Predestination - A Escolha do Sangue escrita por Sâmya Goulart, Amanda Lima


Capítulo 1
PRÓLOGO - Arabella


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem!!



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Há um tempo venho pensando nisso, e, finalmente, porei em prática, não posso deixar que Nicholas corra perigo: vamos partir.

Acordei no meio da noite ao som de gritos e notei que Magnus não estava ao meu lado. Era a hora perfeita, olhei para a mochila já pronta que estava debaixo da cama e me arrumei o mais rápido possível — considerando que estava grávida de trinta e seis semanas — ouvi mais gritos vindos do "Escritório", como Magnus gostava de chamar, mas que para mim não passava de uma caverna fria e assustadora. Passei a mão no cabelo e desci pela nuca, subitamente me dei conta de que faltava algo muito importante, o colar de lembranças.

—Magnus.— disse em voz alta.

Saí de casa determinada a pegar aquele colar, parei na frente da caverna, respirei fundo e entrei.

A caverna se estendia em um corredor até se abrir em um salão alto com estalactites que pendiam ameaçadoramente. Era um lugar escuro, úmido e o chão era escorregadio com várias formas colunares que se elevavam do chão. As tochas dispostas pela caverna só iluminavam o suficiente para se ver por onde andava. Quanto mais se avançava caverna a dentro, mais frio e triste se tornava o ambiente. Fui caminhando cautelosamente me mantendo fora da vista de Magnus, que estava proferindo uma sequência de palavras estranhas muito intensamente, no que parecia ser latim. Ele deu uma pausa, respirando pesadamente, quando de repente rugiu de raiva e arremessou o cálice que estava sobre a mesa na parede. Jogou-se em uma poltrona e se voltou para um livro que já estava aberto. Perscrutei o espaço a minha volta a procura do colar e o encontrei perto da estante de livros em cima de uma outra mesa. Tentei alcançar o colar me esgueirando por uma coluna, estiquei meu braço ao mesmo tempo em que Magnus saltou da cadeira e tornou a gritar, desta vez suas palavras surtiram efeito e toda a caverna tremeu. Esbarrei na mesa e derrubei um dos muitos tubos de ensaio. Magnus se voltou para mim com os olhos em chamas, me apressei em pegar o colar quando uma estalactite caiu ao lado de Magnus, fazendo-o perder o equilíbrio e tendo que se segurar na mesa, aproveitei essa oportunidade para fugir.

— Volte aqui, Arabella! — gritou para mim.

— Nunca mais. Um segundo tremor fez com que mais pedras caíssem.

— Você não pode levar meu filho para longe de mim. — gritou por cima do barulho.

— Ele não merece um pai como você. — disse me virando para a entrada.

— Ele será como eu! — gritou Magnus antes que mais pedras desabassem abafando sua voz.

Me esforcei para sair da caverna antes que pudesse ser esmagada pelos escombros. Quando cheguei ao lado de fora, chovia torrencialmente. Desci a colina cuidadosamente e avistei meu carro, entrei e dei partida. Dores que já estavam presentes mas que foram caladas pela adrenalina, vieram à tona e comecei a sentir um líquido escorrer pelas minhas pernas. Depois de respirar fundo, procurei na mochila meu celular, para avisar a Aaron que estava na hora e dirigi-me ao hospital mais próximo.

Ao chegar ao Silverwoods Emergency Care, Aaron já me esperava com um médico ao seu lado, cumprimentei o doutor e abracei meu irmão, deixei o braço por cima de seus ombros para me auxiliar ao andar, passamos por alguns corredores e chegamos em uma sala toda branca com uma janela minúscula— com certeza, se eu tivesse claustrofobia já estaria de cabelos em pé— havia uma maca, uma mesa com instrumentos médicos e um computador, com a visão turva fiquei surpresa em ainda ser capaz de reparar em alguns detalhes. Estava tão cansada que vi tudo à minha volta girando e o chão se aproximando quando os braços de Aaron me agarraram e me puseram sobre a maca.

— Calma, Bella, vai dar tudo certo. Estou aqui com você. — Aaron disse acariciando meus cabelos.

Alguns enfermeiros entraram na sala e pediram a Aaron que se retirasse, o medo tomou conta de mim, não queria que Aaron me deixasse sozinha, mas ele já havia saído da sala. Procurei me acalmar e respirei fundo algumas vezes na esperança de que aquilo acabasse logo. Vi o médico colocando as luvas e se posicionando à minha frente me dando algumas instruções que não consegui entender mas assenti. Um enfermeiro veio até mim com uma seringa enorme e disse que eu sentiria apenas uma picadinha. Senti uma dor excruciante e comecei a ficar tonta, minhas pálpebras começaram a pesar...

Quando acordei, ainda muito tonta e fraca, vi que me encontrava em uma outra sala mais ampla e, graças a Deus, com melhores condições respiratórias para uma pessoa paranoica que a sala anterior. Notei que Aaron caminhava até mim com ele em seus braços, um lindo menino cujo os olhos verdes brilhavam mais que esmeraldas. Aaron sorria para mim, mas logo a gentileza de seu sorriso deu lugar a uma expressão preocupada quando viu o medo estampado em meu rosto.

— Aaron, prometa que vai cuidar dele.— pedi.

— Mas, Bella...

— Só prometa. — o interrompi sentindo lágrimas escorrerem pelo meu rosto, um misto de felicidade e tristeza.

— Eu prometo.

Segurei a pequena mão de Nicholas, cujo os dedos pareciam tão frágeis quanto porcelana.

— Você jamais será como o seu pai, Nicholas. —garanti. Minha cabeça latejava e já não era mais capaz de manter meus olhos abertos, senti o ar de meus pulmões se esvaírem...


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado!!



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