Real world escrita por Bi Styles


Capítulo 21
Capítulo 20


Notas iniciais do capítulo

OI OI GENTE!
Então, está chegando minhas semanas de testes, aí vai demorar um pouco para eu poder postar os capítulos.
E, teve gente que perguntou sobre a nova fic... Bem, ela vai demorar a sair só um pouquinho, por que ainda estou concluindo a sinopse e a capa. Mas, já tenho 4 capítulos dela feito O.O
Enfim, espero que gostem do capítulo!



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Quando cheguei em casa, fui direto colocar meu celular para carregar. A curiosidade de ver a resposta de Brian estava me corroendo por dentro.

Assim que o celular ganhou vida, abri minhas mensagens. Havia uma dele. Prendendo a respiração, abri ela.

“Conversaremos segunda na escola, okay? Por favor!”—enviada por Brian ás 22:01.

Conversaremos. Claro. Pode deixar.

Visualizei, mas não respondi. Queria deixar claro o quanto ele perdeu atrasando ontem á noite. Otário.

Não era justo também. Ele pode muito bem ter um motivo pra ter atrasado tanto... Ou não. Ele me disse que chegaria em 10 minutos. Me fez ficar plantada lá e depois... Bem... Não quero relembrar aquilo que aconteceu.

Porém, a noite não foi te toda ruim. Teve Luke me salvando, mostrando seu lado mais sensível e fazendo meu estômago inteiro se embrulhar.

Abracei sua jaqueta com força. Poderia passar o tempo que fosse, mas eu NUNCA me esqueceria do que ele fez por mim. E foda-se o que ele falou da minha mãe. Éramos crianças, esquece.

Amanhã seria o dia de agradecer.

E devolver a jaqueta.

...

Assim que amanheceu, me levantei rapidamente. Sabe quando você acorda com aquela vontade de viver? Pois é, estou assim hoje.

Depois de tudo o que aconteceu no sábado, é como se eu precisasse viver a vida de um modo melhor. Como se somente agora eu tivesse percebido o quanto a vida é preciosa para ser desperdiçada.

Cantarolei no banheiro minhas músicas favoritas. Penteei meu cabelo e deixei-o solto. Passei um batom cor salmão e vesti minha farda.

Antes de fechar minha bolsa, coloquei a jaqueta de Luke lá dentro dela. Eu iria entrega-la pessoalmente.

Merendei rapidamente e fui para a parada de ônibus. Meu coração batia acelerado só de imaginar eu entrando na escola. Encararia hoje Brian, pra pôr um fim na nossa “tentativa”, e Luke, para... Não sei.

Ao entrar no ônibus, vi que estava lotado (como sempre). Me sentei em um banco que estava vazio e encostei a cabeça no vidro. Suspirei. Tanta coisa poderia acontecer hoje, inclusive nada.

Não demorou muito e um homem sentou-se ao meu lado. Instintivamente, comecei a tremer. Flashes da noite de sábado invadiram minha memória. O homem sentando ao meu lado. O homem me mostrando uma faca. O homem me levando a um beco.

Comecei a suar frio e a vontade que eu tinha era de gritar por Luke. Só que ele não me ouviria. Não, dessa vez não.

O homem notou que eu estava mal e perguntou:

—Moça, você está bem?

Assenti rapidamente. Calma Sophia, é só um homem normal.

Olhei novamente para o homem e vi o rosto do cara que tentou me estuprar no sábado. Não acredito! Ele estava me seguindo?

—Saia de perto de mim! -exigi.

—Hey moça, calma! -o homem pediu e depois de piscar duas vezes, vi que não se passava de um garoto.

—Ah, desculpa. Eu me confundi com outra pessoa... -me desculpei.

—Não tem problema. Acontece. -ele falou e colocou os fones de ouvido.

Respirei fundo. Eu estava delirando. Era normal. Eu havia sobrevivido a algo muito sério. Chamavam isso de estresse pós traumático não é?

Exasperei. Pronto. Acalme-se.

Tomara que não seja nada duradouro.

...

As primeiras aulas passaram voando. Deveria ser por que eu estava ansiosa para o almoço, ou sei lá. Não vi Brian na escola, e nem ele apareceu nas aulas comigo. Luke eu vi apenas de relance, mas ele nem olhar pra mim olhou. Ótimo.

Rafa ficava me escutando relatar tudo isso enquanto caminhávamos para a fila do almoço. No final ele riu.

—Sophia, deixa de ser maluca! -ele falou e gargalhou alto.

—Não é maluquice, Rafa. É a verdade. Será que Brian ficou com medo de mim ou algo parecido?

Ele revirou os olhos e pegou um prato.

—Você definitivamente está enlouquecendo. -ele falou e balançou a cabeça. -E pra quê trouxe essa bolsa?

—Vou devolver a jaqueta de Luke.

—Hummm, estou vendo como essa sua amizade com ele está evoluindo.

—Cale a boca.

Pegamos nosso almoço e caminhamos para a mesa de sempre, perto da mesa dos jogadores. Luke estava lá. Com uma garota.

Engoli em seco. Sophia, ele te salvou de algo cruel. Salvaria qualquer garota. Não era sinal de nada, absolutamente nada.

Rafa seguiu meu olhar e revirou os olhos.

—Não se sinta abalada por isso, Soph. Você sabe como Luke é.

—Não estou abalada. Só que...

—Eu sei. Você pensou que ele sentia algo por você só por causa que apareceu na hora certa no lugar certo. Não é assim que as coisas funcionam, Soph.

—Eu sei. Eu sei.

Olhei para cima e vi Nina se aproximando da mesa.

Sentou-se ao lado de Rafa e não me olhou nos olhos.

—Essa carne parece que está podre. -ela analisou.

Não comentei. Não queria falar com ela ainda.

—Todos os dias parece, é natural. -Rafa falou e eu ri. Meu melhor amigo tinha que ter suas piadinhas para acalmar meu lado negro.

Comemos o resto em silêncio, até que Rafa disse, olhando para trás de mim:

—Olha só quem chegou.

Olhei na direção que ele indicou e vi Brian caminhando na minha direção.

Rafa se levantou assim que Brian parou ao meu lado.

—Cara, é melhor nem começar. -Rafa avisou. -Sai daqui, antes que eu queira te bater.

—Eu quero falar com você, Sophia. Por favor. -Brian pediu e eu olhei em seus olhos. Ele estava desesperado.

—Uma conversa não fará mal a ninguém. -falei e me levantei. -Você pode levar meu prato, Rafa?

—Não, eu não acredito que você vai cair na conversa dele... -ele começou, mas eu levantei a mão, pedindo silêncio.

—Fique quieto, Rafa. Deixe eu fazer as coisas do meu jeito.

—Tá bom então. Só lembre-se de sábado. -ele sussurrou.

—Acredite, eu não esqueci nada ainda. -falei e segui Brian.

Ele me levou até a quadra, que estava vazia. Geralmente ela só ficava lotada em dias de jogos. O local mais movimentado era o campo de futebol mesmo, que ficava do outro lado da escola.

Sentamos na arquibancada mais afastada de todas e ele começou a falar, de uma forma bem rápida:

—Sophia, por favor, me desculpe. Eu queria te explicar direitinho o que aconteceu sábado, mas por favor, me escute. Eu não queria ter te deixado lá plantada e me odiarei eternamente por isso. Você ainda continua sendo uma pessoa muito especial pra mim, a qual não quero perder. Por favor.

Fiquei zonza. Ele falou rápido demais.

—Que tal começarmos pela parte que você explica por quê se atrasou? -pedi, fria.

—Tudo bem. -ele respirou fundo. -Eu já estava indo encontrar você, sabe. Aí minha irmã me ligou, dizendo que tinha chegado aqui, em Londres, e que eu precisava ir busca-la. Fiquei tão feliz que você nem imagina... -ele fez uma pausa. -Então eu fui busca-la. O trânsito tanto na ida quanto na volta estava um inferno, por isso que demorei tanto. E ainda tive que deixa-la em casa, confortável e tudo mais. -ele fez outra pausa. -Por favor Sophia, eu não me atrasei porque quis. Eu gosto muito de você! Não desista de nós assim!

Suspirei. Era uma desculpa plausível, mas não valia a pena. Não mais.

—Olha Brian, eu queria muito, muito mesmo poder recomeçar com você de novo. Mas, depois do que aconteceu comigo no sábado... -engoli em seco. Não iria chorar de novo. -Depois do que aconteceu comigo sábado, não sou mais capaz de tentar com você novamente. Quem me garante que você não me deixe plantada de novo por causa de alguma outra pessoa?

—Não vai acontecer novamente, juro!

—Ninguém pode me garantir isso. Sua palavra não vale mais nada pra mim. -agora eu realmente tinha pegado pesado.

—Sophia, o que aconteceu pra te deixar assim? -ele indagou e pelo seu olhar vi que realmente queria saber.

Será que eu realmente poderia dizer para ele o que tinha acontecido? Não. Não poderia. Ele já estava culpado o suficiente.

Olhei de relance para uma pessoa que havia acabado de entrar na quadra e fiquei sem palavras.

Luke. Era Luke.

Brian viu para onde eu olhava e perguntou, incrédulo:

—Você vai me trocar por ele?

Virei-me pra ele.

—Eu não vou trocar ninguém por ninguém. -respondi. -Só que não acho justo tentarmos novamente algo que não deu certo.

—É, entendi. Depois que eu não apareci, foi ele quem apareceu, não é?

—E se tiver sido? Pelo menos ele estava lá comigo. Pelo menos ele estava lá comigo naquela rua extremamente perigosa e me salvou de um perigo maior. Não foi igual um brutamontes igual a você que por causa de uma irmã me deixou plantada! -comecei a soluçar. -Essa foi uma das piores noites da minha vida. Mas só Luke ter aparecido lá e me resgatado fez tudo melhorar, acredite. Só que as lembranças ficarão eternamente na minha mente. PRA SEMPRE!

Brian ficou calado por um tempo, digerindo as minhas palavras. Enquanto isso, eu só chorava baixinho. Droga. Chorando de novo na frente de outras pessoas.

Por fim, ele disse:

—Ainda bem que eu não gastei minha noite com você, mas sim com quem merecia.

—Idiota! -falei e ele se levantou, indo embora.

Comecei a chorar mais e mais, saindo soluços cada vez mais alto da minha garganta. Merda!

Abracei minhas pernas e coloquei minha cabeça por entre elas. Foi então que pus tudo para fora. DROGA DE VIDA!

—Sophia? -uma voz me chamou e, quando abri os olhos, vi que era Luke.

—Ah, oi. -falei e enxuguei as lágrimas.

—O que houve?

—Nada com que se preocupar. -respondi e lembrei da sua jaqueta dentro da minha bolsa.

Abri-a e peguei a peça com todo o cuidado.

—Sua jaqueta. -falei e lhe entreguei. Ele sorriu de lado e inspirou forte.

—Dormiu abraçada com ela, imagino. -ele falou e riu.

—Por quê diz isso?

—Porque ela está com seu cheiro.

—E você conhece meu cheiro desde quando?

—Desde que você passava no corredor e dava pra sentir seu perfume á quilômetros de distância.

Ri também e ele sentou-se ao meu lado.

—Você e o Brian brigaram? -perguntou.

—Sim. Ele é um idiota.

—Ah, disso eu já sabia.

—Deveria ter me avisado.

—Você teria acreditado?

—Não. -respondi sincera.

—Mas olha, não fica assim. Ele não te merece. Você é areia demais para o caminhãozinho dele.

—Acho que sempre sou areia demais pra todo mundo.

—Nem todo mundo. -ele falou e piscou pra mim.

Tá, isso foi uma cantada. Não ceda. Mude de assunto.

—Você me disse sábado algo a ver com ter nojo daqueles homens, e eu percebi que tinha um toque pessoal.

Ele olhou para mim, e eu tive um tanto de medo daquela nossa aproximação. Qualquer movimento em falso, e eu estaria enroscada nele.

—É. -ele disse, apenas.

Balancei a cabeça, como se deixasse pra lá. Bem, você queria o quê, Sophia? Vocês eram inimigos até antes de sábado.

—Se eu dissesse que queria te beijar agora, o que você diria? -ele perguntou, depois de um tempo em silêncio.

Não seja impulsiva, Sop...

—Diria que tenho o mesmo desejo. -as palavras saíram da minha boca antes de eu conseguir raciocinar direito.

Ele sorriu de canto e começou a se aproximar. Quando dei por mim, já estávamos nos beijando.

Começou de um modo suave, mas começou a esquentar. Ele beijava de uma forma intensa, mas ao mesmo tempo carinhosa. Agora eu finalmente descobri por que as garotas caiam de amores por Luke.

Quando parou de beijar minha boca, começou a atacar meu pescoço. MEU DEUS, eu estava começando a ficar um pouco louca demais.

Puxei novamente sua boca para perto da minha e nos beijamos novamente, de um jeito mais frenético. Era como se precisássemos daquilo. Se necessitássemos daquilo para sobreviver. 

Sua mão ficava subindo e descendo pelas minhas costas, e minha mão puxava sua nuca para mais perto. Então uma mão bobinha começou a pegar nas minhas coxas por debaixo da saia. Porém, EU NÃO LIGAVA!

Sua língua explorava cada canto da minha boca, como se quisesse conhece-la por completo. E ainda tinha aquele maldito piercing que ficava cutucando meus lábios, me deixando cada vez mais louca pra ter ele perto de mim.

Por fim, ele deu uma leve mordida no meu lábio inferior.

Eu não acredito que estava me pegando com o Luke na quadra da escola! MEU DEUS!

—Por que a gente fez isso mesmo? -perguntei, atônita e sem fôlego.

—Porque começamos agora uma nova fase em nossas vidas.

—E qual é ela?

—Uma fase na qual somos amigos, mas se pegamos.

—Amizade colorida, você quer dizer.

—É, tipo isso.

Pensei. O que eu tinha a perder? Dignidade, reputação, muito provavelmente minha virgindade, respeito e talvez a amizade de Brian e Rafa.

Ele viu que eu estava indecisa, então disse:

—Tipo, eu gosto muito de beijar você. Só que não quero nada sério com alguém, porque eu gosto de experimentar novos sabores, se é que me entende.

—Neste caso, ninguém precisa saber, não é?

—Claro.

Pensei novamente. Ah, foda-se.

—Aceito com uma condição.

—E qual seria ela?

—Você tem que sempre me beijar dessa forma louca.

Ele sorriu maliciosamente.

—Não precisa nem pedir duas vezes. -falou e sorriu.

Continua...


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Notas finais do capítulo

Cadê as shippers #Luphia????????????????????????????????????????????