When Love Comes Around | h.s. escrita por Emmy Alden


Capítulo 36
De Volta Ao Lar


Notas iniciais do capítulo

HOLAAAA, SWEET CREATURES



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Rever minha avó foi como se o grande choque de não viver mais em Lakeport me atingisse apenas naquele momento.

"Aster, minha contadora de histórias preferida, eu estava no telefone com seu pai a poucos instantes." ela me deu um de seus abraços calorosos. "E você deve ser um dos novos membros da família Duchassel."

Harry estava logo atrás de mim com a outra metade da nossa bagagem.

Ele deu um sorriso sem graça e estendeu a mão em cumprimento. Tive que conter um riso quando a senhora Duchassel segurou sua mão e o puxou para um abraço apertado.

Ergui os dois polegares para um Harry que aceitava o abraço com uma expressão surpresa e ele sorriu.

"Seja bem-vindo, querido. Eu deixei o antigo quarto do pai da Aster limpo e arrumado para você" ela segurou o rosto dele com as duas mãos como se o conhecesse há anos.

"E você, minha bela Aster, deixei seu quarto como se você nunca tivesse saído daqui."eu quase saí correndo de volta ao meu recanto precioso.

"Acho melhor irmos descarregando as coisas, não?" Harry falou pela primeira vez visivelmente encabulado com toda a intimidade e simpatia costumeira da minha avó.

"Claro, querido. Preparei um jantar delicioso para vocês. Ajeitem suas coisas, tomem um banho e desçam." ela disse enquanto subíamos as escadas. "E Aster, ligue para o seu pai, ele quer falar com você."

Quando chegamos ao andar de cima, eu apontei a direção do antigo quarto do meu pai para Harry.

Ele estava quieto, como nos últimos dias de nossa viagem. Eu sentia falta do Harry que não me deixava em paz, que era todos sorrisos e provocações. Agora, porém, parecia que aquele garoto de antes nunca tivera existido.

Abrir a porta do meu quarto e encontrá-lo como há meses atrás, me fez querer agarrar tudo aquilo comigo e nunca mais deixar.

A decoração com tons de lilás, roxo e azul fez com que eu me sentisse abraçada novamente com aquelas paredes.

Minha cama, minha escrivaninha e meu guarda-roupa posicionados harmoniosamente enchiam meu coração de um sentimento nostálgico.

As fotos que restaram de mim com Tom, Alice, meu pai e algumas da minha mãe quando era jovem, ainda enfeitavam o meu painel na parede.

Não resisti e me joguei na minha antiga cama, sentindo o cheiro de lençol lavado e o conforto de uma cama de verdade.

Contudo, não demorei muito matando a saudade, minha avó não gostava de atrasar as refeições sem um motivo grave, então comecei a escolher as minhas trocas de roupa enquanto o meu celular ligava para o meu pai.

Ele não demorou atender e, pelo tom de sua voz, a experiência de ficar longe um do outro estava sendo difícil para ele também.

Por muitos anos, havia sido somente eu e meu pai "contra o mundo". Ele ficava sentido até mesmo em me deixar ir nos acampamentos da escola.

Eu tive que insistir muito e deixar claro que não me incomodaria com a sua viagem de lua-de-mel com a Anne. E, é claro, dentro de mim havia uma luta constante para evitar parecer uma mãe coruja ligando cada instante para saber como ele estava.

Meu pai, mais do que ninguém, merecia um descanso, umas férias. Merecia ser feliz de novo. Se esse era o caminho, eu estava feliz por ele.

Mas não poderia dizer que ele não estava fazendo falta.

Minha relação com o meu pai sempre foi diferente do que normalmente as garotas tinham com os seus próprios. Meu pai era meu melhor amigo, ele era a figura materna e paterna para mim. Todas as minhas dúvidas e problemas eram confidenciais a ele.

Eu queria abrir meu coração para ele sobre a confusão com Harry e Thomas que estava em minha cabeça, porém:

1-Ele não estava aqui.
2- Harry tinha acabado de se tornar meu meio—irmão.
3- O que Anne acharia desse "relacionamento" com o seu filho.

Com certeza, ainda era tudo muito recente e era muito grande a possibilidade de não obter uma reação agradável de nenhum dos dois. Ou seja, eu estava sozinha nessa.

De volta à ligação, ele me contou dos lugares maravilhosos que conheceu e como desejava me levar lá um dia. Aproveitei para contar a novidade da editora que havia se interessado pelo meu livro.

Pelo modo como sua voz saiu emocionada do outro lado, eu sabia que ele havia ficado tão eufórico quanto eu, e implorou para que eu contasse sobre todo o processo, além de dizer que me apoiaria em qualquer coisa que precisasse.

"Você não parece tão animada quanto eu achei que você estaria ao chegar em Lakeport. Não foi visitar o Tom ainda?" eu apreciava a forma como ele sabia me ler tão bem até com um oceano nos separando.

"Sim." foi tudo que eu sentir de dizer.

"Vocês brigaram?"

"Não, estamos do mesmo jeito, é só que... deixa pra lá, eu não quero estragar sua viagem."

"Agora você tem a obrigação de me contar. Ele tentou algo...hm, que você não queria?" eu quase ri com o tom desconcertante de sua voz.

Nem mesmo toda a intimidade de pai e filha mudaria o fato de que ele era um homem que se esquivava de enfrentar os tabus da vida íntima de sua filha adolescente.

"Não, pai. Ele não tentou nada, é só que eu estou confusa tanto em relação aos meus sentimentos para com ele, como o contrário." me forcei a continuar, ainda que baixinho. "Talvez eu não goste mais dele como costumava."

"Você acha que a nossa mudança pode ter sido o motivo?" ele perguntou cheio de culpa.

"Pai, distância não é um obstáculo fatal para um relacionamento. Até porque, no meu ver, nosso relacionamento continua como sempre foi."

"Só que isso não está sendo mais o suficiente para você." eu assenti com a cabeça  mesmo que ele não pudesse me ver. "Geralmente, isso acontece quando experimentamos algo diferente e melhor do que já conhecemos."

Senti minhas bochechas esquentarem.

"Você conheceu alguém nessa viagem? Algum cara legal? Você sabe que você vai ser sempre minha princesinha e eu vou morrer de ciúmes de cada garoto novo que aparecer na sua vida, mas eu vou estar aqui para aceitar e respeitar todas as suas decisões. Só não se precipite, okay?"

Aquela conversa estava tomando o rumo errado. Controlei a vontade de abrir meu coração para ele, como sempre fiz.

"Eu preciso adiantar aqui, papai. Você sabe como a vó fica se atrasamos alguma refeição. Te amo." ele fez um som de descontentamento, mas se despediu brevemente de mim.

Peguei minha troca de roupa e fui para o banheiro me sentindo realmente mal por não contar tudo ao meu pai, e, adicionada a isso, a indiferença e distância entre mim e Harry estava me sufocando.

Andei pelo corredor de cabeça baixa pensando o que faria para mudar toda essa situação complicada, mas nada vinha a cabeça.

Eu já era familiarizada com aquela casa então exatamente onde era o banheiro, por isso quando cheguei ao local apenas estendi minha mão, contudo em vez de tocar a maçaneta fria, toquei em algo quente e úmido. Olhei para cima encontrando a porta do banheiro já aberta e um Harry que tinha acabado de sair do banho com apenas uma toalha na cintura.

Suas sobrancelhas arquearam e só então eu percebi que ainda tocava o seu abdômen esculpido perfeitamente pelos deuses. Puxei a mão tão rápido como se tivesse me queimado e um pequeno sorriso apareceu no canto dos seus lábios.

"Não ia ser nada legal se minha avó te encontrasse assim." minha voz estava tão falhada que eu queria cavar um buraco de vergonha.

"Esqueci minha roupa no quarto." sua voz saiu rouca como se ele nunca tivesse falado na vida e ele sorriu novamente.

Aquele sorriso familiar. O mesmo sorriso que enfeitava seus lábios quando convivemos por alguns dias na sua casa em New Hampshire. Pensando agora, eu tinha certeza que daria tudo para ter pelo menos aquele Harry de volta.

Estávamos nos encarando mais do que o aceitável. Senti sua mão puxar a minha e colocá-la no lugar onde estava há poucos segundos.

Analisei todas as suas tatuagens sem concentração para perguntar o que significavam.

Sua mão ainda segurava meu pulso e então me puxou lentamente. Antes que eu batesse em seu peitoral ele começou a dar passos para trás.

Seus movimentos eram lentos como se tivesse medo de que eu sumisse ou fugisse.

Então a porta e os meus olhos se fecharam no mesmo segundo.

*


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Notas finais do capítulo

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