Amor ou amizade? escrita por Manusinha Mayara


Capítulo 8
Capítulo 8: A outra face.


Notas iniciais do capítulo

Parece que a máscara vai cair.

Lembrem-se : Nem tudo é o que parece afinal.

Divirtam-se.



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Domingo eu e a Manu acordamos bem tarde. Eu contei para ela tudo que rolou na festa, ela não fez nenhum comentário, o que estava começando a me irritar. Que tipo de amiga não te aconselha? – pensei.

— Então, o que você acha? – perguntei impaciente com o silencio dela.

— Acho que o Carlos não é a pessoa certa para você. – Manu respondeu sem cerimônia.

— Como assim? Eu amo ele! – digo chocada.

— Você acha que ama ele, sempre achou, mas isso não é amor Fernanda! Tá mais pra obsessão se quer saber! – ela disse olhando bem em meus olhos.

— Tem alguma coisa sobre ele que eu não saiba? – pergunto séria.

— Você sabe, só não quer enxergar. – Manu disse com seriedade.

— Por favor, abra meus olhos. –pedi irônica.

— Ele não presta Fernanda, fica com todo mundo, não dá valor para essas vagabundas. Usa e depois descarta. – Manu respondeu, e foi como um tapa em meu rosto essa revelação.

— Isso que eu sou? Vagabunda? – perguntei magoada.

— Não foi isso que eu quis dizer. – Manu tentou se aproximar, mas eu me afastei.

— Sabe o que eu acho? Acho que só porque você tem um namorado, é rica e está no centro das atenções, não quer que ninguém te ofusque. – disse destilando meu veneno.

— Você tá maluca? Centro das atenções? – Manu perguntou chocada.

— Depois que eu voltei, e a Priscila foi embora, tudo melhorou para você. Ser namorada de um dos mais gatos do colégio deve ser maravilhoso imagino. –continuei com uma voz fria.

— Eu nunca precisei dessa droga! Sempre me virei sozinha. – Manu retrucou com a voz magoada.

— Bom, acho que pode começar a fazer isso outra vez. – digo e saio do quarto dela.

Desde quando ela se tornou tão mesquinha e invejosa? – pensei brava. Juntei todas as minhas coisas depressa e fui embora caminhando de volta para minha casa.

Quando cheguei, a casa estava vazia, meu pai ficaria mais uma semana fora ainda. Subi para o meu quarto, larguei minha mochila em um canto e me joguei na cama.

Carlos deu algumas mancadas ontem, mas ele me compensou, ficou próximo de mim, me serviu bebidas, dançamos e ele me apresentou a todos os seus amigos como sendo “sua garota”. Claro que ele teve um passado de pegador, mas as pessoas mudam. Como Manu não pode me dar apoio com isso? Eu sempre a apoiei em tudo e ela também me apoiava! Pior tipo de traição que existe, é a traição de uma amiga.

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As semanas foram passando depressa. Eu ficava com Carlos e sua turma nos intervalos das aulas. Manu ficava, com Henrique e a turma dele agora. Nos tornamos estranhas, ela até se sentou longe de mim na sala de aula.

Meu pai quando soube que eu estava saindo com Carlos, não gostou nadinha. Ele se tornou mais rígido, eu só podia ficar na rua até meia noite, se passasse deste horário, ficava de castigo.

Carlos me levava as festas, me deixava em casa a meia – noite e depois voltava. Ele me explicou que por ser o cara mais popular do colégio, tinha que ajudar a promover as festas. A maior parte da galera só ia por causa dele. Eu não gostava disso, mas entendi.

Assim se passaram três meses. Era uma manhã de sábado, eu e meu pai almoçávamos comida chinesa e ele disse:

— Vou fazer uma viagem hoje e volto na sexta. – ele comentou.

— Tudo bem. – disse tentando demonstrar interesse.

— Quero saber que posso confiar em você querida! Você precisa me respeitar mesmo quando não estou por perto.

— Ok. – disse aborrecida, desde que comecei a namorar o Carlos ele me trata como uma criminosa.

— Os pais de Carlos ficaram de olho em você por mim. Se você ou esse garoto fizerem qualquer coisa errada, eu irei voltar imediatamente. – ele disse e me encarou.

— O que nos faríamos demais? – perguntei sem entender. Sexo? – pensei.

— Você sabe muito bem a diferença entre o certo e o errado. – meu pai diz.

— Sim, não vou te decepcionar. – eu digo.

Naquele mesmo dia, quando começou a anoitecer meu pai saiu. Enviei uma mensagem para Carlos e contei que eu estava sozinha. Talvez fosse a oportunidade perfeita para perder minha virgindade, e essa ideia aumentava em 1000% minha ansiedade.

Carlos respondeu a mensagem e disse que iriamos sair. Ele queria me apresentar uns amigos seus. As 22 horas ele apareceu na minha casa, quando já estávamos em seu carro perguntei:

— Aonde vamos?

— Vamos para um barzinho com Junior e outros caras do colégio. – ele respondeu sem me olhar. Eu estava com um pressentimento ruim.

Quando chegamos lá, vi uma turma grande, quase vinte pessoas e para minha surpresa Priscila estava lá! Ela ignorou a minha presença, estava muito magra e com hematomas pelo corpo, parecia estar muito doente. Tinha uns homens muito estranhos, pareciam mais velhos e cheios de tatuagem feias, meio desbotadas.

Depois do barzinho, fomos para casa de Pablo. Eles ligaram a música e todos já estavam bem bêbados, inclusive Carlos. Junior me ofereceu um cigarro (maconha), mas eu não quis, as palavras do meu pai não saiam da minha cabeça.

— Eu vou ao banheiro. – avisei a Carlos.

— Vai lá.

A porta do banheiro estava encostada, então eu abri devagar, Priscila segurava uma seringa e com a ajuda de Pablo injetava alguma coisa em seu braço.

— Que isso? – Perguntei sem entender. Os dois se assustaram com a minha presença ali. Pablo me puxou com força pelo braço e me jogou contra parede, colocou sua mão em minha boca para que eu não gritasse. Priscila fechou a porta e saiu, ela não disse nada.

— Você não vai contar nada disso pra ninguém, você entendeu? – Pablo me ameaçou, eu dei um aceno afirmativo com a cabeça. Ele me segurava com muita força, estava machucando meu rosto.

— Carlos logo vai te iniciar nessa vida, ele que viciou a Priscila. Para andar com os populares, tem que entrar no nosso mundo. – Pablo disse e então me soltou. Eu não conseguia me mover, então perguntei.

— Posso usar o banheiro agora?

— Claro. Sabe você é bem bonita, depois que o Carlos acabar com você, nós podemos nos divertir juntos. – ele estendeu a mão acariciou meu rosto e então saiu.

Tranquei a porta imediatamente, me sentei no chão atordoada. Carlos não deveria saber disso, ele não faz isso, não podia acreditar. Estava assustada, sai do banheiro devagar, olhei do alto da escada e vi Pablo conversando com Carlos lá embaixo:

— Você não deu pra ela ainda? – Pablo perguntava.

— Ainda não, nos nem transamos ainda. – Carlos respondeu.

— Acho que você está perdendo o jeito com as garotas. – Pablo diz e começa a rir.

— Não fala besteira. Tem certeza que ela viu? – Ele pergunta a Pablo.

— Absoluta, eu já ameacei ela até. – ele responde e começa a rir de novo.

— Você é idiota? Ela tem que entrar nisso por vontade própria! – Carlos diz irritado.

— Eu sei, mas ela parece uma medrosa, Priscila era mais corajosa e mais fácil de controlar.

— Eu vou faze- lá se apaixonar e então ela vai entrar na onda. Ela é inocente, por isso gosto dela. – Carlos diz convicto.

— Melhor ir lá e falar com ela então. – Pablo retruca.

— Vou lá transar com ela e faze-la confiar em mim. – Carlos responde e começa a subir as escadas.

Droga! Em que eu me meti afinal? – penso. Saio correndo e entro no primeiro quarto do corredor, fecho a porta devagar para que ele não me escute.

Carlos estava usando drogas e queria que eu usasse também? Isso significava gostar pra ele? Era óbvio que eu não podia confiar nele agora. Tenho que dar um jeito de ir embora, sem que eles me vejam.

O que faço agora? Como vou sair dessa? – penso desesperada.


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Notas finais do capítulo

Que meda! kkkkkkk

O que acharam?

Bjos