Lost Drams escrita por Anieper


Capítulo 23
Capítulo 23




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Eu olhei para Rick com lágrimas nos olhos. Era a primeira vez que sentia ele mexer. Eu não sabia ao certo o que eu estava sentindo. Era um misto de emoções. Apesar de tudo o que a médica tinha me falado, eu ainda não tinha sentido e isso me fez realmente acreditar que logo teria meu filho em meus braços.

— Venha, querida. Vamos para a casa. – Rick disse beijando minha testa novamente. – Pablo, a gente nos falamos amanhã. Ally precisa descansa.

Rick passou o braço pela minha cintura e me levou para a casa. Durante o caminho permaneci presa em meus pensamentos. Mesmo depois da médica me garanti que o bebê estava bem apesar das coisas que eu tinha feito, senti ele se movendo dentro de mim, era o que eu precisava. Meu bebê estava bem.

— Vai comer seu lanche agora? – Rick perguntou abrindo a porta de casa.

— Não. Estou um pouco cansada. Quero me deitar um pouco. – disse indo para a escada. – Você vem?

— Sim. Vou apenas guarda isso.

Concordei com a cabeça e subi as escadas. Depois de tirar meu tênis e me deitar na cama, coloquei minhas mãos em cima da minha barriga e fechei os olhos. Em pouco tempo estava dormindo.

Dois dias tinham se passado desde que o bebê tinha se mexido pela primeira vez. Hoje Rick e eu vamos para a primeira reunião do grupo para pais de primeira viagem. Eu estava animada. Ver pessoas que também estava passando pelo que eu estava passando e que assim como eu não sabia ao certo o que fazer me acalmava.

— Acha que podemos fazer o trabalho hoje? – Carla perguntou se sentando ao meu lado na hora do almoço.

— Hoje não posso. – disse começando a comer. – Vou para a aula de mães de primeira viagem.

— Sozinha? – Ester meu questionou.

— Hoje Rick vai comigo. Ele vai tentar ir sempre, mas não pode garanti nada por causa do trabalho.

A gente ainda falamos um pouco sobre a gravidez antes de irmos para a próxima aula. Eu ainda não confiava nelas como antes. Sei que minha relação com Rick tinha evoluído e finalmente estávamos vivendo como marido e mulher. Mas diferente da minha relação com as meninas, Rick e eu tínhamos um vínculo para a vida toda. Mesmo se quiséssemos não poderíamos deixar dê ver o outro por causa do bebê. O resto das aulas passaram rapidamente. Eu sair da escola e me encontrei com Rick. Ele estava me esperando encostado na viatura. Sorrir para ele e o abracei com força.

— Como foi seu dia? – ele perguntou beijando minha testa.

— Bom. Eu tive um pouco de dificuldade para me consentra por causa do bebê. Ele não para de chutar.

— Quer mostra que esta aí. – ele passou a mão na minha barriga. – Vamos?

— Sim.

Entrei no carro e fomos para a escola onde as aulas iam ser realizadas. Assim que chegamos, pode ver algumas mulheres grávidas. Rick saiu do carro e me pegou pela mão. Juntos fomos para a sala. A professora me apresentou para todos e começou. Boa parte da aula, foi feita com a gente conversando sobre a gravidez em si. Vi que algumas das mulheres estavam com a gravidez mais avançadas do que a minha. No fim, tivemos algumas aulas básicas sobre o que devemos compra e quando.

Quando acabou tinha um pequeno lanche esperando pela gente, mas como Rick tinha que voltar para a delegacia, formos para a casa.

Eu passei o dia vendo o que faria no quarto do bebê. Depois preparei a comida e fui descansar um pouco. Rick chegou um pouco mais tarde do que o normal, por causa da reunião.

— Ei. – ele disse entrando em casa.

— Ei. – falei sorrindo para ele.

— Eu comprei uma coisa para o bebê.

Rick se aproximou de mim e colocou a sacola que estava em sua mão em cima da mesa. Eu sorri e abri. Peguei o pequeno macacão que estava ali dentro. Era branco e simples.

— O que foi? Por que esta chorando? – Rick perguntou preocupado.

— Nada. Apenas fiquei feliz. Esse é o primeiro presente do bebê. – disse secando as lágrimas. – Obrigada.

— De nada. – Rick disse sorrindo.

A gente jantamos e fomos para a cama. Deitei ao lado de Rick e ele me puxou para o peito dele. Rick começou a passar a mão pelas minhas costas. Em pouco tempo eu estava dormindo.

Duas semanas tinham se passado e finamente iria conversar com meus pais. Eu estava tensa. Não sabia o que esperar. Estava sentada ao lado de Rick na sala de espera do consultório da minha psicóloga. Meu marido estava segurando minha mão tentando me manter calma. Assim que vi meus pais, apertei levemente a mão de Rick.

— Boa tarde. – minha mãe disse sorrindo para a gente.

— Boa tarde. – Rick respondeu enquanto eu apenas fiz um gesto com a cabeça.

— Vai demorar muito? – meu pai perguntou mal-humorado.

— Não. – respondi.

— Ally, vamos começar? – a psicóloga perguntou saindo da sala dela.

— Claro. – levantamos e fomos para o consultório.

Quando nos sentamos, a doutora começou a tirar as anotações de uma pasta.

— Bom, vocês devem estar se perguntando por que estamos aqui. – a médica disse olhando para meus pais. – Ally esta com uma leve depressão. Ela está passando comigo por causa do abandono que sofreu durante a gravidez. Estamos trabalhando a algumas semanas e estamos fazendo um grande avanço, mas chegou a hora de conversamos com vocês.

— O que quer saber? – meu pai perguntou olhando para mim.

— Como vocês se sentem com a gravidez?

— Decepcionado. – meu pai respondeu a médica. – Nunca esperei isso dela.

— Sua esposa engravidou cedo, certo?

— Sim.

— Vocês tiveram apoio?

— Sim. – minha mãe falou. – Apesar de ter perdido o bebê, nossos pais nos apoiaram. Eles ficaram ao nosso lado.

— Como vocês se sentiriam se tivessem sido abandonados?

Meus pais ficaram em silêncio. Eu não tinha coragem de olhar para eles. Rick apertou minha mão delicadamente.

— Ally, quer falar alguma coisa? – neguei com a cabeça. – Vocês sabiam que Ally pensou em se matar? Ela estava se sentindo tão mal que pensou nisso.

— Ela é casada agora. Seu marido deve cuida dela.

— Chega. – minha mãe gritou assustado todos. – Você me disse quê seria melhor para ela se nos ficássemos afastados dela por um tempo. Mas minha filha precisa de mim e eu vou ficar ao lado dela.

Minha mãe se levantou e me abraçou com força. Eu comecei a chorar. A meses eu estava esperado por esse abraço.

O resto da consulta foi mais calma. A médica em momento algum falou sobre minha depressão  em si ou meus problemas com as meninas e o Rick. Quando saímos minha mãe decidiu passar o dia comigo. A gente saímos e fomos fazer compras. Como queria começar a decorar o quarto do bebê compramos algumas coisas para começarmos. Depois ela me levou para a casa e jantamos juntas.

O próximo mês foi assim. Passei mais tempo com minha mãe. Rick tinha começado a pintar o quarto do bebê e eu a comprar as roupas. Minha mãe tinha comprado um monte de coisas para o bebê e estava começando a agir como uma avó coruja.

— Ally. – a mãe de Rick praticamente gritou quando me vi no aeroporto. – Olha só para você! Está linda.

Vitória me abraçou apertado e passou a mão em minha barriga. O bebê chutou fazendo ela sorrir.

— Ele reconhece a vovó. – ela disse rindo. – Recebeu meus presentes?

— Sim. Obrigada. As roupas são lindas.

— Eu adorei comprar. E para meu netinho nada é demais. Isso me fez lembra das minhas gravidezes.

— Mãe, eu estou aqui também. – Rick disse quando Vitória não deu atenção para ele.

— Oi, filho. Nem te vi aí.

Vitória abraçou o filho enquanto eu ria da cara que ele fez. Depois de pegarmos a mala da minha sogra fomos para a casa.

Como não podia participar muito da gravidez, Vitória tinha pego uma semana de folga para ficar com a gente. Ela decidiu que íamos terminar de decorar o quarto. Minha mãe e ela passaram as duas últimas duas semanas conversando e tinham se tornado amigas.

— Como você está se sentindo? – Vitória perguntou quando entramos no carro.

— Estou bem. Quase não sinto mais enjoo.

— Isso é bom. E como estão a coisas na escola?

— Bem. Desde que Rick ameaçou todos as coisas estão bem.

— Ótimo. – Vitória disse antes de começar a falar animadamente sobre como as coisas estavam na cidade grande.

Eu não podia estar muito feliz. Minha ralação com minha mãe estava melhor e minhas amigas tinha até mesmo ido comigo para uma das aulas para mães de primeira viagem. Rick e eu estávamos nos dando bem. A única nuvem negra na minha vida era minha relação com meu pai. Ele ainda não falava comigo.

Assim que chegamos em casa Vitória decidiu preparar alguma coisa para mim comer. Segundo ela não podia ficar muito tempo sem me alimentar. Enquanto ajudava ela a cozinha, conversávamos sobre o bebê. Ela me deu algumas dicas assim como minha mãe fazia.

— Já escolheu como será o parto? – ela perguntou terminando de corta a salada.

— Quero que seja normal. Não gosto muito da ideia de fazer um cessaria. A médica disse eu deixará eu levar a gravidez até aonde ela acha seguro. Mas como sou jovem e meu útero pode não está preparado para levar a gravidez até o fim, veremos mais para a frente.

— Isso não te deixar nervosa?

— Um pouco. Mas não posso fazer nada sobre isso.

As duas terminaram o jantar. Ally não estava se sentindo bem e decidiu deitar um pouco. Em pouco tempo ela estava dormindo.


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