Um amor de outro mundo. escrita por Erin Noble Dracula


Capítulo 3
O Mundial de Surf.




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P.O.V. Neytiri.

Eu me preparei pra ir assistir o Will competir hoje. Passei muito protetor solar fator cinquenta, coloquei um boné, óculos escuros bem escuros, short e blusa por cima do biquíni, trouxe um guarda sol, uma cadeira e água.

–Você veio!

–Claro que eu vim. Que tipo de amiga eu seria se não viesse?

–Tudo isso é mesmo necessário?

–É. Se não eu vou literalmente torrar.

–Isso não seria bom.

–Não. Não seria, mas boa sorte Will. Tenho certeza de que você vai ganhar de lavada.

–Uau! Que confiança.

–Você pode Will. E você tem que saber disso.

–Valeu.

P.O.V. Will.

Eu estava conversando com os meus amigos quando o Ash comenta:

–Quem é aquela branquela?

–Não acredito que ela veio!

–Quem é ela?

–Neytiri.

–A tal alienígena?

–Ela mesma. Dá licença.

Eu finquei a prancha na areia e fui falar com ela. Ela me deu a maior força, mas dai os meus amigos vieram se meter.

–Você é mesmo um E.T.?

–Um o que?

–Extra-Terrestre.

–Sou. E daí?

–Caraca! De onde você veio?

–Qual é o seu nome menino?

–Sou Ashton Dove, mas me chamam de Ash.

–Prazer sou Neytiri Comwell. E eu vim de um planeta de gelo e cristais chamado Cyber que fica a bilhões de anos luz daqui.

–Porque?

–Porque o núcleo do planeta dela se tornou instável e ele implodiu. Neytiri é a última da raça dela e é uma Princesa, filha da Rainha Ila e do Rei Cyrus.

–Verdade?

–Sim. Mas, e você de onde é?

–Eu sou do Havaí.

–É uma ilha.

–Eu sei onde fica o Havaí. Mas, e você quem é e de onde veio?

–Sou Bruno Castelo Branco e vim do Brasil.

–Vão passar muito tempo aqui?

–Nós nos mudamos por causa da crise.

–E você Ash?

–Me mudei por causa do terremoto e das erupções constantes.

–Sejam bem vindos.

Eles apresentaram as namoradas pra ela.

–Essa é a minha namorada Fernanda Thomas.

–Prazer.

–Igualmente, mas pode me chamar de Nanda.

–Como quiser.

–E eu sou Adriana Castilho, mas pode me chamar de Drica.

–Certo. Sou Neytiri Cromwell. Meu Deus que calor!

–Você não tá nem suando!

–Ela não sua. Ela não produz suor, por isso ela passa super mal no calor.

–Porque você não sua?

–Eu não precisava disso em Cyber, na verdade se a gente suasse lá, morria congelado.

–Uau!

–E o óculos de sol?

–A minha retina é muito mais fina que a de vocês, sou feita pra enxergar no escuro e na penumbra, não na claridade.

–Basicamente um gato.

–Um gato que tem dois corações, dois fígados, dois rins e cabelos brancos.

–Uau!

–O fato dela ter dois corações influencia no calor que ela sente. Se ela tivesse um coração só não conseguiria sobreviver no seu planeta natal, seu sangue iria coagular. Ela é mais quente que a gente.

–Verdade. Como sabe tanto sobre mim?

–Sua mãe fala muito de você.

–Mesmo?

–Mesmo.

–Meninos a nossa bateria vai começar.

–Boa sorte garotas!

–Valeu!

–Elas são garotas adoráveis. Vocês tem muita sorte.

–É. Mas, e você Will?

–Eu o que?

–Quando vai arrumar uma namorada?

–Quando eu achar a garota certa.

–Com licença.

–Toda.

Ash e Bruno me puxaram.

–Quando achar a garota certa? Cara, tu tá super a fim da alienígena e eu não culpo você ela é uma delícia.

–Ash!

–Que foi? É verdade.

Estávamos conversando quando começam os gritos. Olhamos e a Neytiri tinha mostrado os dentes afiados para as garotas que estavam tirando fotos dela.

–Caraca!

–Ei! O que estão fazendo?

–Nós só queríamos uma foto dela.

–Tira o flash.

–Porque?

–O flash machuca os olhos dela e pode deixar ela cega!

–Foi mal.

Resolvido o problema do flash a nossa bateria começou. Quando soou o sinal do fim da bateria eu estava na frente.

–Caramba! Não acredito que consegui.

–Parabéns cara.

–É. Você mereceu.

–Eu acho. Mas, vocês também foram super bem.

–Valeu.

Nós sentamos esperando pela próxima bateria e no final do campeonato eu ganhei.

–E o vencedor, o melhor entre os melhores da categoria masculina é... William Benjamim!

–Caraca! Ganhei!

–Parabéns!

–Em segundo lugar está Bruno Castelo Branco!

–Vai lá cara, parabéns.

–Valeu.

–E o terceiro e último classificado para a próxima fase do mundial de Surf é... Ashton Dove!

–E na categoria feminina as classificadas para a próxima fase são... Fernanda Thomas, Adriana Castilho e Cléo Sertori!

–Que ótimo.

Na comemoração eu me empolguei e acabei beijando Neytiri.

–Desculpe. Me desculpe mesmo.

–Você se arrepende? Eu fui muito ruim?

–Não, é que...

–Então não devia estar pedindo desculpas. Devia estar fazendo isso.

Ela me puxou e me tascou um beijo.

–Caramba! Você é mesmo de outro mundo.

Ela riu. Mas de repente parou e começou a gritar.

–Ai! Ai ta queimando!

–O que?

Ela saiu correndo pra debaixo do guarda sol.

Eu vi o tamanho do estrago que o sol fazia na pele dela. Era uma ferida.

–Caramba Neytiri! Olha isso, não é uma queimadura comum, é uma ferida.

–Você não faz ideia de como isso tá doendo.

–A competição acabou. Vem, vou te levar pra casa.

–Nesse sol? Espera, eu trouxe um guarda chuva.

–Um guarda chuva?

–É. Pra me proteger do sol.

Quando chegamos á casa dela a mãe dela surtou.

–Neytiri! Você prometeu que teria cuidado!

–Ah, é que eu... me... distraí.

–Saquei. Vem cá.

A senhora Cromwell montou um altar na sala e um tapete com um pentagrama no chão. Ela acendeu velas e colocou um pote com terra, um com água, uma vela e deixou um deles vazio.

–Não está vazio. Tem ar. Entra no círculo.

Eu estava entrando quando ela diz:

–Você não. Ela!

–Me desculpe.

–Tudo bem. Se você tem estômago fraco melhor ir esperar lá na cozinha. Pronta querida?

–Pronta.

Vi a Dona Cassandra cortar a própria mão e deixar seu sangue pingar no ferimento da filha, daí ela começou a recitar um tipo de cântico ou feitiço e Neytiri gritava, as chamas da vela subiam, a água também e então parou e a ferida dela já não existia mais.

–Uau! Impressionante.

–Jura? Se impressiona com um simples feitiço de cura? ha, mortais eles são tão... leigos.

–Mãe!

–Que foi? É verdade! Eu já abri uma tumba celada com um feitiço três por três! Fazer esse feitiço mínimo é brincadeira de criança pra mim. Eu sou uma feiticeira de milionésimo sexagésimo e oitavo grau.

–Caraca!

–Viu? Facilmente impressionáveis.

–Mãe, a maioria dos mortais não estão psicologicamente preparados pra saber que a magia existe e nem que eu existo.

–Eu sei. O governo deste país tentou te levar presa!

–É, nem me fale. Pior experiência Ever.

–Sabe falar inglês?

–Hello! Estamos conversando!

–Ah, verdade.

–Que idiomas você fala?

–Todos eles e o meu idioma natal.

–Como assim todos eles?

–Falo Alemão, albanês, armênio, árabe, africâner,azeri, amárico, Aramaico,Aranês,Belga,bambara,Búlgaro,bengalês, bielorrusso, bosníaco, butanês,basco,Coreano,catalão,chinês,canarês, caxemira,concânio, curdo,chines cantonês,berebere, birmanês...

–Tudo bem. Já entendi. Você fala todas as línguas do mundo.

–Isso.

–Fluentemente?

–Fluentemente. É que eu uso cem por cento da minha capacidade cerebral.

–Caramba.

–Essa é a única palavra que conhece?

–Porque?

–Você fica repetindo isso. Falou isso praticamente o dia todo.

–É que estou chocado. Quer dizer, acabo de descobrir que bruxas existem, semana passada uma nave alienígena caiu na minha piscina e de dentro dela saiu uma garota super gata com poderes incríveis, passei pra próxima fase do campeonato mundial de surfe e sou namorado da tal alienígena que por acaso literalmente brilha o tempo todo, tem uma arma de plasma quente e deu a maior surra na patricinha da escola e na diretora que estão hospitalizadas até hoje.

–Uau! Impressionante.

–Vai rindo vai.

–Você está certo. Vocês são uma espécie nova, ainda tem muito o que aprender, muito o que evoluir. Suas vidas são tão curtas e frágeis comparadas com as nossas.

–Eu notei.

–Agora vamos fazer aquilo de novo?

–Aquilo o que menina?!

–Isso.

Ela me beijou.

–Ah! É isso.

–E o que pensou que fosse?

–Ela não... sabe?

–Sei o que?

–A palavra sexo significa algo pra você?

Ela calmamente respondeu com uma voz de bebê:

–Não.

O jeito que a voz dela saiu parecia um miado de gato.

–De onde vem os bebês Neytiri?

–Das câmaras de gênese obviamente.

–Câmaras de que?

–Acho que o povo dela já não engravidava mais. Eles faziam tudo artificialmente. Devem ter desenvolvido uma espécie de útero falso.

–Você tem um útero Neytiri?

–Um o que?

–Vou fazer um ultra som nela. Assim descobriremos.

–Tipo agora?

–É. Venham.

Ela nos levou até um laboratório super bem equipado que havia embaixo da casa. A passagem secreta nos levou até ele.

–Caramba! Olha esse lugar, alguns desses equipamentos nem chegaram a ser inventados.

–Foram inventados, afinal eles existem. Tudo o que vocês supostamente inventaram, não inventaram. Foram as bruxas e bruxos.

–Caramba!

–Deita ai querida.

–Assim?

–Isso mesmo. Levante a blusa.

–Assim?

–Isso. Vai sentir um geladinho, mas é o gel.

Ela passou o negócio na barriga da filha e daí constatou:

–Você tem um útero e duas trompas como uma mulher humana. Entretanto, o interior deles são azul e branco respectivamente.

–Azul?

–Que cor é o seu sangue?

–Eu não sei.

–Quer descobrir?

–Como?

–Vou tirar um pouquinho. Pra fazer uns testes.

–Tá.

–Pode abaixar a blusa. Vão lá pra cima que eu já estou indo.

Nós subimos e a senhora Cromwell chegou com uma agulha e aquelas borrachas que as enfermeiras usam para apertar o braço.

–Sente-se,fique calma, respire fundo e não olhe.

Ela pegou a minha mão e em cinco minutos a mãe dela já tinha tirado o sangue e feito o curativo.

–Prontinho.

–Só isso?

–Só. Quer uma balinha?

–Não.

–Ótimo. Sobra mais.


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