Sekai no Sozokujin: Herdeiros de um mundo -revisão escrita por SabstoHoku, FrancieleUchihaHyuuga


Capítulo 21
Uma nova supermissão nível S!


Notas iniciais do capítulo

Oieeeee galeraaaa.
Tudo bem?
Então, finalmente nós conseguimos tempo para postar o capítulo no
dia certo o/ a temporada já está em sua reta final, com algo em torno de 10 ou 12 capítulo, talvez menos, pra acabar! o
Quero agradecer também aos favoritos que nós atingimos, sério, ficamos maravilhadas por saber que vocês gostam tanto assim da fic! É ótimo ter leitores como vocês ♥
Um beijão e boa leitura!



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Estavam em uma sala pequena, embora espaçosa por conta de como seus poucos móveis eram dispostos. A pouca iluminação ressaltava a aparência de esconderijo que o cômodo tinha. Lá dentro, Naruto encontrava-se lendo um pergaminho, o semblante curvando-se ligeiramente, dando-lhe um aspecto concentrado. 

—Isso foi tudo o que conseguimos. -Ino declarou, andando de um lado para o outro da sala, pensativa. Seus saltos ressoavam no chão de concreto. -Há algum tipo de selo em sua mente, que nem nossa equipe inteira de ninjas investigativos, incluindo a ANBU,conseguiram desfazer. Seja quem for o mestre de Yumi, ele está bem precavido e informado sobre nossos métodos de obtenção de informações. 

—Vocês chamaram Toshiko e Mirai? -A voz de Sasuke surgiu, surpreendendo a todos. Mesmo que participasse frequentemente de reuniões como aquela, o homem raramente falava. 

—Chamamos, mas não adiantou. Nem mesmo as habilidades avançadas de Guenjutsu das duas foram capazes de nos revelar alguma coisa. -Respondeu a loira, decepcionada.

—Seja quem for essa pessoa, ela não é burra, Sasuke. -Shikamaru declarou. -Se o selo é tão bem preparado quanto Ino diz, então é extremamente provável que ela conheça, ou ao menos esteja informada, das habilidades de Mirai e Toshiko. Afinal, as duas descendem de clãs cujos Guenjutsus são conhecidos por sua eficiência. 

—Não é possível que ele conheça Toshiko. -Insistiu o Uchiha. 

—Sua sobrinha tem dezessete anos, Sasuke. Ela trabalha na ANBU, é a melhor amiga de Sarutobi Mirai, e é uma Jounin exemplar, quem sabe tenha até um namorado. Ela se destaca dos outros. Independente do quanto a ANBU e você escondam sua identidade, ela ainda existe e vive. -Shikamaru soltou, irritadiço. -Além disso, creio que uma menina jovem e ruiva que utiliza o Sharingan já tenha chamado a atenção de alguém. 

Sasuke fica calado. Não gostaria de ter que responder Shikamaru, embora quisesse, e de maneira alguma admitiria que o Nara tinha razão. 

—Yumi não tinha nada em sua mente, além de lembranças de sua própria infância e frases desconexas de conversas desconhecidas? -Naruto questionou, terminando de ler o pergaminho. 

—Só as coisas normais. Como já falei, há algo em sua mente que nos impede de acessar informações mais importantes. E não podemos fazê-lo falar mais. Está inconsciente, delirando e murmurando sobre o “Mestre”. Na verdade, sequer sabemos se ele realmente conhece o tal mestre. 

A partir dali, uma longa discussão se iniciou entre aquelas quatro pessoas. Naruto questionava se “O Mestre” a quem o prisioneiro tanto se referia poderia ter algum envolvimento com Kaguya e os Ootsutsuki, e Sasuke negava com veemência, dando informações que havia conseguido em algumas de suas muitas missões investigativas envolvendo a deusa-coelho. Enquanto isso, Shikamaru discutia estratégias com Ino, ao passo que a Yamanaka sugeria a comunicação e distribuição de informações a todos os ANBUs, para que pudessem realizar missões de busca do paradeiro do ainda desconhecido Mestre. Depois de alguns minutos de discussão, um dos ANBUs entrou com urgência na sala, ajoelhando-se em frente ao Hokage. 

—Nanadaime. -Sua voz denunciava que era uma mulher, provavelmente na casa dos vinte anos. -Tenho uma notícia. 

—Sim? -Naruto empertigou-se todo, esperando boas novas. 

—O senhor não vai gostar muito. -Hesitou ela, ajeitando com certo nervosismo sua máscara de porcelana. -Fale. -Ordenou o Hokage, preocupado. 

—O prisioneiro, senhor. -A ANBU continuava com a cabeça baixa. -O prisioneiro escapou. 

—O que? -Ele arregalou os olhos e virou-se para Ino, que parecia soar frio. -Você não disse que ele estava inconsciente, dattebayo?!

—E estava! -Ela afirmou, quase gritando. 

—Também não sabemos como foi possível, senhor. Eu mesma estava de guarda quando aconteceu. Uma hora ele estava lá, murmurando incompreensivelmente e na outra...Simplesmente não estava mais.É como se tivesse evaporado. -Comentou a ANBU, apreensiva. Naruto lançou um olhar para Sasuke, e logo após para Shikamaru, que assentiu. 

—Ino, ordeno que comunique todos os membros da ANBU e todos os de sua equipe de investigação. Shikamaru, convoque todos os Jounins da Folha, exceto apenas os que estão responsáveis pela segurança interna e dos portões da vila. -Declarou o Hokage, firme. -Você. -Apontou para a ANBU que ainda encontrava-se parada em sua frente. -Vá com Ino. Comunique que eu também vou, pessoalmente, a essa missão.

—Sim senhor. -Responderam os três, retirando-se logo em seguida, deixando apenas Naruto e Sasuke na sala, parados um ao lado do outro. 

—O que pretende fazer? -Questionou Sasuke, sério. 

—Nada que pareça uma ameaça a essa Vila vai se ausentar das minhas mãos, Sasuke. -Ele aperta os próprios punhos. - Além disso, eles estão atrás dos nossos filhos. 

—Estão atrás da minha filha. -Ralhou o Uchiha. Com a afirmação, Naruto sorriu. 

—Nunca imaginaria que você se tornaria um pai coruja. 

—Ao contrário de você, idiota. -Provocou o moreno. -Espero que passe tempo suficiente fora de casa para que Sakura esqueça o que você fez no aniversário dos gêmeos. Se quiser saber, não me importo.Ultimamente, concordo com ela. Você merece uma surra. 

—Quantas vezes eu também quis dizer essa última frase pra você antigamente…-Ele dá um sorriso, mas logo troca sua expressão para uma triste.-Você sabe porquê faço isso. -Ele responde, cansado. -E, se realmente concorda com ela, porque você não me dá uma surra? 

Sasuke desvia o olhar frio para o rosto do amigo. 

—Eu não tenho nada haver com seu casamento, Usuratonkachi.Agora, tenho que ir me preparar para a missão. 

—Eu não disse que você iria. -O loiro comenta, pasmo. 

—Você não precisa dizer. -Ele sai, Naruto dá um leve sorriso, saindo logo depois. 

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—BORUTO! -Hitomi gritava, porta afora, enquanto Hokuto a esperava, sentada quietamente na sala do Hokage, os olhos passando por cada móvel e decoração presente, evitando contato visual com o pai. -BORUTO! ENTRA NESSA SALA AGORA! 

—EU NÃO VOU ENTRAR COISA NENHUMA! -Rebateu o menino, parecendo irritado.  

—VOCÊ VAI SIM! -Hitomi gritou de volta, e Hokuto suspirou. Parecia mais uma inversão de papéis. Normalmente, quem estaria brigando com o Uzumaki era sua irmã, mas ela particularmente não parecia interessada em tal ato; Na realidade, desde seu aniversário de treze anos, poucos dias antes, Hokuto não parecia particularmente interessada em nada.

—NÃO VOU! -O menino insistiu, e, cansada da teimosia típica do irmão, a rosada saiu do escritório e foi na direção do som da briga. Pouco tempo após isso, voltou à sala, carregando um Boruto quase nocauteado pelo casaco. Hitomi entrou logo depois, assoviando como se nada tivesse acontecido.

—Você vai sim. -Murmurou a menina, ajudando-o a se levantar. Assim que recuperou perfeitamente os sentidos e entendeu onde estava, Boruto trocou sua expressão confusa por uma claramente insatisfeita, cruzando os braços e desviando a todo custo o olhar de Naruto, mal notando o quanto este parecia cansado. 

—Tenho uma missão pra vocês. -Declarou o Hokage, porém sem ser respondido. 

—Hm. -Boruto soltou um som que praticamente transmitia desprezo. Hokuto tinha alguns de seus dedos juntos, e parecia apreciar com timidez o carpete vermelho que cobria o chão. 

—Só vamos nós três? -Questionou a Uchiha, tentando quebrar um pouco daquela tensão que se espalhava pela sala. 

—Hã? -Naruto pareceu confuso por um momento. - Ah...É...Não. 

—Então cadê os outros, velhote? -O loiro mais novo levantou uma de suas sobrancelhas, ainda sem encarar o pai. O Uzumaki mais velho pareceu ignorar a ofensa. 

—Eu não sei.Devem estar para chegar. Esperem. -Respondeu, simplesmente, e voltou-se para alguns de seus pergaminhos, ora ou outra lançando olhares curiosos para os Chunnins em sua frente. Mais alguns minutos em silêncio completo se passaram, fazendo as crianças ficarem cada vez mais desconfortáveis. 

—Querem café? -Perguntou o homem, ao encher uma xícara com café que aparentemente estava guardado em algum tipo de garrafa térmica. 

—Não, 'ttebane. -Os gêmeos falaram automaticamente. 

"Maldita mania! " Hokuto pensou, xingando a si mesma e ao irmão por não terem trabalhado mais na perda daquele velho hábito. 

—Sinceramente, eu quero. -A morena levantou-se para pegar uma xícara e a garrafa com café que Naruto oferecia, levando olhares curiosos dos Uzumakis mais novos. -Que foi gente? -Ela questionou, dando um gole. -Eu amo café, é só isso. 

Mais algum tempo de espera se passou, até que finalmente alguém bateu à porta. 

—Entre! -Permitiu Naruto, sem sequer tirar os olhos de seus "interessantíssimos" pergaminhos. 

—Com licença... -Konohamaru surgiu, e junto com ele Moegi, Chou-Chou, Inojin e Shikadai. 

—TÁ ATRASADO! -Gritaram os gêmeos, assustando a todos, e quase fazendo tanto Hitomi quanto Naruto cuspirem parte de seus cafés já mornos no chão. 

—É. Me desculpem, tinha um cachorro atropelado no meio do caminho, sabe com é, tive que ajudar o pobrezinho... 

"Mais esfarrapada que a desculpa da pedra carente,’ttebane!" Hokuto pensou, segurando-se para não rir. Olhou de relance para o pai, que agora dava um sorriso disfarçado. Achou que talvez ele estivesse pensando em algo do passado. Olhou rapidamente para Boruto, e notou que o menino também encarava aquele esboço de sorriso no rosto do pai. 

Patético. -Ouviu-o murmurar, quase mudo, e então voltou a olhar para Konohamaru e seus acompanhantes. 

—Bem, agora que já estão todos aqui, creio que já posso revelar qual é a missão. 

—Sim. -Responderam todos, prontamente se colocando em frente á mesa de seu líder.

—Primeiramente, deixe-me avisar que sou um clone. - Boruto e Hokuto soltaram um suspiro, que pareceu ter passado, mais uma vez, despercebido pelo Hokage.- O verdadeiro teve que sair por conta de uma missão ultra importante, assim como a maior parte dos Jounins. Entretanto, peço que não comentem isso com ninguém. 

—Sim, senhor. -Concordaram os ninjas, com excessão apenas de Boruto, que fez apenas um aceno com a cabeça. Hokuto olhou o irmão, preocupada. 

— A missão de vocês também tem que ser mantida em sigilo. Não escolhi os ninjas que aqui estão por acaso. É uma missão de rank A, mas pode facilmente virar uma de rank S, e suspeito que realmente vá. Caso isso aconteça, tem todo o direito de pedirem reforços. -A rosada engoliu em seco. Uma missão como aquelas, falado com tanta seriedade, realmente devia ser algo extremamente grave. Por algum motivo, estremeceu e pôs a mão na cabeça automaticamente ao pensar na possibilidade de ser algo como uma nova guerra, ou intriga entre duas vilas. Enquanto isso, Naruto continuava a contar detalhes da missão. -No país do vento, a poucos anos, uma Vila Shinobi surgiu, a chamada Vila oculta do Algodão. Ela é liderada por um Kazekage, assim como a Vila da Areia. 

—Mas, senhor, se é uma vila shinobi, porquê precisam de nós lá? -Inojin parecia tentar entender a questão. 

—Eu já ia chegar lá. -Ele suspirou, sorrindo levemente. -Eles estão em falta de Shinobis. É uma Vila jovem e isolada, e seus cidadãos são praticamente todos de um mesmo clã. Por algum motivo, membros desse clã vem sumindo frequentemente sem deixar pistas, e ninguém sabe especificamente o porquê e nem quem está realizando esses sequestros. O objetivo de vocês é ir até essa vila e investigar o caso, e tentar também capturar o culpado ou os culpados. Você saem às duas da tarde de hoje. Alguma pergunta?

—Eu tenho. -Afirmou Hitomi, Hokuto olhou a amiga, curiosa, tentando achar uma pista do que poderia ser a pergunta. -Quantos dias temos para voltar? Sendo que para ir e voltar até a Vila da Areia são 6 dias no total, então a missão vai ter uns 8 ou 10 dias, no mínimo.

—Desculpe, realmente me esqueci de falar. A Vila Oculta do Algodão é duas vezes mais distante que a Vila Oculta da Areia, quase na fronteira do País do Vento. Portanto, espera-se que a missão dure em torno de 20 dias, contando as paradas e os dias de investigação. 

—20 DIAS?! -Boruto exclamou, deixando de lado sua cara magoada por um instante. -20 DIAS DE MISSÃO? QUER QUE A GENTE MORRA DE CANSAÇO,’TTEBANE?!

—Boruto! -Hokuto lhe deu um cascusdo, fazendo o menino se encolher. Naruto sorriu com a cena. 

Por um instante tudo pareceu tão...Normal “ . A rosada então voltou ao seu lugar, envergonhada. 

—Não estava nos meus planos encarregar vocês a essa missão. Sei que é diferente de qualquer outra que fizeram desde que se tornaram guennins, mas eu não tive escolha. Alguns imprevistos aconteceram e, como eu já disse, nossos ninjas mais experientes estão numa missão especial. Mas, como eu disse antes, não foi por acaso que chamei vocês. Mais alguma pergunta? 

—Não, senhor. -Responderam todos, esperando, talvez, por mais ordens ou explicações sobre a missão. 

—Perfeito. Estão dispensados. -Disse ele, acenando para que saíssem da sala. Os ninjas apenas assentiram e retiraram-se um de cada vez. Hokuto, sendo a última integrante do protótipo de fila que havia se formado, teve de esperar até que todos saíssem, fazendo com que ficasse mais tempo dentro da sala. A menina encarou o pai timidamente, os olhos grandes e azuis pareciam evitar, ou de algum jeito não conseguir focar no rosto do homem, e sim passeavam pelos objetos em sua mesa, os pergaminhos espalhados,a capa jogada desordenadamente em suas costas, os detalhes amassados de sua blusa laranja e preta. 

—O que foi, Hokuto? -A voz cansada dele preencheu a sala, assustando a menina. 

—Nada, senhor. -A menina, que raramente chamava o pai de “senhor” sem que estivesse acompanhada, surpreendeu-se pelas suas próprias palavras. “Nada”, sem dúvida não era uma das palavras que se aplicaria ao que a menina via naquele momento, ou o que sentia ao ver tal coisa.

—Tem certeza? -Perguntou o clone, olhando para a rosada com algo nos olhos que ela não conseguiu identificar.

—Sim -respondeu a garota. -Vou me preparar para a missão,’ttebane.

—Espera... -Falou o Hokage -Eu... -Foi interrompido por Hitomi, que apareceu repentinamente na porta.

—Você não vem? -disse a morena quando chegou na porta -Estou atrapalhando algo?

—Não. -respondeu o loiro.

—Não mesmo. -disse Hokuto, saindo da sala acompanhada de Hitomi.

"Desculpe, pai...

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—O que vocês acham que tem de tão grave na missão? -Shikadai questiona, enquanto andavam. Já estavam na estrada a algumas horas, e suas cabeças já se enchiam de perguntas que talvez nunca fossem respondidas. 

—Oi? -Chouchou murmura, distraída em seu pacote de batatas. 

—Não deve ser nada demais. Assassinato, no máximo. - Boruto responde com naturalidade, e os outros o encaram, pasmos. -Que foi? 

—Nada...

—Ah, tá. 

Eles andam mais algum tempo, o silêncio reinando. 

—Quer dizer, tem que ter algo, certo? -Insiste o Nara, virando-se novamente para os amigos. 

—Eu sei lá! -Boruto revira os olhos. -Você que é descendente do clã de gênios, espertão. Nos dê a resposta você, dattebane! 

—Boruto! -Repreende Hokuto, que mantinha-se calada durante a maior parte do percurso. 

—O que? Ué, não é verdade? Ele é o estrategista! 

—Me surpreende que você saiba o que é um estrategista. -Hitomi solta, parecendo analisar suas próprias unhas. 

—Ei! Já falamos sobre isso. Quietinha, Uchiha! -Protesta o menino, ameaçando a morena com o punho. Hitomi, em contrapeso, apenas dá um risada com a ameaça, fazendo o resto do grupo rir. 

— Mas o Shika está certo. -Hokuto sorri timidamente, fazendo tanto Boruto quanto Inojin encara-la. - Tem algo de estranho na missão. Somos, ao todo, dois Jounins, quatro Chunnins e dois Guenins. Entre eles, temos um equilíbrio de forças. Shikadai é o nosso estrategista principal,embora seja inexperiente e precise da ajuda de Konohamaru-sensei. Vamos chama-los de dupla número 1. Boruto e Inojin tem um ponto em trabalho em equipe, mas isso não conta, já que eu e Boruto somos a melhor opção para uma ação mais rápida e surpresa. Porém, suponho que Boruto seja capaz de colaborar e colocar sua força para balancear com qualquer um aqui. É uma peça chave, como se fosse o nosso coringa, sacaram? -A esta altura, os olhares de todos já estavam cravados na menina, que sentia-se desconfortável com a atenção. - Inojin é o "cara das armadilhas", juntamente com Moegi - sensei e Chouchou, já que os três tem jutsus um tanto surpreendentes e conseguem trabalhar juntos com facilidade. Inojin com sua técnica dos desenhos, Chouchou com o Jitsu de expansão e Moegi com seus jutsus especiais. Hitomi tem seus kekkei genkais, ou seja, é a nossa ninja rastreadora principal, e a nossa maior arma para Guenjutsus, embora não os use com freqüência. Suponho que ela também trabalhe bem com qualquer um de vocês, já que, independente de nossos dons, todos nós somos ninjas de ação a longo, médio e curto alcance, ‘ttebane. 

—Poxa... -Shikadai olhava a menina, admirado. -Eu queria ter dado essa explicação. 

—Onde você entra nessa história? -Questionou Chouchou. 

—Sim, Hoku, e você? -Boruro franziu o cenho.

—Eu, sinceramente, não entendi uma palavra. -Hitomi, que até então não fizera nenhum comentário importante, declarou simples, parecendo mais interessada no mangá que carregava nas mãos do que nas explicações de batalha da Uzumaki.

—Larga esse Yaoi, Uchiha! -Ralhou o Uzumaki, arrancando o mangá das mãos da menina, que o encarou ferozmente, mas não disse nada. Hokuto deu um sorriso de canto, observando que até Uchiha Hitomi podia ter seu lado mais conservador de não querer mostrar aos outros colegas sua personalidade mais "violenta", queremos manter sua reputação. Entendeu a amiga, e por um instante comparou-se a ela. Talvez não fossem tão diferentes assim, afinal... 

—Eu sou uma ninja médica, ou quase isso, então consigo usar tantos os jutsus curativos e de defesa quanto os poucos jutsus de ataque da área médica. Ao mesmo tempo, tenho força física o suficiente para fazer alguns machucados leves no inimigo. Também utilizo o Rasengan, e como aluna do Sasuke, sei também os Jutsus Shuriken, tendo uma boa mira, e sou uma espadachim iniciante. Consigo fazer alguns outros jutsus, incluindo os clones da sombras e outros no estilo Vento, além da regeneração rápida que tanto eu quanto Bolt temos por conta do clã. Conseguiria atacar em conjunto com Boruto, combinando nossos jutsu, com Hitomi, sendo a de ataque direto enquanto ela utiliza seus olhos, com Inojin, com ajuda de seus desenhos, enfim... Eu sou... A faz tudo, dattebane. Uma intermediária entre variadas técnicas, mas sem ser especialista em nenhuma especifica. Consigo trabalhar em equipe com qualquer um de vocês, mesmo que não conheça todos os seus golpes. -Ela hesita. -E...bem...Eu tenho uma...Hm...Técnica...Que, bem...Eu posso servir de ninja sensor também, caso seja extremamente necessário. 

—Espera, repete, parei na parte onde você disse "Eu tenho força física o suficiente para fazer machucados leves no inimigo (...)"... -Declarou Boruto, coçando a parte de trás da cabeça. 

—Eu também. -Responderam os outros do pequeno grupinho que havia se formado (menos,claro, Konohamaru e Moegi, que se encontravam um pouco mais à frente do grupo). 

—Você pode quebrar braços. -Sussurrou Shikadai.

—E pernas. -Inojin continuou, visualizando novamente o estado que Hokuto havia deixado o adversário na arena.

—Pescoço... -Chouchou tremeu dos pés a cabeça, enquanto abria outro de seus salgadinhos.

—Um cara inteirinho! -Hitomi exclamou, sorrindo, como se estivesse animada com a afirmação.

—Enfim... -A menina tentou novamente, sem graça. -Não é pra tanto, gente...

—Espera... Hitomi porque você ficou feliz com isso? -pergunto Shikadai.

Hokuto olhou para a Uchiha e percebeu que a mesma sorria e tinha um brilho nos olhos.

—Ah... Nada... -A morena desviou o olhar para um lugar qualquer na estrada, ficando levemente corada. 

—Okay… -Hokuto voltou lentamente ao normal, voltando o olhar para baixo, como se estivesse com vergonha de falar. E realmente estava, não pela atitude estranha de Hitomi, mas porque não costumava ter tantos olhares voltados para si. -O que eu quero dizer, bem, é que...Nós todos formamos bons grupos. Todos conseguimos trabalhar juntos, pois todas as nossas habilidades combinam, então podemos formar duplas ou grupos com qualquer um que está presente nessa missão,’ttebane.

—Você quer dizer que o Hokage nos escolheu pensando em uma situação onde poucos de nós ficaríamos em condições de lutar? Bem, se ele disse que não foi por acaso, e escolheu por conta das diferentes habilidades combinadas, quer dizer que já espera que tenhamos algum problema, não? Caso contrário, ele não selecionaria pessoas que se combinam em batalha, independente da formação. -Shikadai deu um bocejo, preguiçosamente. -Complicado demais. 

—Eu...Eu não disse isso, Shika! -A menina exclama, olhando para os lados, talvez em busca de uma desculpa melhor. Era óbvio para ela que, do jeito que o grupo fora formado, seu pai pensara que teriam problemas. Talvez o Hokage tenha cogitado que deixariam alguém de teste, para que pudessem pegar o suspeito, ou até mesmo…

Olhou de relance para Hitomi, lembrando-se de sua última missão. Seria possível? 

Um sequestro.” 

Tratou de tirar aquela ideia na cabeça. A rosada, que particularmente adorava criar teorias, convenceu-se de que aquilo era apenas mais uma delas. E, realmente, deveria ser. Era apenas mais uma Vila que tinha problemas, afinal. 

—Boruto, devolve o meu mangá. - A Uchiha pede, repentinamente, após alguns minutos de caminhada. Hokuto volta a olhar para a amiga, que encontrava-se lançando um olhar indignado para o menino.

—Não. - Respondeu o Uzumaki, exibindo um sorrindo travesso que fez Hitomi fechar a cara. - Só se você me contar porque ficou vermelha,’ttebane.

A rosada olhou para Boruto e se segurou para não rir da cara do irmão e da face cada vez mais vermelha da amiga. Uma Uchiha com vergonha? Só podia ser brincadeira. A morena apressou seus próprios passos, evitando o contato visual com os amigos, olhando para todas as coisas que não fossem feitas de carne humana e tivessem olhos azuis, verdes ou dourados inquisidores e “invasivos”. 

— Eu só pensei.... - Hitomi começou, como se finalmente tivesse tomado a decisão de falar o que pensara. Porém, se interrompeu (ou se atrapalhou, na visão de Hokuto. A rosada pensava que talvez a amiga tivesse orgulho demais para gagejar, então preferiu interromper a frase antes mesmo que acontecesse), e logo pareceu mudar de ideia - Por que eu estou falando isso para você? Devolve logo o meu mangá, Bolt!

—Toma! -O menino joga o objeto com desleixo, quase deixando-o cair se não fosse pelos reflexos treinados de Hitomi. -Pode ficar com seu Yaoi, não me interesso pelo gênero ‘ttebane. Se fosse pelo menos um Yuri… 

—Isso é algum tipo de fetiche,Boruto? Cara, assim, nenhum problema, mas acho que algumas pessoas acham um pouco errado ter isso como fetiche… Acha uma outra coisa, sei lá… Ah, não espera, você já tem um outro, não é? Por isso a pasta invisível no computador, certo?-Inojin perguntou, como se fosse a coisa mais normal a se falar numa conversa saudável entre jovens de treze anos. Bem, não tinha como impedir… Inojin falava o que vinha à mente. Era filho de Sai, afinal. Mesmo que o controle da ANBU NE tivesse sido dissipado da mente de Sai há vários anos, o homem ainda tinha certa dificuldade em diferenciar o que não falar e o que falar. Talvez fosse uma pena que Inojin tivesse escolhido tomar como exemplo as palavras descuidadas do pai ao invés da doçura normalmente demonstrada pela mãe. 

Não que isso fosse um grande problema para os amigos do menino, a não ser quando Inojin era sincero demais e acabava criticando duramente alguém ou simplesmente falando seus defeitos e segredos em voz alta. Não acontecia sempre, mas também não era algo extremamente raro. E, bem, Hokuto tinha certeza que Chouchou odiava quando o companheiro de time resolvia falar sobre sua alimentação ou seu peso, e ainda a chamava com tom formal de “Gorducha”. 

Não é culpa dele.” Consolara a Uzumaki, num dia que não havia sido muito bom para ChouChou. “Inojin não sabe se expressar direito. Não sei se tem muito senso verbal de errado e certo…” 

E ele não tinha mesmo, a não ser que se esforçasse muito em escolher cada uma de suas palavras. E só fazia isso em ocasiões especiais, com pessoas especiais. E isso incluía, basicamente, sua mãe, Sasuke e mais alguém.

—Não! Não tenho pasta invisível nenhuma! Para com essas besteiras, sou um menino muito...é...hum… -O loiro perdeu-se nas palavras, como se estivesse travando uma guerra com elas. - Inocente! Sou a inocência em pessoa, dattebane! -Exclamou, alto até demais, o menino, ficando vermelho feito um pimentão. Hokuto não pôde se segurar, e explodiu em risadas, juntamente com Hitomi, Inojin e Chouchou. Shikadai parecia entediado demais para dar mais que um riso leve. As crianças riram gostosamente, fazendo com que, após algum tempo, tivessem que parar para recuperar o fôlego. Intervalo esse que prontamente foi aproveitado como uma pausa para descanso por Konohamaru e Moegi.

—O que aconteceu com vocês? -Konohamaru perguntou, sorrindo, parecendo achar graça de sabe-se lá o motivo de seus alunos estarem gargalhando. - Qual foi a piada? 

—Nada, sensei! -Shikadai alegou, prontamente. 

Olha só, o preguiçoso sabe acobertar os amigos.” A rosada riu mais um pouco com o pensamento, notando que, na realidade, o garoto mentia muito mal.  

—Fofo,’ttebane. -Murmurou, sem perceber, recebendo olhares curiosos de Hitomi, bem ao seu lado. 

—Ahãm… -O Jounin virou-se para a amiga. -Você acredita neles, Moegi? 

—Nem um pouco! -A mulher riu, pondo a mão na cintura. Como era a líder do time Ino-Shika-Cho, Hokuto supôs que ela provavelmente tinha consciência de que tipo de assunto havia causado o ataque de risos nos jovens ninjas. 

—Assuntos sobre mangá, Konohamaru-sensei. -Esclareceu Hitomi, como se uma meia mentira fosse a melhor opção que a verdade. A rosada viu o olhar do sensei cair sobre o mangá que a Uchiha estava concentradamente lendo e suas sobrancelhas se levantaram um pouco, tentando disfarçar seu olhar contraditório. Logo, voltou seu olhar para o céu, parecendo analisar o começo do anoitecer. 

—Ah... Certo...Vamos ficar aqui por essa noite. Eu e Moegi vamos montar o acampamento. 

Hokuto olhou os amigos se sentarem no chão e acabou fazendo o mesmo, com exceção de Boruto, que parecia estressadíssimo, fazendo gestos involuntários enquanto falava, em uma discussão em voz baixa com Inojin. Olhou sem muita atenção para cada uma das pessoas que estavam ali e começou a pensar no que poderia acontecer na missão. Depois de mais alguns minutos, o irmão sentou-se ao seu lado, parecendo mais calmo. 

—Então… -Ela apoiou a cabeça no ombro do garoto, que não fez protestos. -Pasta invisível, né? 

—Cala essa boca, Hokuto. -Ele olhou para algum canto próximo, as bochechas corando. -Ele tá blefando. Não existe pasta nenhuma, ‘ttebane. 

—Ahãm…-Ela ri da cara do irmão, aproveitando a brisa fresca que passa por seu rosto nesse momento. Sentia-se um pouco sonolenta, e tinha que admitir que um cochilo cairia muito bem depois de tanto tempo de caminhada. Seus olhos pesavam, e não tentou resistir quando eles se fecharam lentamente, fazendo-a mergulhar em um estado semiconsciente, enquanto ouvia o farfalhar das folhas. 

—Gente, eu citei a coleção de revistas de mulheres com biquíni debaixo do colchão do Bolt? -Perguntou Inojin repentinamente, fazendo o grupo rir. 

—SEU TRAIDOR MISERÁVEL! EU JÁ DISSE QUE SOU UMA PESSOA MUITO DECENTE, TÁ BOM?! - Gritava o Uzumaki, que agora passava de escarlate para uma cor arroxeada, arregalando os olhos de raiva e ameaçando o companheiro de time com o punho fechado. Hokuto sentiu o menino a afastar com delicadeza de seu ombro, encostando-a na árvore onde antes estava, provavelmente para não ter o risco de machuca-la enquanto fazia ameaças abertamente ao Yamanaka, ao passo que o resto de seus companheiros apenas ria. -EU NÃO PRECISO DESSAS COISAS, SOU UM SHINOBI MUITO SÉRIO,’TTEBANE! 

Hokuto, então, finalmente adormeceu, ao som das gargalhadas dos amigos e a voz indignada do irmão. Coisas que tinha certeza que não esqueceria enquanto vivesse. 


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Odiaram?
Sei que pode ter sido um pouco estranho, pois raramente fazemos os capítulos na visão da Hokuto, mas relaxem, dá pra se acostumar. O motivo de não fazermos essas coisas na visão dela é que a personagem é meio misteriosa, complicada, e nos deixa confusas. Prometo que mais capítulos dela vão surgir nessa reta final!
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