Lost Drams escrita por Anieper


Capítulo 28
Capítulo 28




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(Especial) Rick

Eu acordei com um som estranho. Abri os olhos e vi que Ally estava dormindo. Demorei um tempo para notar que aquele som, era meu filho. Ally se mexeu do meu lado.

— Deixa que eu vou. – falei beijando a nuca dela.

Ally apenas concordou e se arrumou na cama. Me levantei peguei minha cueca, a vesti, antes de sair do quarto. Fui andando até o quarto do meu filho. Assim que abri a porta, o choro aumentou. Fui caminhando até o berço e sorrir para aquela coisinha.

— Ei. Está tudo bem. – falei pegando ele no colo.

Carl diminuiu o choro e olhou para mim. Olhei no relógio e ainda não estava na hora dele comer. Cheguei a frauda e estava limpa. Me sentei na poltrona que tinha ali e sorrir para ele.

— Você quer um pouco de atenção? – perguntei beijando a testa dele. – Sua mãe tem que dormi. Ela está muito cansada agora que as aulas voltaram.

Carl já estava com quatro meses e segundo todos que o viam, ele era minha cara. Minha mãe chorou quando o pegou no colo pela primeira vez e disse que meu pai teria ficado muito orgulho em dividir o nome com ele. Eu sei que ela sente falta dela e essa homenagem que Ally fez para ele, a tocou muito.

Falando em Ally, eu não parava de me surpreender com ela. Quando fiquei sabendo que ela estava gravida, nunca imaginei que ela teria essa força. A cada dia que passa me surpreendo mais e mais com ela. Quando Carl nasceu, faltava algumas semanas para acabar as aulas. E ela precisou ir para a escola apenas para fazer as provas, e Carl estava com ela. Apesar de tudo o que ela passou nesse ano, foi a primeira da classe. Tirou as melhores notas. Em casa, ela continuava a esposa dedicada e cuidava do nosso filho com todo o amor do mundo. Sempre que eu chegava em casa, ela estava com a comida pronta, esperando por mim na sala com Carl ao seu lado. Ela quase nunca reclamava, apesar de estar cansada. Na verdade, a única vez que realmente vi ela abalada, foi quando teve que voltar para a escola. Ela chorou a noite antes de dormi e passou a noite toda se mexendo na cama. Quando perguntei o que tinha de errado ela começou a chorar e disse que não ia volta mais para a escola. E que ficaria em casa com Carl. Quando ela disse isso, eu soube qual era o problema. Ela nunca tinha ficado longe de Carl. Eu levei duas horas para acalmar ela e minha sogra disse que ela parecia um furacão quando foi buscar Carl. Carla depois me disse, que ela desceu do ônibus e começou a correr em direção a casa dos pais.

Depois de ter certeza que Carl ficava bem longe dela durante as horas que ela estava estudando, ela passou a fazer as coisas com mais calma. Sempre que eu pensava na minha esposa, pensava nela como uma mulher forte. Por mais que eu tente, nunca vou poder saber o que ela passou nos primeiros meses de gravidez. Sozinha, com medo e sem saber o que fazer. Agradeço todos os dias ela nunca ter cogitado suicídio. Apesar da forma que tudo aconteceu, eu era extremamente grato por ter Ally para mim.

Meu filho é uma das coisas mais importante da minha vida, juntamente com a mão dele. Amo os dois com todo meu coração. Seria capaz de matar e morrer por eles. Ninguém os machucaria. Eu não iria permiti isso. Eu já tinha machucado muito Ally. Sei que não posso proteger Carl de tudo e que um dia, não estarei lá para ele, mas posso ser o melhor pai do mundo. Posso ser um pai tão bom para ele como meu pai foi para mim e meu irmão. Ser seu herói seu espelho. Ser aquele para quem ele correr quando está com medo ou alguma coisa deu errada. Assim como eu era para minha esposa agora. Eu era o porto seguro de Ally, aquilo que eu deveria ter sido desde que soube da sua gravidez. Eu tinha conseguido correr atrás do prejuízo, tinha mostrado para ela como ela é importante para mim e como eu nunca deixaria nada de ruim acontecer com ela.

Olhei para Carl que se mexeu em meu colo, e sorri ao notar que ele estava dormindo. Me levantei e coloquei ele no berço novamente. Beijei sua testa e sair do quarto.

— O que aconteceu? – Ally perguntou assim que deitei ao lado dela.

— Ele queria um pouco de atenção, nada demais. – falei abraçando ela por trás.

Ally concordou com a cabeça e voltou a dormi. Eu a abracei mais apertado e peguei no sono. Eu acordei no dia seguinte depois de escutar meu filho resmungando. Quando abri os olhos vi que Carl estava deitado ao meu lado e Ally estava sentada na cama brincando com ele. Sempre que vejo os dois juntos sinto uma mistura de felicidade e ciúme. Ciúmes por ver o amor que Ally tinha por Carl, amor esse que eu quero que ela sinta por mim também. Pouco antes de Carl nascer, descobri que estava apaixonado por minha esposa. Mas não tinha coragem de falar para ela. Ally estava sendo incrível para mim, e eu tinha medo que se eu revelasse meus sentimentos para ela, toda a cumplicidade que tínhamos conquistado nesses meses fossem jogada no lixo.

— Bom dia. – falei chamando a atenção deles.

— Olha só quem acordou, Carl. – Ally disse sorrindo para nosso filho. – É o papai. Fala bom dia para ele.

— Ei, rapaz, está querendo roubar minha mulher? – falei pegando meu filho no colo e beijando a bochecha dele. – Sabe, poderia ficar com ciúmes, mas eu deixo você roubar ela de mim. Mas apenas você.

— Deixa de ser bobo. – Ally disse beijando minha bochecha. – Fica com ele para mim preparar o café?

— Claro. – disse me levantando da cama com ela. – Quer fazer alguma coisa hoje?

— Dormi? – ela perguntou saindo do quarto.

— Ally, tem mais do que dormi em um sábado.

— Eu sei, mas estou morta. – ela disse descendo as escadas. – Sabia que ia ser difícil, mas nunca pensei que seria tão difícil. Acorda cedo, deixar ele na casa da minha mãe, ir para a escola, aturar os professores chatos, fazer lição, volta da escola, pegar ele, vim para a casa, arrumar tudo enquanto paro a cada dez minutos para ver como ele está, depois ter uma noite mal dormia por causa dele. Ter que levantar sei lá quantas vezes por noite não é fácil.

— Eu sei e você está sendo incrível. Podemos ficar em casa, mas dormi, Ally? Serio mesmo?

— Não. Carl não deixaria. – ela riu e olhou para o bebê em meu colo. – Mas eu não ligo para o cansaço. Nem para nada disso.

— Eu sei. – eu sorrir para ela. – Acho que nunca te perguntei, mas por que você tinha certeza que seria um menino?

Ally parou o que estava fazendo e me olhou.

— Eu apenas achei que seria. Não sabia.

— Era o que você queria?

Ally suspirou e mordeu os lábios antes de olhar para mim novamente.

— Quando eu tinha uns seis anos, eu estava no meu quarto desenhando quando meu lápis quebrou a ponta. Minha mãe não deixava o apontador ficar comigo, por que eu apontava o lápis toda hora, mesmo sem precisar. Eu desci as escadas e escutei a voz do meu pai. Lembro que achei estranho, não estava na hora dele está em casa. Quando estava quase na cozinha, notei que eles estavam discutindo. Não sei ao certo o que era, apenas sei que escutei. Nem para me dá um menino você serve. Ally nunca será a metade do que queria que meu filho fosse, pelo simples fato de ser uma menina. Aquilo ficou na minha cabeça. E passei a ser a melhor em tudo. A melhor na escola, sempre que via os amigos dele era educada. Sempre fiz o que ele queria sempre fiz de tudo para que ele sentisse orgulho de mim. Eu nunca disse para ele que escutei aquilo, mas doeu e ainda doí um pouco. Quando descobri que estava gravida e você se casou comigo, rezei para ser um menino. Por que aquelas palavras não saiam da minha cabeça e eu não quero que meu filho ou filha, se fosse o caso, se sentisse menos amado. Eu não sei o que tinha acontecido, não sei por que meu pai disse aquilo, mas machucou por um bom tempo. Quando engravidei, decepcionei ele, e parte de mim, pensou que se desse um neto para ele, ele iria me amar, como ele amaria se eu tivesse nascido menino.

— Alguém sabe disse?

— Não.

Coloquei Carl na cadeirinha dele que estava ali e fui até ela. Ally me abraçou com força e chorou. Pablo ainda não tinha falado com ele. Apesar de ver o neto. Eu não tinha contado nada para Ally, mas ele ainda não acreditava que eu fosse o pai de Carl. Por isso ainda tratava a filha assim, e isso ia acabar. Eu teria uma conversa séria com ele.

— Desculpe. – Ally disse quando se acalmou.

— Não, querida. Está tudo bem. – disse beijando a testa dela.

Ally terminou o café e comemos conversando sobre Carl. Quando terminamos arrumei a cozinha e fomos para a sala. Passamos o dia em casa, mas não mudaria nada. Está com Carl e Ally me fazia muito bem. Quando chegou a hora de ir para cama, eu tinha um plano em mente e um plano que colocaria em ação amanhã.

Acorde cedo no domingo. Ally ainda estava dormindo agarrada a mim. Me separei dela, dei um beijo em sua testa e me afastei, saindo da cama. Depois de tomar um banho rápido escrevi um bilhete para ela e sair do quarto. Passei no quarto de Carl e ele estava dormindo.

— Eu te amo. – disse baixinho ao beijar a testa dele.

Sair de casa e dirigi para a casa dos meus sogros. Hoje eu e Pablo colocaríamos as cartas na mesa. Estava na hora dele deixar de ser um idiota e voltar a falar com a filha. Ally, era uma menina de ouro e não merecia o que estava passando. E Pablo ia pedi perdão para ela. Por bem ou por mal.


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