Lost Drams escrita por Anieper


Capítulo 29
Capítulo 29




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Eu acordei com o choro de Carl. Me mexi na cama e vi que Rick não estava mais deitado. Me levantei e fui para o quarto do meu filho. Carl estava chorando enquanto agitava as mãos. Peguei ele no colo e me sentei na poltrona e comecei alimentar ele. Quando Carl terminou o fiz arrotar e o coloquei no berço novamente. Desci as escadas e vi que Rick não estava em lugar nenhum. Quando voltei para meu quarto vi um bilhete do lado da minha cama. O peguei e li. Rick tinha saído e disse que logo estaria de volta. Tomei um banho rápido e depois fui para o quarto de Carl, o peguei e desci. Coloquei meu filho no carrinho e fui preparar alguma coisa para mim comer. Depois de ter tomado meu café fui para a sala com Carl. Peguei minha mochila e comecei a fazer minhas lições de casa. Estava quase terminando a de história quando escutei Rick abri a porta. Olhei para ele e me surpreendi em ver meu pai com ele.

— Oi. – disse olhando para eles confusa.

— Oi, querida. – Rick disse se aproximando de mim e Carl. – Seu pai precisa falar com você. Vou levar Carl lá para cima para que vocês tenham privacidade.

Carl pegou nosso filho e depois de á um beijo na minha testa, ele subiu as escadas. Olhei para meu pai sem saber o que falar ou fazer. Apenas fiquei ali sentada olhando para meu pai que ainda estava parado na frente da porta.

— Aconteceu alguma coisa? – perguntei depois de um tempo.

— Não exatamente. Rick foi hoje cedo lá em casa conversar comigo sobre como eu estava te tratando. Segundo ele, já está na hora de resolvemos tudo. – meu pai olhou para mim e se aproximou se ajoelhando na minha frente. – Por que você não me contou a verdade? Por que não disse que tudo o que Rick tinha contado sobre o namoro era mentira e que vocês apenas dormiram juntos uma vez bêbados?

— Ele te contou? – perguntei em um sussurro.

— Sim. Ele acha que estou sendo um péssimo pai. E eu concordo com ele. Eu acho que quando fiquei sabendo sobre a gravidez, fiquei com tanta raiva de mim que nunca pensei realmente como você se sentia com tudo isso. Você não teve meu apoio, não me teve ao seu lado e fui incrível. Você tão forte, que agora acho que você pode passar por qualquer coisa sem realmente se senti culpada com isso. Você enfrentou tudo de cabeça erguida e sem nunca reclamar. Eu quero que você saiba que eu nunca fiquei com raiva de você. Na verdade, eu estava com raiva de mim mesmo. Com raiva por não ter sido capaz de te defender do mundo, por deixar que isso acontecesse com você. Por ter sido fraco. Eu nunca quis te machucar ou te fazer pensar que eu não te amo. Mas passei tanto tempo preocupado em cuidar de você, em te manter em uma esfera de vidro que nunca se passou pela minha cabeça que quando eu te deixasse sair você iria fazer tudo aquilo que eu nunca deixei. Rick me disse que para vocês não importa como as coisas acontecem entre vocês, vocês se gostam e estão se acertando aos poucos. Um passo de cada vez. Eu sinto muito filha. Eu coloquei meus problemas, meus erros na frente de tudo. Até mesmo da sua felicidade. Eu não paro de pensar no que teria acontecido com você se Rick fosse um mostro. Eu não me preocupei em saber se a verdade que ele me disse era verdade, não me preocupei, em saber se ele realmente seria bom para você, se ele poderia te fazer feliz. Acho que fiquei tão feliz em te mandar para longe, fingindo que estava tudo bem, que nada tinha mudar, que nunca realmente me permiti em pensar em como aquilo te afetaria. E por isso imploro que me perdoe. Eu não fui o pai que você merecia. O pai que você merece. E acho nunca vou ser. Rick me disse como as pessoas na escola foram más com você e eu nunca dei a importância que deveria. Eu sinto muito por não está lá com você quando você precisava de mim. Eu sinto muito por te falhado com você.

Eu fiquei em silêncio tentando colocar algum sentido no que ele disso.

— Você me machucou muito. Mas muitas pessoas fizeram isso desde que engravidei. Eu estava assustada e com medo. Eu não tinha ninguém com quem conversar e tudo era minha culpa. – falei olhando para minhas mãos. – Fiz escolhas que poderiam ter custado a vida do meu filho. Eu pensei em coisas que nunca pensei que um dia pensaria. Eu juro que tentei não te decepcionar, pai. Mas as coisas simplesmente aconteceram. Eu nunca poderia abri mão do meu filho. Se isso significava que eu estava sozinha, eu aceitava isso. Mas fiz tudo o que o senhor queria, me casei, continuei no tipo de todas as aulas, continuei sendo a aluna exempla que o senhor sempre quis. Nunca reclamei de como estava me sentido. Nunca reclamei que todos os que eu amava estavam longe de mim. Eu tentei. Tentei ser o que o senhor queria, mas não sou perfeita. Sou humana, erro e cometi um erro ao deitar com Rick, ao beber naquela noite. Mas todas as vezes que olho para meu filho, tenho certeza que faria a mesma coisa novamente. Carl é o meu bem mais valioso. Sempre será. Rick e eu somos uma família agora e apesar do modo que começamos, estamos felizes, somos felizes. Eu nunca vou poder mudar o jeito que as coisas aconteceram, mas foram assim e temos que aceitar. O senhor não podia suporta a ideia de ter uma filha que cometeu o mesmo erro que o senhor. E sei que sempre que olha para mim pensa nisso. Eu não fui o primeiro bebê que minha mãe esperou e isso te deixar louco. Saber que poderia ter tido um filho e não uma filha. Mas sou o que sou e não posso mudar isso. Eu não posso falar que não doí e que não machucou, mas quero que meu filho tenha uma família que o ame e que ele saiba que é amado. Rick e eu estamos a caminho disso.

— E eu quero fazer parte dessa família.

— Eu não sei se estou pronta para te perdoar, pai. Eu tenho medo de me machucar novamente. Eu passei por tanta coisa que se não tivesse Rick, acho que hoje não estaria aqui. Ele me machucou até que nos acertássemos, mas ele nutou que alguma coisa estava errado e lutou até que estivemos bem. Ele me faz feliz e está me ajudando a voltar a confiar. Eu tenho medo de deixar qualquer pessoa chegar perto de mim, com medo de me machucar. Mas o senhor... Eu e você sempre fomos tão ligados. Companheiros. Sempre tive meu pai ao meu lado. Sempre era você quem gritava mais alta sempre que estava torcendo por mim. Quem me ajudava a vencer e quando eu mais precisei, não estava lá. – olhei para baixo tentando não chorar. – Eu fiquei perdida, como um barco em uma tempestade em alto mar. Rick foi meu farol, aquele que me levou de volta para casa em segurança. Ele está sendo o que preciso. Mas mesmo com toda a força que ele me passou e ainda me passa. Eu queria meu pai ao meu lado no momento mais assustador e ao mesmo tempo, mais feliz da minha vida. Apesar de ver Carl, o senhor nunca me disse nada sobre que estava orgulho de mim, ou feliz por eu ter conseguido trazer meu filho ao mundo. Seu orgulho sempre foi por ele. O menino que minha mãe nunca foi capaz de te dá.

— Ally...

— Eu escutei o que o senhor disse uma vez para a mamãe sobre eu nunca ser o que o senhor queria por não ser menino. Eu era apenas uma menina e nunca realizaria seu sonho por não ser um menino. Isso ficou na minha cabeça e sempre tentei ser o melhor que pude, mas nunca pareceu ser o suficiente, então cheguei ao um ponto em que não estou nem aí para o que o senhor pensar. Sou casada e mãe. Isso me basta. Ser a melhor mãe e esposa que posso ser. Não preciso mais ser a filha perfeita. Para meu filho e marido, sou quase perfeita. E por causa deles descobri que não tem como um ser humano ser perfeito, mas podemos tentar ser o melhor que podemos e é isso que estou fazendo. Estou sendo meu melhor, e isso basta para eles. Eu sou o que eles querem, o que eles sonharam.

— Você também é o que eu sonhei, Ally. Não me importa que nunca tive o filho que queria. Eu tive uma filha maravilhosa que me mostrou que fui um monstro para ela, quando ela mais precisava de mim. Eu quero fazer as coisas certas, agora. Apenas preciso que me dê uma chance.

Fiquei em silêncio sem ter coragem de olhar para ele. Eu sentia falta do meu pai. Sentia falta de ter ele comigo em momentos importantes. Mas tinha medo. Eu tinha Carl agora, e não podia me dá ao luxo que brigar com meu pai novamente entra em depressão. Meu filho precisa de mim, mas do que qualquer outra coisa. Eu olhei novamente para meu pai. Eu simplesmente não sabia o que falar.

— Desculpa interromper. – Rick disse descendo as escadas com Carl inquieto em seus braços. – Mas ele está com fome.

— Me dê ele. – disse esticando meus braços para pegar meu filho.

Rick entregou Carl para mim e eu rapidamente arrumei ele no meu colo e o coloquei em meu seio. Enquanto, Carl mamava usava esse tempo para pensar sobre a conversa que estava tendo com meu pai. Eu devia deixar ele entre novamente na minha vida? Mesmo com medo ou sem ter a mesma relação que tinha com meu pai antes. Carl teria seu avô que seria um grande avô para ele. Que apesar de não acreditar que Carl fosse filho de Rick, o amava e iria cuidar dele até o dia de sua morte.

— Eu acho que podemos tentar. – falei finalmente, ainda olhando para meu filho. – Eu não vou mentir para o senhor. Estou com medo de me machucar novamente. Mas se quero que meu filho tenha uma família feliz, tenho que perdoar o senhor e lhe dá uma nova oportunidade. Eu também tenho que me desculpar. Não fui a filha que o senhor queria.

— Não, Ally. Você foi melhor do que eu podia sonhar. Eu que tenho que me desculpar com você. Não fui o pai que você merecia. Desculpe, filha.

— Tudo bem.

Eu, meu pai e Rick ainda ficamos conversando mais um pouco, até que meu pai disse que tinha que voltar, que minha mãe deveria estar se perguntando o que tinha acontecido e como estavam as coisas. Meu pai me deu um beijo na testa e fez a mesma coisa com Carl, antes de sair.

— Obrigada. – falei abraçando Rick. – Eu sentia falta dele.

— Eu sei, amor. Por isso fiz isso. – ele beijou minha testa. – Eu sempre farei o que for melhor para você.

— Obrigada. – disse novamente me afastando dele o bastante para beija-lo.

Rick me puxou com força para ele e me beijou com mais paixão. Ele me encostou na parede enquanto me beijava, quando nos separamos, ele me olhou nos olhos e sorriu.

— Eu te amo. – ele me disse.

Fiquei me choque. Essa era a primeira vez que ele me falava isso. Rick tinha me demostrado que me amava. Uma das maiores provas foi trazer meu pai aqui para conversamos, mas falar. Realmente falar com todas as letras, foi a primeira vez.

— Eu te amo, Ally. Eu tenho amado a muito tempo. Sei que fui muito burro em reconhecer isso. Sei que poderia ter sido tudo diferente no começo do nosso casamento, mas eu não mudar o passado e não sei se quero mudar. Eu te amo, mas do que a mim mesmo. Você e Carl são tudo para mim. Vou sempre proteger vocês dois. De tudo. Eu te amo com todo meu coração.

Eu pulei em cima dele e o beijei com mais paixão que antes. Coloquei naquele beijo tudo o que eu senti por ele. Tudo o que eu não tinha tido coragem de falar. Ele me amava e mais nada importava. Eu sabia que agora poderia ter tudo o que eu queria. Minha família seria unida. Mesmo que nunca volte a ter a mesma relação que tinha antes com meu pai, estaria tudo bem agora que tinha Rick e sabia com toda a certeza que ele me amava.

— Eu também te amo, Rick. – disse quando nos separamos. – Eu te amo desde que te vi e sei que sempre vou amar. Amo o homem que você é, o marido e o pai. Amo tudo em você.

Rick sorriu para mim e me beijou novamente. Não foi fácil, mas no final, tudo daria certo.


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