Sekai no Sozokujin: Herdeiros de um mundo -revisão escrita por SabstoHoku, FrancieleUchihaHyuuga


Capítulo 24
Promessas.


Notas iniciais do capítulo

OIEEEEEEEE!!! Tudo bem com vocês, seus lindos?
Então, pra quem ainda está com dúvida, essa missão NÃO É filler! Inclusive, ela vai ser decisiva para o final da história. E SIMMMM a primeira temporada já está chegando ao fim! Mas relaxem, ainda temos a segunda! QUEM QUER A VERSÃO SHIPPUDEN DO NOSSO TRIO LEVANTA A MÃO! O/ O/ AEEEEEE!!!
Okay, parei de ser louca! (Sqn)
Boa leitura e um beijão!



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Para Hitomi, nenhum lugar jamais parecera tão triste quando aquela parte isolada pertencente à Vila do Algodão. O clima fechado, o céu cinza e a garoa leve que caia durante a caminha da equipe parecia, de alguma forma, acentuar os rostos cansados e tristes dos moradores que surgiam, os observando pela janela de suas casas. Parecia um filme de drama. Era a vida real.

Katsuo havia realmente designado um de seus shinobis para acompanhar o grupo de Konoha até o local onde se encontravam as famílias com membros perdidos. Atsune, a quem a missão de guia havia sido designada, tentava fervorosamente esconder suas emoções diante do lugar cinzento e das pessoas tristes que os encaravam. O rosto do shinobi, porém, deixava transparecer tais emoções, e a leve tremida que sua mão dava em intervalos esporádicos, cujos foram contados por uma Uchiha extremamente entediada, ajudavam a formar uma opinião sobre a atual situação daquele lugar.

As pessoas estavam com medo. Hitomi não tirava a razão deles.Realmente tinham motivos.

Não havia ninguém nas ruas, ou no que Hitomi achou poder chamar de ruas, então não havia como coletar informações. Ninguém queria falar, pensar, olhar, ninguém queria ajudar. O lugar tinha um clima de morte.Estava praticamente morto. 

Atsune soltou um suspiro apreensivo, fazendo a Uchiha imaginar por alguns instantes se ele não fazia parte das pessoas que estavam morando temporariamente ali; Talvez tivesse perdido um irmão, a esposa ou o filho. Ou talvez não fosse nada daquilo, e o ninja estivesse apenas preocupado com seus companheiros e com a Vila, seria algo natural e sensato. A Uchiha tinha certeza que também teria reações como aquela se algo acontecesse à Vila da Folha. 

—É um lugar depressivo, não é? -Ouviu Inojin murmurar atrás de si, provavelmente tentando começar uma conversa com Hokuto. Mesma sendo apenas um murmúrio, o comentário chegou aos ouvidos do resto do grupo; A única voz humana a se manifestar desde a entrada naquele lugar.

É falando em depressão que você acha que se puxa assunto com alguém como ela, Yamanaka?” Pensou, dando um sorriso de canto e rindo dentro de sua cabeça.Olhou discretamente para o lado, tentada a observar a conversa dos amigos. 

—É, sim. -Hokuto sorriu gentilmente, embora estivesse tremendo um pouco. -Acho que não dá pra festejar situações assim. Deve ser preocupação demais,’ttebane. 

—Eu não quis dizer isso.-O menino pareceu minimamente sem graça, notando isso, a rosada deu uma risadinha. -Me desculpe.

—Não, loiro-azedo, me desculpe você. Não tive a intenção de ser grossa. Sei que não falou por maldade. Só...Acho o clima desse lugar pesado demais, entende? 

—Entendo. Tudo bem. -Ele sorriu, e a Uzumaki repetiu com graça o gesto, fazendo as bochechas do menino corarem um pouco; -Você está com frio? 

—Não muito. Porquê? 

—Suas mãos. -Hokuto levantou lentamente os braços, olhando com receio as próprias mãos, que tremiam, dando a impressão de frio, e então fez uma expressão surpresa, quase envergonhada, olhando com admiração para o loiro ao seu lado. 

Observador.”

—Sim. -Ela baixou as mãos, sorrindo timidamente. -Estou com um pouco de frio,’ttebane. -Se encolheu e esfregou as mãos nos braços, como que para ilustrar sua fala, fazendo-os rir.

—Toma. -Inojin caminhou mais lentamente para que pudesse tirar seu próprio casaquinho preto, herdado do pai, e colocá-lo inocentemente sobre os ombros de Hokuto. A menina abria e fechava a boca, as bochechas extremamente coradas, sem que tivesse coragem de falar. 

—Inojin… Eu não… -Tentou, mas teve a fala cortada pelo Yamanaka, que negou com veemência o pedido.

—Não tem problema, eu não estou com frio. -Hitomi observou o garoto por alguns instantes, notando que parecia verdade. O corpo magro do menino parecia não estar sentindo efeito algum à repentina mudança de temperatura. -E não precisa se sentir culpada. Bem… não...Não é por educação. -Ele olhou pro chão, parecendo um pouco nervoso devido a última fala. Enquanto isso, Hokuto ajeitava o casaco, colocando-o de verdade , as bochechas coradas e um sorriso luminoso cobrindo-lhe a face. A Uchiha lamentou que Inojin não tivesse visto a beleza do surgimento daquele sorriso no rosto vermelho da Uzumaki, e então sorriu. Era um momento bonito, e Hitomi sentia que seria importante guardá-lo algum dia. 

—Obrigada, loiro-azedo, ‘ttebane! -A garota inclinou-se um pouco assim que Inojin levantou o rosto, depositando um pequeno beijo na bochecha do Yamanaka. Inojin teve a expressão envergonhada trocada por uma surpresa, e pareceu ficar assim por alguns instantes antes de voltar a si. Olhou para a Uzumaki de um jeito fascinado. 

—De...Nada… -A Uchiha, com seus olhos já muito bem treinados, pôde entender as palavras que o menino murmurou, embora não tivesse ouvido o som; Suspeitou que Hokuto também não ouvira. 

Retomou a sua atenção ao caminho que estava seguindo. As poucas casas iam diminuindo cada vez mais ao longo da caminhada. Hitomi continuava se perguntando se alguma família iria ter coragem de conversar e contar algo para contribuir com as investigações. Enquanto isso, a garoa fina ia se transformando em uma chuva ainda mais leve, quase imperceptível (não fosse a água gelada).

A Uchiha saiu repentinamente de seus pensamentos, percebendo que ia colidir com as costas de Boruto, que estava estagnado, completamente alheio a tudo, em sua frente. 

"Essa foi por pouco" pensou a morena. Estava prestes a perguntar por qual motivo o Uzumaki tinha parado no meio do caminho quando percebeu que Konohamaru e Atsune estavam falando com um casal, que aparentemente não tinha chegado aos quarenta anos, que se encontrava parado em frente a uma casa simples. Viu o sensei fazer um breve aceno e se voltar para os times.

—Bom, aquela família quer nos ajudar com as investigações, contando como o filho mais velho desapareceu, ou algo assim, okay? Vamos entrar? - Perguntou, as palavras simplesmente jorrando, como se o sensei estivesse apressado. Foi respondido por todos com acenos receosos e inseguros. 

—O que é isso, crianças? -Moegi sorriu de forma quase-animadora, tentando claramente melhorar a postura dos alunos. Sua voz era calma, baixa o suficiente para que só os alunos ouvissem, mas evidenciava o fato dela mesma estar tentando se manter nos eixos. -Somos convidados, temos que nos comportar. Eles estão passando por momentos difíceis, então tratem de não deprimirem-os mais com essas carinhas tristes. 

—E que cara devemos fazer, Moegi-sensei? É um lugar triste. - Chouchou observou, e Hitomi lhe lançou um olhar como se dissesse “Jura? Ninguém tinha percebido esse ar de suicídio que o lugar tem! Que tal irmos juntas saltitando até o precipício?”. O olhar, é claro, foi logo captado pela Akimichi, que fechou a cara para a Uchiha e voltou a olhar para seu salgadinho sabor churrasco. 

—Façam caras sérias. -Recomendou a mulher, como se fosse a coisa mais corriqueira feita por pré-adolescentes daquela idade. Hitomi pode ouvir Boruto rir baixinho, até que a conclusão óbvia finalmente viesse. 

—Moegi-sensei, não é como se a cara séria fosse uma substituta que faça tanta diferença. 

—Uzumaki Boruto, não é como se a seriedade demonstrasse tristeza. -Cruzou os braços, insatisfeita. - Seriedade demonstra respeito, admiração e profissionalismo. Nesse caso, causa uma boa impressão e demonstra que nós sentimos e respeitamos a dor da família.

—Tá, ok…-Resmungou o loiro. O grupo, então, viu Konohamaru e Atsune sendo guiados lentamente para dentro da casa, com o primeiro fazendo um gesto que claramente queria dizer apenas uma coisa. 

Venham”. 

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A casa era fria, assim como o restante do lugar. Tinha paredes cobertas por tinta azul descascada, uma cozinha, um banheiro, dois quartos minúsculos e uma pequena sala na qual todos estavam reunidos. Três sofás marrons se encontravam dispostos de maneira que formassem um quadrado com um lado faltando, e perto deles uma poltrona da mesma cor. O casal sentava em um dos sofás, juntamente com Konohamaru; em um outro, Atsune, Hokuto e Boruto se encontravam sentados; já no do lado esquerdo, haviam Hitomi, Inojin e Chouchou. Shiakadai sentava-se na poltrona, de um jeito que Hitomi achou ser a melhor mistura que o Nara conseguira fazer entre formalidade e relaxamento. Todos faziam expressões sérias. Não poderia-se dizer que uma gota de felicidade que fosse poderia existir naquele cômodo. 

—Então...Senhor e Senhora…? -Começou Konohamaru, se confundindo ao perceber que não fazia ideia dos nomes dos donos da casal na qual havia entrado. 

—Kajou. -Revelou a mulher. 

—Tanakuchi.-Completou o homem, com uma voz grave e séria. Hitomi achou por alguns instantes que já havia ouvido os nomes em algum anime estranho, mas relevou a lembrança.

—Ok. Senhor Tanakuchi e senhora Kajou Kurisutarufurawa, certo? -O casal deu um aceno positivo em resposta.- Poderiam nos contar sobre que aconteceu? 

—Nosso filho mais velho desapareceu. -Começou a mulher, parecendo aflita. -Ele tinha combinado de se encontrar com o time para treinar no lugar de sempre, sabe? Ele vai treinar lá desde que se formou como Guênnin. Só que, depois de certo tempo, um dos amigos dele apareceu aqui em casa, perguntando se algo tinha acontecido. Nós não sabíamos. Achavamos que ele ainda estava no campo de treinamento, mas acabamos descobrindo que ele sequer chegou lá. Ficamos desesperados, sem saída. Procuramos por toda parte, torcendo para que fosse mais uma brincadeira, ele costumava fazer esse tipo de pegadinha conosco quando mais novo, mas não era. Ele tinha simplesmente sumido.

—Ah… -Moegi parecia abalada. -Então, o que vocês fizeram? 

—Dissemos ao Kazekage. -Declarou Tanakuchi. - Não adiantou muita coisa. Ficamos sabendo naquele mesmo dia que nosso menino não tinha sido o primeiro a desaparecer, e sim o sexto. Perguntamos porque o problema não tinha vindo a público, e Katsuo nos disse que não queria pânico na vila. Também recomendou que não contássemos sobre o assunto para ninguém. -Ele suspirou, cansado. - Pouco tempo depois, ele apareceu na nossa casa, dizendo que o problema havia piorado. Praticamente não haviam sobrado shinobis. Todos tinham sumido, desaparecido, não deixando nenhum rastro, exatamente como o nosso filho. Falou que iria relocar temporariamente as famílias dos desaparecidos, para que a informação não fosse para frente. Desde então, moramos aqui. 

—Sinto muito pela situação que a vila se encontra. -Konohamaru murmurou, recebendo um olhar estranho de Tanakuchi em resposta.

—Não tem que sentir. A culpa não é sua. A Vila também não. Sei que nossa situação é crítica, mas não acho que Katsuo deveria jogar a responsabilidade dele para Konoha. 

—Ele não está jogando a responsabilidade nas costas de outros, senhor. -Atsune defendeu. -Está pedindo uma ajuda necessária. 

—Eu não tenho que concordar. -Rebateu o homem. -Um líder que não consegue resolver sozinho a primeira situação problemática que aparece em seu caminho. Que tipo de líder é esse? 

—Um humano, senhor. -Konohamaru declarou. Diante da resposta do shinobi, Tanakuchi se calou. O clima pareceu ficar levemente tenso dentro da sala. 

—Quantos anos o filho de vocês tem? -Perguntou Moegi, finalmente quebrando o silêncio que durara alguns segundos. 

—14. -Respondeu Kajou. -É um excelente guênnin, e sonha em se tornar conselheiro do Kazekage. Muito esforçado. Um menino inteligente e bonito. Tão bonito que era muito popular com as garotas quando ainda estava na academia. E eu não falo apenas porque ele é meu filho. -A mulher sorriu de forma nostálgica. -Vez ou outra aparecia alguma amiguinha aqui para ver ele...

—Vocês tem outro filho? - Perguntou Hitomi, torcendo para que o casal tivesse outro filho ou aquela pergunta poderia deixar o clima mais tenso ainda.

—Sim, temos a nossa filha mais nova - respondeu a senhora Kajou - Ela está dando forças para continuarmos tendo a esperança de encontrar o nosso filho,bem, do jeito que uma criança consegue. Era muito apegada ao Kousei...

A Uchiha pensou em tudo que poderia estar passando pela cabeça dessa criança, se perguntado porque eles tiveram que mudar de casa, porque ela não estava vendo o irmão mais velho; a garota sentiu um pouco de pena da menina, principalmente em uma situação delicada como aquela. A morena foi tirada de seus pensamentos por sons de passos vindo do pequeno corredor da casa, uma silhueta apareceu e dois olhos curiosos olharam para os ninjas que ali se encontravam.A garota parecia estar alegre e ao mesmo tempo assustada por eles estarem ali, apesar de ainda estar na “zona segura”, com a maior parte do corpo escondido pela parede, deixando à mostra parte do ombro, um dos olhos grandes e extremamente escuros e o cabelo dourado e lindamente cacheado. 

—Venha aqui, Takara. -Kajou sorriu e chamou a filha com um gesto, mas a menina pareceu insegura. 

—Não quero, mamãe. -A voz fina e baixa da menininha ecoou pela casa. Hitomi não pôde evitar um um leve sorriso, e uma enxurrada de lembranças lhe invadiu a mente. 

—Quantos anos ela tem? -Ouviu, de forma surpresa, a própria voz e sentiu os lábios se puxarem um sorriso. Kajou a observou por algum tempo, antes de responder. 

—Vai fazer quatro ainda essa semana. 

—É uma graça. -Elogiou a morena, percebendo os pequenos e leves sorrisos que haviam se espalhado pelos rostos de todos. De repente, Hokuto se levantou, dando seu melhor e mais gracioso sorriso gentil, e caminhou lentamente até onde Takara se encontrava, parecendo tomar cuidado para não assustar a menina. Então, ajoelhou-se, ainda sorrindo, a alguns metros dela. 

—Takara, não é? -A menina respondeu com um aceno afirmativo com a cabeça. -Que nome lindo! Sabe o que ele significa? 

—Não. -Respondeu, negando com a cabeça enquanto falava, e pouco a pouco saindo de seu esconderijo improvisado.

—Takara significa tesouro, sabe? Sabe o que é um tesouro,’ttebane? - A rosada tinha uma voz doce e controlada, como se soubesse bem o que fazia. Hitomi sabia que, na verdade, Hokuto nunca tivera experiência com crianças, e a mesma dizia achar-se horrível ao lidar com elas. Mas ali, naquela situação que em tese era tão caótica, parecia estranhamente saber o que fazer.

—Eu sei sim, tia. -A menininha, agora com quase todo o corpo na luz, sorriu. -É uma coisa importante, né? Que brilha! 

—É sim! -A Uzumaki riu, abrindo os braços, parecendo não se incomodar nem um pouco com o fato de estar sendo chamada de tia. -E você é um tesouro também, assim como seu nome. Brilhante e importante. E as pessoas protegem tesouros, não é? 

—Sim.Por causa que eles são importantes. 

—São mesmo. Sabe, eu sou uma ninja, entendeu? Então eu estou aqui pra procurar seu irmão e te proteger. Meus amigos também. -Pela primeira vez, a menina olhou com atenção para o grupo, e pareceu não acha-los ameaçadores. -Você quer conhecer eles? Eles são legais! Eu prometo que vou te proteger se alguma coisa acontecer, tudo bem,’ttebane? 

—Tudo bem, tia. -A menina correu e pulou nos braços abertos da rosada, que sorriu e a abraçou, se levantando logo em seguida. Hokuto se virou para o resto das pessoas, sorrindo. Tanakuchi e Kajou a encaravam, surpresos demais para dizer algo. Inojin tinha os olhos brilhando, Boruto parecia pasmo, assim como o restante do grupo. 

—Okay. Quem quer conhecer a Takara?-Perguntou, ajeitando a menina nos braços, de modo que o rostinho pequeno pudesse ficar virado para os presentes. Hitomi ainda não tinha fala. Estava se lembrando de quando tinha a mesma idade de Takara,a enorme timidez de falar com as outras pessoas, principalmente quando eram crianças da mesma idade que ela. Quando conheceu Hokuto e Boruto, a Uchiha era extremamente tímida e não saia do colo da mãe. Até mesmo quando Sakura tentava pegar a pequena Uchiha no colo, era respondida com choros e protestos. 

A morena sorriu com a lembrança e ficou observando com atenção a garotinha interagindo com os amigos e com as expressões surpresas dos pais. Até que, antes que percebesse, Takara entendia os bracinhos em sua direção, sorrindo de uma forma doce, que apenas crianças pareciam capazes de fazer. Encarou Hokuto de maneira incerta, mas esta apenas sorriu. 

—Ah...Eu não…-Perdeu a fala por um instante, fazendo a amiga rir. 

—O que é isso, Himi? É uma criança de quatro anos, não um bebê,’ttebane. Ela só quer te dar um abraço. -Hitomi sorriu, ainda que insegura e com uma expressão que demonstrava medo, e abraçou Takara.

—Olha só, não sabia que a Uchiha fortona tinha medo de crianças! -Zombou Boruto. -Cadê todo aquele papo de filhos e irmãos? Se continuar assim seus filhos vão ter que depender do colo do pai,’ttebane. 

—Pelo menos eles vão ter um pai que saiba cuidar deles, que não será um idiota feito você! -Disparou a Uchiha, com um desprezo e deboche controlados na voz. 

—Nossa, pra quê a violência? -Ele riu, como se não houvesse dado bola para a provocação, e virou-se na direção de Inojin. 

—Tia? -A voz da menina ecoou, fazendo Hitomi olhar, confusa, para os lados, até se tocar que a tia era ela. 

—Sim? 

—Vocês vão trazer meu irmão de volta? -Parecia ser muita mágoa e saudade exposta na voz de uma menina tão pequena e frágil. As respirações pareceram parar por um instante. O coração da Uchiha apertou-se, lembrando da primeira missão séria que haviam feito. Nem sempre as coisas dão certo. A ameaça era desconhecida e poderosa, e eles poderiam facilmente fracassar. Hitomi não era nenhum exemplo de positividade e bom humor, na realidade havia muito da seriedade e frieza de Sasuke nela, mas ao encarar os olhos escuros e cheios de súplica de Takara, tão parecidos com os da própria Uchiha, reuniu toda a sua coragem para dizer:

—Nós vamos sim! Pode contar! -Talvez fosse errado fazer aquela promessa. Talvez Hitomi tenha se sentido mal ao ver grande sorriso dado pela garotinha, que expressava toda sua confiança e reacendia sua esperança. Sabia que talvez podia se arrepender de todos aqueles sorrisos que se espalharam pela sala, porque ao mesmo tempo que tudo poderia dar certo, tudo poderia dar errado também. 

Kine…” 

Kine havia sido um desses erros. Tinha sido morto por sua causa, e embora tentasse fingir que não se importava com isso, remoía a história em sua cabeça na maior parte do dia. Sabia que todo o grupo tinha sido pêgo em uma emboscada, mas continuava a se sentir estranha. Afinal, a emboscada era específicamente para ela. Porém, dessa vez, era o pedido de Takara que estava em jogo. Da menina sorrindo para todos presentes, que agora saia do colo da jovem ninja e ia se apresentar aos que ainda não havia tido contato. 

Uchihas também sabem cumprir promessas, não é?

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Hitomi passou a mão na cabeça, sentindo-a latejar. Usar o Byakuringan por vários horas sem descanso estava causando dor na menina. Sentou-se no chão e fechou os olhos, desativados o kekkei genkai. 

Depois de terem saído da casa da família de Takara, o grupo logo se decidiu e começaram a procurar pistas, perto dos portões da Vila.

Porém, por mais que quisesse, a cabeça da morena não estava ali, e sim promessa que tinha feito à garotinha de quatro anos sobre trazer o irmão dela de volta. Não sabia como iria fazer aquilo, mas gostaria de cumprir sua palavra. Honra sempre foi uma coisa extremamente prezada na Vila da Folha, e talvez por isso a Uchiha estivesse tão disposta a preserva-la.

—Achou alguma coisa? - A voz de questionadora de Boruto surgiu, tirando a Uchiha de seus pensamentos.

—Não, tem pouco sinais de chakra, e como estão muitos fracos não dá para rastrear. É impossível. 

—Mas, afinal, que tipo de chakra estamos procurando? -Chouchou apareceu, olhando para Boruto ao tentar evitar Hitomi. 

—Eu também não sei. Qualquer coisa que pareça suspeito. Pergunta pr’os senseis! -Resmungou a Uchiha, agora sentindo a dor de cabeça virar uma irritante e desnecessária enxaqueca. Apertou as têmporas com os dedos, na esperança de que aquilo aliviasse a dor. -Apesar do longo alcance e a ajuda que meu Sharingan dá, é impossível eu conseguir mapear os chakras de todos na vila. Meu Byakugan não é tão poderoso assim. -A menina suspirou, e, junto com ela, seus companheiros. A frustração parecia se alastrar como uma praga, e a equipe agora se encontrava sozinha. Moegi, Inojin e Shikadai estavam no portão Sul, já Konohamaru e Hokuto se encontravam no portão Norte. Hiromi e o resto de seu grupo estavam encarregados do portão Leste, já que a Vila realmente tinha apenas três. A separação dos grupos, como sempre, havia sido ideia de Konohamaru. O Jōunin insistira em se colocar em dupla com Hokuto, sem explicar claramente os motivos, não que eles realmente interessassem Hitomi. Na realidade, a Uchiha até conseguia imaginar tais motivos, mas não poderia perder tempo com aquilo; Naquele instante, queria apenas fazer progressos na investigação, resgatar os desaparecidos e voltar com pressa para casa. Aquele lugar transmitia uma sensação estranha, que mexia com uma parte de si mesma que a Uchiha gostaria muito de deixar de lado.

—Vai ficar nessa posição até que horas? -A voz de ChouChou surgiu, deixando a morena ainda mais irritada.

—Eu estive usando o Byakuringan por várias horas, estou com dor de cabeça. - Respondeu Hitomi com cara de poucos amigos.

—É melhor descansarmos um pouco,’ttebane. -Boruto comentou, se sentando no chão, e Hitomi o acompanhou.

—Isso já estava um pouco óbvio.- A Uchiha já estava começando a ficar nervosa, o que em sua concepção era um nível acima de apenas irritada. Não tinha achado nenhuma pista e estava se sentindo estranha. Fechou os olhos por um momento, tentando crer que por algum milagre a dor pararia. Apesar disso, não era sobre a dor de cabeça que se referia. 

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—Encontraram algo? - A voz de Konohamaru ecoou no lugar, fazendo os jovens ninjas levantarem a cabeça na direção do som. Ao olharem, viram o Sarutobi e Hokuto, caminhando lentamente até aquela direção. 

—Não. -Respondeu a Uchiha, numa voz meio rouca, afetada pela dor que sentia. Desviou seu olhar para Hokuto, e estava prestes a estender a mão numa tentativa de chamá-la, mas não precisou. Antes mesmo que pedisse para a Uzumaki, lá estava ela, com o chakra curativo pronto e as mãos encostadas na morena, uma das palmas pressionando toda a testa suada de Hitomi e outra em algum ponto em sua nuca. A mais velha levantou os olhos para a Uzumaki, surpresa e tentando formar palavras coerentes, embora nenhum som saísse, mas não encontrou nenhuma reação além dos olhos concentrados da menina, que sequer desviou-os para sua paciente. 

—Hokuto?- Tentou chamar. 

—Fique parada, Hitomi. -Disse, numa voz que transmitia uma preocupação reconfortante, e ao mesmo tempo uma mensagem clara: “Não agora”.

—Mas… Mas você… 

—Será que vou ser obrigada a te sedar, Uchiha,’ttebane? -Comentou, ajeitando a própria posição para, talvez, ter mais eficiência. Enquanto isso, Hitomi sentia as próprias forças voltando, uma vez que sua dor passava lentamente por conta das habilidades médicas da amiga. 

—Na verdade, eu gostaria de dormir um pouco. -Falou a morena, fechando lentamente os olhos.Fazia pouco barulho no local, alguns passarinhos cantavam e também alguns murmúrios das conversas entre ChouChou, Boruto e Konohamaru ecoavam.

—Não acho que deva. Estamos em missão, Himi. 

—Ninjas não dormem? -Perguntou a Uchiha, em um raro tom de humor, e ouviu a risada de Hokuto se misturar aos sons do ambiente. 

—Como se você não soubesse. É claro que dormem, Teme. Só não no meio da missão,’ttebane. 

A Uchiha sentiu-se esboçar um sorriso, que logo morreu por conta de uma pontada que sentiu na cabeça. Resmungou, como quem se nega a admitir que está ferido, e então resolveu prestar atenção nas vozes que conversavam a alguns metros dela.

—Sim, entendido. -Konohamaru falava com convicção, provavelmente com o walkie-talk que estavam usando para se comunicar, parecendo sério. -Estamos indo.

—O que aconteceu, Konohamaru-sensei? -Questionou Chouchou. 

—Moegi e os meninos acharam rastros de chakras desconhecidos em uma trilha escondida, do lado de fora do portão Sul,um deles parece ser extremamente poderoso.Aparentemente nenhum é o do Kazekage. -Revelou, tomando uma postura confiante. -Precisamos ir. 

—Sensei, não sei se Hitomi... -A vzo de Hokuto foi cortada pelo Sarutobi.

—Ela está morrendo?

—Não.Nem perto disso. 

—Então está em perfeito estado para irmos. Sei que parece maldade, mas vocês são Chunnins treinados. Meus alunos. Estamos em uma investigação séria e fizemos uma promessa a essas pessoas. Precisamos ir. 

Hitomi levantou um dos braços, afastando as mãos de Hokuto de si. A dor havia melhorado, apesar de não ter se curado por completo, e a ninja já se sentia melhor, mesmo que não pronta para lutar.Além disso, o Jonin tinha razão: Haviam se compremetido com a missão, então era responsabilidade deles. Responsabilidade dela.

—Estou bem. Vamos. -Confirmou, e Konohamaru assentiu. Com isso, o grupo se preparou e correu na direção do portão Sul, incertos do que tinham em mãos. Durante a corrida, Hitomi pôs a mão em uma parte de sua nuca, tendo consciência de que não havia resolvido tal problema. Olhou para os companheiros, incerta, com uma insegurança que mal cabia no peito, mas que o orgulho lhe ajudava a disfarçar. Konohamaru parecia confiante, Chouchou séria, e, no geral, os gêmeos pareciam inquietos; Boruto olhava de relance para Hokuto, parecendo preocupado.A menina era incomodada por algo, mexendo os braços, batendo os dedos repetidamente uns nos outros, ajeitando os próprios cabelos rosados, desviando rapidamente os olhos para todos os lugares que podia em questão de segundos. Hitomi não sabia o que aquilo queria dizer, e muito menos o porquê da amiga estar agindo de forma tão incomum, que ia além de seus surtos de hiperatividade, mas tinha certeza que não era algo bom.

O início do fim está próximo.


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Notas finais do capítulo

AEEEEEE! (Não, esse aê não é cópia do aê lá de cima) A missão já vai pro seu penúltimo capítulo (achamos)! Quantas referências vocês pegaram nesse capítulo?
GENTEEEE, Qual vocês acham que é o segredo da Hitomi? E o dos gêmeos, principalmente da Hokuto? E de quem vocês acham que são os chakras? Qual a relação entre a missão de Naruto e dos Jounins com essa missão? Toshiko apareceu por nada? Quem é "O mestre"? Qual o motivo dos desaparecimentos? Tentem responder! Juro que vou responder TODOS OS COMENTÁRIOS!
E, como sempre: Comentem! Aceitamos críticas e sugestões!



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