Lost Drams escrita por Anieper


Capítulo 7
Capítulo 7




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Acordei cedo no dia seguinte. Tomei banho e desci para tomar café. Meus pais já estavam. Eu não disse nada, apenas me sentei e peguei um pouco de suco com um pão. Meus pais olhavam para mim como se esperassem que eu falasse alguma coisa, mas não falava nada. Estava quase terminando quando senti um gosto estranho na boca. Passei a mastigar mais lentamente e piscar. Quando engoli senti tudo voltar e me levantei, correndo direto para o banheiro.

— O que foi, Ally? – escutei minha mãe perguntar, mas não lhe dei atenção.

Me ajoelhei no chão e comecei a vomitar. Depois de não ter mais nada no estomago de sentei no chão cansada e suada. Minha mãe estava ao meu lado. Ela molhou uma toalha e começou a passar na minha testa delicadamente. Isso fez com que eu me sentisse melhor.

— Toda manhã é assim? – ela perguntou me ajudando a levantar.

— Ontem não vomitei o dia todo. – falei passando água no rosto. – Vou escovar meus dentes e encontro vocês lá fora.

Minha mãe concordou com a cabeça e saiu do banheiro. Depois de escovar os dentes sair do banheiro e peguei minha mochila indo até o carro do meu pai. O caminho até a escola foi deito em silêncio. Assim que meu pai parou o carro, vi as meninas paradas na porta. Sabia que elas estavam me esperando. Meu celular estava com um monte de chamadas perdidas. Sair do carro e acenei para elas. Elas acenaram de volta e mostraram que iam para perto de mim, mas meu pai me pegou pelo o braço e para bem dizer me arrastou até a secretária. Depois de ficar uns vinte minutos olhando para meus pés enquanto esperava o diretor. Eu e meus pais entramos na sala dele.

— Olá, chefe Menson, senhora Menson, ao que devo a honra? – o diretor perguntou apontando as cadeiras para eles se sentarem, minha mãe se sentou, meu pai não.

— Estamos aqui para explicar por que Ally faltou ontem. – meu pai respondeu me dando um olhar duro. Já que eu estava quase entrando na parede de tão colada nela que estava.

— Não precisavam vim até aqui, Ally é uma ótima aluna e quase nunca falta. – o diretor respondeu sorrindo.

— Precisava, por que ela não veio ontem por que passou mal e passou o dia no hospital. – meu pai disse friamente. – E ela passou mal, por que está gravida.

— Gravida? – o diretor perguntou surpreso.

 -Sim. Ontem fizemos o exame e confirmou. Aqui está todos os papeis do hospital. – meu pai disse entregando os papeis do hospital para o diretor que pegou e começou a ler.

— Eu não sabia que você namorava, senhorita Menson. – o diretor comentou como quem não quer nada.

— Não é uma coisa que divulgamos muito, pelo fato do namorado dela ser maior de idade. – meu pai disse como se aquilo fosse um fato que todos compartilhávamos. – Ele trabalha comigo e não ficaria bem um policial namorando a filha do chefe que é menor de idade, mas dadas as circuncisa, eles vão ter que assumir o namoro em público.

— Certo. Bom, não temos uma política contra isso, então não tem problema alguma a senhoria Menson está gravida. Sei que não será fácil para a senhorita. Normalmente gravidas adolescentes têm que aguentar muitas brincadeiras e comentários de mal gosto, mas fico feliz que tenha decidido ficar com o bebê. Muitas pessoas na sua idade decidiriam ou por tirar ou por dá para a adoção.

— O bebê não tem culpa de nada. Quem fez essa burrada foi eu. Nunca poderia tirar uma vida inocente e nunca daria ele para a adoção. Assim como tem muitos pais bons que adotam e fazem com que muitas crianças sejam felizes, tem pessoas más que podem feri-lo. Sei que não vai ser fácil. Sei que vou passar um inferno nessa gravidez, mas o bebê não tem culpa. E nunca vai ter.– falei pela primeira vez me referindo sobre como me sentia.

Meus pais olharam para mim. O sinal tocou nessa hora, mas nenhum dos adultos pareciam estar interessados em me mandar para a aula. O diretor pegou o telefone e depois de falar com a secretaria dele começou a escrever algo em uma filha. Pouco tempo depois a secretaria dele entrou com uma pasta na mão. Depois de alguns minutos ele me entregou uma justificativa pelo o atraso.

— Você vai ter que levar seu atestado para os professores assinar. Vou deixar avisado na secretaria que você o trará no fim das aulas.

— Tudo bem. – falei arrumando minha mochila no ombro e saindo da sala.

Andei calmamente até a sala de aula. Todos já estavam lá e a professora já estava dando a matéria. Bati na porta e esperei. A professora olhou para mim de cara feia.

— Está atrasada. – ela me disse cruzando os braços.

— Eu sei. Estava na sala do diretor. Aqui está a autorização para entrar depois do horário. – falei pegando o papel e entregando para ela.

A professora olhou para o papel e saiu da frente de mando espaço. Entrei e fui para o meu lugar com todos olhando para mim. Me sentei e tirei meu caderno de dentro da mochila. Não prestei muita atenção no que a professora falava e não dei muita atenção aos papeis que as meninas mandavam. Não ia falar que estava gravida por um papel. Quando o sinal bateu, elas cercaram minha mesa.

— O que aconteceu? – Clarisse perguntou parando na minha frente. – Você não veio ontem, não atendeu nossas ligações. Fomos na sua casa mais não tinha ninguém. Você veio hoje com seus pais, e ficou um tempão na sala do diretor.

— Temos que conversa, mas não aqui. – falei me levantando. – Hoje lá em casa. Depois da escola.

— Certo. – Carla disse quando as outras abriram a boca para discorda. – É alguma coisa séria?

— Sim. – respondi saindo da sala.

As aulas passaram rapidamente. Assim que acabou saímos juntas. Estávamos indo para o ponto de ônibus quando vi o carro da minha mãe, parado no estacionamento.

— Eu não vou de ônibus hoje. – falei apontando para o carro depois de suspirar.

— Olá, querida. – minha mãe disse vindo até mim. – Oi, meninas.

— Oi, tia. – elas falaram juntas.

— Desculpa, querida, mas se você combinou alguma coisa, desmarque. Conseguir marca a consulta para agora a tarde.

— Médico? – as meninas perguntaram confusas.

— Sim. Bom, eu tenho que ir. Vocês podem ir lá em casa hoje à noite? Assim explico para vocês o que aconteceu. – falei seguindo minha mãe para o carro.

— Claro. – elas responderam.

Durante todo a caminho, minha mãe foi me fazendo perguntas sobre o que eu estava sentindo, se tinha passado mal, ficado enjoada, ou vomitado. Eu respondia tudo no modo automático. Quando chegamos na clínica, minha mãe foi fazer a minha ficha. Ficamos em silêncio, até que fui chamada. O médico me fez as mesmas perguntas que minha mãe e mais algumas. Respondi tudo novamente sem dá muita atenção a nada disso. Ele me pesou e mediu minha barriga, apenas para ter uma ideia no tamanho da minha cintura e essas coisas. Depois passou uma montanha de exames e recomendações. O caminho para casa foi feito com minha mãe falando sobre como tinha sido a gravidez dela.

— Eu vou tomar banho. – falei indo em direção ao meu quarto assim que entramos em casa.

Tomei um banho demorado e depois fui fazer minha lição de casa. As meninas chegaram seis e pouco e subiram direto para meu quarto. Assim que as vi, sabia que agora era o momento da verdade.

— O que está acontecendo? – Mika perguntou se sentando na minha frente. – Por que não foi ontem para a escola? Está doente?

—  Eu estou gravida. – falei de uma vez, fazendo com que elas me olhassem com os olhos arregalados. – Estou gravida do Rick.

— O que? – as três gritaram juntas me olhando com os olhos mais arregalados ainda.

— Eu e Rick estamos namorando escondido a alguns meses. Sei que não contei nada para vocês, mas Rick me fez prometer que seria segredo. Implicava muitas coisas o nosso relacionamento.

Comecei a contar a história que Rick e eu tínhamos combinado. Ontem tenhamos passado boa parte da noite combinando o que íamos falar para os outros. Eu não gostava disso, mas tinha que menti para que as coisas não ficassem pior do que já estava. Terminei de falar e elas ficaram olhando para mim. Eu sabia que elas deveriam se perguntando por que eu não tinha contado para elas tudo isso antes. Por que não tinha contado para elas que tinha dormido com Rick. Mas eu não queria me lembra do que tinha acontecido e isso poderiam me custar as minhas amigas.

— Por que não disse isso para a gente? – Carla perguntou olhando para mim. – Não contaríamos para ninguém. Sabe que somos suas amigas e nunca contaríamos para ninguém.

— Eu parei de falar sobre o Rick por causa disso.  Principalmente, depois de ter dormido com o Rick pela primeira vez. Perdi minha virgindade com Rick e não poderia contar para minhas melhores amigas. Eu não sabia direito o que tinha acontecido com agir depois disso. Eu simplesmente fingir que nada tinha acontecido. Sei que deveria ter contado para vocês o que tinha acontecido, mas eu não queria pensar nisso. Nem mesmo com Rick falei depois daquilo. Minha cabeça estava a milhão.

— Ele te forçou? – Mika perguntou me olhando com pena.

— Não. Foi completamente de comum acordo. – eu acho, completei mentalmente.

— Como assim vai se casar? – Carla perguntou me olhando confusa.

— Meus pais e Rick acham que isso é o melhor a se fazer. Eu particularmente odiei a ideia. -  falei me levantando e indo até a janela.

— Por que? – Clarisse perguntou. – Pensei que você gostasse dele.

— E gosto. Vocês sabem que sou apaixonada por ele desde que o conheci. Mas vamos casar apenas por que ele se sente culpado por me engravidar. Estamos curtindo o que tínhamos e curtimos um pouco demais. Sei que para o Rick o que tínhamos era apenas distrações, uma diversão e agora ele se ver obrigado a se casar. Eu sempre sonhei com um casamento romântico. E agora... Eu mereço isso, sou burra.

— Ally, não diga isso. – Carla disse antes de me abraça. – Vai ficar tudo bem.

— Não vai. Eu sinto que as coisas vão apenas ficar piores. As pessoas vão me julgar, vão pensar que apenas engravidei para ficar com Rick. Se fosse por mim, meus pais nunca saberiam quem é o pai desse bebê. Preferia que eles me expulsassem de casa, do que obrigarem a me casar com alguém que não me ama.

— Não precisa se preocupar, amiga. – Carla disse se levantando. – Vamos está ao seu lado. Não importa o que aconteça. E não vamos contar nada a ninguém.

— Obrigada. – disse quando elas me deram um grande abraço em grupo.


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