Aventure-se. escrita por KahHunter


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Eu havia escrito esta fic somente por diversão, mas espero sinceramente que gostem. Sei que não é muito normal misturar duas séries completamente diferentes, mas são as minhas favoritas a qual eu acompanho desde sempre haha

Boa leitura!



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Espero que ninguém me ache uma completa estranha por dizer isso, mas juro, era um dia completamente normal na minha vida quando dois caras apareceram na minha porta.

Eu tinha me inscrito numa promoção maluca de adoção. Não tinha ideia de que seria escolhida, juro. Vou explicar.

Sabe o tédio que você sente quando sua vida se transforma numa monotonia insuperável? Eu estava em um desses dias.

Ouvia música enquanto via minha linha do tempo do twitter, um tédio total. Até que vi um post que dizia:

"Clube de adoção. Se inscreva aqui: Vidanovavida.com/queroseradotada"

Fiquei curiosa e cliquei no link. Fiquei horas e horas vendo se não era marmelada e juro, não era. Funcionava assim, você se inscrevia (500 dólares, coloquei o numero do cartão do meu pai, o que me fez ficar encrencada como vou contar daqui a pouco), criava seu perfil, e ficava postando, enquanto esperava algum "responsável" querer te adotar. Fiquei mais de um mês postando, fiz algumas amizades que também tinham o mesmo objetivo que o meu, ou seja, sair de suas cidades inúteis.

E nisso minha aventura começava.

Certo dia, ouvi meu pai batendo na porta do meu quarto bem forte, minha cabeça doía. Levantei, abri a porta com minha cara de zumbi matinal e ele começou a "gritar". (Entre aspas porque meu pai não gritava, ao invés disso ele falava lentamente pra parecer mais sério)

-500 DÓLARES!!!!!!!!

An?- Eu não tava entendendo nada.

-500 dólares pra se inscrever em um site pra ser adotada???

Foi aí que eu entendi. Ri pra caramba.

-Do que a senhorita esta rindo?-meu pai perguntou

-Nada, me desculpa. Não sabia que daria certo. E tambem já faz um tempo que eu fiz isso.

-A questão nem é o dinheiro... Porque eu nem ia perceber que a conta diminuiu quase 650 dólares . Eu só percebi quando apareceram dois malucos na minha porta perguntando sobre você.

Arregalei os olhos.

-Estão atrás de mim?

-Sim.-Meu querido pai respondeu agora rindo da minha cara.

Sai pela porta direto pra sala de estar onde vi dois caras sentados no sofá. Um deles levantou, ele vestia um terno bem arrumado, o outro ficou me olhando ainda sentado com cara de nojo, talvez porque meu cabelo parecia o de um palhaço, ou talvez pela baba seca no meu rosto.

-Viemos aqui te buscar, você não respondeu os emails da agencia. Vejo que seu pai ainda não esta ciente da situação. -O de terno disse.

-Vou explicar toda a "situação" pro meu pai.-entrei e chamei-o.

-O senhor tem que deixar eu ir -fiz carinha de cachorro faminto

-Como asim garota? Você perdeu o juízo?

-Pai por favor, é meu sonho. O senhor nunca teve um sonho?-Disse na tentativa fracassa de fazê-lo se render.

Ele não disse nada, só calou.

-Eu quero fazer alguma coisa grande, quero viver mais. Eu tenho força de vontade, luto em tantas tentativas em vão de ser alguém, mas sempre é por nada. É sempre quase, quase. Nunca consigo definitivamente. Sempre quando tem uma oportunidade nova, vem alguém e diz "Você não conseguiu, mas foi QUASE!!! -Não tinha percebido, mas eu tinha começado a aumentar o tom de voz -Eu só te digo uma coisa pai, quase, quase nunca é o suficiente. Nunca.

Ele olhava pra mim, mas eu não o encarava. Depois de respirar fundo ele disse taciturno, mas decidido -Vou informá-los do que eu acho de toda essa situação.

Ele foi até a sala, pensei estar tudo acabado, pensava que ia ser mais uma tentativa que ‘quase’ dava certo se não fosse por um pequeno problema, como sempre.

Por mais que eu não quisesse escutar, era inevitável, as paredes eram finas dava pra ouvir o que eles conversavam. Eles estavam sussurrando. O que me fez ter uma pintada de esperança. Saí pela porta me escondendo pra que ninguém me visse, mas fui dar uma rápida olhada pra ver se eles ainda estavam lá, mas o cara que estava sentado me viu e sorriu, o que me fez ficar furiosa.

-Olha ela aí-Ele disse apontando

Saí das sombras, "tirei o precioso". Mas com cara de mau. Hum.

-Que bom que você ouviu, é bom que não é preciso repetir toda essa novela mexicana.

-DEAN! -O cara de terno o repreendeu. -Ou você se comporta ou já sabe o que vai acontecer com você.

Ele ficou quieto. E agora sei o nome desse palhaço filho da mãe.

-E aí, o que vai ser?-Disse o mais séria possível

-Decidi deixar você ir...-Meu pai disse tristonho. -Você já tem dezoito anos, e já que quer tanto. E pelo o que Mariel me contou você vai ser de grande ajuda para o senhor Dean Winchester aqui.

Dean fez cara de blefe. Ainda não sabia do que eles estavam falando. Mas que se dane eu ia com aqueles idiotas.

-Sério??? MEU DEUS. -Não conseguia parar de sorrir

-A coisa toda vai funcionar assim, você vai arrumar suas coisas, e já que eu expliquei tudo pro seu pai, o Dean, que é o cara que vai te "adotar", vai explicar tudinho pra você.

O mau encarado, Dean se levantou e eu fui pro meu quarto ainda feliz, mas só com um pensamento na cabeça. Chegando no quarto eu fui arrumar minhas coisas, fazer a mala. Depois fui tomar um banho e me arrumei completamente, entrei no quarto e vi Dean mechendo nas minhas coisas, que abusado!

-Ei! Por que meche nas minhas coisas? -Dissse enquanto tirava meu caderno das mãos daquele infeliz.

-Calma, moça. Agora nós somos uma família feliz. A partir de hoje me chame de maninho perfeito -Aquilo parecia sarcasmo

-Maninho? Você já tem idade pra ser meu pai sabia? -Falei rindo, só pra debochar dele

-Haha, muito engraçado. Vou logo te explicar essa maluquice toda, -Ele disse sentando na beira da cama -Meu nome é Dean Wincherster. Tenho várias observações da polícia dos EUA e para poder conseguir "pagar" tudo que eu devo tive que fazer um acordo com os agentes do departamento. Esse cara de terno do tipo pastor aí na sua sala é o meu advogado.

Eu estava boquiaberta. Um criminoso queria ser meu “maninho”.

-Você tem sorte que eu não sou de julgar as pessoas, mas que tipo de observações são essas?

-Porte de armas ilícitas, identidades falsas, arrombamento de residências... Coisas do tipo.. -Ele disse super tranqüilo

Fiquei em silêncio, ele me olhou e disse:

-Qual é. Vai dizer que tá com medo? Eu te juro, se fosse por mim eu nem estaria aqui nesse buraco. Olha, Mariel é o cara que ficou conversando com você naquele site idiota. Ele disse que seu perfil ou sei lá o que era parecido com o meu, e achava que nós fossemos nos dar bem, e também que seria mais fácil pagar tudo o que eu devo passando alguns meses com alguém que eu suporte. O que olhando agora percebo que ele estava errado. Primeiramente você está com medo, então não somos nada parecidos.

Como assim? O que aquele estúpido tava dizendo?

-Eu? Com medo de você? Qual é cara, identidade falsa? Quantos anos você tem? -Ia dizendo como se fosse expert em crimes -E devo concordar com você não somos nada parecidos, mas como vou ganhar algo que quero muito fazendo isso, eu vou te ajudar. Até porque sou uma pessoa muito generosa.

...

~Dean~

"Generosa, essa baixinha ia me dar muito trabalho, vou me arrepender, mas não vai ser tão difícil, comparado às coisas que sou acostumado a enfrentar". Pensava enquanto ia em direção de Mariel e do pai da maluca, que tinha pegado uísque pra todos.

-Você parece me ser confiável. -Agora ele vai dar um de Yoda -Espero que não deixe nada de mal acontecer com a minha filha -Como que de repente olhei nos olhos daquele homem e pude sentir a dor que ele sentia. Aparentemente eram só ele e a filha que moravam alí, ela iria embora, ele ficaria sozinho, ele estava abrindo mão da única coisa que o restava pra ver a filha feliz.

Família. O que não fazemos por esses ingratos?

Até eu, caçador, mandão, mau encarado tenho meu ponto fraco, que parece ser o mesmo desse pobre homem. Minha familia não está toda presente, eu tenho meu irmão mais novo Sammy. Faria tudo por ele, tanto o que eu já fiz. Ele é tudo que eu tenho...

Meus pensamentos foram interrompidos, a garota saiu do quarto com uma mochila nas costas e uma mala sendo puxada. Mariel levantou, eu levantei, mas o pai ficou lá, sentado, encarando seu copo de Uísque. Coloquei minha mão no ombro dele e disse:

-Não se preocupe, cuidarei da sua filha como se fosse uma irmã.

Ele levantou e agradeceu e foi abraçar a filha. Peguei a mala dela e fui esperar lá fora. Eles tinha que se despedir.

....

~Lauren~

Eu não ia conseguir, já não queria mais abandonar meu pai. Até que ele sorriu, beijou minha testa e disse:

-Você vai, e seja feliz. Venha visitar seu velho, e traga meus 500 dólares. -Aquilo me fez sorrir, meu paizão, apesar de tudo era o melhor. Consegui prender o choro.

-Tchau, pai. -Disse e fui em direção a porta, ele voltou pro sofá.

Saí e pude ver Dean fechando o porta-malas.

-Pronta bebezona?

-Vai lamber sabão cara. -Disse e entrei no carro.

Mariel dirigia, Dean foi no banco ao lado dele. Eu fiquei atrás, olhando pela janela do carro, será que isso daria certo? Eu estava com medo, mas minha primeira aventura havia começado e eu não me atreveria a desistir. Uma nova vida começava pra mim, e eu dizia adeus pra um mundo que eu nunca me senti bem em fazer parte. Entrei no facebook e tive o prazer de postar: "Adeus, otários".


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