Felcity andava apressada pelas ruas geladas de Star City. Tinha perdido a noção de tempo ao tentar refazer a programação de um dos sistemas da QC e quando se deu conta já eram quase dez horas da noite de uma sexta feira.

Resolveu não estar com animo para cozinhar e parou na loja de conveniência da esquina de seu prédio para comprar uma lasanha e mais sorvete de laranja. Estava tão cansada e nem tinha percebido até iniciar o caminho pra casa. Ficar horas com a cara no computador era o que ela amava fazer, mas sua lombar discordava.

Entrou na conveniência, cumprimentou o Sr. Cheng e foi em busca da lasanha e do sorvete. Estava na parte de trás da loja, ao lado dos freezers quando ouviu o anuncio de assalto.

“Merda...merda! Tudo o que precisava!”

Ela olhou entre as prateleiras e viu dois homens armados ameaçando o proprietário e outro cliente. Estava pegando seu celular para ligar para a policia quando uma mão tampou sua boca e um corpo forte a puxou para trás da prateleira dos produtos de limpeza.

(...)

Oliver estava morto de cansado, a reunião com os acionistas tinha esgotado toda a sua paciência e todas as suas forças. Era incrível como quando alguém queria, conseguia fazer outra pessoa ter instintos assassinos! Era assim que ele se sentia quando Isabel Rochev abria a boca.

Mas ele estava decidido a esquecer do dia tenso, tinha parado numa loja de conveniência no caminho de casa para comprar alguma bebida e algo para comer. Estava distraído olhando para a loira que entrou e foi direto para o freezer de sorvete:a linda e atrapalhada FelicitySmoak. Ainda olhando pra ela e tentando decidir qual a melhor forma de abordá-la, quase não se deu conta do anuncio de assalto na frente da loja....mas assim que ouviu se abaixou e tentou chamar Felicity que estava pegando o celular para ligar para a policia...mas ele pode ver que as câmeras iriam denuncia-la e rapidamente se aproximou tampou sua boca e a puxou para um vão entre as prateleiras onde as câmeras não alcançavam.

(...)

Felitcity entrou em pânico por um momento, mas então sentiu aquele perfume e relaxou. Ela já o havia sentido antes e por incrível que pareça ele não podia pertencer à outra pessoa que não fosse Oliver Queen, seu lindo, sarado e serio chefe. Que era também uma pessoa incrível...isso pelo pouco que conhecia dele. Mas nunca o vira tratar mal nenhum funcionário e nunca perdeu a paciência...nem mesmo com a insuportável da Isabel “ Bruxa do Oeste” Rochev a megera que era responsável pelo setor de finanças da empresa.

Oliver sentiu o corpo dela relaxar e suspirou aliviado. Ele tirou na mão de sua boca, mas a manteve junto a seu corpo. Eles ouviam os dois bandidos ameaçando o Sr. Cheng quando ele disse que não havia mais dinheiro no caixa. Os gritos estavam mais próximos.

– Faça a ligação para a policia – ele sussurrou para ela – eu fico prestando atenção neles. Ela só assentiu.

– Star City DP, pois não?

– Está ocorrendo um assalto na conveniência da esquina da Mason com a Principal...são dois homens armados. – ela falava baixinho e deu graças a Deus quando a atendente respondeu.

– Certo, já enviaremos viaturas...fiquem calmos.

Ela olhou para Oliver e viu que ele estava tenso e quase sem fazer ruído pediu:

– E agora? – ele pensou e olhou para uma porta que ficava a direita de onde os dois estavam.

– Podemos tentar chegar até lá e...

– Ora...Ora...o que temos aqui!!! – de repente ele viuFelicity ser arrancada de seus braços por um dos assaltantes e uma arma ser apontada para sua cabeça – VAMOS! PARA FRENTE! ANTES QUE ESTOURE A LINDA CABECINHA LOIRA DA SUA NAMORADA!

Ele obedeceu e seguiu para frente da loja e foi empurrado no chão e logo Felicity foi jogada ao seu lado...ele fez o possível para amenizar sua queda.

Felicity estava apavorada, o que aconteceria se eles reconhecessem o loiro ao seu lado como o herdeiro de uma das maiores fortunas de Star City? Ela o abraçou e sussurrou em seu ouvido:

– Não deixe eles te reconhecerem...por favor – ele a olhou, ela estava preocupado com ele?

– Fique calma, vamos sair dessa, ok? – Ele tentou passar toda a calma que podia....mesmo que ele mesmo não estivesse tão calmo assim.

Observou os dois homens, eles não pareciam profissionais e isso era mais perigoso. Eles estavam com um 38 e uma Glock 19. Um deles tremia as mãos e aquilo o deixou preocupado. Olhou para outro refém, um homem negro e de porte atlético. Percebeu que ele pensava da mesma forma. Esperava que a policia chegasse logo pois a situação podia se complicar. Um dos homens estava levando o Sr. Cheng para os fundos da loja enquanto o outro ficava com os reféns. Mas assim que eles começaram a executar o plano ouviram as sirenes da policia.

– Mas o que??? Quem chamou a policia? – ele estava irado!

– Não era pra ter acontecido isso....a gente só tinha que entrar pegar a grana e dar o fora!! Porque você tinha que querer abrir o cofre??

– CALA A BOCA!!! Agora temos que pensar....esperamos eles entrar em contato – olhou para os quatro reféns – QUEM DER UM PIU MORRE E NÃO ESTOU BRINCANDO!

Oliver apertou Felicity em seus braços e ela deu graças a Deus por tê-lo ali. A situação não era das melhores e ela estava com medo.

Os dois assaltantes conversavam entre si:

– Vamos pedir um carro para sairmos daqui e que eles não nos sigam...

– E eles – ele apontou a arma indicando os reféns.

– A gente leva um como garantia....podemos levar até dois....vamos aguardar....

– Ok!

O telefone da loja toca e os dois bandidos se olham.

O que parece ser o líder atende e inicia uma conversa com a policia. Enquanto os dois estão distraídos Oliver puxa conversa com o homem ao seu lado.

– Hey...a situação não parece boa...

– Não, não parece...ainda mais por ele não parecerem profissionais.

– Eu sei – Oliver parou um pouco de falar quando viu q um deles os olhava – mas podemos tentar rendê-los...

– Pensei nisso...poderia dar certo, mas acredito ser melhor aguardar os passos da policia...pelo menos por hora...

Oliver assentiu, olhou para Felicity e ele pode ver o medo em seu olhar.

– Hey...vai ficar tudo bem , ok? Eu estou aqui.... – ela olhou naquela imensidão azul que eram os olhos dele e teve certeza que tudo daria certo...ela não sabia bem o porque mais confiava nele... se surpreendeu quando ele lhe deu um beijo casto nos seus cabelos.

De repente tudo se transformou num caos, os dois bandidos começaram a discutir entre si sobre como sairiam dali e num rompante um deles agarrou Felicity pelos cabelos a fazendo soltar um grito de dor. Oliver imediatamente se levantou para reagir e foi impedido pela arma que o bandido apontava para a cabeça da loira.

– Mas um passo, herói e ela morre! – Oliver olhou para ela e viu as lágrimas escorrerem por seu rosto. Olhou para o homem ao seu lado, que também havia levantado e em um sinal mudo eles resolveram agir. O homem deu um soco no estomago do assaltante, que estava olhando a cena, o fazendo se contorcer de dor e abaixar segurando o abdômen o que deu margem para o ele lhe acertasse um soco na nuca o deixando inconsciente.

Ao mesmo tempo Oliver atacava o outro que havia se distraído com a cena ao lado. Deu-lhe um soco no rosto o deixando desnorteado, mas não conseguiu evitar que eleempurrasse Felicity para o chão com o intuito de ter a arma livre para aponta-la para Oliver que segurou a mesma com a mão a afastou de sua direção e acertou outro soco no homem que até tentou revidar, mas foi impedido pelo outro homem que já empunhava a arma do seu comparsa. Por fim ele se rendeu e Oliver no auge da raiva lhe deu mais um soco.

– Hey, calma.... – deixa que eu dou um jeito neles, vá ver como ela está.

(...)

Felicity sentiu o forte puxão em seus cabelos e não pode evitar o grito que escapou de seus lábios. Ela se viu nos braços do assaltante com a arma apontada para sua cabeça. Viu Oliver levantar num rompante para salva-la, mas parando assim que o bandido falou:

– Mas um passo, herói e ela morre – ela sentiu as lágrimas descerem por seu rosto e seu olhar pousou no rosto de Oliver. Ele tinha a expressão de pura fúria e de repente ele olhou para o homem ao seu lado e os dois atacaram os assaltantes. E tudo pareceu estar em câmera lenta até ela ser jogada para o lado e bater a cabeça no balcão de atendimento da loja.

(...)

– Felicity! Acorda! – Oliver estava desesperado, ela não acordava e os paramédicos ainda não haviam entrado. Um filete de sangue corria da testa dela onde tinha sido o impacto com o balcão.

Assim que os paramédicos entraram no lugar ele os chamou para que pudessem atendê-la. Infelizmente, ele teve que ser afastar e foi levado para fora para avaliação médica, bem como o outro refém e o Sr. Cheng.

Ele estava ao lado da ambulância onde Felicity estava sendo atendida quando percebeu a aproximação do Detetive Lance.

– Oliver!

– Hey! – Lance era pai de sua melhor amiga Sara.

– Como você está?

– Bem...e os assaltantes?

– Não tão bem....você e seu amigo tem a mão pesada. Mas eles vão ter muito tempo para se recuperar atrás das grades. Esses dois são velhos conhecidos do departamento.

– Fico feliz!

– E sua amiga?

– Ainda não sei...

– Certo, só preciso que vocês passem na delegacia para prestar depoimento amanhã sem falta, ok?

– Pode deixar e obrigado!

Quando ele se afastou o homem negro que o ajudou se aproximou.

– John Diggle.

– Prazer! Oliver Queen! Obrigado pela ajuda lá dentro.

– Não precisa agradecer, estávamos no mesmo barco.

– Verdade – Oliver ia dizer mais alguma coisa quando o paramédico lhe chamou – Me procure lá na empresa – lhe entregou um cartão que tinha no bolso – podemos coversar melhor.

– Ok! E espero que a moça fique bem!

Oliver entrou na ambulância e ela já estava acordada.

– Hey! – ele lhe segurou a mão e beijou a palma – você está bem?

– Sim...só um pouco tonta – ela tinha um curativo na testa e soro injetado no braço – obrigada por me salvar!

Oliver sorriu e negou com a cabeça.

– O senhor vai junto com ela? – o paramédico estava saindo da ambulância.

– Se for possível eu gostaria.

– Ok!

– Você não precisa me acompanhar Oliver...já chamei minha mãe pra ficar comigo e ela deve estar chegando. Nesse momento ele v~e uma mulher loira, muito jovem e bonita, se aproximar correndo da ambulância.

– Felicity!! Meu bebe!! – Ah! Aquela devia ser a mãe dela. Oliver se afastou para que a mulher pudesse entrar na ambulância.

– Mãe! – Ela revirou os olhos e sorriu para Oliver um tanto constrangida – eu estou bem...só tenho que ir para o hospital para observação.

– Tudo bem – ela viu Donna olhar para Oliver com curiosidade – eu vou com você.

– Certo. Oliver, você pode ir, não quero ser um incomodo.... – ela viu algo passar pelos lindos olhos azuis, decepção talvez?

– Não seria incomodo nenhum, mas vou deixa-la com sua mãe – ele olhou para Donna e sorriu – Se ela precisar de algo não hesite em me chamar, ok? – e lhe entregou um cartão com o seu telefone.

– Não precisa, Oliver...é sério! – ela lhe sorriu tentando ignorar a dor que começava a ser manifestar onde um galo provavelmente se formava.

– Ok! Mas qualquer coisa – ele se aproximou e lhe deu um beijo no rosto e saiu da ambulância no mesmo momento em que o paramédico vinha fechar a porta.

Felicity olhou para sua mãe no momento em que ela se abanava com o cartão de Oliver e sabia que assim que tivesse oportunidade Donna a interrogaria sobre ele com a mesma competência de um soldado da Gestapo!