Cold as Stone escrita por BloodMoon


Capítulo 3
Eu posso fazer isso


Notas iniciais do capítulo

Primeiro, respondendo à pergunta que todos provavelmente irão fazer, sim eu mudei o nome da história e a capa, mas olha só, para mim aquele nome estava sem graça e muito mas muito clichê, queria um nome diferente, apenas meu, então saiu isso, espero que tenham gostado!

Aproveitem o capítulo, ele vai ter algumas coisas bem importantes para o desenrolar da história.



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O sinal tocou ao mesmo tempo em que fechei a porta do meu armário, levando um susto logo em seguida, não pelo sinal, mas sim por ter um garoto encostado no armário ao lado me observando atentamente. Não o reconheci assim de cara, mas as cenas do dia anterior voltaram à minha mente, lembrando - me que aquele garoto era o mesmo que estava ao lado da Elena naquele teste.
- Oi... Desculpe-me por lhe assustar
- Ah... Hãm... Oi... Izaac certo? Não tem problema, só... Não faça mais isso! - Minha voz saiu um pouco mais ríspida do que esperava e me arrependi na mesma hora mas não disse nada
- Aham, sinto muito... - Ele ficou um pouco vermelho o que me deixou envergonhada pela forma que o tratei; Ele começou a se distanciar mas o impedi
- Ei... O que você queria me dizer? - Ele me olhou confuso como se não se lembra-se o que era, mas logo se aproximou de mim
- A professora Elena ontem me pediu para mostrar a sala, mas você saiu correndo, vim perguntar se você não queria ir na hora do almoço
- Ah, claro... Bom eu tenho que ir para a aula agora então nos vemos na hora do almoço
- Certo - Nos despedimos e caminhei para longe, indo em direção da sala, tentando não olhar para trás.

Algo naquele garoto chamou minha atenção, me deixando curiosa, não era apenas por sua aparência, mas tinha algo nele, diferente, mas eu não queria me aproximar dele mais do que o necessário e depois ser despedaçada mais uma vez, ou talvez o contrário...
*************
Assim que o sinal tocou anunciando a hora do almoço procurei por Izaac, que me esperava encostado em meu armário. Ele me observou por alguns segundos e com um aceno começou a caminhar, diminuindo seu passo para que eu pudesse acompanha-lo.
Passamos por alguns corredores e descemos por uma escada nos levando ao piso inferior que eu não fazia a menor ideia da existência, havia algumas pessoas caminhando pelo corredor despreocupadas
- Quando a escola foi construída eles não tinham a intenção de fazer mais de um piso; Alguns anos atrás eles perceberam que seria interessante, ao invés de fazer mais um andar em cima, fazer no subsolo e todos temos que concordar que ficou bem legal! Sendo assim todos as atividades extracurriculares são realizadas aqui, inclusive nosso "clubinho" - Ele fez aspas com a mão o que me fez rir e eu apenas o observava enquanto ele cuspia palavras ao vento como se tudo fosse um museu de história e ele fosse o guia, lancei um olhar divertido em sua direção mas ele não notou, continuando a falar, mas aquela altura eu já não estava prestando atenção nele mas sim nas várias salas ao nosso redor.
Não pude segurar um suspiro assim que paramos em frente à sala de música, era diferente, não uma simples sala com alguns instrumentos mas sim quase um mini teatro bem debaixo de nossos pés, aquilo definitivamente me deixou sem fôlego. Haviam algumas guitarras, de vários estilos, alguns violões, dois pianos e dois teclados, assim como os instrumentos de uma orquestra inteira, além de um palco, era tudo tão maravilhoso que cheguei a me sentir em casa.
- Os encontros acontecem todas as terças às 3:30 pm assim que as aulas acabam, é melhor não se atrasar, senhorita Elena não é muito fã de atrasos e acredite, não vai gostar do que ela pode fazer com você - Ele deu um sorriso malicioso, eu fiquei curiosa sobre o que ela poderia fazer mas sabia que ele estava apenas tentando me deixar com medo, então eu apenas revirei os olhos, mostrando que não acreditava nele; Ele apenas deu de ombros como se dizendo "Tudo bem, depois não diga que avisei".
***********
A aula finalmente acabou e aproveitei para passar em casa e trocar de roupa, comer alguma coisa para então poder ir para o orfanato.
Já estava no meio do caminho, parada em um sinal, apenas esperando que ele abrisse; Eu olhava fixamente para o sinal que em poucos segundos se abriu, assim que dei a partida algo me fez parar, na minha falta de atenção não vi que uma garota atravessava a rua colidindo com a moto que por sorte não estava em alta velocidade. Desci rapidamente da moto e tirei o capacete, observando melhor a garota à minha frente, aparentemente ela não estava machucada, porém pela sua cara dor algo estava errado.
- Está tudo bem? - Não ela está apenas treinando para um concurso de caretas, será que eu não tinha uma pergunta mais estupida para fazer? Ela negou e tentou se levantar e eu a ajudei.
- Acho que machuquei minha mão
- Você sabe se tem um hospital aqui perto?
- Tem um à duas quadras daqui
- Ótimo! - Tirei minha moto do meio da rua e a ajudei a pegar suas coisas e a levei até o hospital, é claro andando, não sou louca de levá-la de moto sendo que ela estava com uma mão machucada - Apenas tente não mexer sua mão.
- Nem tentaria
- Tem certeza que não machucou nada além de sua mão? - Ela apenas concordou com a cabeça - Então... Você estuda comigo certo?
- Sim, temos algumas aulas juntas
- Acho que não nos apresentamos, eu sou Hazel - Eu estendi minha mão esquerda (Pois sua mão direita estava machucada) em sua direção e ela apertou de volta
- Sou Alyssa, muito prazer.
********
- Você apenas torceu a mão, não foi nada de mais e em uma semana você já deve estar bem. Esse analgésico vai ajudar com a dor, tome sempre que precisar.
- Como vou fazer para tocar? Tenho um concerto na escola em duas semanas e preciso ensaiar.
- Sinto muito mas seus ensaios terão que esperar caso você queira ficar boa.
- Mas não posso deixar minha equipe na mão.
- Olha tenho certeza que eles podem se virar sem você por uma semana
Eu observava a pequena briga à minha frente em silêncio, ponderando se deveria me pronunciar, eu sabia que esse era o certo a se fazer levando em conta os danos que causei a ela mas toda minha coragem havia ido para o espaço naquele momento.
- Eu posso tocar em seu lugar essa semana ... - Minha voz não passava de um sussurro, porém chamou atenção de ambas que olharam em minha direção
- Como disse?

Dei um longo suspiro, começando a pensar em desistir, mas juntei toda minha coragem e falei em voz alta
- Eu posso tocar em seu lugar, apenas essa semana em que você está se recuperando. É o mínimo que posso fazer por você depois de tudo.
Ela ficou em silêncio por longos segundos, olhando diretamente em meus olhos e sustentei seu olhar para mostrar que não estava mentindo.
- Tudo bem, digamos que eu aceite, mas você nem mesmo sabe a música, vai mais atrapalhar do que ajudar
- Tenho certeza que se me mostrar a partitura consigo fazer isso
- Mas...
- Olha só, você disse que não queria deixa-los na mão, ótimo aqui estou eu! - Ela bufou alto, provavelmente imaginando que iria se arrepender mas no final concordou.
- Temos que ir até a minha casa pegar as partituras
Olhei para o celular em minhas mãos e arregalei os olhos, já passava das seis, eu com certeza iria me meter em problemas, mas pensaria nisso depois já tinha outro problema para resolver no momento.
A casa dela por sorte ficava na mesma rua e aproveitei para pegar minha moto e a levei empurrando até a casa de Alyssa enquanto conversamos, ou melhor, ela falava e eu apenas concordava ou minhas respostas eram curtas, pois a moto era um "pouco" pesada e custava todo meu fôlego, quando finalmente chegamos, parei por alguns minutos para recuperar o fôlego perdido.
- Tudo bem?
- Claro... Apenas estou sem fôlego - Acabei rindo de minha própria desgraça e Alyssa me seguiu.

- Pronto, aqui estão as partituras - Olhei para as folhas em minha mão e percebi que conhecia a música, porém algo estava diferente, não me lembrava de certas notas
- É impressão minha ou essa música foi modificada?
- Não é impressão, queríamos fazer algo diferente sabe? Meio que a nossa marca na música. Haverá alguns olheiros de faculdades e essa é nossa oportunidade para mostrar o que sabemos - Uma pontada de inveja surgiu na mesma hora, o que daria para estar nesse palco.
- Será que posso tentar tocar? Apenas para ver como me saio com a letra.
- Claro! É desculpa mas você não é daqui né? Você tem um sotaque diferente - Ela perguntou enquanto pegava seu violino e me entregava
- Para ser sincera, sou sim, porém me mudei com 5 anos para a Inglaterra e só voltei à poucos meses

Apoiei o violino em meu ombro dedilhando algumas notas antes de realmente tocar, pois fazia algum tempo que não tocava. Olhei mais uma vez para as partituras e comecei a tocar, primeiro de forma calma e mais rapidamente conforme dedilhava as notas e entendi o que ela quis dizer com deixar a própria marca na música, era quase como um remix clássico que ficou muito bom.
- Nos vemos na escola, não esqueça as partituras
- Pode deixar, até amanhã então.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado! Até o próximo...



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