Deceptions escrita por Kira-chan Anime


Capítulo 9
Um Ataque Em Massa Traz Muitas Surpresas.


Notas iniciais do capítulo

Gente, me matem só depois, onegai! xx' *seescondedasmetralhadoras*



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Estava quente em Berlim. A temperatura estava por volta de 31°C. Para os nativos, deveria ser como estar fervendo, já que a média máxima de temperatura diária é de 23,6°C em Agosto. Raramente a temperatura é superior a 30°C nessa época do ano.* Então, imaginem o quão não era o calor para os Exorcistas e seus pesados mantos negros da Ordem? Era simplesmente insuportável! E olhe que já passava das 21h.


Já estavam andando há duas horas. Duas longas e cansativas horas, e nem sinal de Akumas ou Noés. Não havia nada, literalmente. Tudo o que havia eram os restos do que tinha sido uma cidade alegre e populosa um dia. Tudo era chamas quando tinham chegado. Conseguiram controlar o fogo, salvar algumas pessoas e evacuá-las. Era uma área de risco, mas todos já haviam ido embora – interpretem do jeito que preferirem.


– Kuso! Não era um ataque em massa?! Não é possível que tenham sumido desse jeito!! – Allen socou uma parede à sua frente, frustrado.


– Não faz sentido! Eles deveriam estar nos esperando... – Disse a alemã preocupada.


– Melhor irmos logo procurar um lugar para dormir. Algo me diz que não vai ser tão fácil arranjar um dessa vez.


– A Lenalee-san tem razão. – Chaoji sentou-se em uma pedra e apoiou a cabeça entre as mãos. – Não tem mais nenhuma ameaça aqui. Deveríamos nos preocupar com nós mesmos, agora.


Mesmo meio contrariados, os outros fizeram que sim com a cabeça. Andaram por mais um longo tempo em total silêncio, até que um passo em falso do albino causou uma explosão bem diante do grupo, que acabou voando longe.


– Mas o que diabos... – O japonês tentou se levantar quando sentiu outra bomba explodir atrás de si. Voou longe novamente junto com os outros. Quando acordou dessa vez, sentiu um pé pressionado seu abdômen.


– Ora, ora, o que temos aqui hoje? – O Noah sorriu cinicamente, encarando o exorcista sob seu pé. – Parece que desta vez vamos ter uma grande festa aqui.


– Kisama... – Ele sacou a Mugen, mas o Kamelot já estava em pé ao lado do irmão.


– Walker e companhia, bom vê-los por aqui. – Sorriu Tyki de um jeito malicioso.


– Tyki Mikk e Cyril Kamelot! – Allen pronunciou os nomes com desprezo.


– E eu também, Allen-kun!! – Road aparece detrás dos dois Noés e se pendura no pescoço do tio.


– O que fazem aqui, seus malditos?! – Chaoji franziu o cenho com raiva.


– Ora, só viemos brincar um pouco com nossos amigos Exorcistas.


– Então por que esperar mais? – Kanda empunhava agora a Mugen na altura do rosto, com uma expressão nada amigável neste.


– Tem razão. Trouxemos nossos amiguinhos, espero que não se incomodem. – Cyril estalou os dedos e, de repente, centenas de Akumas, de níveis variados, apareceram atrás deles e começaram a bombardear os Exorcistas.


Era uma luta muito extensa e árdua. Perdiam horas tentando acabar com aqueles monstros, isso sem contar que a presença de três descendentes de Noé complicava e muito as coisas para os nossos “salvadores”. Ora acabavam com três, quatro Akumas de uma só vez, ora tinham que virar-se rapidamente para defender-se de algum ataque pelas costas que os Noés lhes desferiam. Começaram, lenta e despercebidamente, a se separar, indo atrás de Akumas, que se dividiam em várias direções.


O Walker tinha se distanciado um pouco mais dos outros, indo atrás de dois Akumas, os quais logo acabou com um golpe só. Parou um pouco, se abaixou e respirou fundo. A fatiga começava a atacar.


– Allen-kuunn~!!


– R-Road?! – A garota pendurou-se no pescoço do Exorcista amado. – M-me larga!


– Nunca mais tinha te visto, Allen-kuun!~


– Me solta, Road!!


– Senti saudades de vocêê~!


– R-Road...! – Ele empurrou a Noah para longe de si.


– Oe, Road, o que foi?


– Oji-san, – Choramingou no ombro do tio que havia chegado – O Allen-kun não quer brincar comigo!!


– Walker, não seja malvado com a menina. – Sorriu cinicamente – Ela só quer um pouco de diversão.


O problema é que o albino sabia exatamente qual era o conceito de “diversão” sado-masoquista da pequena Noah. Explodir Akumas, destruir suas almas, matar exorcistas, rir da dor e do desespero dos outros. É, não era um conceito muito saudável, digamos assim.


– Por que não vão logo embora e poupam o nosso trabalho?


– Porque assim não teria graça, Walker. – Tyki insistia em não desfazer seu sorrisinho cínico. – Você deveria ser mais espirituoso, Allen. Está sempre com essa cara amarrada, sempre sendo grosso e mandando nós irmos embora... Deveria ser mais gentil com seus irmãos.


– Vocês não são do tipo de pessoa que eu tenho que tratar bem. E vocês não são meus irmãos! – A paciência do jovem Exorcista estava começando a se esgotar. Não tinha cabeça pra ficar batendo boca com dois descendentes de Noé. – Acho melhor irem logo e não causarem mais problemas por hoje, ou então...


– Ou então...? O quê? Sua incrível tropa vai atacar-nos, é isso? – Ele riu debochadamente do Exorcista, fazendo a sobrinha Noah rir também.


Allen cerrou os dentes e os punhos, mas logo olhou melhor em volta e percebeu-se sozinho, com aqueles seres, no meio do nada. Parecia que algo muito pior do que um ‘simples’ incêndio devastador havia atingido aquela parte da cidade. Era só terra pura e seca, nada mais além disso e alguns rastros de cinzas no chão empoeirado.


– Você não tem pra onde correr, Exorcista. – Tyki apareceu atrás do albino e sussurrou em seu ouvido, o que fez ele virar-se rápido, mas o Noah já estava em sua frente. Allen olhou irritado para os lados e notou que a pequena Noé tinha ido embora. “Uma a menos”, pensou. Percebeu alguns Akumas se aproximando por trás e tentou atacá-los, mas eram maior número e teve mais dificuldade dessa vez. Aquilo já tinha se tornado extremamente fatigante, não só para ele, mas, certamente, para seus amigos também.


Tinha acertado dez dos talvez dezesseis Akumas que tinham vindo por suas costas. Já era perto de meia-noite e ainda estavam tentando acabar com o número imenso de Akumas que não parava de aumentar a cada instante. Já estava se tornando chato até mesmo para o grupo de Noahs, que entediaram-se com a “falta de energia” dos Exorcistas. Tyki cansou-se de brincar com o albino e foi ajudar seu irmão a lutar contra Miranda, Chaoji, Lenalee e Lavi, que agora não estavam mais tão longe assim do lugar onde ainda podia-se ver Allen Walker combatendo um número considerável de Akumas.


O albino começava a ceder ao cansaço enorme que sentia, muitas vezes parando um pouco no chão para respirar fundo, ficando mais na defensiva, esquivando-se cada vez mais. Viu o namorado lutar perto dos outros amigos. Também estava tentando combater alguns Akumas leveis 3 e 2. Acabou com os Akumas restantes e parou novamente para respirar um pouco, quando finalmente deu a falta da pequena Kamelot. Olhou de soslaio para os amigos. Kanda acabava com os três que restavam. Chaoji fora ajudar Lenalee, que caíra, e Miranda e Lavi tentavam com os Noés mais velhos e mais dois ou três Akumas. O sumiço de Road preocupava-o. “Devem estar tramando algo”, pensou. “Mas... Aonde diabos aquela garota se meteu?!”


Ignorou por um tempo e continuou a lutar com os Akumas que surgiram novamente. Acabou com eles consideravelmente rápido, pra uma pessoa que já estava em seu extremo de cansada. Voltando-se para o japonês, ele havia parado alguns segundos para respirar e se apoiava nos próprios joelhos. Porém, para seu azar, Cyril tinha deixado os outros com seu irmão e, agora, se concentrava no samurai. Algum dos amigos pensou até em ir ajudá-lo, mas sabia que o grandioso ego do espadachim não permitiria tal fato acontecer.


Podia não admitir, mas também já começava a ser afetado pelo cansaço inevitável que a batalha extensa proporcionava para todos. Queria mais é que aquela luta estúpida acabasse para voltar para a Ordem e comer seu bendito Soba. Mas sabia que não seria tão fácil assim. Não estava em um bom dia para uma missão, isso era um fato inegável. Com a cabeça a mil, mal podia pensar em que tipo de ataque surtiria mais efeito nos inimigos, no que seria melhor fazer. Mais uma vez, agia por puro impulso e instinto.


Allen mal conseguia ficar de pé. O cansaço vencia-lhe, e ele apoiava-se nos joelhos por hora. Pelo menos já havia acabado com os monstros que o atormentavam. Levantou-se, batendo um pouco no uniforme para tirar a poeira, fechou os olhos e respirou bem fundo, tentando relaxar um pouco. Foi quando sentiu um peso considerável sobre seu pescoço, como se estivesse se pendurando nele.


– Allen-kuun, volteei!~


– R-Road?!


Não teve muito tempo para dizer algo mais e complementar a frase. A Noah selou seus lábios nos dele, como já tinha feito uma vez antes. O Walker não conseguia nem reagir a tamanho atrevimento da garota. Só ficou lá, parado, retribuindo - sem perceber - o beijo da Kamelot, o que com certeza fez todas as outras batalhas pararem. Tyki deu um meio sorriso, satisfeito por seu “brilhante” plano ter funcionado, mesmo com o irmão dando um grande chilique, gritando coisas como “Largue esse Exorcista agora, Road!! Ele é nosso inimigoo!!”. Aquilo era a distração e a desestabilização perfeita para a equipe dos Apóstolos de Deus. É, mesmo no século XIX as notícias corriam rápido; o Noah já sabia do romance entre os dois Exorcistas. Nada melhor do que uma “pequena traição” para abalar uma relação meio instável como a deles. E, aparentemente, para sua sorte, havia funcionado. Talvez a expressão de Kanda fosse a mais assustada/surpresa do local.


– Vamos, Cyril. – Ele tocou no ombro do irmão ainda com o sorrisinho cínico na face. – Pegue a Road e vamos deixar que eles se resolvam entre si. Já devem ter chamado reforço.


– Tyki, você não está vendo?! Ponha juízo na cabeça dela, ela só escuta você!!


– Não, irmão. Ela só escuta ao Conde. Vamos logo, pare de dar vexame! – Gargalhou com a expressão frustrada do irmão. – Road, largue o Walker. Nós já vamos.


A garota largou o albino e foi na direção dos parentes. Ele, atordoado, caiu sentado no chão, ainda com a face pior do que um tomate e bastante chocado. Arriscou-se a lançar um olhar meio incerto para o namorado, mas este virou a cara, inconformado. Tamanho era o espanto dos Exorcistas olhando para Allen que nem viram quando os Noés saíram, na maior cara limpa, sem se importar em terminar a batalha que tinham começado.


O clima continuou tenso até que a General Klaud e seus discípulos chegaram, um pouco atrasados para fazerem algo. Ela olhou para os Exorcistas paralisados com certa preocupação, mas logo Chaoji, que estava mais “normal”, veio receber a General. Ele contou que fora uma batalha árdua e cansativa, que os Noahs haviam tramado para eles e por isso estavam tão atordoados. Ela pediu para que entrasse em detalhes, mas o ruivo se interveio, ajudado por Miranda, e convenceram a General de que não tinha sido nada de mais. Ela resolveu aceitar essa versão e levou-os de volta para o QG em segurança.


Quando chegaram lá, já passava da uma da manhã, então resolveram fazer o relatório da missão na manhã seguinte. Foram todos dormir ainda com aquilo na cabeça. Allen não sabia onde se enfiar de tanta vergonha, teve até medo de passar para seu quarto só para não passar no mesmo corredor do japonês, e corre o risco de ser decapitado pela Mugen. Kanda entrou no quarto sem falar com ninguém. Óbvio que ninguém era suicida o bastante para incomodá-lo. Bom, talvez só uma pessoa. Mas ele estava meio indeciso. Provavelmente o outro cortar-lhe-ia a cabeça fora, ou pior.


– Yuu...


– Cai fora. – Rosnou-lhe lá de dentro.


– Eu sei que não quer falar com ninguém, mas...


– Falei pra se mandar, Lavi!


– Olha, - Suspirou pesadamente. Ele nunca lhe chamava pelo nome. – eu entendo, tá? Mas dê uma chance a ele. Conversem amanhã, certo?


– Vai embora... – Ele se escorou na porta, sentando no chão e deixando a franja cobrir-lhe os olhos.


– Só fale com ele. – Abaixou a cabeça. – Oyasumi nasai, Yuu. – E rumou para seu quarto.


Não sabia mais o que pensar sobre nada. Aquele beijo só conseguiu deixar o pobre espadachim mais em dúvida ainda. Ele resolveu talvez conversar com o mais novo mais tarde, no mesmo dia. Mas só talvez. Era muito confuso no momento, e doía, sem dúvidas. Mas não tanto quanto esperava que doesse. Talvez fosse um sinal de algo. Como a falta de um coração humano, por exemplo. Ou talvez fosse outra coisa mesmo. Contudo, no momento só queria dormir e fingir que nada havia passado de um pesadelo, e que acordaria com tudo magicamente resolvido. Mesmo sabendo que nada disso aconteceria.

“What hurts the most, is being so close

And having so much to say

And watching you walk away


Never knowing, what could have been

And not seeing that loving you

Is what I was trying to do”

What Hurts The Most – Rascal Flatts


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Notas finais do capítulo

Depois de 1 mês e 3 semanas, eu voltei! *morre*E eu sei que deve ter uma pilha de gente tentanto/querendo me matar pelo capítulo, mas gomen, foi a ideia que eu tive! /metralhada e mutilada
Whatever, eu pelo menos devia dar notícias, mas não deu pra escrever nada nas férias (ler "Olga" e mais dois livros insuportáveis é fogo) e provas e talz, mas como já passou a de Matemática (amém!) e eu acho que fui bem, fiquei feliz e inspirada pra escrever e aqui estou! /ninguémperguntou-qq
* O pedaço lá sobre Berlim e a temperatura eu tirei da Wikipédia.
Bom, podem me matar agora xx' /chuvadetijolos
Acho que é meio arriscado pedir, mas...
Reviews? *olhinhos do Gato de Botas do Shrek e se escondendo das armas nucleares*