Os 48º Jogos Vorazes - Interativa escrita por Marquise Spinneret Mindfang


Capítulo 6
Despedidas (parte 2)


Notas iniciais do capítulo

Aqui está a continuação. Dividi o capítulo em dois porque se não ficaria muito grande!



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DISTRITO 7

Harriet e Michael estavam em pânico. Os dois.

O primeiro motivo é que bem… ambos foram sorteados para os Jogos. O segundo motivo? Eles são primos de primeiro grau, e Harriet cresceu na cola do mais velho.

Agora aos 13 anos e aos 18, ambos foram sorteados.

À primeira vista eles nem conseguiriam se passar por parentes. Harriet era baixinha, pele morena, longos cabelos castanhos e sorriso gentil.

Michael era uma montanha de músculos de 1,90m de altura, com corpo trabalhado durante anos para se tornar um lenhador. Seus cabelos ruivos iam até um pouco acima do ombro, olhos verdes, barba rala e pele branca cheia de cicatrizes.

E agora estavam o tio de Harriet, Paul, lhe dando dicas e levantando o humor dela, enquanto a tia de Michael, Ray, se despedia do rapaz, e lhe implorava aos prantos para proteger sua menina.

DISTRITO 8

Aurora disse tchau para a diretora da escola onde ela trabalhava quando a mulher teve que sair da sala. Já tinha se despedido dos pais, de Igor, da vários professores e nada de Simon aparecer.

Começou a ficar impaciente e receosa.

Então a porta se abriu, e Simon entrou como um furacão.

— Já estava achando que você não vinh… - Simon puxou Aurora pela cintura com uma mão e lhe deu um beijo quase cinematográfico.

A garota franziu as sobrancelhas ao sentir o gosto do álcool e o empurrou.

— Qual é o seu problema?!

Simon começou a rir histericamente, e Aurora viu a garrafa na mão dele praticamente vazia. Simon tinha sumido quando ela foi sorteada, e agora, cerca de uma hora depois, ela finalmente se tocou de que ele provavelmente se trancou em algum bar bebendo até se lembrar de que ela estava ali.

— O meu problema… - ele falou, a voz embriagada. – é Robert Craftheart! – Ele sentou no chão. – E O FATO DE QUE ELE VAI TE ESMAGAR COMO UMA FORMIGA! – Gritou, jogando a garrafa na outra parede.

Então agarrou o próprio cabelo e começou a chorar. Aurora não gostava de gente bêbada, mas ver seu amigo Simon assim foi de partir o coração.

— Está tudo bem… Vou ficar longe do Craftheart. Vou voltar.

— Todos dizem isso.

Aurora não soube o que responder e apenas o abraçou.

Na outra sala, Robert descansava com os braços atrás da cabeça já no trem. As coisas são assim quando ninguém está nem ai para você. Simples, fácil e prático.

Sem chorinhos e draminhas familiares. Robert só conseguia pensar no quanto tudo isso era ridículo, e pensando nisso, dormiu.

DISTRITO 9

Mariam tinha quinze anos, mas parecia mais velha. Não em personalidade é claro. Ela era a típica adolescente rebelde incompreendida. Mas quem a visse de longe (e conseguisse ignorar seus volumosos cabelos verdes) pensaria que ela tinha no mínimo uns 25 anos.

Era nisso que seu namorado George pensava, vendo a moça lhe dizer pela quinta vez o porquê poderia ganhar.

O rapaz gostava de pensar que Mariam só era verdadeira com ele. Que ela realmente era amorosa, carinhosa e gentil, e se mostrava para os outros como uma garota revoltada, egoísta e fria como uma máscara. Mas até ele sabia que isso era mentira. Mariam usava uma máscara sim, mas era quando estava perto dele.

A garota o beijou, ansiosa para ir para o trem, e George suspirou indo embora.

Enquanto isso Samuel ouvia suas ultimas informações sobre plantas venenosas. Como batatas.

Sim, sua mãe tinha alguma obsessão com batatas venenosas.

O garoto de 12 anos assentia, e procurava colocar o máximo que podiam na caixinha do “IMPORTANTE” no seu cérebro.

Por fim a mulher deu um beijo na testa do filho, bagunçando seus cabelos negros.

DISTRITO 10

Panda se despediu de todos os que eram importantes para ela, e estava só esperando os pacificadores, mas a porta de abriu, revelando aquela mesma menina sinistra da Colheita.

—Olá! – a menina a abraçou. Pandora ainda estava sem saber como agir. Aquela menina a confundia. – Sonhei com você.

— E o que acontecia no seu sonho? – Perguntou a jovem. A menina sorriu.

— Seu cabelo brilhava comprido e platinado enquanto você estava diante do palco como a vencedora dos 48º Jogos!

Pandora sorriu ao mesmo tempo em que a menina fechou a cara.

— Só não corte seu cabelo até lá.

Na outra sala, Leonard disse a si mesmo umas trinta vezes que seu pai, Devan, não apareceria.

Mesmo assim, ele ficou triste, zangado até, enquanto os minutos passavam. Mas o que podia esperar de um homem que disse preferir ver o filho morto a aceita-lo como ele é?

Nesse momento, a porta abriu. Kevin entrou devagar.

— Desculpe.

— Pelo que? –Perguntou Leo.

— Pelo seu pai. Olha foi minha culp…

— Você não me beijou à força Kev. Eu retribuí. E sabia dos riscos do meu pai chegar naquela hora. A culpa é minha não sua.

— Mas… então…- Kevin o olhou, magoado. – Por quê se voluntariou?

Leonard sorriu de lado, triste. Explicou tudo sobre orgulho sobre a conversa com o pai.

Por fim eles se abraçaram. E quando os pacificadores abriram a porta, Kevin roubou um beijo e Leonard nunca se arrependeu tanto de ser voluntário.

DISTRITO 11

Nina estava abraçada a seus dois melhores amigos. Os três eram inseparáveis, tendo crescido juntos no Orfanato, e foi um grande choque para os três quando Nina foi sorteada.

A garota sorriu para os dois.

— Olhem pelo lado bom… tantas tentativas de fuga dos pacificadores me deixaram quase expert…

Grace e Toby riram um pouco. Eles sabiam bem do que ela falava, e sim, ela tinha razão. Apesar de boa lutadora, podia não conseguir lutar contra um carreirista talvez, mas com certeza saberia montar uma estratégia.

Aldrick conversava com seu pai não muito longe dali.

— Não se esqueça de tudo o que nós treinamos.

O ruivo de olhos claros assentiu e moveu as mãos, sinalizando algo e por fim apontando para a própria boca. O pai fez cara feia.

— Acho que a esta hora essa devia ser a última das suas preocupações, Al! Se o entrevistador Howard não conseguir te entender os capitalistas chamarão alguém para traduzir o que você diz!

O filho sorriu e abraçou o pai, que correspondeu num abraço apertado. Por fim Aldrick se afastou e moveu as mãos.

—Também te amo, filho.

DISTRITO 12

Gaby despediu-se de sua mãe primeiro, e logo após isso do Sr. Jensen e sua filhinha Peyton. Antes de ele partir, a garota o fez prometer que ia pedir a mãe em namoro logo, e cuidaria dela.

Ele ficou vermelho, mas prometeu.

Por fim Jay.

O melhor amigo parecia estar se sentindo ainda pior do que a menina de cabelos castanhos.

A presença de Erik deixava uma tensão no ar quase palpável.

Por fim, o garoto murmurou algo.

— O que disse? – perguntou ela, baixinho. O rapaz se aproximou dela e descansou a cabeça em seu ombro, abraçando-a.

 - Eu disse… que não posso perder você também.

Gaby levou a mão ao cabelo macio de Jay.

— Você não vai me perder também, Jason Jones.

Jay sorriu um pouco triste. Soltou-se do abraço e se afastou apenas o necessário para conseguir olhar a garota nos olhos. Gaby sentiu borboletas no estômago quando o rapaz sorriu de lado, fixando seu olhar na boca dela.

Ele aproximou o rosto devagar, encostando a testa e cerrando os olhos, antes de finalmente colar os lábios aos dela, que abraçou o pescoço do garoto e se esqueceu dos Jogos, da Colheita e de Morte.

No trem, já esperando, Jason jogava Pif Paf com a mulher da Capital, Sall.

Não Jason Jones, amigo da Gaby. Seu nome era Jason Veneanar, e já tinha se despedido da mulher e da criança.

Sall perguntou com a voz de criança, como quem não quer nada, mas o rapaz de cabelos castanhos viu o ar de curiosidade em seus olhos.

— Era sua irmã?

— Minha noiva. – Ele respondeu, dando de ombros. Era comum as pessoas confundirem. Os dois eram parecidos. A maioria dos moradores do distrito 12 eram parecidos. Cabelos castanhos, pele morena, olhos da mesma cor.

— Oh, noiva com 18 anos? – Sall perguntou, sorrindo. Jason deu de ombros. – Mas não, não… não me refiro a ela. Me refiro à menininha. Qual o nome dela?

— Ah… - Jason sorriu de lado. – Se chama Samantha. Chamamos ela de Sammy. Tem quase dois anos.

— Ela é uma fofura! Deve ser um irmão muito orgulhoso, hein?

Jason riu e ganhou o jogo. Por fim se encostou na cadeira e fitou a capitalista.

— Ela é minha filha.

 

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Notas finais do capítulo

Na imagem estão todos os nossos tributos! Espero que tenham gostado e deixem um comentário caprichado ;) ahaha!

Abraços