As crônicas de Runa escrita por Jonathas Eugenio, Headache


Capítulo 5
Festival, um novo recomeço




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/672538/chapter/5

A reunião havia se encerrado, e as pessoas que estavam nela já se dirigiam a possível “vila” que juntos iriam construir. Os três seres encapuzados antes de simplesmente desaparecerem na visão de todos, haviam comentado algo sobre retornarem amanhã e ativarem as torres.

—“Bem, acredito que não podemos passar aqui o dia todo não acha? “ –Falava Fred já iniciando descida da árvore. Uma mão de cada vez e logo ele já estava no chão. –“Ei! Você não vem? ”

—“Já estou indo...” –Erick ainda estava meio pensativo e confuso, era muita informação em tão pouco tempo. Uma mão o colocou de pé e outra em um galho da árvore e logo quando ele viu já estava no chão, de pé e de frente a Fred ele pode notar que era da mesma altura do outro garoto.

—“Ok, para onde vamos agora?  “ –Falava Fred já notando que naquele local não havia mais ninguém a não ser os dois. O sol já demonstrava que não iria demorar muito a se por, já que a floresta já começara a ganhar um tom um pouco obscuro e poucos raios de luz chegavam a tocar o chão.

—“Nós? “ –Falava Erick meio surpreso.

—“ É, porque sabe, eu não conheço ninguém aqui a não ser você e não tenho aonde ficar ou até o que comer, ou o que beber, que destino cruel esse o meu- A voz dramática estava presente - será que tenho que ficar aqui e esperar a minha morte chegar? Oh mamãe já vejo a luz no fim do túnel! “ –Falava ele já se colocando de joelhos no chão e erguendo as mãos para o céu.

—“ Ok, eu entendi, chega de drama você pode ficar lá em casa, mas não se acostume com isso” –Falava ele já bufando e cruzando os braços. Em resposta Fred levanta com um pulo e logo abraça Erick, após alguns segundos ele se afasta.

—“Muito obrigado cara, agora vamos indo! “ – Falava Fred empolgado já indo na frente.

—“ A cidade é para o outro lado” – Falava Erick já dando uma carreira para acompanhar e mostrar o caminho certo, que no caso era o oposto a qual Fred havia pegado. -“Indo nessa direção você vai floresta a dentro meu caro”- Ele solta uma breve gargalhada.

—“ Ok, eu não sei mesmo onde fica a vila, então vamos logo, avante guia! ” – Apontou o braço animadamente a frente.

Erick não disse nada em resposta ele ficava se perguntando se aquele era o início de uma amizade, ele nunca havia entrado em contato com muitas pessoas a não ser as que antes viviam na vila. “Durante a volta à vila Fred não parou de falar em nenhum instante, tudo nessa ilha parecia lhe impressionar, como ele veio do deserto não era de impressionar que um ambiente totalmente diferente o impressionasse, ele é legal ”

—“ Finalmente! Chegamos! “ – Falava Fred se espreguiçando. De início a vila se mostrou meio desorganizada pela movimentação, mas era notável que muitos já haviam montado os locais aonde iriam passar a noite, ou haviam iniciado tal construção. Eles estavam planejando erguer uma grande vila, e já se podia observar algumas regiões demarcadas aonde vai se erguer uma futura construção. Porém se pensam que todos estavam se preparando para dormir, estão enganados, a vila estava animada e agitada.

“Eles meio que parecia que estavam preparando uma grande festa, com comida e dança, tapetes eram colocados no chão para que em cima eles colocassem comida ou outro material, pois afinal, como eles iriam fazer uma mesa em tão pouco tempo? ”

—“ Ei Erick acorda, porque não me mostra a sua casa? “ Falava o garoto já cutucando o outro que parecia estar distraído.

—“ Ah claro, venha, por aqui” –Falava ele já seguindo em frente e abrindo espaço em meio as pessoas. E logo chega em sua casa, o sol já estava se pondo e o céu já começara a ganhar um tom escuro recheado com pontos brilhantes incandescentes emanando luz a partir de fótons brancos, as luzes da vila então começara a acender assim como as demais casas.

—“ Nossa, que casa incrível! É bem pequena, mas bem aconchegante! ” – Falava ele perplexo admirando a casa. –“ O que será que tem nesse cômodo...” –Falava o garoto já colocando a mão na maçaneta da porta do lado direito da casa, porém sem sucesso em abrir já que Erick segurou o seu braço antes.

—“Não, nem pense em entrar nesse cômodo, é o quarto da minha irmã e se ela ao menos imaginar que alguém tentou entrar no quarto dela, tenho até medo do que poderia acontecer...” – Respondia Erick já soltando o braço do outro e soltando um breve riso sem graça. –“ Agora venha, vou te mostrar o meu quarto. ” –Erick então foi na frente e logo ambos estavam em seu quarto.

O quarto continha uma pouca iluminação, tendo somente a iluminação externa proveniente da vila que adentrava por sua janela.

—“ Bem, essa é minha cama, janela e tal, acho que não é necessário apresentar, já que podes ver tudo”.

—“Olá janela, prazer. ”- o tom de deboche era brincalhão. –“ E onde está a sua irmã? “- Falava ele já se sentando na cama de Erick um pouco desarrumada.

—“Ela está trabalhando, aliás, já deve estar chegando a uma hora dessas” – Falava o garoto já se dirigindo ao guarda-roupa aonde pegou uma muda de roupa e logo após se sentou ao lado do outro. –“ Aliás, de alguma forma ou outra tenho que explicar a ela sobre a sua permanência aqui em nossa casa. “

—“ Vai dar certo, você irá pensar em alguma coisa... “ –Falava Fred lançando um suspiro. –“Agora, deixando isso um pouco de lado eu fiquei sabendo que os aldeões estão preparando uma grande festa, porque não saímos um pouco vamos para ela? “

—“Pode ser... “Antes que ele terminasse a frase é interrompido com o barulho da porta da frente se abrindo. –“ Minha irmã chegou...” –Melissa havia chegado, mas ambos escutavam não somente a voz de uma moça vindo da sala, mas também de um homem, ela não estava sozinha. –“Vamos Fred, tenho que te apresentar à minha irmã. “ Os dois foram caminhando até a sala, e de acordo com a proximidade com a sala as vozes iam ficando cada vez mais próxima. Quando chegaram notaram um homem sentado em uma cadeira da mesa da cozinha. Melissa estava sentada em cima da mesa encarando o homem de tal forma que conseguiu bloquear a forma dele.

 -“Melissa, esse é Fred, e ele vai passar um tempo conosco, tudo bem para você? ” –A moça retoma a atenção aos dois ali parado de frente a ela. Melissa estava usando um coque, e aquele penteado a deixava mais jovial.

—“Tudo bem, olá Fred, me chamo Melissa, sou irmã de Erick”- E ela volta a dar atenção ao homem que estava sentado na sua frente.

Os dois garotos ficaram surpreso com a resposta da garota.

—“Melissa você está embriagada ou tomou algo que não lhe fez bem? “ – Fala o garoto já tampando a boca com certo receio da irmã fazer algo.

—“Sim Erick, você pode ir para o festival, mas não volte muito tarde” –Sua voz era meio calma e serena.

—“Tudo bem então” –E ambos correram em retorno ao quarto. –“Se ela aceitou então vamos para o festival! “ – Falava Erick já empolgado e trocando a camiseta e o short ali mesmo, agora usava um calção preto e uma camiseta azul, que apertava de leve o peitoral. –“Então? Não vai se trocar? “

—“É que sabe, eu perdi minha mochila de roupas no navio então...” –Falava ele, meio que sem jeito e já se pondo de joelhos no chão -“ Que sofrimento mamãe, serei obrigado a passar todos os anos da minha vida sem uma roupa, irei morrer de morte sem roupa nervosa! “ – Erick revirou os olhos, esse drama dele até que tinha um ponto.

—“Primeiramente essa doença nem existe, agora... Drama de novo? Tudo bem, pode ir no meu guarda-roupa e pegar uma roupa” -Falava Erick cruzando os braços e se sentando na cama.

Rapidamente Fred se dirige ao guarda-roupa e escolhe uma roupa, quando Erick notou ele já estava vestido com uma bermuda escura juntamente com uma blusa verde, tal blusa ficava colada ao peitoral de Fred, delimitando e marcando dessa forma o contorno dos músculos.

—“É.. Erick não tem uma blusa mais frouxa não? “- Vergonha poderia rastejar pelo rosto dele em tons de vermelho, enquanto o sangue era bombeado nessa direção.

—“ Tem os vestidos da Melissa, serve? “ –Falava o mesmo dando uma breve risada. “- Vamos logo. “ E então foram se dirigindo até a sala, quando chegaram na mesma, o homem  estava de pé, do lado da porta que dava saída ao quintal. “Enquanto eu e Fred nos dirigíamos a porta da frente sinto algo estranho, quando me dou conta, aquele homem estava de pé do lado da porta do quintal olhando fixamente para nós dois, ele é bem alto, está usando uma blusa preta, que se encontrava pressionada aos seus músculos, deixando os músculos do braço a amostra e o do peitoral bem pressionado, ele é bem forte, possui um cabelo preto meio bagunçado, olhos que só não se encontravam totalmente escuros por uma leve faixa roxa que contornava a íris. Tento ignorar aquele ser nos encarando, e logo me vem à mente a dúvida de onde poderia deveria estar Melissa, acredito. Antes de virar meu rosto e sair pela porta da frente, ele dar um breve sorrido seguido de uma piscadela, quem ele pensa que é? “

A vila estava bem movimentada, haviam vários tapetes no chão, onde alguns se concentravam algumas espécies de comida, o que fazia vários tipos de cheiro ganharem espaço, em outras algumas coisas a venda, como armas, colares entre outros, além de conter algumas pessoas de pé em um dos tapetes tocando com seus instrumentos “flauta, violão e violino” uma música bem animada. Mas o que mais deixou Erick admirado foi o que se encontrava no centro, que era uma grande fogueira onde 4 mulheres de longos cabelos negros com a cor dos olhos azuis, com uma coloração roxo entrando em contraste com o azul claro, elas usavam um longo vestido vermelho sangue e estavam meio que fazendo uma dança ao redor da fogueira. O que mais havia impressionado Erick seria no momento em que elas ergueram as mãos para o céu e o fogo se ergueu da fogueira como se fosse uma bola flamejante e o fogo começou a contornar as mesmas uma por uma, ao completar a rotação ele voou em direção ao céu onde gerou uma grande explosão colorida, bola incandescente após bola, fez o mesmo percurso até o céu se encher por fogos e mais fogos coloridos.

—“Venha Erick você tem que provar essa comida” –Fred conduziu Erick até uma das banquinhas de comida aonde se encontrava uma senhora sentada, sua expressão era cansada, porém ao mesmo tempo bem animada com tudo que estava acontecendo, ela usava um vestido rosa detalhado com várias flores coloridas, seu cabelo castanho claro já ganhando uma coloração branca estava preso em um coque.

—“Oh olá rapazes, venham se aproximem e provem a comida do reino da terra!" –Falava ela em um tom amistoso e já mostrando as comidas que se encontravam em cima do tapete na sua frente.

“Observo toda aquela comida na minha frente dentre de potes feitos de barro, era tão estranho e o cheiro parecia semelhante a peixe podre”

Fred leva a mão até a colher que estava em um dos potes e retira o conteúdo que estava dentro, colocando um pouco dentro de um prato de barro.

—"Pegue Erick, prove." –Falava ele já entregando o prato a Erick. Erick estranhou o prato de princípio ele tinha uma coloração verde e borbulhava. Erick então toma coragem e bebe o conteúdo, de início era meio amargo depois salgado, fazendo o mesmo tossir um pouco.

—“Gostou? ”

—"Delicioso!"

“Mentira, que gosto é esse? Nunca provei algo assim, do que será que é feito? ”

—“Mas então, quanto é? ”- Perguntava Erick a senhora.

—“Nada, é por conta da casa! “ –Respondeu ela em um tom amistoso.

—“Obrigado senhora, vamos Erick temos muita coisa para ver! “-falava o garoto já animado.

“O festival continuou bem animado, teve um momento em que todos se reuniram na fogueira e começaram a dançar, uma dança a 2, era meio que uma forma de selar uma aliança, segundo o que Fred havia me explicado. A música nesse momento era bem mais agitada, tendo como destaque o som da flauta. A dança era simples mas pelo o que entendi era muito simbólica, para dançar  os passos eram simples: deve se erguer seu braço, e sua mão deve ficar pressionada com a mão de uma outra pessoa, e logo vai girando e contornando essa pessoa, depois trocava-se de par e assim seguia. De início tive que dançar com Fred, mas depois de nos acostumarmos com tal dança começamos a trocar de par.”

—“Nossa cara, foi incrível, mas eu estou morto! “–Resmungava Fred já entrando na casa de Erick meio sonolento. A sala estava escura, sem nenhuma iluminação, Melissa possivelmente já deveria estar dormindo e aquele homem já deveria ter ido embora.

—“E eu! Agora vamos que amanhã temos um longo dia! ” –Falava o outro também já meio sonolento. Ambos seguem ao quarto, Erick fecha a porta, e tira a blusa, colocando a mesma em cima de uma cadeira que se encontrava no canto do quarto. Logo vai até ao guarda-roupa e de lá retira alguns panos e lençóis. E quando se dar conta Fred já estava deitado na sua cama.

—“Ei! Pode sair da minha cama! ”- Resmungava Erick já colocando os panos e os lençóis para organizar um local bem confortável para Fred se deitar logo ao lado da sua cama. –“ Terminei, venha Fred, você já pode se deitar”- Erick observa o garoto que estava na sua cama se mexer um pouco e em resposta ele vai rolando da cama de Erick até a cama que ele havia preparado, ao entrar em contato com a cama do chão Fred retira a blusa apertada assim como Erick e logo dorme. –“Nossa, que sono rápido” –Falava Erick para si próprio, e logo após com um pulo ele deita na cama, ele torna a olhar o telhado da casa e logo o som que vinha do festival a fora começou a ficar cada vez mais baixo, e a visão foi ficando pesada até que Erick se torna a dormir.

Erick acorda com um susto, olha ao redor no seu quarto, olha Fred ao lado da sua cama ainda dormindo, Melissa assim como todos da vila já deveriam estar dormindo já que o som da vila já havia se cessado “que horas seriam? “ . Porém o que havia acordado Erick foi o fato de que um pequeno brilho azul entrava pela janela do seu quarto, com medo Erick não falou nada, ficou parado aonde estava e escutou algo estranho.

—“Será que eles realmente acreditam que são vinte anos? “ –cochichava uma voz que tinha um som chiado.

—“O tempo está acabando! O que são vinte anos comparados a realidade que é dois anos! “ –sussurrava uma outra voz rouca. –“ O tempo está acabando! Será que a defesa é a melhor resposta? Talvez a resposta esteja próxima!

A voz então foi ficando cada vez mais baixa, e repetia sempre a mesma coisa “ O tempo está acabando” até que o brilho que adentrava no quarto sumiu assim como as vozes, logo Erick se viu sozinho novamente, tentava colocar-se de novo para dormir, o mais estranho era que tais vozes não pareciam ser de alguma forma humana e ela ecoava baixo.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "As crônicas de Runa" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.