Capítulo Um: A Urna

Era grande a movimentação na pequena vila de Konoha. Com todas as mudanças para a adaptação da nova Hokage, todos pareciam ocupados, desde o mais velho até o mais novo; todos tinham alguma ferramenta na mão; fosse a ferramenta um martelo ou apenas um pincel. A reconstrução da vila importava muito mais do que uma boneca, um chá com as amigas ou até mesmo um copo de sake na venda da esquina.

Tsunade suspirou pela enésima vez. Se estivesse na cidade anterior com certeza encontraria um bar que pudesse tomar sake, jogar gô ou até aceitar jogar com estrangeiros, como já havia feito. Quem sabe... Pensou ela e seu cérebro começou a funcionar. Pensou naquilo a manhã inteira. Seria uma boa distração para aquele povo condoído e cansado, e ela finalmente conseguiria o que desejava. Perfeito!!!, pensou ela antes de sair da sala a passos largos.

Desviando de latas de tinta e pessoas pintando paredes, a quinta Hokage passou até que desapercebida pelo corredor do prédio, e pegando uma das latas de tinta, trancou-se em seu quarto, depois de ter pego papel para cartazes. Escreveu em ideogramas garrafais o que desejava e copiou em mais de dez cartazes os mesmos dizeres. Ao terminar, olhou a distinta caligrafia de cada um dos cartazes, e decidiu que demoraria muito (isso sem dizer que chamaria atenção demais, uma Hokage fazendo...) a pendurar todos os quase vinte cartazes que passara a tarde confeccionando, pela cidadela. Não que ela não fosse ruim de Kage Bunshin, mas porque ela gastaria chakra e tempo se alguém se diverteria muito mais do que ela ao fazer a tarefa???

Enrolou os cartazes num cone e saiu em direção à casa do ninja hiperativo número um ao contrário de Konoha.

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Naruto olhava para a janela. O dia havia sido tedioso e enfadonho... Não porque ele estivesse cansado, mas ele pouco havia visto os amigos. Sasuke já havia acordado, mas ainda estava em recuperação, Sakura passava boa parte do tempo ou fazendo companhia para Sasuke ou para Rock-Lee, e Kakashi ainda não estava completamente recuperado. Então, ele treinava sozinho e penambulava pela vila ajudando aqui e ali. Entretanto, hoje não conseguira treinar, e cada uma das vezes que ofertou ajuda fora recusada porque simplesmente o garoto parecia ter levantado com o pé esquerdo da cama.

Droga. Blébléblé. Se você fosse mais cuidadoso... blá blá blá...

Olhou para fora novamente e se assustou ao ver Tsunade parada a frente da sua porta.

“Como é ô pirralho... Já sei que você me viu então abre logo essa porta”

Naruto pensou em responder, mas a expressão de Tsunade o fez mudar de idéia. Abriu a porta, e a mulher passou sem cerimônias para o lado de dentro e colocou o que segurava em cima da cama do garoto.

“Tenho uma proposta”, disse ela em tom grave.

“O que é Vovó Tsunade, hein, hein... o que é aquilo que você colocou na minha cama?? É para mim???”

“Não e sim ao mesmo tempo. E antes que você comece a me perturbar com mais perguntas espere eu terminar de falar”

Naruto suspirou e calou a boca. Como é que todo mundo conseguia prever suas ações??? Puxou a cadeira que estava ao lado da mesa e sentou-se.

“Então... o que eu quero que faça é o seguinte....”

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Konoha acordou diferente.

Em cada parede, em cada poste havia um enfeite diferente. Por toda a vila cartazes faziam a propaganda de um dia especial de folga e celebração. Muitos não entenderam como, da noite para o dia, a cidade havia ficado tão enfeitada e como os cartazes haviam sido colados em cada esquina.

O povo se reunia na frente de cada cartaz com dúvida, e após alguns minutos de leitura saía quase que correndo em direção às suas casas e voltava para o centro da cidade com um envelope na mão.

Na urna ali colocada, cada habitante de Konoha colocou seu envelope e voltavam para seus afazeres com um largo sorriso no rosto.

Ao longe Tsunade sorria. Aquilo certamente alegraria cada um da pequena Konoha.