The Woods escrita por The Wanderer


Capítulo 24
Quarto 13


Notas iniciais do capítulo

Oi gente, como estão?
Esse capitulo vai ser mais descritivo, não tem realmente muita coisa nele, apesar de ter a apresentação de um personagem importante. Estou focando mais na Lucy agora porque tem muita coisa que ela precisa saber, mas eu não esqueci os outros personagens, logo mais eles vão entrar em cena e a coisa vai ficar preta.
Eu queria também mandar um beijo para a 'My' com seus comentários que eu simplesmente AMO e me da cada vez mais motivação para escrever.
Também gostaria de agradecer muito aos lindos que favoritaram a fic: Brubothrel13, SenhoritaLivros e Letty Collins
Muito obrigada mesmo, vocês não sabem o quanto isso me ajuda



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Acordei pela segunda vez no mesmo local de antes. A luz do sol da manhã iluminava o lugar e um homem alto, com cabelos e barba fartos e grisalhos estava ao meu lado, olhando para uma ficha que estava em sua mão e anotando alguma coisa nela. Só então ele notou que eu havia acordado.

— Srta. Blackwood, você acordou! – anotou mais alguma coisa na ficha.

Uma coisa que pude perceber naquela ala hospitalar era a falta de monitores cardíacos, aparelhos eletrônicos de tudo quanto é tipo, tubos, agulhas, enfim, coisas que normalmente se encontra em um hospital.

— Como está se sentindo? –olhou para mim de um modo simpático e aguardou minha resposta.

— Bem, acho que estou bem.

— Muito bom. – me deu um sorriso simpático e anotou mais alguma coisa na ficha que ele carregava.

Então fez uma coisa que eu não esperava. Assim que acabou de anotar em sua ficha, abaixou-a e encarou-me fixamente com um sorriso agradável e simpático, sem dizer mais nenhuma palavra.

Olhei-o de volta enquanto pude, mas parece que ele me pegou no meu próprio jogo. O silêncio estava esmagador. Desviei meu olhar para baixo procurando alguma coisa para falar, alguma pergunta ou esperando que ele falasse alguma coisa.

Ele então, provavelmente percebendo meu desconforto, falou:

— Você já está boa agora, então já pode ir se quiser. – Olhou para cima de maneira pensativa. –acho que na terra dos mundanos, chamam isso de alta.

Sorriu mais uma vez, ao que eu tentei retribuir mesmo tendo certeza de que parecia forçado e talvez assustado.

—Ah, mas que falta de educação a minha, nem ao menos me apresentei, me chamo Heyes Fairbridge. – Disse sorridente e depois acrescentou. – Sou o que pode se chamar de médio por aqui.

Como assim, “pode se chamar”?

Nesse momento uma Avery esbaforida entrou cortina a dentro.

— Vim assim que acordei, como esta se sentindo Lucy? – Falou entre arfadas.

Ela realmente parecia preocupada, imagino que não deve ser muito legal perder a aprendiz logo no dia em que a conheceu. Ou eu estava sendo muito injusta com ela e ela realmente estava preocupada.

— Estou muito bem, graças ao Dr. Heyes – Disse sorrindo de uma maneira (EU ESPERO) mais simpática.

Ele encostou em meu ombro de maneira gentil e retribuiu meu sorriso. Avery olhou para ele aliviada e disse:

— Heyes, você é foda, mas sabe disso. – Disse ela dando de ombros.

Ele riu.

— Bom vou deixar vocês conversarem, se você não tiver ido embora ainda, volto a te ver mais tarde srta. Blackwood.

— Lucy, por favor.

— Lucy. – Disse e lançou um último sorriso antes de sair.

Bem simpático eu diria.

— Meu deus Lucy, que susto que você me deu, ainda bem que você está bem. – Falou rápido.

— Ah sim, não se preocupe. – Estava estranhando toda essa preocupação.

— Lucy, olha bem, eu sei que você deve estar doida para ir pra casa. – Mas eita.-  Porém, eu realmente acho que nós deveríamos começar seu treino ainda hoje.

Parou de falar por mais ou menos um segundo me olhando um pouco preocupada com a minha resposta. Mas ela nem me deu tempo de responder, porque continuou:

— Pode ser que aconteça alguma coisa e eu demore a voltar a te ver, esse primeiro período vai ser complicado, até estabelecermos horário e dia para nos encontrarmos... Ou pode acontecer alguma coisa com você, sabe, tem bastante gente te procurando e você sabe. – Agora ela falava muito rápido e andava pelo quarto inteiro.

Ela estava tão frenética que não consegui me concentrar para pensar em uma resposta, então ela me convenceu.

— Avery, calma, tudo bem, a gente pode começar hoje.

Ela parou no mesmo instante e seus olhos irradiaram.

— Ah que bom ouvir isso! Então, vem comigo.

Ela saiu andando apressada pela sede e eu andei atrás tentando acompanhar seu ritmo apressado. Vi algumas pessoas (todas de branco) transitando pelo primeiro andar, provavelmente a caminho do refeitório. Elas conversavam despreocupadamente. Deveriam ser as outras pessoas que moravam ali.

Avery subiu as escadas para o segundo andar, onde ficava a sala de treinamento, entretanto ela seguiu para o terceiro andar.

— Eu sei que você vive na terra mundana e tem uma casa lá, mas eu só queria te mostrar que você sempre terá um quarto aqui caso precise algum dia.

O terceiro andar era dividido em três corredores; o principal, de frente para a escada, e os dos cantos. Havia dois banheiros do lado da escada e os quartos eram um de frente para o outro, separados pelos corredores. Avery me levou ao corredor da direita e abriu um quarto de numero 13, que não tinha decoração nenhuma, só uma cama, um criado mudo com um abajur pequeno em cima e um guarda-roupa do lado da cama.

— Se você quiser decorá-lo, sinta-se livre para decorar como bem entender. – Disse enquanto eu ainda olhava o quarto.

Assim que eu me virei pra ela, Avery me entregou uma chave com uma plaquinha que trazia no número 13 escrito. Peguei a chave e guardei no bolso do vestido que ainda estava usando. Então eu me senti muito acolhida e segura ali, sorri para Avery e a agradeci de verdade.

— Estou aqui para isso. – Me devolveu o sorriso. – Agora vamos andando que não temos mais tempo a perder.

Descemos para o segundo andar e vi duas meninas conversando a caminho da biblioteca, a primeira ela morena e tinha os cabelos compridos e lisos e a segunda era loira e tinha o cabelo curto e repicado. Enquanto seguia Avery para a sala de treinamento ao lado da biblioteca, captei um pedaço da conversa:

“... Você ouviu isso também?”

“Ouvi!”

 “Ai meu deus, será que é ela mesma? Não pode ser eu achava que ela estava morta”.

“Achei que TODOS os Blackwood estavam mortos...”.

Espera... Elas estavam mesmo falando da minha família? Ou eu inventei isso tudo?

Meus pensamentos logo foram interrompidos quando entrei na sala de treinamentos enorme e branca. Era tudo tão branco e arrumado que parecia mais um consultório médico. Havia várias estantes com todos os tipos de armas que eu já tinha visto, do lado oposto da porta, já na parede da direita estavam encostados alguns alvos e bonecos esquisitos e na parede direita aquela mesma espécie de trampolim-masoquista que eu tinha visto na sala de treinamento de Alex, apesar de que essa sala em nada tinha comparação com a de Alex, devia ser no mínimo umas três vezes maior. No centro da sala, havia um grande círculo que parecia ser um tatame, daqueles de artes marciais, só que branco.

— Bem, essa é a sala de treinamentos. – Disse Avery enquanto acompanhava meu olhar.

Avá, cê jura mesmo? Não tinha nem percebido.

—Ok, não vamos mais perder tempo, vem cá. – Falou andando para um cano que eu não havia visto, do lado da porta.

Segui-a e vi que ela vestia uma espécie de macacão com mangas compridas, que lhe cobriam todo o corpo. Em seguida, ela colocou uma espécie de mascara muito parecida com a de esgrima e luvas com aspecto leve. Desnecessário falar que era tudo branco.

— Esse é o equipamento padrão de treino para a segurança de todos os internos e treinadores e eles são regra. – Ela estava remexendo em um baú e continuou. – sem eles não é permitido treinar.

Meu deus, qual é a da necessidade que ela tem de afirmar o óbvio?

Ela já tinha pegado o par de luvas e a mascara quando finalmente pareceu achar um macacão que iria servir perfeitamente em mim.

— Pronto! Achei!- Ela ergueu o macacão em um gesto vitorioso. – Vista isso.

Eu vesti tentando me lembrar de como ela tinha colocado o macacão, que de repente pareceu muito complexo para mim.

Depois do que pareceu uma eternidade para mim (e eu tenho certeza que por trás daquela mascara que não dava para ver seu rosto, Avery deveria estar segurando o riso) consegui colocar todo o equipamento.

— Pronto, vamos? – Eu estava um pouco impaciente.

— Claro.

Ela seguiu até a estante de armas e parou ali.

— A principal arma que a sua família usava tradicionalmente era o arco. – Ela apontou para um arco com um estojo de flechas que estava apoiado no canto da estante. – Mas você tem a liberdade de escolher a arma quiser ou se sentir mais confortável.

Analisei em aquela estante. Só então percebi que havia apenas armas brancas ali, desde facas até lanças, foices, machados, etc. Tinham armas ali que eu nem conhecia.

Então para o meu total desespero percebi que eu não sabia manejar nenhuma delas, eu mal sabia cortar legumes com uma faca, imagina lutar com uma? Eu mesma ia acabar me matando e o inimigo não ia ter trabalho nenhum a não ser sentar e observar eu morrer.

Olhei para a Avery que encarava a estante com uma das mãos na cintura. Ela estava muito segura de si, provavelmente já tinha uma arma escolhida e sabia usá-la muito bem.

—Ahn... Olha... Eu preciso mesmo aprender a lutar e tal? Tipo, não dá pra eu tentar levar os caras no papo?

Ela riu.

— Você vai levar eles no papo e eles vão te levar pra sua cova. – Ai. – Você DEFINITIVAMENTE precisa aprender a lutar. - Deu ênfase no “definitivamente”.

— Tudo bem, mas olha só, o problema é que... – Olhei para baixo e diminui a voz, eu estava claramente envergonhada. - Eu não sei usar nenhuma arma...

— O QUE?? – Ai meu deus, ela vai desistir de mim, é agora que ela vai desistir de mim.— Como assim uma humana que não sabia que era anjo até uma semana atrás e que nunca teve que lutar com ninguém antes, não sabe usar uma arma? – Ela falou essas ultimas palavras pausadamente.

AH ELA TA ME SACANEANDO, CÊ TA ME TIRANDO QUE ELA TA ME SACANEANDO. VACA.

Ela desatou a rir, enquanto eu a fulminava com meu olhar por trás da mascara.

—Tudo bem. - Ela estava tentando parar de rir. – Você vai ter que aprender a manejar e lutar com a arma de qualquer maneira, mas que arma vai ser Lucy?

Eu não tinha a menor ideia de arma, não tinha preferencia nenhuma, todas ali me pareciam muito mortíferas, então decidi escolher segundo a tradição da minha família.

— O arco. – Disse sem nenhuma convicção, tentei de novo, dessa vez com mais convicção. – Vai ser o arco.

Ela pegou o arco e o estojo de flechas e me deu, em seguida, ela chutou para cima, com habilidade, uma faca com lâmina comprida que estava em uma estante perto do chão e pegou-a no ar com uma facilidade medonha. Fez a mesma coisa com outra faca, só que dessa vez pegando com a outra mão.

Afastou-se de mim, andando de costas para aquela espécie de ringue circular no meio da sala.

— Seguinte Lucy- Erguei a voz. -Nós vamos lutar uma contra a outra.

COMO??

— E acho melhor você lutar pra valer. - Pude ouvir um leve tom de risada na sua voz.

Como assim? Fodeu.


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Notas finais do capítulo

Então é isso galera, nos vemos no próximo capitulo, comentem o que acharam e BEIJOSSS



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