compras na Argentina.

 

Quando meu celular tocou. Eloise me encarou com um olhar questionador.

 

- Demetri?

 

- Isaac, localizei um grupo de recém criados, estão a dez km de vocês, à leste. Perto de uma reserva.

 

Pensei que poderia adiar esse confronto por algumas horas, e assim tentar deixar Eloise no hotel enquanto resolvia o problema sozinho, mas pelo visto, isso não iria acontecer.

 

- Isaac, você escutou o que eu disse?

 

- Sim, estamos indo pra lá.

 

- Certo.

 

Desliguei o celular e Eloise me olhava com olhos cheios de duvidas.

 

- E então? – Perguntou.

 

Suspirei.

 

- Encontramos os recém criados.

 

- Perfeito, já estava na hora. – Respondeu animada.

 

Tirei os olhos da estrada para encará-la e ter certeza de que havia mesmo ouvido o que ela havia dito, e para minha surpresa, ela estava mesmo animada.

 

- Por que está tão feliz?

 

- Eu gosto de lutar, é divertido. – Respondeu dando de ombros como se fosse a coisa mais normal do mundo.

 

- Como é?

 

Ela me encarou inocentemente.

 

- Isaac, você não é o único que sabe lutar.

 

- Você não precisa provar que luta melhor do que eu!

 

- Essa não é a questão, eu só gosto de lutar, é tão difícil entender? – Ela perguntou ainda sorrindo, como se soubesse que nada do que eu fizesse fosse afastá-la da sua pequena “diversão”.

 

- Então ficar no hotel está completamente fora de questão pra você?

Ela sorriu ainda mais.

 

- Completamente.

 

 


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