Because Of My Blood escrita por Tsukushi_Rose


Capítulo 3
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

~Eu to ligada q vcs leem e não deixam reviews, eu to de olho em vcs. u_u



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A jovem mestiça estava sentada no sofá, ouvindo a voz dos dois de fundo, sem prestar atenção no dialogo que se seguia sobre ela, estava exausta e ainda sentia os ferimentos arderem em sua pele. Soltou um suspiro longo, voltando a se deitar sobre o sofá do homem que pareceu perceber a falta de disposição dela, soltando um muxoxo de desaprovação.

—Dante, não se preocupe, não vou deixá-la aqui. -Ouviu a mulher afirmando com certa pressa, ouvindo novamente o muxoxo que vinha dele, fazendo Selena bufar irritada com a teimosia dele.- Eu volto daqui algumas horas, não é como se estivesse de babá de uma criança!

—Não estou reclamando, apenas não gosto de pensar que você vai deixar ela aqui, praticamente sozinha. -Dante falou com uma sinceridade quase cômica, deixando claro que ou sairia ou dormiria.

Selena sorriu, enquanto cruzava os braços e saia da loja como se estivesse sido vencida pela afirmação do homem, porém recitou algumas palavras, que para ele não fazia sentido, saindo da loja cantarolando. Dante sorriu vitorioso, pegando suas armas e espada, no que assustou a mestiça levemente, indo até a porta e sendo repelido, praguejando irritado com isso.

—Maldita... -Esbravejou, jogando tanto as armas como a espada longe, enquanto encarava a jovem.- Não é por nada, garota, mas eu vou ir tirar um cochilo lá em cima!

Dante subiu as escadas em passos pesados, enquanto era seguido pelo olhar da jovem que parecia nem ter prestado atenção nele. Suspirou quando as luzes foram apagadas, como se realmente não fizesse diferença se estava ali ou não para ele, entendi isso, não o conhecia e também era indiferente ao que ele fazia, se sentou e logo levantou, andando de forma silenciosa pela loja, tocando algumas armas que estava como decoração, sentindo um calafrio com cada uma, mordendo o lábio inferior e se ajoelhando, como se perdesse as forças, mas sentia-se normal, apesar dos ferimentos, era sua mente que a fazia ficar fraca, por cada lembrança do que havia acontecido naquele dia.

Charlotte se perguntou se o que Selena fez, a impediria de sair, deu alguns passos hesitantes e logo se recompôs, se fosse jogada longe como ele fora, pelo menos isso a faria ficar inconsciente, sabia que naquele momento não iria conseguir dormir e o melhor a se fazer era sair. Sabia que não era seguro, mas a carta dizia que sua energia estava escondida e poderia viver em outro lugar como humana, era nisso que queria acreditar, mas precisava desesperadamente pegar sua mochila, havia muitas lembranças dentro dela e as queria de voltar. Passou pela porta sem problemas, ouviu um protesto do homem que parecia que ia tentar impedi-la, mas não chegou a tempo e foi bloqueado de sair, a mesma não conseguiu ocultar um sorriso quando começou a correr para onde havia mais movimento, porem se manteve escondida, pois ainda estava suja de sangue.

Pegou um táxi e indicou para onde queria ir, se encolhendo de forma que ele não notasse suas roupas, mas o senhor que parecia ter mais de 50 anos não se fitou para observava, apenas ligou o carro e saiu disparado, parecia estar com muita pressa. Ela ficou encarando a janela, enquanto decorava o caminho sem perceber, se sentiu segura perto de Selena e Dante, mas não se sentia confortável incomodando ele, que parecia não querer disfarçar o incomodo, sentiu sua garganta fechar e seus olhos umedecerem novamente, mas segurou as lágrimas quando o veiculo parou em frente a loja e a mesma abriu a porta, e quando se virou para pagar o mesmo, o veiculo já estava novamente em movimento, deixando-a confusa.

Respirou fundo quando começou a andar até os escombros da loja, passando pela fita que a policia devia ter colocado e entrando ali, ainda havia partes inteiras e conseguiu se guiar por elas, ignorando completamente as manchas de sangue, precisava de sua visão ver onde estava sua mochila, já que o segundo andar não havia sobrevivido ao que tinha acontecido, vasculhou o lugar atentamente, a luz da rua quase não iluminava aquela parte, suspirando irritada.

Ouviu um riso infantil entre os escombros, sentindo um frio na espinha que a fez ficar imóvel por mais tempo que gostaria, apenas movendo o rosto em direção a risada. Realmente havia a figura de uma criança com pouco menos de 7 anos, seus cabelos eram longos e ondulados em um tom castanho claro, segurava uma boneca que parecia ter sido queimada recentemente, trajava um belo vestido branco com carroceis e cavalos em tons marrom claro e rosa bebê em um estilo doll que combinava com a pele de porcelana dela, a pequena andava pelos os escombros como se flutuasse, tão graciosa que por alguns segundos Charlotte a admirou, porém quando ela se aproximou o suficiente para que a mestiça a fitasse, seus olhos eram negros e fúnebres, era como se Charlotte estivesse encarando a própria escuridão.

A pequena parou pouco centímetros longe da mestiça, enquanto levava a mão ao cabelo dela, puxando uma mecha de forma gentil, enrolando-a em seus dedo e sorrindo docemente, mas aquilo lhe trouxesse um calafrio, podia sentir o calor que vinha dela, e mesmo assim a proximidade que a pequena estava fez a mestiça tremer.

—Seus cabelos são tão lindos... -Sua voz era suave, enquanto se movia graciosa até mais perto da mestiça, se aproximando do rosto dela e a fitando, observando-a atentamente.- Meu nome é Anne Emilen e eu vim te levar para o Inferno!

Charlotte fez menção que se levantaria, recebendo um golpe da criança, que a arremessou mais longe do que a mestiça esperava, batendo em uma das paredes que ainda restavam, com o impacto a mesma caiu sobre si, soterrando-a e quebrando a perna e o braço direito da mestiça, que urrou de dor. Sentia uma fúria estranha vindo da pequena que se aproximava e não teve dificuldade em tirar os escombros de cima dela, sorrindo cruelmente.

—Assim você não ira fugir! -Anne falou em uma alegria infantil, enquanto jogava a boneca no chão ao lado de Charlotte. Fitou a boneca por algum tempo, arregalando os olhos ao ver que era uma de suas colega de trabalho e voltou a encarar a criança, que sorriu mais. -Ora, ela sobreviveu ao primeiro ataque, mas foi estupida de voltar para casa... Ela não sabia onde você estava e isso me deixou zangada, ela sofreu muito, ao ponto de vender sua alma!

—... -Charlotte sentiu raiva, levando a mão ao pingente de forma discreta, não sabia o que aconteceria se puxasse aquilo, mas não queria ir conhecer o Inferno. Anne a observou curiosa, sem entender o motivo dela tocar o pingente e ergueu a sobrancelha ainda mais confusa.

Charlotte puxou, jogando-o longe de si, de inicio não sentiu nada, como se ainda estivesse completamente normal e humana. Sem perceber estava de pé e a criança havia se afastado dela assustada, olhou seu próprio corpo e via uma luz entrando em seu corpo, admirada não conseguiu desviar os olhos das próprias mãos, não notou que a criança invocou outros demônios, que pareciam ser queimados conforme a luz se expandia. A mestiça sorriu quando viu a luz chegar a pequena criança, que soltou um urro de dor e sumiu exatamente igual aos outros.

A mestiça até pensou em comemorar, mas quando a luz se cessou, seu corpo parecia muito pesado e ficou ajoelhado, seus ferimentos queimava em uma dor quase insuportável, fazendo ela segurou uma pedra e a quebrar com a força que tinha somado com a dor que sentia, mordeu o próprio lábio, sua visão estava cada vez mais embaçada e sentiu medo, quando a energia se aproximou dela.

Sentiu alguém a envolver em seus braços e a carregar, ouvia alguma reclamação, mas não reconhecia a voz de nenhuma das pessoas, seu ouvido parecia ter perdido a capacidade de distinguir vozes. A única coisa que tinha em mente, era que aqueles braços eram confortáveis e a energia, mesmo que hostil era incrivelmente cálida. Se permitiu fechar os olhos, pois tinha certeza que era Selena e Dante, ou pelo menos, esperava que fossem.


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