Real world escrita por Bi Styles


Capítulo 11
Capítulo 11


Notas iniciais do capítulo

Genteee!
Uma novidade pra vcs
estes dias, está tendo uma parada na minha cidade, então estou sem escola. E aproveitarei estes dias pra fazer MUITOS capítulos... E tem um capítulo aí que vai deixar vcs completamente LOUCOS HAHAHAHAHAHAHAHA
Espero que gostem!



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Quando cheguei em casa, o cheiro do almoço da minha avó entrou nas minhas narinas.

Macarronada com almôndegas, tinha certeza.

Fui até a cozinha e dei um beijo na bochecha dela e disse:

—Precisa de ajuda?

—Não querida. –ela sorriu.

—Cadê a mamãe?

—Foi para o hospital.

—Mas hoje é domingo. –estranhei.

Minha avó ficou calada e começou a lavar a louça, como se esquecesse que eu estava ali.

—Vovó? –chamei.

—Olá querida. –ela saudou.

—Cadê a mamãe?

—Foi para o hospital. –e continuou lavando a louça.

Decidi não perguntar mais nada. Só lembrei da conversa que eu havia tido com Pietro dias atrás.

“Como se estivesse com Alzheimer?” –eu perguntara.

“É, tipo isso” –ele respondera.

Balancei a cabeça. Não era saudável pensar nisso.

Subi as escadas para ir ao meu quarto, queria vestir algo mais leve.

No caminho, acabei esbarrando na minha mãe.

—Você não estava no hospital? –perguntei.

Ela franziu a testa.

—Está louca? –perguntou. –Hoje nem saí de casa.

—Talvez o caso da vovó seja mais grave do que todos nós pensamos. –soltei, meio que sem querer.

—Foi ela quem te disse que eu estava no hospital? –perguntou. Assenti. Minha mãe balançou a cabeça e se afastou, descendo as escadas em seguida.

Nunca saberei o que se passa na cabeça dela.

...

Depois do almoço de domingo, costumávamos assistir a algum filme. E hoje não foi diferente.

Enquanto minha avó estava no jardim cuidado de suas preciosas plantas, eu estava deitada no colo de Pietro no sofá e assistíamos “Convergente” pela décima vez. Lydia estava deitada no chão e eu já ouvia seu baixo ressonar.

Juan estava se arrumando para ir pro futebol. Aquele garoto estava ficando obcecado por isso, sério.

Minha mãe, como sempre, estava em seu quarto organizando coisas. Ela aproveita o domingo para fazer faxina ou coisas do tipo, já que na semana não tem tempo.

Pietro massageava meus cabelos e eu estava quase dormindo quando ouvi:

—Soph, já estou indo. –era Juan, descendo as escadas.

—Sabia que eu ainda sou o irmão mais velho? –Pietro retrucou.

—Mas Sophia é mais responsável. –Juan respondeu e eu ri.

Ouvi o barulho de porta se abrindo e sendo seguida pela fala de Juan:

—Sophia, tem um cara querendo falar com você.

Levantei e fui para a porta. Era Nathan.

—Precisamos conversar. –ele informou.

Falei para Juan ir pro futebol e pedi que Nathan se sentasse em alguma cadeira da varanda, enquanto eu fechava a porta de entrada.

—Olha, eu vim falar sobre o que aconteceu ontem. –ele disse. Bem direto. Gostei.

—E por que veio falar comigo? Seu problema é com a Nina.

—Eu não quero falar com a Nina agora. Talvez até demore um pouco pra eu falar com ela novamente. Por isso quero que mande um recado pra ela.

—Não sou pombo-correio. –retruquei. –Se quiser falar com el...

—Sophia, só me escuta, okay? –ele pediu com os olhos tão suplicantes que eu não pude negar. –Eu gosto MUITO da Nina, de verdade. Sinceramente, eu acho que já estava perto do estágio de amar. Eu nunca fui um galinha como o Luke é. Sempre me apeguei fácil e desta forma, sofro fácil também. –ele suspirou. –Eu queria ter evitado esse sofrimento que sinto agora. Mas eu estava apaixonado pela Nina e quando estamos assim não pensamos direito.

—Ela está magoada, Nathan. Não fez porque quis. –intervi.

—Sophia, não estou dizendo o contrário. Só que não posso ficar sofrendo. Não posso e não quero. Nina não foi minha primeira e não vai ser minha última decepção. Só que tenho de dar a volta por cima. Tenho que conhecer novas garotas, curtir a vida. –ele engoliu em seco. –E é por isso que quero que diga a Nina que nós terminamos. E que desejo do fundo do meu coração que ela seja feliz.

—Não vai ter mais volta? –mordi os lábios.

—Não. Sophia, minha cabeça já tem tanto enfeite que você nem imagina. –ele riu, magoado.

—Mas ela estava bêbada.

—Sempre está. Sempre. –ele disse e senti um resquício de raiva em sua voz. –Já percebeu isso?

—Nathan... –suspirei. Era a segunda pessoa que me dizia isso. Qual é! Eu tinha que ser a última pessoa a perceber isso?

Ele apertou as mãos e eu notei uma mancha de sangue em seus dedos.

—O que foi isso? –perguntei.

—Nada. –ele escondeu as mãos e se levantou.

—Nathan, o que aconteceu?

—Não é da sua conta. –respondeu, cínico e saiu.

Pelo menos ele tinha o mesmo gênio da Nina.

...

Assim que amanheceu o dia, eu acordei. Na verdade, nem dormi direito. Todo esse negócio da Nina estava me dando nos nervos.

Ao olhar pela janela, vi que estava chovendo. Não iria lavar os cabelos hoje.

Tomei um banho do pescoço para baixo e coloquei minha farda. A única coisa ruim nela era o fato de usar saia no frio. Por isso coloquei uma touca na cabeça, luvas e um casaco extra. Aqui em Londres, quando faz frio é pra valer.

Na merenda, foi chocolate quente e torradas. Eu adorava o frio ♥

Fui para a parada do ônibus, que ficava na frente da minha casa e esperei o transporte chegar.

Quando ele chegou, entrei rapidamente, para não me molhar e percebi que ele estava lotado. Andei ele todo, até chegar no fundo e ter um assento vazio ao lado de um garoto.

Não pude ver quem era, já que estava de touca e a cabeça estava deitada por cima da mochila. Devia estar dormindo.

Perguntei:

—Tem alguém sentado aqui?

O garoto não respondeu. Foi aí que eu vi que ele estava de fones. Eu sou muito burra.

Sentei, apesar de estar com medo de o banco estar ocupado. Mas foda-se. Ele não respondeu.

O ônibus deu a partida e eu fechei os olhos, tentando dormir mais um pouco. O trajeto da minha casa até a escola durava, em média, uns 20 minutos.

Então ouvi o menino começar a cantarolar a música “Amnesia” da banda 5 seconds of summer:

 -Sometimes I start to wonder (Às vezes eu começo a me perguntar)

Was it just a lie? (Era só uma mentira?)

If what we had was real (Se o que tínhamos foi real)

How could you be fine?( Como você pode estar bem?)

'Cause I'm not fine at all (Porque eu não estou nem um pouco bem)

 

Foi então que eu percebi duas coisinhas:

1.Aquele menino cantava muito bem.

2.Aquele menino era LUCAS.

Prendi a respiração e tentei raciocinar. Bem, ele ainda não tinha visto que eu estava ali. E digamos que o ônibus é público, eu posso sentar onde eu quiser.

Mas, não sei o que deu em mim, a vontade era de sair dali. Deve ter sido porque ele tinha ficado com a Nina. Se antes eu já tinha nojo dele, agora tinha repulsa.

Quando eu ia me levantando, porém, a minha bolsa caiu no chão e derrubou minha garrafa de alumínio que eu levava todos os dias. Vocês já ouviram o barulho que faz quando uma garrafa daquelas é derrubada? Pois ouçam.

Fechei os olhos, devido ao intenso barulho. Algumas pessoas do ônibus me olharam, outras apenas ignoraram.

Quando virei o rosto, Lucas estava olhando pra mim, com aquela cara de o-que-você-tá-fazendo-aqui.

Lancei o meu olhar de o-ônibus-é-público.

Ele desviou o olhar e riu de deboche.

Não trocamos uma palavra durante todo o trajeto.

E ele não cantou mais.

Mas, uma coisa eu tive de admitir: Lucas era um babaca, mas um babaca incrivelmente cheiroso.

...

—Então, se x2+34566–3453 = 3, qual valor de x? –o professor de matemática continuava falando, e eu continuava sem entender. Não ajudava nada o fato de Brian estar sentado ao meu lado e ficar sorrindo o tempo todo.

Ouvi um batido na porta e o diretor entrou logo em seguida.

—Com licença. –pediu. –Preciso dar um recado.

Todos ficaram em silêncio, e o professor parou de escrever no quadro.

—Bem alunos, como é de costume, todos os anos temos as atividades extracurriculares. Tais atividades são realizadas no horário de estudo de vocês e vão até o final do ano. Já que o tempo da escola é integral, realizamos tais atividades para ajuda-los a diminuir o estresse. –ele fez uma pausa. –As listas serão colocadas no mural no horário do recreio, para que assinem os nomes na atividade que desejam fazer. Entretanto, lamento dizer, nem todos poderão fazer tais atividades. Não temos vagas suficientes para todas as atividades.

—E quem não quiser participar? –uma garota loira perguntou.

—Não é obrigatório. –o diretor respondeu.

—E quem não conseguir uma vaga? Vai fazer o quê no horário de estudo? –um menino perguntou.

—Estudar. –o diretor respondeu e todos riram. –Mais alguma pergunta?

Silêncio.

—Obrigado pela atenção. –ele disse e saiu.

E o professor continuou a explicar aquele monte de baboseira.

—Já sabe o que vai fazer? –Brian sussurrou.

—O mesmo que ano passado: basquete. –respondi. –E você?

—Acho que vou colocar futebol. Tem campeonatos?

—Sim. De todas as modalidades de esporte. Ano passado, fomos eliminadas na semifinal de basquete. Foi triste. –fiz beicinho.

—Este ano vocês ganham. –ele piscou pra mim.

Sorri como resposta e tentei prestar atenção na aula.

Só que como prestar atenção se tem um cara do sorriso perfeito olhando diretamente pra você?

...

O sinal tocou, indicando o horário do almoço. Todo mundo meio que saiu apressado para colocar o nome na bendita lista.

Já estava se formando uma pequena fila quando eu cheguei. Rafa chegou depois de mim e ficou bem atrás de mim.

—Já sabe no que vai colocar? –perguntou.

—Basquete. –falei. –E você?

—Não sei. Disseram que as vagas do futebol diminuíram. Acho que quando chegar minha vez, não vai ter mais pra mim.

—E se não tiver?

—Colocar natação, sei lá. Basquete... –ele deu de ombros. –Você viu a Nina hoje?

—Ainda não. Tomara que ela consiga uma vaga no basquete.

—Se ela não conseguir, certamente vai para o de dança. –ele suspirou. –Ela adora dançar.

Ele tinha um tom tão sereno quando falou de Nina que eu fiquei me perguntando se ele tinha se arrependido do que tinha falado na Nina ontem.

—E Cecily? Deu alguma notícia? –perguntei.

—Ela tomou a pílula. Tomara que tenha sido dentro do prazo. –ele engoliu em seco.

—E se não der certo?

—Assumir, oras. –ele falou como se fosse óbvio. –Minha mãe vai querer me matar, mas eu tenho que assumir. A responsabilidade é minha.

Assenti e percebi que já estava na minha vez de assinar a folhinha. 

Meus olhos se direcionaram rapidamente á lista de basquete.

Tive que reler a lista duas vezes para conseguir compreender: não haviam mais vagas.

E adivinha de quem era o último nome? Britney.

—O que foi? –perguntou Rafa, atrás de mim.

—Não tem mais vagas para o basquete feminino. –falei, com raiva.

—Vai colocar em quê, então?

Dei uma olhada nas atividades que tinham.

Eu não sabia nadar, então risquei natação.

Futebol não, tênis não, vôlei não.

Xadrez não, dança não (eu particularmente odiava dançar), pintura não. Tinha outras modalidades, mas não me interessei por nenhuma.

Até que eu olhei o nome: Aula de música.

Sempre me interessei por música. Sempre. Tanto que queria fazer faculdade, mas minha mãe dizia que era perda de tempo. Ano passado não tinha essa atividade, mas decidiram colocar agora.

Eu iria fazer parte disso? Iria.

Não pensei nem duas vezes. Assinei meu nome.

—Música? –perguntou Rafa, arqueando uma sobrancelha. –Muito bom.

Dei uma piscadela pra ele e esperei ele assinar seu nome na lista de natação, já que a de futebol estava sem vagas.

—Vamos almoçar agora. –ele disse e me puxou pelo braço em direção ao refeitório.

...

Depois que pegamos nosso almoço, nos sentamos na mesa de sempre: a perto da dos jogadores.

Lucas estava lá, com uma vadiazinha qualquer em seu colo, e Nathan também, só que sozinho.

Como ele me disse ontem, ele não é galinha igual a Lucas.

Quando nos sentamos, pude ouvir um pouco da conversa de lá.

—... Aí não tinha mais vaga pra mim no futebol. –Lucas estava falando e eu quase cuspi meu suco. Todos os anos Lucas tinha sua vaga garantida, mas este ano mudou. Por que será? –Tive que colocar em outra área.

—Cara, algum novato preencheu sua vaga, então. –um jogador ruivo falou.

—Foi aquele tal de Brian. –Lucas falou e vi que sua voz estava calma demais. –Ele vai me pagar.

—Hey cara, é só uma vaga. –Nathan interferiu e eu o amei por isso. –Vai se prejudicar só por causa de uma vaga? Pelo amor de Deus, Luke, deixa de ser criança.  –podia ver nitidamente seus olhos se revirando, apesar de estar de costas para eles. Arregalei meus olhos, surpresa. Nathan, falando daquele jeito com Lucas? Essa era nova.

—Ouvindo conversa alheia, Sophia? –Rafa tirou minha concentração.

—Droga, Rafa. Estava sendo um debate tão interessante. –falei e sorri.

—Isso é muito feio e... –ele se calou abruptamente, olhando para algo ou alguém atrás de mim. Ao virar para ver quem era, tomei o mesmo susto. Era Brian.

—Posso sentar com vocês? –ele perguntou e eu assenti.

—Nunca tinha visto você aqui no refeitório. –falei.

—Eu não comia aqui. Trazia hambúrguer da lanchonete. Mas já estava ficando complicado, trazer aquelas coisas gordurosas e caras todos os dias. –ele explicou.

—Não é tão ruim assim a comida daqui. –Rafa analisou seu pedaço de bife. –Só o bife que é um pouco mal passado, mas dá pra engolir.

Brian riu e eu me perdi naquele som maravilhoso. Era uma risada tão fofa. Nem parecia a minha, que era um som de uma foca sendo morta.

—Oi gente. –Nina chegou e se sentou perto de Brian.

Ele sorriu pra ela e eu tive a certeza: estava rolando algo entre os dois.

Nina olhou para a mesa dos jogadores e, ao julgar pelo o olhar dela, percebi que Nathan estava encarando.

—Nina, não fique olhando pra lá. Foque na gente. –Rafa pediu.

Ela o olhou e assentiu.

—Colocou seu nome em qual lista? –perguntei, tentando aliviar a tensão.

—Dança. –ela revirou os olhos. –Este ano o basquete foi bem concorrido.

—E o futebol também. –dei um meio sorriso.

—O que foi? –Brian perguntou, franzindo a sobrancelha, daquele jeito quando ele está preocupado.

—Nada. –respondi, dando de ombros.

—Quer que eu leve seu prato? –ele perguntou.

—Pode ser. –respondi e ele se levantou, pegando meu prato e indo embora.

—Vai dar namoro. Estou avisando. –Nina falou e tomou um gole de suco.

Olhei para o Rafa, para ver se ele dizia algo.

—Da última vez que eu falei algo, gerou uma discussão. Ficarei caladinho agora. –ele disse apenas.

—Ao que parece, quem está tendo algo com ele é você... –soltei sem querer.

—O QUÊ? –Nina disse e se engasgou com o suco.

—Ele fica sorrindo pra você...

—Ele é assim com todo mundo, se você não sabe. –ela revirou os olhos. –Agora, pra você ele oferece carona, pergunta se pode levar o prato, pergunta se pode te beijar... –a última parte ela falou um pouquinho alto.

—Fale baixo. –pedi e olhei para os lados, vendo se alguém poderia ter escutado.

—Sophia e Brian, Sophia e Brian. –ela cantarolou.

—SHHHHHHHHHHHHHHHHHH! –pedi e ela riu.

—Ela vai passar o dia inteiro te azucrinando, se você não sair daí. –Rafa informou.

—Thau então. –falei e me levantei.

...

A última aula do dia seria destinada ás atividades extracurriculares. Seria somente apresentações, mas eu estava bastante ansiosa.

Me despedi de Rafa (as últimas aulas hoje tinha sido de biologia) e me encaminhei para a sala de música.

Na escola eu nunca tinha visto um instrumento sequer, mas ao que parece, este ano decidiram colocar.

Quando eu abri a porta, a sala já tinha umas 10 pessoas. Teriam, no máximo, umas 20. As cadeiras estavam postas em um grande círculo.

Nas paredes da sala estavam pintadas notas musicais. Tinham instrumentos em todos os locais, desde simples violões, até pianos, saxofones, trompetes.

Cheguei perto do piano e passei a mão por ele. Sempre fui louca para aprender a tocar algum instrumento, em especial piano. E agora eu poderia realizar esse meu sonho.

Sorri e me sentei em uma cadeira, perto de uma garota loira. Começamos a conversar sobre gostos musicais e ela disse que iria para o show da One Direction, o que me fez ficar bastante triste.

Todo mundo iria. Menos eu.

Então o professor entrou e perguntou:

—Estão todos aqui? –meu Deus, que homem gato. Que voz maravilhosa. Os cabelos pretos estavam arrumados em um topete e a blusa branca definia seus músculos. Ele tinha um sorriso maravilhoso e...

—Chegou quem faltava. –uma pessoa anunciou e entrou na sala.

Quando olhei, me arrependi amargamente por ter colocado meu nome na lista. Acho que morrer afogada seria bem melhor do que passar o ano inteiro na mesma sala que Lucas. Qual é, agora só falta ele ter que sentar na mesma mesa que eu!!!

Já não bastava ele estar na mesma sala que eu em matemática, português, francês e italiano.

Ele sorriu para a garota que estava ao meu lado e se sentou em uma cadeira vazia.

O professor gato continuou falando umas coisas, mas eu já não estava mais tão entusiasmada. O destino realmente tava de brincadeira comigo. Ou ele estava querendo muito que eu e Lucas se tornássemos amigos, ou tava querendo que eu ou ele morresse de raiva.

Estava tão longe que nem percebi quando o professor gato apontou pra mim e perguntou:

—Qual é seu nome?

—Sophia. –respondi.

—Você parece ter uma voz muito bonita, Sophia. –ele elogiou e senti as bochechas queimarem. –Que tal cantar algum trecho pra a gente?

Não entendo por quê ele pediu para mim cantar uma música. Mas cantei a que veio primeiro na mente. “Black Magic” de Little Mix:

—Take a sip of my secret potion (Beba um gole de minha poção secreta)

I'll make you fall in love (Eu te farei se apaixonar)

For a spell that can't be broken (Por um feitiço que não pode ser quebrado)

One drop should be enough (Uma gota deve ser suficiente)

Boy, you belong to me (Garoto, você pertence a mim)

I got the recipe and it's called Black Magic (Eu tenho a receita e se chama magia negra).

 

Todos aplaudiram, inclusive Lucas, que estava com um sorrisinho cínico no rosto.

—Muito bem. –o professor elogiou. –Mais alguém quer cantar?

Eu jurava que Lucas iria levantar a mão e cantar a música que eu ouvi ele cantando no ônibus. Mas ele continuou olhando pra mim, impassível.

—Temos ainda 30 minutos. Creio que dá tempo todos se apresentarem. –o professor falou. –Não sei se conseguirei decorar 20 nomes agora, mas daqui pro final do ano eu consigo. –ele sorriu sem graça e todos riram.

Todos se apresentaram e foi bastante legal. Eu iria aguentar um ano com Lucas, não é tão impossível.

O professor apresentou alguns projetos para fazermos, como o grande show de talentos do final do ano. Nós ensaiaríamos todas as aulas para arrebentarmos no show de talentos e, quem sabe, algum empresário não nos contrata? Meu sonho de fazer faculdade de música poderia dar certo!

Estava tudo dando tão certo que eu já estava com medo.

Pois sempre depois das calmarias, a tempestade chega.

Continua...


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado ;)