#MASTSCOMESOFTREES escrita por blue devil


Capítulo 11
11.


Notas iniciais do capítulo

Oficialmente esse é o último capítulo da fic. Mas tem mais um, que é aquele capítulo depois do final que eu seeempre esqueço o nome. ENTÃO VAI TER DOZE CAPÍTULOS. DOZE. NÚMERO PAR BITCHES! SIIIIIM! Ok, podem ir chorar agora.



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Quando Nico saiu da enfermaria, ele lembrou do que Will havia dito. Realmente, havia mais gente preocupado com ele do que esperava. Hazel e Frank o ajudaram a levar todos os presentes que havia recebido em tão pouco tempo, e Nico ainda queria entender como isso aconteceu. Quem tinha cabeça para comprar coisas naquele momento?

Semideuses eram bizarros.

Quando terminaram, Hazel e Nico tinham um chalé cheio de tralha que nunca esperaram por e nenhuma vontade de arrumar naquele momento. Os dois se encararam por um instante, sem dizer uma palavra sequer, então correram para se abraçar. Nico tentou não chorar. Hazel tentou não chorar. Resultado: Ambos choraram.

Passaram minutos assim até que Mãe Hazel sugeriu (mandou) que ele se deitasse um pouco, e foi isso que Nico fez. Sinceramente odiava aquele chalé, mas conviver com Hazel ali seria completamente diferente. Nunca teve a chance de dividir com Bianca, então era uma experiência nova para Nico. Agridoce, mas ainda boa.

Notou como Frank e Hazel estavam diferentes. Eles continuavam os mesmos fofos de sempre, mas pareciam tão maduros, tão mais fortes e preparados. Era um pouco triste ver como uma criança semideusa não passava muito tempo sendo uma criança, mas ao mesmo tempo fazia o peito de Nico inflar de orgulho por Hazel ter chegado ali. Sã e salva, após ter conseguido sozinha.

Nico teve que segurar o suspiro. Não era um suspiro do tipo, “isso é tão fofo”, na verdade estava mais para uma ofega de quando você sente dor, tristeza, solidão.

– Nico, - a voz de Frank ficou cuidadosa, mas não amedrontada como antes. - você sempre pode vir para Nova Roma.

– Obrigado. - Nico deu um aceno educado de cabeça. - Reyna e eu conversamos sobre isso. Eu decidi ficar.

– Vamos respeitar isso. - Hazel estava obviamente se controlando para dizer: “Não, fique comigo, você está de luto, eu preciso cuidar de você vinte e quatro horas.”

– Espero ver você de novo. - Frank disse, um pouco idiota considerando que os dois acampamentos iriam manter contato e Nico totalmente visitaria mais lá de agora em diante.

Então Nico não evitou a chance:

— Ah, vai me ver sim — prometeu Nico. — Vou ser padrinho do casamento de vocês, não é?

Ele adorava Frank, mas tinha que concordar com Leo, o garoto era bom para algumas piadas. E ele nem precisou ser maldoso, como Leo era.

– Nico. - Hazel o repreendeu, sorrindo. - Precisava disso mesmo?

– Ele é tão fofo, não deu.

Hazel balançou a cabeça negativamente.

– Você… - Nico mordeu a língua, rosnando baixinho em seguida. Como podia ser tão desajeitado e estúpido? Agora não adiantava mais fugir. Hazel apenas o observou, dando espaço para ele falar. - V-você… Você está reagindo bem. Melhor do que eu esperava.

– Leo me contou. - Hazel se remexeu como se tivesse levado um choque com o nome. Nico se abraçou, tentando não deixar a tristeza enorme que sentia consumi-lo no momento. - Mas eu preferia que você tivesse me dito, Nico. Achou que eu ia te julgar?

– E não julgou? Nem por um instante?

Os olhos dela a entregaram. Principalmente a decepção neles. Não com Nico, mas com ela mesma.

– Por um instante eu me vi… Eu me vi sendo antiquada. Pensando como as freiras na minha antiga escola pensavam. - Hazel jogou a cabeça para trás. - Ah, isso foi péssimo. Eu consegui me adaptar a tantos aspectos modernos, e mudar conceitos antigos, mas quando eu fui realmente testada… Eu reagi tão mal. Eu odiei Leo. Como se o que ele… O que vocês tivessem fazendo era errado. Como se fosse diferente do que eu e Frank fazemos ou Percy e Annabeth ou até Jason e Piper. Mas eu não estou mais assim. - Hazel suspirou. - No final, o amor que eu sinto por você venceu. Eu só quero que seja feliz, Nico. Não importa com quem.

Nico a abraçou tão forte que deve tê-la deixado sem ar, mas ele passou a vida toda controlando seus sentimentos, suas atitudes e seus pensamentos. Não agora, não com ela. O amor era maior que tudo isso e Nico finalmente conseguia dizer que o sentia.

Por isso precisava honrá-lo. Merecê-lo.

– Você é a melhor irmã do mundo, Hazel. - Nico murmurou em seu ouvido como um segredo de estado. - Eu vou sentir a sua falta.

– Vai me visitar. - Hazel usou seu melhor tom de ordem enquanto segurava o choro. - Tudo que eu sou hoje, Nico, é por sua causa.

– Eu não fiz tudo isso.

– Ah fez sim. - ela o apertou forte de mais, Nico gemeu. Hazel o soltou sorrindo. - Você é incrível, meu irmão. Eu tenho orgulho de você assim como tem de mim. E assim como…

Os dois caíram em silêncio. O nome ainda era difícil de dizer. A ferida ainda estava aberta, grande e nova, e nenhum dos dois queria provocá-la mais. Nico queria ser otimista, mas ficava muito, muito difícil sentir que algum dia iria cicatrizar. Que tudo ficaria tudo bem, mesmo sem Leo ali para se certificar que Nico ia rir e comer e ser o cara mais adoravelmente irritante do mundo.

– Você sentiu, não sentiu? - Nico murmurou. - Pra mim foi como se arrancassem o meu coração do meu peito. Foi pior do que qualquer coisa. Eu quis rasgar a pele, deixar de ser filho de Hades e ganhar uma nova bem longe daqui. Nunca mais vou conseguir lidar com a morte de novo, Hazel.

– Eu sei Nico, eu sei. Você realmente o amava.

– Eu o amo, Haze, amo. - Nico confessou. - E agora? E se foi a minha culpa?

– Nunca, Nico. Nunca mesmo ache que foi sua culpa. - Hazel o abraçou de volta. Ela sabia sobre Octavian. Nico não conseguia mentir para Hazel, e sabia que ela entendia. Que podia confiar nela. Era a única coisa que ele tinha que realmente o consolava: Seus amigos. - Se ele não morreu, Nico, você sabe que ele vai voltar. Ele nunca iria te deixar. Mas se ele morreu… Bom, me dói, mas eu acho que devo ficar feliz por que ele não estava sozinho. Ele morreu sabendo que tinha você, e de certa forma se sacrificou para que você, eu, e todos tivessem um futuro melhor. Esse é o Leo, perversamente faz a gente odiar amá-lo tanto.

Nico dormiu com aquelas últimas palavras.

xx

Nico estava sem coragem para se aproximar dos campos de morango, exatamente para além deles, onde os romanos arrumavam suas coisas para irem embora. Ele não havia dormido e quando lembrou que eles estavam indo naquele dia, Nico saiu correndo para fora do chalé de pijama mesmo (que não era tão vergonhoso e consistia em roupas, então). Já havia visto Reyna, e Rachel havia dito para ele ir tomar café com ela logo que acordasse, mas Nico não conseguia se mover dali, não importando o quão forte o Sol da manhã estivesse ou o quanto Nico odiava tudo aquilo.

– Nico!

Nico se surpreendeu ao ver Jason, correndo para vê-lo. Os dois não tinham se falado desde a adorável cena de Nico tendo uma crise de pânico nos braços de Jason na pórtica da Casa Grande. Não era que Nico estivesse o evitando… Okay, ele estava. Velhos hábitos nunca morrem. Mas, por favor, não era nada fácil para ele.

– Você está bem? - foi a primeira coisa que Jason disse. - Depois do que houve…

– Eu não estou bem, Jason. Provavelmente nunca vou ficar, não cem por cento. - Nico suspirou. - Mas eu prometo não entrar mais em crises de pânico com você. Desculpe por isso.

– Nico, não precisa se desculpar por nada. - Jason soou frustrado. - Seria estranho se reagisse de outra forma. Está tudo bem.

Nico quase sorriu, ficando surpreso como Jason conseguiu deixá-lo tranquilo com aquela simples frase e a honestidade nela. Jason era um bom amigo. Principalmente por que ele se importava. Nico deveria se deixar tê-lo por perto, mesmo que um pouco.

Os dois caíram em silêncio, um pouco constrangedor, e Nico voltou a encarar os romanos. Jason seguiu sua linha de visão.

— Foi estranho vê-los ali esses dias. Agora vai ser estranho não vê-los.

— Você se arrepende por não ir com eles? — perguntou Nico.

Jason deu um meio sorriso.

— Um pouco. Mas vou transitar bastante entre os dois acampamentos. Tenho que erguer alguns santuários.

— Eu soube. O Senado deve eleger você pontifex maximus.

Jason deu de ombros. Agora Nico sorriu. Ele e Percy eram tão parecidos e tão diferentes ao mesmo tempo. Percy estaria surtando sobre isso, por que dessa vez era bem sério e ele tinha que cumprir, mas não ligaria para o título tanto quanto Jason. Agora para Jason, aquele parecia ser o menor dos seus problemas.

O líder nato e o punkzinho herói do mundo. Nico achava engraçado como eles se davam bem.

– Eu quero dar o melhor de mim para fazer os Deuses caras melhores. Percebi que isso só rola quando eles estão felizes.

– Jason Grace, você vai virar a empregada do Olimpo. - Nico sorriu. - Estou feliz por você.

E ele realmente estava.

– Eu queria dizer o mesmo por você, Nico. - Jason abaixou os olhos como um filhote de golden retriever perdido. - Eu nem sei o que dizer. Eu nem sei lidar com isso, imagine você…

– Jason, eu vou sobreviver. Eu estou ficando por que acredito que é o melhor pra mim. Não vou me perder dessa vez. Confie.

– E-eu… Eu vou tentar, quer dizer, sim claro. Urgh. Droga. - Jason bateu na própria nuca, sentindo-se um idiota por ser tão honesto. Nico sorriu de novo. Gostava da honestidade de Jason. Ele era o vento fresco antes de virar uma tempestade. - S-sabia que Ella vai com eles? E Rachel, mas ela já deve ter te dito.

– Na verdade, ela está me esperando agora pra eu me despedir. - Nico respirou fundo. Jason pareceu que ia dizer que não ia mais atrapalhá-lo, por isso Nico revirou os olhos. - Relaxa, ela não liga se eu demorar um pouco. E pelo o que eu entendi, ela está ocupada com os livros sibliinos e o poder da profecia.

– É o melhor jeito de nos orientar em nossas missões agora.

– É, mas… Não acha que um tempo sem isso seria ótimo?

– Dude, nem comenta. - Jason soltou um suspiro exausto. Depois os dois caíram em outro silêncio, mas Nico foi o único incomodado. Ele tentou repreender Jason pelos olhos, mas o loiro continuava como um golden retriever carente.

– Tá, Grace, pode me abraçar.

– Yay!

Jason o ergueu no ar, por que sério, era mesmo tão fácil? E o abraçou forte. Nico jurava que se ele o rodasse, iria levar um soco da mão que tinha um anel de caveira. Então Jason finalmente se acalmou no seu ataque histérico, colocando Nico no chão, mas sem soltá-lo:

– Eu estou feliz que vai ficar.

– Obrigado, Jason. - Nico apertou a blusa dele. - Obrigado.

– Não me agradeça ainda. - Jason finalmente se afastou. - Eu ainda tenho que lhe dizer uma coisa.

– O que?

– Leo pediu pra eu te avisar que ele te ama. Ele disse, exatamente assim: “Jason, vou te dar um último desejo meu: Diga para o Nico que eu o amo mais do que amo vocês dois. Sorry not sorry. E se ele não te bater, diga que ele pode me bater um dia por não fazer isso pessoalmente.”

Nico não sabia como iria continuar o dia, chorando daquele jeito. Sentia que nunca ia parar. Que nenhuma lágrima seria o suficiente, por que realmente não era. Ele não se sentia melhor chorando, apenas exausto fisicamente. Nada iria mudar o fato que Nico nem podia bater em Leo, por que ele não estava mais ali.

Nico só podia esperar que Leo não havia o deixado sozinho de verdade. Que, algum dia, eles iriam ficar juntos novamente. Não importando como.


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