Counting Stars escrita por BlueBoxInSpace


Capítulo 7
Capítulo 7




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— Dormiu bem? - o Doutor pergunta se sentando ao meu lado.
    - Sim, e você? - encaro-o.
    - Eu dormi super bem!
    Dou um sorriso fraco e olho para minha comida que de repente ficou muito interessante. Remexo nas ervilhas do meu prato com o garfo espalhando-as.
    - O que foi? Você parece querer me perguntar algo. Está tudo bem?
    Droga! Ele descobriu. Cerro meu punho direito que estava em baixo da mesa e organizo as palavras. 
    - Porque você me beijou ontem? - pergunto encarando seus olhos verdes.
    O Doutor congela. Com certeza eu o peguei de surpresa, por essa ele não esperava.
    Ele umedece os lábios e diz:
    - Bom... você sabe como eu fico quando uma mulher começa à chorar. Eu entrei em desespero e não sabia oque fazer, então fiz a primeira coisa que me veio à mente.
    - Que foi me beijar?
    - Que foi te beijar.
    Aquela desculpa foi horrível, mas eu decido aceitar.
    Fiquei me perguntando depois, porque a primeira coisa que ele pensou em fazer foi me beijar? Será que...
    Me viro para ele e quando eu abro a minha boca para perguntar Anne se senta ao meu lado e me olha com uma expressão de quem me culpava de algo. E eu já até sabia o porquê.
    - Bom dia, Clara - ela diz seca.
    - Bom dia, Anne.
    Ela hesita.
    - Você sabe oque houve com Salmers?
    Olho para ela. A mão do Doutor encontra a minha embaixo da mesa e ele a aperta de leve.
    - Eu... ouvi dizer - minto.
    - Então quando você chegou ele não estava lá? 
    - Não. 
    - Estranho, porque as pessoas próximas me disseram que você ficou lá por no mínimo uns 30 minutos. - engulo em seco - oque você ficou fazendo lá? 
    "Invente uma mentira. RÁPIDO!" penso.
    - Fiquei procurando por pistas de pra onde ele poderia ter ido.
    Ela pareceu convencida, mas nem e tanto. O Doutor solta a minha mão.
    - Hoje nós e mais cinco mulheres do nosso grupo vamos até a lavanderia para lavarmos as roupas. - ela pareceu um pouco tensa com a situação. 
    - Não parece um desafio muito grande - brinco.
    Ela me fuzila com o olhar.
    - A lavanderia é fora da base.
    Arregalo os olhos.
    - Você quer dizer ao ar livre? - pergunto.
    - Sim.
    Perco o fôlego ao imaginar um Dalek nos parando no meio do caminho.
    Olho para o Doutor. Ele estava pálido. Provavelmente imaginou a mesma coisa que eu.
    Ele se inclina sobre mim e diz:
    - Você não vai.
    - Ela vai sim. - Anne se intromete - fiquem calmos, os Daleks nunca nos viram. E é bem rápido, não dá nem tempo deles nos acharem.
    - Existe uma primeira vez para tudo.
    - Mas não para isso. Nossas tornozeleiras tem micro chips que escondem a nossa localização. Caso contrário nós teríamos sido achados e escravizados. E se eles nos encontrarem eu vou atirar neles - ela tira um pistola do cinto - É uma pistola à laser. Quando acerta um Dalek o mata de dentro pra fora.
     O Doutor não pareceu muito confiante mas de decidiu aceitar. 
    Jack e Blake se sentam na nossa frente. Eles pareciam incomodados.
    - Bom dia, Clara. - Jack diz e beija minha mão. - Bom dia, Anne, Doutor, Marie, Bane, Joe.
    - Bom dia, amigos. - Blake diz.
    - Bom dia - respondemos.
    Desde que nós chegamos aqui eu tenho percebido duas coisas. Um: Jack estava dando em cima de mim; Dois: o Doutor estava com ciúmes.
    Pode parecer ridículo que eu ache isso, mas tudo indicava que ele estava MORRENDO de ciúmes. Mas eu não podia culpa-lo porque Jack tem sido muito educado comigo (e eu tenho adorado isso) e ele é MUITO bonito. Não que o Doutor não seja, eu acho ele bonito, mas o Jack era o tipo de cara que conquistava as mulheres somente com uma jogada de cabelo.
    E ele tem se aproximado bastante de mim. Toda vez que nos encontrávamos nos corredores ele me parava e nós conversávamos sobre várias coisas.
    - Ei, Clara, depois eu quero te mostrar uma coisa, tudo bem? - Jack diz.
    Sinto o Doutor me fuzilar com o olhar. Com certeza ele não vai aprovar isto.
    - Claro - respondo.
    Jack sorri para mim e dá uma piscadela. Ele estava dando MUITO em cima de mim.
    Então o refeitório se silencia de novo. Eu já sabia porque, então eu olho para o palco e vejo o General parado lá.
    - Bom dia à todos! - ele diz - Hoje eu vim aqui somente para avisa-los que os Daleks entraram novamente em contato conosco. 
    Várias pessoas se remexem em seus assentos. 
    - Eles nos disseram que vão vir atrás do Predador hoje, e não amanhã como prometido. - murmúrios invadem todo refeitório. - mas fiquem calmos, nós já estamos dando um jeito nisso tudo. Já estamos em busca desse tal de Predador - ele olha para a nossa mesa, mais necessariamente para o Doutor. - agora todos vocês, vão para suas atividades diárias.
    As pessoas se levantam e vão até a porta. Jack vem até mim e diz:
    - Vamos?
    - Vamos. - me levanto e o Doutor me encara horrorizado.
    Jack segura minha mão e me guia por vários corredores até que ele para em uma porta enorme de metal.
    - Preparada? - ele pergunta com um sorriso nos lábios. 
    - Sim. 
    Seu sorriso se alarga e ele digita alguma coisa num teclado ao lado da porta que faz com que ela deslize revelando um dos lugares mais bonitos que eu já vi.
     Era uma estufa enorme com vários tipos de árvores, flores, frutas, arbustos, animais, insetos e até mesmo de grama.
    - Oh. Meu. Deus. - digo estupefata.
    - É lindo, não é? - Jack pergunta.
    - Lindo? Isso daqui é maravilhoso!
    - Mas ainda não acabou.
    Ele me conduz por entre as árvores até encontrar uma clareira que era cortada por um pequeno rio.
    Mas a melhor parte eram os vagalumes.
     Haviam milhares deles iluminando a clareira deixando tudo bem romântico. Espera, o quê?
     - Gostou? - ele pergunta se aproximando de mim.
    - Sim! É lindo! - respondo.
    Ele para na minha frente e segura meu rosto com as duas mãos.
     - Você é mais. - Jack diz e me beija.
    Diferente do beijo do Doutor, aquele era mais apaixonado, mais excitante e mais... mais... espera uma minuto, oque é que eu estou fazendo?!
    Por instinto me afasto dele. Eu não podia fazer aquilo, eu amava outra pessoa!
    - Algo errado? - ele pergunta confuso.
    - Não, é só que... eu não posso fazer isso, desculpe - e saio correndo da estufa sem olhar para trás.
     O que foi que eu fiz para merecer isso? Isso está parecendo um filme de romance clichê com um triângulo amoroso estúpido. Credo, eu não quero isso de jeito nenhum.
     No meio do caminho encontro Anne e ela diz:
     - Estava procurando por você. Nós já estamos indo - Ela me joga uma bandana azul - e eu esqueci de te dar isso. O pessoal do nosso grupo tem que usar.
     - Mas já? 
     - Sim, quanto mais cedo irmos, menos chances de esbarrar com alguns Daleks.
    Amarro a bandana no pulso e sigo Anne até uma sala com vários baldes de roupa.
    - Pegue dois. - Anne me orienta e eu agarro dois baldes e ela faz o mesmo - Vamos.
     Continuo seguindo-a até uma porta no final da sala e ela abre revelando a floresta queimada.
    Aperto os olhos para enxergar alguma coisa diante de todo aquele brilho. Eu demoro um pouco para me acostumar com a luminosidade do lugar.
    Começamos à caminhar, descontraídas conversando umas com as outras. "Estamos relaxadas demais. Estou com um mau pressentimento", penso.
     Depois de andar por vários metros Anne decide conversar.
    - Como foi o seu encontro com o Jack? - ela me pergunta curiosa enquanto passávamos por entre as árvores.
    - Foi legal. E eu gosto de pensar que aquilo não foi um encontro. - respondo me lembrando do que houve.
    - Para onde ele te levou?
    - Para uma espécie de estufa.
    Ela parece perder o fôlego por um momento.
    - E... o que vocês fizeram lá? - ela parecia um pouco desesperada.
    - Nada, só andamos.
    - E... ele te beijou?
    Paro de andar.
    - Clara, o Jack te beijou? - Anne pergunta séria, porém, claramente desesperada.
    Eu não sabia oque fazer. Eu não queria admitir oque houve. Mas eu não posso mentir, senão eles desconfiarão de algo.
    - Sim.
    Ela entra em pânico e eu penso: "Oh Deus, oque foi que eu fiz?"
    - Por que? Qual o problema?
    - Porque eu amo ele! E quando um homem leva uma mulher para a estufa é praticamente um pedido de casamento! Eu não acredito que ele fez isso! - ela desaba no chão e começa a chorar.
    - Anne eu sinto muito, eu não sabia.
    Ela me olha com raiva, mas quando ela está prestes à dizer algo escutamos uma voz que fez com que congelassemos.
     - FORMA DE VIDA DETECTADA. NÃO SE MOVAM OU SERÃO EXTERMINADOS!
     Xingo baixinho e ajudo Anne à se levantar.
     - Corram! Voltem para base, rápido! - digo empurrando-as para o caminho de onde viemos. 
     - Mas e você? - uma mulher de cabelo castanho, olhos azuis e um vestido florido me pergunta.
     - Eu vou distraí-los - respondo.
     - Você é maluca?! Eles vão te matar! - Anne diz horrorizada.
     - Melhor uma do que sete. Não se preocupem, essa é minha rotina. Agora me dê sua arma e vão!
     Anne me entrega a pistola e elas correm de volta para a base o mais rápido possível e eu vou de encontro aos Daleks.
     - Ei! Lata-velha espacial, por aqui! - grito balançando os braços.
     - PARADA, VOCÊ AGORA É UMA PRISIONEIRA DOS DALEKS!
     - Nem no seu maior sonho! - aperto o gatinho e a arma atira com um tranco poderoso, porém, consigo ficar firme.
     O raio atinge o Dalek que grita em agonia e logo depois uma gosma marrom escapa por entre as aberturas.
     - PERIGO! A FÊMEA HUMANA ESTÁ ARMADA! PREPARAR PARA A EXTERMINAÇÃO! — os outros três Daleks apontam suas armas para mim e eu corro como nunca corri antes.
        Por sorte os Daleks não eram muitos rápidos. Mas por azar eu não estava prestando tanta atenção no meu caminho. 
       Enquanto corria eu olhava para trás algumas vezes para poder ver os Daleks. Mas numa dessas vezes eu prendi meu pé em uma raiz de árvore que estava saindo de dentro da terra e caio. Meu tornozelo explode em dor e eu tento não gritar.Bem, eu falhei. Mas não parou por aí, quando eu caí o chão cedeu e eu caí em uma fenda batendo a cabeça. Um pouco de terra das paredes cai em cima de mim.
     Ouço os Daleks se aproximando e eu sabia que minha morte estava próxima.
      - LOCALIZAR FÊMEA HUMANA.
    - A FÊMEA HUMANA ESTÁ MORTA— tento ver oque eles estavam fazendo, mas minha visão estava turva e eu conseguia enxergar somente borrões de bronze. - OPERAÇÃO CONCLUÍDA
    - PRECISAMOS RECOLHER O CORPO.
    - IMPOSSÍVEL, ELE ESTÁ LOCALIZADO EM UM LUGAR IMPOSSÍVEL DE UM DALEK ENTRAR.
     - POSITIVO. PREPARAR PARA TELETRANSPORTE.
     Vejo um clarão e os Daleks se vão.
     Depois disso eu somente desmaio por causa da dor no tornozelo e da pancada.


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