Como pai e filha escrita por CleanLee


Capítulo 1
Capítulo 1 - Sonho ou Pesadelo?


Notas iniciais do capítulo

Eu fiquei nesses dias inspirada para fazer essa fanfic e ansiosa para eu postar,porque desde que eu assisti O Retorno do Jedi semprem questiono que Leia não teve relacionamento familiar a não ser com Luke...

Isto aqui conta basicamente o que Leia sente em relação a sua família e a sua relação com Darth Vader e vise versa.
Eu não sei ainda se vai ter outro capítulo ou se vai continuar como uma one-shot, isso vai depender da minha criatividade
Lembrando que isso aqui é somente um Universo Alternativo e como as coisas seriam diferentes no Retorno do Jedi...
O capítulo ficou meio longo, e eu pensava que estava curto... Fala mais sobre o que Leia está sentindo em relação ao seu pai...
Boa leitura e comentem!!!! :3 :)





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As estrelas enchiam a noite na lua florestal de Endor. Ainda havia alguns Ewoks em bando comemorando. A galáxia inteira estava comemorando, depois da queda do Império queima não comemoraria? Mas entre todos que estavam naquele lugar, somente um queria estar sozinho...

No meio da floresta, uma jovem acordou em um baque por causa de um clarão do céu. Nunca soube que em Endor poderia ocorrer uma chuva dessas, acompanhada por vento e relâmpagos. O vento fazia as árvores quase se desgrudarem do chão, a terra havia se transformado em uma enorme poça de lama. A jovem se levantou rapidamente e olhou em volta, se perguntava o que estava acontecendo. Estava com a sua mesma roupa, mas estava toda suja de lama, até nas suas tranças.

Ficou chamando por alguém e a cada trovão que se ouvia, iluminava o local. Resolveu andar para ver se tinha noção de onde estava. Seus passos eram rápidos. Depois de alguns segundos ela ouvi algo. Ela já havia ouvido isso antes. Eram sons de alguém atirando. Blasters. A garota pensou se iria para o lugar de onde vinha o barulho ou não. Não sabia o que estava acontecendo e nem onde estava. Seria suicídio. Mas a curiosidade a dominou. Além do mais, poderia achar ajuda por lá.

Correu até o barulho e quando se aproximava foi jogada para longe por causa de uma explosão. O fogo consumiu as árvores a sua volta e deixou um clarão em seus olhos. Sentia o calor em seu rosto, e as suas costas doíam. Mas agora a sua dor não a incomodava mais, pois sentiu uma sensação estranha em seu pescoço. Como se mãos invisíveis o envolvessem e apertassem, mas não de maneira para sufocá-la. O seu corpo foi levitando e se desgrudando do chão.

Seus pés não tocavam na terra encharcada. A jovem tentou localizar quem estava fazendo isso com ela. Diante das chamas, um vulto coberto de preto da cabeça aos pés. Ele não parecia ter medo da chamas ao seu redor e parecia caminhar normalmente, como se estivesse caminhando em um campo de flores. Ela podia ouvir a sua respiração mecânica e ritmada. Parou bem em frente à ela.

Ele não falava nada. Apenas a encarava com a mão levantada. A jovem queria poder falar alguma coisa, mas agora estava ficando sem ar. Ficaram segundos em silêncio até que ele fala.

— Foi muito audaciosa em se intrometer em meus assuntos, princesa.

Leia se contorceu. Não saía um fio de voz seu. Estava rouca. Batia as suas pernas no ar tentando acertá-lo, mas sabia que era inútil. Quando achava que morreria, uma voz doce e feminina ecoou pela sua cabeça.

— Leia!

Ela te chamava. Mas logo percebeu que não era de sua cabeça que a voz vinha, pois Vader também pareceu surpreso.

— Leia!

Dessa vez foi mais alto e parecia estar mais perto.

— Leia!

Leia já estava agoniada. Quem quer que fosse, queria saber de onde vinha e quem estava a chamando. Não parecia ser Luke, ou Han. De ninguém. Mas aquela voz, de algum modo, a fazia se acalmar. A fazia se sentir bem, e por um momento se esqueceu da figura vestida de preto para a sua frente.

— Leia! Não, por favor! — A voz vinha do seu lado. Era uma voz de desespero. Leia queria olhar para o local de onde a voz vinha. — Não! Anakin, pare!

Tudo estava desaparecendo a sua volta. A sua visão estava escurecendo. Percebeu que Vader não se mexia, apenas permanecia o seu olhar em Leia.

— Ani, por favor! Não, pare!

Depois dessa última frase, Vader abaixou a sua mão e Leia caiu no chão. Queria poder se levantar, mas seu corpo estava pesado...

A última coisa que ela viu foi Vader a olhando. A sua expressão não dizia nada...


Leia acordou em um baque, mas logo se tranquilizou quando sentiu braços em torno dela. Estava na sua cabana, deitada na cama com Han Solo. Mas é claro, foi tudo um sonho, ou um pesadelo. Percebeu que suava muito e sentia o frio da noite na lua de Endor. Ainda estava nublado, mas não parecia ser como estava no seu pesadelo. Olhou para a figura adormecida de Han. O seu rosto foi iluminado por um clarão da tempestade. Leia não queria acordá-lo. Queria naquele momento ficar sozinha e pensar direito.

Com cuidado, se desgrudou de seus braços e pegou um casaco. Ainda usava o seu pijama. Não estava chovendo ainda, apenas trovejando. Os céus ameaçavam uma breve chuva, já se faziam 2 dias desde a destruição da estrela da morte, e Leia não podia estar feliz mais do que ninguém. Ela saiu da sua cabana e respirou o ar fresco da noite. Resolveu ir para a varanda, um pouco distante da cabana onde ela e Han estavam. Gostaria de poder ver as estrelas. Sempre que fazia isso se lembrava de Alderaan e de sua família. Sabia que não eram os seus pais de verdade, mas eles sempre estiveram com ela a sua vida inteira.

Além do mais, não teve oportunidade de ver a sua família biológica. O seu único parente mais próximo é Luke. Se sentou em uma raiz de árvore e admirou a paisagem da lua florestal de Endor. Estava muito feliz por a guerra já ter acabado, mas não deixava de ter curiosidade e tristeza. Era muita coisa que havia acontecido naqueles dias. Luke era o seu irmão. Ela pelo menos tem ele. Ele é a sua família agora, a sua única família, junto com Han.

Mas, só de pensar que eles eram irmãos, o que é muito bom, se lembrava de quando ela o beijou em Hoth. Havia beijado o seu irmão. Mas não queria pensar muito nisso. Luke também havia dito que ela tinha a Força. Leia não foi de pesquisar muito sobre o assunto. Mas nunca pensou que este poder estaria nela e na sua família. E Leia sabia que era verdade, pois sentia a presença de Luke através da Força.

Luke tinha a missão de treinar novos Jedi. Leia sabia que tinha de ajudá-lo. Mas não sabia se era isso que ela queria. Tinha de pensar direito. Se ela fosse se tornar uma Jedi, mudaria completamente a sua vida. Mais do que já estava. Sabia os requisitos de ter que ser uma Jedi, e não sabia se daria conta. Se seria forte o suficiente. Conseguiu liderar a Aliança Rebelde, poderia fazer aquilo, mas estava muito confusa e assustada.

Ele também te disse sobre o seu pai. Leia também estava confusa sobre isso. O homem que pôs medo na galáxia. Matou milhares de inocentes. O homem que ela aprendeu a odiá-lo e que liderou uma rebelião contra ele, era o seu pai. Mas Leia nunca pode ter uma conversa com ele, como pai e filha. Sempre se perguntara com seria a sua mãe biológica. Ele devia saber. E era uma das perguntas que Leia mais tem se perguntado ultimamente. Que mulher da galáxia gostaria de um homem como ele?

Ela deveria ser extremamente bonita para conseguir conquistar um homem como ele...

Como será que ela era? Se parecia com ela ou com Luke? Tinha os mesmo olhos que os deles? Se pareciam como eles? A sua personalidade? Seria alguém da realeza ou da República? Será que ela os amava? Amava o seu pai? Estas são perguntas que nunca seriam respondidas. De acordo com ela.

Agora, ela só tinha Luke e os seus amigos. Não tinha mais como voltar atrás. Mas sentia falta de sua mãe, mesmo nunca à vendo ou a conhecê-la. Mas seja lá quem for, devia amar o seu pai.

Ela não queria estar triste. Ela não queria pensar nele. Deveria era estar feliz, pois a guerra já havia acabado. Eles venceram. Todo o seu esforço valeu a pena. Mas por que estava assim, triste? Tentou ao máximo em não pensar na sua família nas comemorações. Sempre demonstrou alegria depois da batalha, mas percebia que Luke não estava bem. Não queria pensar em sua família agora, sentia que não deveria estar triste. Deveria era pular de alegria, já que tudo acabou. E se sentia culpada por não valorizar a vitória que conseguiram á dois dias atrás. Mas depois desse sonho, não sabia se sentia tristeza, ódio ou compaixão por ele...

Leia tinha de admitir, ela queria conhecê-lo. Mesmo sendo Darth Vader o seu pai, ela queria conversar com ele. Como pai e filha. Mas em todos os momentos em que se encontraram, eles falavam como Darth Vader e a Líder da Aliança Rebelde. As coisas poderiam terem dado um rumo diferente, mas não deixava de estar com ódio dele. E de repente, Leia não sentia mais ódio por Vader, como no início, quando soube que ele era o seu pai. Mas agora sentia solidão. Luke disse quando eles se encontraram na nova base deles quando foi capturado. Luke teve a chance de conversar com ele, como pai e filho. Mas Leia nunca teve esta chance. 

 

Mas Leia continuava brava. Havia tantas perguntas sobre o seu pai... 

Ouviu passos se aproximando dela. Leia rapidamente se recompôs. Não queria que a vissem naquele estado. Não queria que sentissem pena dela. Queria ficar sozinha. Pensar direito para tomar a decisão certa.

Leia não se atreveu a olhar para trás, pois sabia quem era. Os passos pararam e um homem se sentou ao seu lado. Eles não falaram nada por alguns segundos, até que ele fala.

— Você está bem? — perguntou ele olhando para ela.

— Sim, estou sim. — disse Leia levantando a sua cabeça e encontrando o rosto de Luke, sentado ao seu lado. — Eu só tive um pesadelo.

Outra trovoada. Leia olhou para o céu e voltou a olhar para Luke.

— Eu tenho muito que pensar. Tudo isso que está acontecendo. Essa história de Vader, da Força...

— É, eu sei. — interrompeu Luke. — O que está te incomodando?

Leia sabia que poderia contar com Luke. Mas não conseguia palavras para descrever como se sentia.

— Eu tive um pesadelo. — falou olhando para o chão.

Ela descreveu o seu sonho para Luke. Leia ainda se lembrava da voz doce e feminina que a chamava.

— Era uma voz doce e gentil. — disse olhando para as árvores se balançando por causa do vento. — E me chamava. Chamava pelo meu nome é por alguém chamado Anakin.

O rosto de Luke ficou perplexo. Leia percebeu a sua surpresa. Ela ficou o olhando esperando pela sua fala, com esperança de que ele soubesse sobre este nome.

— Você sabe sobre este nome? — perguntou Leia rompendo o silêncio. Luke engoliu em seco e depois disse:

— Ben me contou que ele foi um grande Jedi. Ele foi o seu Padawan. — Leia sabia que ele tinha mais coisa para falar, e por isso esperou para ele terminar de falar. — Ele é o nosso pai, Leia. Anakin Skywalker.

Leia agora ficou perplexa. Demorou alguns segundos para raciocinar o que ele acabara de dizer. Leia já ouvira falar de Anakin em algum lugar. Este nome sempre lhe foi familiar. Mas Leia se sentia indignada por Luke não a ter falado sobre isso. Não gostava de ficar por fora das coisas ou de reuniões importantes, como quando era Senadora.

— Eu devia ter te falado antes.

— Obi-Wan te disse sobre isso? Sobre Anakin?

Luke assentiu.

Obi-Wan sabia sobre Anakin Skywalker e nunca a contou sobre isso. Ele havia lutado junto com o seu pai na Guerra dos Clones.

— Eu gostaria de me lembrar da mamãe. — desabafou Leia. — Eu mal me lembro dela. As vezes, eu imagino ela como se fosse da realeza ou da República.

— Aposto que ela se parecia com você. — consolou Luke. — Devia ter tido uma carreira política e que se apaixona por homens fora da lei que o seu melhor amigo é uma criatura peluda.

Leia não deixou de dar uma pequena risada do comentário.

Leia fez uma longa pausa, se lembrando do seu pesadelo. Será que aquela voz doce e gentil deveria ser da sua mãe? Era um palpite. Ele chamou Vader de Ani. Leia sempre quis ter uma mãe...

— Você teve sorte. — disse. — Você conseguiu ter uma conversa de pai e filho com ele, mesmo que por poucos minutos. Eu queria ter conversado como pai e filha.

As suas lágrimas ameaçavam transbordar. Luke havia percebido isso, e por isso atravessou o seu braço e a puxou para mais perto. Leia encostou a sua cabeça no seu ombro. Os dois apreciavam as nuvens de chuva pairando no céu preto da noite, que era para estar coberto de estrelas.

— Eles estariam orgulhosos de você. — disse Luke, a consolando.

— De nós dois. — corrigiu Leia sorrindo. O primeiro sorriso daquela noite.

Alguns metros distantes deles. No meio das árvores, um vulto se afastava.

Ele não parecia se importar com a chuva vindo. Queria ficar ali, mas não poderia. Tinha de sair dali o mais rápido o possível. Sentia as suas emoções, e da visão dele, não precisava usar a sua Força para decifrá-las. Sentia compaixão pelo garoto, e o seu coração doía com o estado dele. Tentou ao máximo não fazer barulho com a sua respiração mecânica e com os seus passos pesados por causa da sua armadura.

Vader saiu cautelosamente e se afastou deles. A poucos quilômetros de distância, estava um speeder, não podia se arriscar de o verem. Tinha de manter a sua identidade escondida. Todos pensam que ele, junto com o imperador, morreu. Não era mais o mesmo de antes, mas sabia que ninguém o aceitaria. Ele era um perigo. Mas sentia muito por não se encontrar com eles. Com os seus filhos. Ele queria poder ver o seu filho se tornando um grande Jedi e poder finalmente conhecer a sua filha, seja lá quem fosse, ninguém contou a ele que ele tinha outra filha. Devia ser parecida com Padmé. Um espírito político e forte. A mesma personalidade dela, tão linda e tão forte ao mesmo tempo. Mas nunca teria uma oportunidade dessas, de conhecer a sua filha...

Se arrependera de tudo o que fez. Por culpa dele, nunca tiveram uma família reunida. Sentia isso desde que voltou a ser Anakin Skywalker. Mas agora, tinha que ir embora. Iria para bem longe dali. Iria ficar fora do perigo. Ele iria ficar isolado. Achava que seria para o bem de todos, até para os seus filhos, se ele ficasse morto. Quando entra na sua cabine do piloto sente a presença de mais alguém ali. Viu três figuras azuladas. Sorriu debaixo da máscara assim que as viu. Eles pareciam verem o seu sorriso por debaixo da máscara e sorriram de volta.

E assim, ele se foi. Atingiu a velocidade da luz e partiu dali, deixando os dois irmãos vendo o céu ameaçando chuva e repleto de trovões...


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Notas finais do capítulo

AVISO: Aquela cena em que o Luke queima a armadura de Darth Vader não existirá nesta fanfic. Ele apenas deixou o corpo do seu pai lá, ja que a base da Estrela da Morte iria explodir... Tchau!!!! :3 :)