The Woods escrita por The Wanderer


Capítulo 25
Seth


Notas iniciais do capítulo

Oi oi gente, eu sei que eu demorei (de novo), mas é que eu tenho pensado bastante nessa fic, principalmente em como eu vou continua-la. Acontece que eu tive que tomar algumas decisões importantes e inclusive mudei algumas que já estavam certas logo quando comecei a fic, para que a história fique o melhor possível.
Enfim, só queria falar essas palavrinhas com vocês mesmo, espero que gostem bastante, estou trabalhando bastante nela, boa leitura!!



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Andei até o ringue e Avery se colocou em posição de luta.

Como ela espera que eu lute com ela, eu nem sei segurar esse arco.

— Ganha quem acertar a outra em algum ponto vital. – ela nem deu tempo pra eu protestar e já prosseguiu – VALENDO!

Eu definitivamente precisava pensar em alguma coisa para fazer urgente porque eu não sabia como eu iria lutar com aquilo.

Avery deu um passo para frente e lançou violentamente uma faca na direção do meu coração. Não tive tempo de pensar e nem reagir direito então só me joguei (na verdade ta mais pra “tropecei”) no chão. Ainda sim a faca bateu no meu ombro e caiu.

O tecido é impenetrável!

Fiquei um pouco mais sossegada.

Ela andou pro lado e eu andei pro lado oposto, tentando ganhar tempo para pensar. Ela só tinha mais uma faca, a outra estava caída perto de mim, então seu próximo ataque teria que ser pessoal. Diferente de mim, que tinha flechas.

Então tentei o absurdo, tirei uma flecha do estojo que eu havia prendido em minha cintura e posicionei no arco. Eu tinha uma esperança louca, quase cega, de que iria funcionar. Quase como uma certeza.

Estava com o arco apontado no chão já com uma flecha engatilhada, quando Avery pulou na minha direção e aterrissou a centímetros de mim com uma cambalhota, pegando sua faca perdida no processo e ainda agachada, se preparou para pular em mim, com uma faca apontada na minha direção. Eu estava em pânico, por isso algum instinto em mim, fez com que eu levantasse o arco em sua direção e disparasse sem nem ao menos mirar. Foi quase literalmente um tiro no escuro.

Obviamente a flecha não a acertou, Avery é rápida demais e eu não sei manusear um arco, mas milagrosamente eu consegui, de fato, atirar a flecha e ela passou do lado do pé dela. É um começo, eu tinha que me manter otimista. Ao menos eu consegui fugir para o outro lado do ringue e pensar no próximo movimento.

Eu não tinha tempo antes dela atirar outra faca, tudo isso ocorreu em um milésimo de segundo, então tirei outra flecha do estojo e atirei em direção a ela mais rápido do que minha mente conseguia processar (também, se eu fosse digerir isso, eu estaria paralisada de nervosismo). Dessa vez minha mira foi melhor e a flecha passou perto do seu braço, talvez até o tivesse atingido, se ela não graciosamente não tivesse desviado para o lado.

Nesse meio tempo em que eu atirei a flecha eu já havia pegado outra e essa já estava posicionada no arco, mas Avery foi mais rápida e correu toda a distância do ringue que nos separava e se jogou em cima de mim me derrubando no chão.

Caí no chão mirando a flecha no seu coração ao mesmo tempo em que ela segurava uma faca no meu pescoço e outra na minha barriga.

~’’~

Cat saiu correndo pela floresta pelo mesmo caminho que fez, pelas sombras.

Entrou na floresta correndo e assim se distanciou bastante da cidade, parou. Uma sombra saiu de tras de uma arvore e puxou o cabelo dela, colocando uma faca em seu pescoço. Cat fechou os olhos e despejou uma torrente de palavras desesperadas.

— Lucy não está morta, eu sei que não, ela só está desaparecida, eu vou encontra-la.

— Você tem dois dias, se não a encontrar até lá, eu vou te matar. – Max falou em uma voz fria.

— T-Tudo bem.

Max largou o cabelo dela e desapareceu nas sombras da floresta.

Cat não tinha tempo a perder, entretanto, não fazia a menor ideia de onde começar. Andou mais para dentro da floresta, onde ela já começava a ficar mais densa e traiçoeira. Sentou no pé de uma arvore, abraçou suas pernas e começou a chorar.

Uma brisa suave e um farfalhar de folhas surgiram de repente como que para consola-la. Mas logo em seguida ela ouviu uma exclamação e um estrondo de coisa caindo no chão, pelo menos umas três vezes, todas quase iguais.

Ela ergueu o rosto e apoiou suas mãos no chão olhando em volta mortalmente assustada. Prendeu a respiração quando ouviu leves passos.

E uma criatura divina apareceu na sua frente segurando uma longa faca ensanguentada, com pés descalços, calça jeans e blusa branca em trapos chamuscados. E com longas e imponentes asas de penas brancas com detalhes dourados na ponta.

Um anjo literalmente veio ao seu resgate.

~’’~

— Eu aliviei. – Disse uma Avery meio emburrada enquanto tirava a máscara.

— Aham, aliviou, claro. – Ri.

Com alguma dificuldade e muito desgrenhadamente tirei o equipamento enquanto Avery arrumava a sala. Após um momento de silêncio, disse:

— Suponho que agora você queira ir para casa.

— Sim, meus pais devem estar morrendo de preocupação.

Senti uma grande carga de culpa ao pensar nisso. Uma imagem do meu pai abraçando a minha mãe enquanto ela chorava, invadiu minha cabeça e tratei de afastá-la o quanto antes, mortificando-me. Mas em seguida, não sei bem ao certo o porquê, pensei em Cat que ainda estava desaparecida e isso foi o suficiente para que eu sucumbisse as minhas memórias deprimentes. Não queria chorar na frente de Avery, eu ia parecer no mínimo uma louca por chorar do nada, então me esforcei ao máximo para engolir o choro, mas minha compostura já tinha ido pro saco faz tempo.

— Que foi? – Avery perguntou, hesitando em chegar perto de mim. Provavelmente ela não sabia o que fazer, ou ficava desconfortável quando algo desse tipo acontecia.

— Nada... Nada já passou. – Eu era muito orgulhosa para admitir qualquer coisa.

— Ah, então tá. – Ela deu de ombros. – Então, está pronta para ir?

Ela definitivamente havia percebido a mentira, dava para ver no rosto dela que ela não estava convencida, mas não quis insistir mais no assunto. Acho que afinal, ela não levava jeito com pessoas tristes mesmo. Eu até entendo ela.

— Sim, estou. – Disse acompanhando ela para fora da sala. – Ah, mande um abraço para Heyes por mim.

— Mando sim.

Seguimos o resto do caminho até o jardim em um silêncio desconfortável esquisito.

— Nossa, quase me esqueci! Espere um minuto aqui.

Avery subiu correndo o primeiro lance de escada e desapareceu, eu apenas fiquei parada onde estava esperando ela. Enquanto isso, um grupo de alunos apressados passou por mim (quando digo por mim, foi quase através de mim, uma ou duas meninas me deram um esbarrão).

Desequilibrei-me um pouco, mais surpresa do que com raiva, mas elas passaram rápido demais para que eu pudesse xingá-las. Quando voltei meu foco para frente minha expressão não deveria estar nada boa, pois um garoto moreno havia ficado para trás e agora estava me fitando com ar de culpa.

— Eu... Sinto muito, elas são assim mesmo e esta todo mundo muito atrasado. – Ele passou as mãos no cabelo que caía levemente em seus olhos e olhou para o lado, nervoso. – Que péssimo modo de te dar boas vindas.

Fiquei surpresa. Aliás, eu só tenho ficado surpresa ultimamente.

—Ah, sem problemas.. Ahn como você sabe que eu sou nova aqui?- Estava curiosa.

— As noticias aqui correm rápido. – Lançou um rápido olhar para mim. Seus olhos eram de um azul escuro profundo. Até que ele era bonito. – E você sabe... Sua família foi bem conhecida...

Ele colocou as mãos no bolso e arriscou olhar para mim. Eu, de novo, surpresa, com cara de bobona.

— Você não sabia... – Concluiu, agora olhando diretamente para mim, ligeiramente surpreso.

— De fato, não.

Ah era o que faltava ser famosinha no mundo dos anjos por causa da minha família que eu nem conheço.

— Bem, eu realmente gostaria de ficar e conversar mais com você, mas eu estou realmente, realmente atrasado. – Mordeu o lábio descontraidamente. Ok ele era DEFINITIVAMENTE bonito. Do tipo, BEM bonito. — Nossa, nem me apresentei, meu nome é Seth.

Estendeu a mão e ofereceu um sorriso simpático. Cumprimentei-o devolvendo o sorriso.

— Lucy. – Disse.

Ele deu um aceno de cabeça e foi embora na direção dos colegas mal educados.

— Vejo que conheceu o Seth. – A voz de Avery surgiu atrás de mim.

Ela carregava uma pequena pilha de roupas e o meu tênis. Tinha um meio sorriso de lado estampado na cara.

Eu sabia muito bem o que aquilo significava.

Lancei de volta um olhar irritado para ela.

— Ah vai Lucy, ele é gato, admite.

— Vamos logo com isso!- Lancei novamente um olhar irritado e peguei minhas roupas da mão dela.

Ela riu bastante e retomamos o caminho para o jardim. Atravessamos o gramado e paramos em frente ao lago.

— Bom, agora aqui é bem simples. – Ela olhava para o lago. – Como é a primeira vez que você vai fazer isso consciente, vou explicar como funciona. – Encarou-me.

“Na verdade, não tem muita coisa para explicar, é realmente aquilo que eu te falei ontem, vamos entrar no lago, mais ou menos no meio dele vamos mergulhar e alcançar o fundo dele e quando mergulharmos apenas me siga ok?”

Assenti. Avery me olhou mais uma vez como que para verificar se eu estava preparada mesmo.

—Então vamos.

Ela entrou no lago que estranhamente no começo era bem raso, não batia nem em seu tornozelo, e então eu a segui. Senti a agua fria encharcando a sandália que Avery tinha me emprestado e lembrei que ainda estava com as roupas dela.

— Avery, como eu faço com as suas roupas?

— Hein? – Olhou pra mim e lembrou que eu ainda usava suas roupas emprestadas. – Ah isso, claro, são suas agora Lucy, pode ficar.

— Obrigada- Falei meio sem jeito.

Ela se virou de novo e recomeçou a andar para dentro do lago e eu apenas a seguia.

Andamos cada vez mais para dentro do lago e as águas geladas chegaram ao meu tornozelo e assim foram me engolindo cada vez mais, tentava não estremecer. Aquele lago estranhamente ficava muito fundo muito rápido, parece que a cada passo que eu dava ele afundava mais. Parei de sentir o fundo do lago e tivemos que começar a nadar até o meio.

Avery chegou e me esperou. Quando cheguei também ela perguntou “preparada?” e eu assenti novamente. Então ela mergulhou e sumiu dentro do lago e eu a segui para as profundezas geladas. Mantinha meus olhos em abertos e atentos a cada movimento dela, enquanto nadava para o meio do que parecia uma verdadeira colônia de algas altas. Fui tomada por um medo paralisante. Aquilo era completamente apavorante, horrível e não podia parar de seguir a Avery. Parecia mais que estávamos nadando para as entradas do inferno.

Ela parou logo acima das algas, apontou para elas e depois para nós. Em seguida nadou até o meio das algas gigantescas e foi engolida por elas. Ela literalmente sumiu no meio das algas. Então um brilho pálido e fraco surgiu no meio das algas, durou alguns instantes e desapareceu.

Eu estava completamente apavorada e deslumbrada ao mesmo tempo. Não queria ir, estava tomada pelo medo, mas meu fôlego estava acabando e se eu quisesse voltar para o meu mundo, teria que ser por aqui. Fechei os olhos e nadei na direção das algas o mais rápido que pude, senti-as tocarem meu rosto enquanto nadava para o meio delas e então, surpreendentemente (para o meu completo horror), as algas começaram a se enroscar em meus braços, pernas e depois em todo o meu corpo. Mesmo de olhos fechados percebi o clarão que pareceu durar uma eternidade. Quando ele desapareceu, senti que não estava mais enroscada nas algas e nadei desesperadamente para longe delas e para a superfície.

Imergi do lago ainda de olhos fechados tomando bastante fôlego (apesar de perceber que não estava mais sem fôlego), e só então tive coragem para abrir os olhos.

Avery estava na minha frente sorrindo largamente e arrumando os cabelos.

— Desculpe por não ter avisado a parte das algas, achei que você fosse ficar com medo.

— Olha só, te garanto que não funcionou essa sua tática.

Avery jogou a cabeça para trás e gargalhou.

— Enfim, bem vinda de volta. – Disse erguendo os braços para mostrar o lugar.


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Notas finais do capítulo

E aí galera, o que vocês acharam? Escrevam aí nos comentários pra eu saber, beijos, até o próximo capitulo



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