Lost Drams escrita por Anieper


Capítulo 15
Capítulo 15




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Alguns dias tinham se passado desde do casamento. Rick e eu já tínhamos começado uma rotina. Eu levantava todo dia antes dele e preparava o café. Depois subia para tomar banho. Rick acordava geralmente quando eu estava saindo do banheiro, me cumprimentava e ia para seu banho. Me arrumava e descia as escadas. Rick desci alguns minutos depois e tomávamos café juntos antes de saímos de casa. Não falávamos quase nada um com o outro. Depois eu ia para a escola. Quando chegava em casa, arrumava tudo, fazia meus deveres e ficava algum tempo no quintal, até que ia preparar a janta. Rick chegava jatávamos, ele tomava banho enquanto eu arrumava a cozinha. Depois eu tomava banho e dormia. As meninas passavam algumas tardes aqui comigo, assim como minha mãe. Rick e eu vivíamos como dois desconhecidos na mesma casa. Ele sempre educado comigo, mas sempre frio e distante.

Eu fiquei sabendo um dia depois do casamento, que depois da festa de Ester Lori tinha viajado, então toda a decisão que ele tinha tomado, ela não estava aqui para pesa na escolha dele. Eu tinha medo que quando ela voltasse ele começasse a se encontrar com ela. Sei que ele ainda gosta dela. Não importa o que ele diga.

Hoje tinha acordado enjoada. Vomitei e estava me sentindo um pouco fraca, mas nada que não desse para ir para a escola. Desci para preparar o café, enquanto Rick entrava no banheiro para tomar banho. Assim que terminei de arrumar a mesa me sentei para esperar por ele.

— Hoje vou tomar café com seu pai. – Rick disse parando na porta da cozinha. – Eu esqueci de te avisa. A gente se vê mais tarde.

Ele se virou e saiu. Eu fiquei ali, vendo ele se afastar. Suspirei e comecei a tomar meu café. Quando terminei, lavei a louça, peguei minhas coisas e fui para o ponto. Eu não queria realmente ir para a escola, mas as provas tinham chegado e não tinha como eu fugir. Assim que entrei no ônibus todos olharam para mim, não liguei e fui para meu lugar. As meninas começaram a falar comigo animadamente sobre uma festa que teria. Tive que morde a língua para não falar que engravidei na última festa que fui.

— Vai ser demais. – Carla disse animadamente. – Todas as pessoas da escola vão estar lá.

— Eu não sei por que estão me contando isso. Eu não vou. – falei quando descemos do ônibus.

— Como não? – Ester perguntou surpresa.

— Não indo. Eu estou gravida, não posso beber e não vou ficar em um lugar onde tem um monte de pessoas bêbadas e música alta. E lá não vai ter nada sem álcool para mim de qualquer modo. Sem falar que Rick também não deixaria.

— Ele não manda em você. – Mika disse cruzando os braços. – Ele é seu marido, não seu pai. Você pode muito bem ir.

— Manda. Desde que falei sim para ele e assinei aquela certidão de casamento, ele manda. Sou menor de idade e ele é meu marido, por isso ele é meu responsável legal. – respondi olhando para elas. – Vão sem mim. Eu não sou uma pessoa de festa e provavelmente vou passar mal por causa dos perfumes. Sabem como estou enjoando por qualquer coisa. Estou bem. Depois vocês me contam como foi.

— Ally...

— Não vou para essa festa. Fim. – falei e fui para a sala.

Me sentei no meu lugar de sempre e peguei meu caderno. Enquanto esperava a aula começar pensava em como as coisas estavam. Apesar de saberem que eu tinha me casado, meus colegas de classe não sabiam com quem, e por enquanto não falavam nada sobre isso. Eles apenas estavam tentando descobri quem era meu marido. As meninas continuavam ao meu lado, apesar de ser complicado para elas. As pessoas faziam perguntas e elas nunca sabiam o que responder. Eu estava cansada disso. Minha cabeça estava a mil. Mas colocava um sorriso no rosto e fingia que estava tudo bem. As meninas entram na sala pouco antes da professora. Elas se sentaram e não falaram nada para mim. Guardei meu caderno e esperei a prova. Não estava tão difícil como eu imaginei que estaria, então não demorei muito para acabar. Assim que a professora me liberou sair da sala e fui para o pátio. Estava procurando um lugar para me sentar e revisar a matéria antes da próxima, quando me celular tocou.

— Alô? – atendei me sentando em um banco.

— Oi, filha. É a mamãe.

— Oi, mãe.

— Querida, eu sinto muito mais tive um imprevisto e não vai dá para mim te levar ao médico hoje. – ela disse parecendo preocupada. E ao mesmo tempo parecendo que estava escondendo alguma coisa.

— Tudo bem, mãe. – falei suspirando enquanto mordi os lábios. – Eu pego um taxi.

— Será que não seria melhor ligar para Rick? Ele poderia ir com você. Não acho bom você ir sozinha.

— Não precisa se preocupa. Estou bem. E ele está ocupado. Vou ficar bem. É apenas uma consulta de rotina. – disse contendo um suspiro. – A gente se ver depois. Eu te amo, mãe.

— Também te amo, filha. Muito. Não se esqueça disso. – ela disse com a voz chorosa.

Achei aquilo estranho, mas apenas dei de ombros e desliguei o telefone, para depois pegar meu caderno. As meninas não se aproximaram de mim novamente, e o resto das provas foram tranquilas. Assim que acabou, peguei o ônibus e fui para casa. Quando cheguei, fui me trocar e depois peguei minha bolsa que tinha deixado preparada com todos meus exames. Hoje iria para minha segunda consulta. Tinha falado com Rick, mas ele não podia ir comigo, já que estava ajudando meu pai a treinar uns novatos. Sair de casa e fui andando até o ponto de ônibus. O caminho até o consultório foi chato, assim que cheguei fiz minha ficha e esperei.

— Ally Grimes. – a médica chamou.

Suspirei e me levantei indo até ela. Tive que mudar me médica, por causa que o médico da minha mãe mudou de cidade. Eu estava bem mais à vontade com a nova médica. Ela pelo menos não atendia minha mãe.

— Olá, Ally. – ela me comprimento.

— Oi.

— Veio sozinha? – perguntou surpresa.

— Sim. Minha mãe teve um imprevisto e o meu marido está trabalhando.

— Certo. Sente e vamos conversa.

Ela viu os meus exames e me fez perguntas de rotina. Depois de me pesar e medi minha barriga novamente, ela me passou novas vitaminas e um remédio para enjoou. Ela anotou algumas coisas na minha ficha e sorriu para mim.

— Bom, está tudo normal com você. – ela disse sorrindo para mim. – Tente comer o que lhe passei, fazer caminhadas, não passe nervosismo e se senti qualquer coisa, me ligue. Tirando isso, nos vemos mês que vem.

— Certo, obrigada. – me despedi dela e sair do consultório.

Já marquei o retorno. Quando sair dali me deu fome, então fui comer alguma coisa. Enquanto esperava meu pedido tentava entender o que estava acontecendo comigo. Me sentia para baixo e com uma vontade de chorar por nada. Suspirei e agradeci quando me entregaram meu sanduiche. Depois voltei para o ponto de ônibus e fui para casa. Essa noite eu jantei sozinha. Rick ligou falando que ia comer na casa dos meus pais. Comi sozinha e fui me deitar cedo.

Nos dias seguintes foram a mesma coisa. Rick quase não falava comigo. Apenas de manhã para avisar que ia tomar café com meus pais. As meninas ainda estavam com raiva de mim por causa da festa e não falavam comigo. Eu tinha tentado falar com minha mãe nesses dias, mas ela sempre estava ocupada com alguma coisa, ou não atendia o telefone. Eu sabia que ela estava me evitando. Por isso pare de ligar para ela. O mundo estava me evitando mesmo.

— Sabe o que descobri? – Camilie disse parando ao meu lado enquanto eu terminava meu almoço. Ela sorria de um jeito malicioso e mostrava que ela estava ali para me provocar. – Que você se casou com um dos policiais que trabalha para seu pai. O papai teve que compra um marido para você e um pai para seu bebê, foi? Não é mulher para prender um homem? Serio, ficou boba com seu pai pode fazer isso com um dos policiais da cidade. Obrigar ele a passar o resto da vida com você.

Não falei nada, apenas continuei comendo. De onde estava podia ver as meninas. Elas desviaram os olhos de mim, assim que olhei para elas. É, eu estava sozinha nessa. Meus olhos estavam cheios de lágrimas e estava fazendo de tudo para não mostra que queria chorar, nem o quanto aquelas palavras estavam me machucando. Eu tinha que manter a máscara.

— Sempre subestimei você. Sempre pensei que fosse boba, mas não. Você é muito mais espeta do que todos pensavam. Fazer seu pai obrigar você a se casar com Rick Grimes, o policial mais bonito da cidade, mostra como você é esperta. Sempre ficou de olho nele, até que consegui engravidar e inventou uma mentira para seu pai, fazendo ele acreditar que o bebê fosse do Rick. Incrível. – ela disse se apoiando na mesa. – Você sempre consegue o que quer, não é?

Não respondi, apenas me levantei e sair deixando ela falando sozinha.

Depois disso, ás coisas na escola ficaram piores. Desde que casei as pessoas falavam mais e mais. As meninas ainda não falavam comigo e minha mãe não atendia mais minhas ligações. Eu fingia que não importava, que eu não ligava, que estava tudo bem. Mas por dentro eu estava acabada. Sempre chorava quando estava tomando banho e nunca falava sobre isso com ninguém. Rick tinha outras coisas para se preocupar e não notou que tinha alguma coisa errada comigo. Ele quase não parava em casa e quando estava, nunca falava muito comigo. Apenas perguntava sobre o bebê e acabou. Eu já estava com três meses de gravidez. E estava começando a pensar no que ia comprar para o bebê, em como ia decorar o quarto e essas coisas. Sabia que ainda era cedo, mas tinha que pensar em alguma coisa ou ia ficar louca.

Para piorar tudo, meus hormônios estavam a mil. Eu estava para bem dizer subindo pelas paredes. Sempre que via Rick, fazia de tudo para não pular em cima dele. A médica me explicou que era normal minha libido subir. Mas Rick não tinha dado nenhum sinal que queria alguma coisa comigo. Então tinha que me satisfazer como podia. Eu me envergonhava por fazer isso. Depois que acabava eu me sentia péssima. Me sentava no chão e chorava até não aguentar mais.

E para piorar tudo, Lori estava de volta à cidade.

 


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