— Qual a sua ídolo favorita ? — a garota perguntou, estava falando com a amiga, as ídolos da 765 produções.

— Eu gosto da Haruka, ela é tão fofa. — a amiga respondeu.

— Meu sonho é conhecer Makoto, quem sabe não me salva ? Como um príncipe. — disse a garota.

Nenhuma das duas sonhava com a presença da ídolo. Era difícil reconhece-la quando estava usando vestido, ainda assim Makoto tinha que tomar todo o cuidado possível, não que ela não gostasse dos fãs, mas aquela não lhe parecia uma boa hora para ser perseguida pela cidade, tudo que queria era voltar para casa e talvez comer algo, porém com o grande sucesso isso ia se tornando cada vez mais difícil.

Makoto teria que arriscar, tinha que tentar passar pelas duas meninas, era o único jeito de voltar para casa, talvez elas estivessem tão concentradas na conversa que nem conseguiriam notar a ídolo. Péssima ideia, elas notaram, jamais se deve subestimar fãs, elas conhecem os ídolos mais que eles mesmos.

— Olhe é Makoto !!! — disse uma delas.

A ídolo até poderia parar e falar com as fãs, não seria grande coisa, porém de alguma forma elas se multiplicaram e no fim foram várias garotas correndo atrás de Makoto, seria esse o preço da fama ?

A garota não pensou duas vezes, viu uma janela aberta e entrou dentro dela, não queria saber onde iria parar, o importante é que havia despistado as fãs. O lado ruim disso ? A janela se fechou assim que a ídolo entrou, o que resultou nela trancada dentro de uma loja, o que não foi nada legal.

Aquilo tudo lembrava o clipe EdeN, mas parecia muito menos glamouroso quando você não está presa em um vidro falso, mas sim está na vitrine de uma loja desconhecida, trancada e está bastante escuro e assustador.

"Calma, nenhuma daquelas histórias eram verdadeiras, são apenas para te assustar."

Ninguém passava na rua, estava totalmente deserta e ela se arrependeu de ter ficado ensaiando até tarde, sempre diziam que muito de uma coisa boa era ruim, mas ela não pensou que tivesse um sentido tão literal assim.

A rua estava vazia, era tarde da noite, estava bastante frio e não havia ruido nenhum, era o tipico cenário de uma das histórias de terror que Iori contava. Só de pensar nisso Makoto começou a ficar mais assustada, ela sabia que deveria parar de prestar atenção nas histórias de Iori, mas era quase impossível não prestar atenção, assim como era quase impossível não sentir medo.

Ela viu passos vindo em direção à loja, seria aquele o seu fim ? Seria aquele o fim da TOP ÍDOLO Makoto ?

Um garoto se colocou na frente da vitrine da loja, ele era bastante estranho, talvez fosse algum maluco, pelo menos era o que a aparência dele dizia.

O garoto estranho usava uma fantasia de príncipe, era branca e tinha uma ombreira dourada, mas era só nisso onde o garoto era um príncipe. Ele parecia bastante cansado e tinha bastante olheiras, um de seus tênis era branco, o outro era substituído por uma meia vermelha. Ele estava com o cabelo bagunçado, mas não bagunçado no estilo adolescente-legal, estava mais para o estilo nunca-vi-um-pente-na-minha-vida. A pele do rapaz era tão pálida que chegava a aparentar se transparente, será que ele era um daqueles fantasmas das histórias da Iori ?

— Por favor, não me machuque senhor fantasma !!! — Makoto disse assustada, sem nem pensar em nada.

Para a sua sorte o garoto não estava ouvindo nada e demonstrou isso com mimica, o que realmente não foi nenhum pouco fácil.

A ídolo pensou por um momento e em seguida escreveu no vidro da loja : "Fiquei presa aqui."

— Como foi que você conseguiu fazer isso ?!?! Parece uma missão impossível !!! — O desconhecido disse, infelizmente ele se esqueceu que a garota do outro lado do vidro não podia escutar ele de maneira alguma.

" A janela, entrei pela janela. Pode me ajudar a sair ?"

O garoto saiu andando, ele realmente não tinha nada de príncipe, Makoto era mais príncipe do que aquele estranho fantasiado, isso literalmente.

Logo ela ouviu um barulho vindo da janela, ela realmente achou que fosse um fantasma das lindas histórias de terror, mas era ninguém mais, ninguém menos do que aquele estranho vestido de príncipe, porém logo ela notou que além de estranho ele era decepcionante. Assim que o desconhecido entrou na loja, ele deixou a janela se fechar.

— Há, eu sinto muito por isso, acho que esse foi o pior resgate da história, mas eu estava apenas tentando te ajudar. — disse o garoto — Meu nome é Hideki, e o seu ?

— Meu nome é Makoto, é um prazer conhece-lo. — disse a garota.

O rapaz se surpreendeu, sabia que conhecia ela de algum lugar, ela era uma ídolo da 765 produções, porém quando viu ela pela primeira vez pensou que ela fosse um garoto, se tornou difícil reconhece-la usando um vestido. Tinha certeza de que Makoto ficava melhor com suas roupas de ídolo, sempre estando vestida de príncipe, isso era o que causava sua fama.

— Sabe, eu também sou ídolo, um novato, mas acho que a aparência que escolheram por mim, não é muito boa, afinal não faço o estilo príncipe, deve ter percebido isso. — Hideki fez questão de se apresentar, não era todo o dia em que se encontrava uma ídolo na vitrine de uma loja — Como você veio parar aqui ?

— Estava correndo de algumas fãs e entrei pela janela, quando entrei fiquei presa, assim como você. — Makoto explicou a situação.

— Essa deve ter sido a pior operação de resgate do mundo. — Hideki disse, ele era o pior príncipe de todos os tempos.

— O que aconteceu com... o seu sapato ? — a pergunta correta era : " o que aconteceu com você?", mas Makoto não achou muito educado perguntar aquilo.

— Nossa agência não é nova, mas nossa unidade sim, perdi esse sapato no ensaio, eles me escolheram para ser uma espécie de "príncipe", mas sou realmente péssimo nisso. Você é um príncipe bem melhor do que eu. — Só depois de dizer isso Hideki se deu conta de que não deveria ter aberto a boca, afinal talvez fosse falta de educação dizer isso para uma garota.

Makoto não se importou, já estava acostumada com todos chamando ela de príncipe e com todas as garotas se apaixonando por ela. Queria ser como as outras ídolos, queria usar laços e lindos vestidos, mas era assim que as pessoas viam ela, então teria que manter a sua imagem.

— Você deveria trabalhar com o que você não gosta, quando se trata de ser ídolo, você precisa ser você mesmo. — a garota disse, ela parecia mais inspiradora do que de costume.

— Você...

Ele iria dizer alguma coisa, mas não pode, porque Makoto foi novamente para a vitrine e começou a acenar, talvez tentando chamar a atenção de alguém.

— É o Amatou, ele vai ajudar a gente !!! — a ídolo disse apontando para o rapaz do outro lado da rua.

Hideki reconheceu o garoto na hora, era Touma, ele era o líder dos Jupiter, eles estavam fazendo bastante sucesso atualmente, seria aquela a cidade dos ídolos ?

Makoto finalmente achou que estivesse sendo salva, mas Touma apenas pegou uma caneta permanente e fez um desenho no vidro, um pequeno bigode, o que realmente poderia ter sido engraçado, se ela não estivesse presa dentro de uma loja. Quando Touma realmente terminou sua "obra de arte", ela pensou que seria solta, mas ele apenas foi embora do local.

— Eu não acredito que ele fez isso, parece que eu não estou dando sorte com os resgastes essa noite. — Makoto disse se sentando no chão da loja.

O celular de Hideki começou a tocar, ele não queria ignorar a garota, mas era o seu empresário e isso poderia ser urgente, então atendeu o telefone e começou a conversar sobre o próximo show, o rapaz achou que Makoto estivesse gostando das ideias, afinal enquanto ele falava no telefone, a garota ficou boquiaberta o tempo todo.

— Todo esse tempo você tinha um celular ? — Makoto perguntou, não conseguia nem acreditar naquilo.

— Sim. — Hideki respondeu. Será que ele não havia percebido ?

— E não pensou que podíamos usar ele para sair dessa loja aqui ? — a ídolo resolveu jogar a realidade na cara dele.

— Sinto muito, mas celulares não abrem janela.

— Pode me emprestar ele ?

— Claro.

A ídolo não iria discutir ou tentar explicar para Hideki, ela apenas pegou o seu celular e ligou para o Produtor-san, se era para alguém vir salvar ela, que fosse o P-san, era bem melhor do qualquer príncipe incompetente.