Life and Death escrita por UmLeitorFilosofo


Capítulo 2
Amor e Ódio


Notas iniciais do capítulo

demoro, mas taí.



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Nunca pensei que a sensação de matar fosse daquele jeito, sempre vejo esses filmes de terror onde os vilões são assassinos psicóticos que riam da morte de suas vitimas, será que o medo e a angústia também afetaram eles? Não sei dizer.

Era um dia estranho, minha cabeça doía enquanto as pessoas ao meu redor cantavam e choravam em luto pela minha primeira vítima. O túmulo de Hiden era revestido com madeira e concreto e havia várias flores brancas ao redor dele. A mãe do meu amigo, Susan Demegawa, estava aos berros e eu até imaginava a dor dela afinal ela também perdera seu marido nos tempos de Kira.

—Que coisa chata. - reclamava Hyuuk. –Quando vamos para casa?

Era obvio que eu não podia respondê-lo no meio de tanta gente, mas acho que ele está acostumado com isso, de acordo com ele, os shinigamis vem ao nosso mundo desde muitos e muitos anos atrás, Hyuuk já deve ter tido milhares de “mestres” antes de mim, até mesmo Kira.

A maioria dos alunos da Universidade Nyo Shen estava presente no enterro e isso incluía meu arqui-inimigo Keith e sua namoradinha perfeita Touka, eu tentei até resistir, mas não pude conter meus olhos, quando percebi já estava olhando para ela, ela era tão bonita e tão má.

As músicas cessaram e o enterro acabou, fui o primeiro a sair daquele inferno. Quando finalmente estávamos sozinhos, Hyuuk falou.

—Então, o que sente pela humana é tão forte para mate-la viva?- ele riu.

—Infelizmente, sim. Pelo menos por enquanto.-

—AH! FINALMENTE TEREMOS UM POUCO DE AÇÃO AQUI!- Ele comemorava loucamente, algo que eu nunca imaginei que Hyuuk faria, talvez seu tédio seja grande mesmo. –Como vai mata-la?-

—Não se preocupe com isso, quero que você veja e entenda exatamente o que vou fazer, mas pode considerar como um simples teste. Quero chegar aos limites do Death Note.-

 -Eu já lhe disse tudo o que precisava saber Haise, todas as regras que estão escritas no Death Note e todas as que não estão, não é o suficiente para se divertir?-

 -Não, mas eu sou grato que tenha me explicado tudo que sabe sobre o caderno, infelizmente, eu quero algo que não está escrito nele, e, principalmente, algo que você não sabe.-

 -Falando assim, até parece um pouco com o antigo portador do meu caderno, HÁ HÁ HÁ.-

 -Por falar nisso, eu descobri informações da casa onde encontrei este caderno, moravam quatro pessoas lá, um deles fazia parte do grupo de ação contra Kira e também tinha seu filho que está desaparecido, o nome dele é... - me esqueci daquele nome, era um pouco estranho, mas acho que era... – Light Yagami, você sabe se ele tem algo haver com o Death Note?-

  -Eu não sei, acho que vi esse nome em um algum lugar, ou em alguma página. –

  Finalmente chegamos em casa, mamãe me esperava, ela me abraçou.

 -Não se preocupe Haise, seu amigo sempre estará vivo em nossos corações. –

  O luto era tão deprimente que me fazia esquecer que existiam pessoas ruins no mundo. Ela me soltou e fui correndo para meu quarto. Fui direto para meu computador, levantei a impressora digital e peguei o Death Note no fundo falso dela. Abri o caderno. Eu já havia analisado todas as regras do caderno, eu estava pronto para finalmente agir, mas é sempre bom rever seu trabalho antes de entrega-lo.

  “Se a causa da morte for escrita dentro de 40 segundos após o nome da pessoa, assim será feito.”

  “Se a causa da morte não for especificada, a pessoa morrerá devida uma parada cardíaca.”

   -Eu tenho uma pergunta Hyuuk. -

   -Pois diga He He. –

  -Basicamente, eu posso controlar alguém totalmente desde que ela morra no final?-

   -Eu não diria totalmente, é claro que ninguém pode fazer algo que não sabe, muito menos algo que nunca pensaria em fazer, tudo tem limites. –

    -Ótimo. –peguei a sacola com maças debaixo da minha escrivaninha.

   Os olhos de Hyuuk ficaram tão grandes, como se ele tivesse visto o amor da sua vida. Ele pegou todas as maças da sacola e em menos de três segundos, engoliu cerca de 20 maças inteiras.

  -Toda vez que me responder uma pergunta importante, vai ganhar dezenas dessas mesmas maças, talvez eu até plante uma macieira no quintal. – disse eu.

    -Então basicamente eu sou seu bichinho de estimação. É melhor saber agora mesmo Haise, eu sou apenas um espectador do seu teatro suicida... –

   -Não me venha com besteiras agora Hyuuk, tenho muita coisa para fazer hoje. –

    Peguei o Death Note, coloquei o mesmo em uma mochila e sai de casa dizendo para minha mãe que agora eu estava matriculado em um curso técnico, e iria sair para ele todas as tardes.

    A chave da casa 680 ainda estava no meu bolso, entrei nela. Agora eu terei que aguentar o cheiro insuportável de decomposição dia após dia, aquela seria minha segunda casa a partir de hoje. Subi para o quarto de Light, o antigo morador da casa, posicionei o caderno na escrivaninha e peguei a única caneta lá. Li a quarta regra do Death Note.

   “Após a causa os detalhes da morte devem ser fornecidos nos próximos 6 minutos e 40 segundos.”

   Certo, então eu tenho quase 7 minutos para escrever os detalhes e 40 segundos para escrever a causa após o nome da pessoa no caderno, e o rosto dela na minha mente. Observei o redor do quarto, havia um relógio circular pendurado na parede, mas parecia quebrado, Hyuuk estava deitado na cama, também quebrada, observando tristemente uma maça apodrecida. Peguei o jornal que estava na minha mochila, a matéria principal do caderno falava sobre um criminoso muito perigoso que havia escapado da prisão, um acontecimento excelente para meu teste.

  Para que tudo corresse de forma correta, eu teria que providenciar os mínimos detalhes, este era meu ultimo teste com o caderno e talvez, o teste mais importante, não poderia falhar.

   -Ainda estou confuso Hyuuk. -

    -Mais alguma pergunta sobre o caderno?-

    -Não, eu estou meio incerto do que farei com o Death Note. -

  -Até onde sei você pode fazer o que quiser com ele, e depois simplesmente dar à posse do caderno a outra pessoa, e se safar de tudo. –

     -Não, se fizer alguma coisa em nome de Kira, quero me lembrar. –

    Comecei a escrever, eram informações bem extensas então tive que me apressar, assim que terminei de escrever tudo arrumei minha mochila e sai.

     No dia seguinte, fui para escola com muito sono, passei a noite inteira vendo possíveis falhas no meu teste, e nada, tudo não poderia estar mais certo, mas teria de um jeito ou de outro que ir para escola, as provas estavam próximas e um ponto importante do teste estuda nela.

     É interessante a forma como Hyuuk fica quando não come maças, sem os ataques de loucura a escola seria um tédio. Nunca tinha percebido, mas neste momento, Hiden me fazia falta, talvez seja verdade, só sabemos o que temos quando perdemos. Mas ficar sozinho me faz pensar, pensar muito.

      Procurei por toda parte, mas não vi Touka em lugar algum, talvez ela estivesse doente, mas era seu papel no teste que importava, fiquei preocupado um momento, mas quando vi Keith todo louco fiquei feliz. Talvez meu teste não vá falhar.

    Corri para casa todo animado, guardei tudo e me arrumei além de organizar a roupa para os próximos velórios. Corri para o show.

       -Está preparado para o segundo ato, Hyuuk?-

        -Sempre estou. – Ele riu.

     Cheguei uns 30 minutos adiantado, mas não podia esconder minha ansiedade, pela primeira vez na minha vida, fiquei feliz.

        Esperei, esperei e esperei, pensei em tudo o que podia acontecer, me deu água na boca, eu parecia Hyuuk com um sorriso estampado no rosto. Mas ninguém apareceu, cheguei a pensar que ninguém morreria, então ouvi o som da porta se abrir.

       Keith entrou, ele parecia bem sério, Hyuuk o olhava demonicamente e eu também. Ele vestia uma jaqueta preta, e teclava rapidamente no celular. Tudo corria como planejado, ele olhou ao redor, cheguei a pensar que ele me veria o que acabaria com toda diversão, mas não, o Death Note é mesmo surpreendente. A porta se abriu novamente, Touka entrou.

    Eu pensei que meu coração ia pular para fora, matar realmente é assim?!

       -O que houve Keith? – Sua voz era tão doce, e tão macabra.

       -Está havendo tanta coisa. - respondeu Keith

       -Você está bem?- perguntou ela.

      -Estou com frio. – Touka o abraçou, por um momento vi a cena com eu como Keith, não sei o que devo sentir por ela, não sei o que vou sentir depois. – Quero me sentir bem, mas tudo o que faço é ruim. -

       -Do que está falando? Tudo o que fizemos foi por pura diversão!-

       -Então porque eu apenas choro?- Keith soltou um sorriso.

       Começou.

     Infelizmente, tudo aconteceu rápido demais. Keith prendeu as mãos dela com algemas, Touka ficou parada com um olhar assustado, Keith começou a tirar as roupas dela, apalpava cada parte sinuosa do corpo de Touka, ela gritou e ele colocou fita adesiva na boca carnuda dela. Essa era a primeira vez que eu via um estupro, mas realmente era o que vinha depois que me agradava, é uma dádiva que eles não escutassem a risada de Hyuuk senão eu estava ferrado, era uma união de gritos sussurrantes e risadas extravagantes como uma opera. Então Touka atacou, ela chutou o saco de Keith e correu para porta, mas quando menos esperava, morreu. Isso mesmo morreu, três tiros no peito e uma raspando na cabeça.

    -Não, não, não... Você não vai fugir. - disse Keith.

   O rapaz se aproximou do corpo caído, ele não parecia notar que ela estava morta (exatamente como eu especifiquei). Quando começou a toca-la, ele parou, saiam lagrimas de seus olhos cinzentos, talvez o corpo dele estivesse mandando algo que o cérebro não ordenou, ele perdeu o controle. O sangue de Touka, tão vermelho quanto uma rosa, manchava suas mãos. Então, Keith pegou a arma novamente, colocou a altura da cabeça, esperei espontaneamente o seu suicídio, mas ele olhou pra mim, era um olhar assustado, e apertou o gatilho.

     Sai rapidamente do local, corri para casa, minha verdadeira casa. Entrei no quarto e tranquei a porta, eu estava com medo. Olhei no relógio, eram 16:55, mortes extremamente pontuais. Hyuuk afirmou.

     -Já pode começar a me explicar.-

    -Bom, por onde começo?- Pensei. –De acordo com o Death Note, o usuário pode meio que controlar a sua vitima antes que ela morra, porém só posso controlar alguém que vá morrer, por exemplo: Keith só mataria Touka se tivesse colocado o nome de ambos no Death Note, como eu fiz.-

    -Mas como fez isso, como Keith apareceu com uma arma?!- Hyuuk parecia empolgado.

    -Primeiro, tive que prepara-lo, fiz com que o criminoso perigoso que estava solto, invadisse a casa de Keith, especificando os detalhes claro, assustando assim a família do rapaz, o pai de Keith por acaso é policial, controlei ele então para que entregasse uma arma para seu filho, por pura e divina segurança, Keith devido aos acontecimentos da noite passada, apareceu meio estranho na escola. Fiz com que ele chamasse sua namorada, como também planejei o estrupo, que infelizmente não aconteceu, quando fiz com que ela se soltasse, a primeira reação de Keith seria pânico, e com a arma em sua posse, matar ela foi como um passe de mágica, e como Keith teria que morrer mesmo, apenas fiz com ele se matasse.Assim a policia japonesa nunca poderá me culpar.-

    -Mas você controlou ainda duas pessoas, o criminoso e o pai. - disse Hyuuk feliz.

   -O criminoso já deve estar morto agora, acidente de carro em uma fuga, já o pai de Keith eu não podia simplesmente mata-lo hoje, seria mais que uma coincidência, pai e filho morrerem no mesmo dia de formas diferentes, depois de muito tempo, o pai percebera o que fez, e se matará. Com isto, meu teste está concluído. -

     -Você acabou com uma família por um simples teste? Que ousado, não é algo que Kira pensaria em fazer. -

     -Eu não sou Kira, e esse não foi um “simples teste”. Hyuuk imagine a diversidade de coisas que eu posso fazer com esse pequeno caderno, controlar pessoas e as matar, apenas com caneta e tinta, posso provocar uma Terceira Guerra Mundial, posso provocar terremotos e desastres naturais para matar uma simples pessoa. Talvez Kira seja um burro mesmo, teve esse poder divino, e ainda morreu, que patético. Ele se dizia o Deus do Novo Mundo?! Há Há, não passava de um tolo, eu mesmo serei o deus, mas não de um novo mundo, eu governarei este mundo. Serei o Deus deste mundo, e neste sempre haverá mal, a justiça nunca prevalecerá, Kira é um tolo por tentar mudar este mundo. –

   -Mas, se este é um mundo mal, então você será um deus mal? – perguntou Hyuuk

  -Eu serei o Novo Deus Mal... - sou interrompido pela mudança espontânea no canal da televisão.

  De repente a tela fica branca, lembrei-me das vezes em que as mensagens de L, o detetive que parou Kira, passavam na TV, será que L já sabe da minha existência, é impossível. Mas o que estava escrito na tela branca não era “L”, o que estava escrito era... “Kira”. Antes de pensar na possibilidade de um segundo usuário de Death Note no mundo o áudio da mensagem foi passado.

 “Olá, eu sou Kira. Perdoem minha intromissão, tenho apenas uma pequena mensagem, na verdade, se trata de uma proposta. Estou disposto a me vingar de L, se é que posso chama-lo assim, porém só posso mata-lo se possuir seu nome verdadeiro, e não, eu não proponho mais uma batalha, mata-lo é meu objetivo final, então necessito que descubram seu nome verdadeiro, e mesmo que não obedeçam mais minhas ordens, tenho o nome de todos os atuais presidentes de todo mundo, e posso matar um após um sem nenhum problema, a escolha é de vocês. Por enquanto só transmitirei esta mensagem aqui, no Japão, mas logo, todos os outros países já terão consciência desta minha proposta. Peguem suas pipocas e refrigerantes, pois o show retornou.”

   Olhei desconfiado para Hyuuk, ele apenas observava, não sorria mais.

 -Droga, parece que esse outro, já começou a atuar muito antes de mim.-   


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Notas finais do capítulo

eta caraleo



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