Deceptions escrita por Kira-chan Anime


Capítulo 10
Comprando briga? Talvez sim.


Notas iniciais do capítulo

Bom, explicações e desculpas nas notas finais.
Espero que esse esteja melhor que o anterior! 8D



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Frustrado, socou a parede em sua frente com força. Ainda sentia raiva. Socou com a outra mão, colocando ainda mais força. Desta vez sangrara. Ajoelhou-se e apoiou sua mão direita, esta ferida, na esquerda. Começou a chorar em silêncio. As lágrimas de raiva desciam rapidamente por sua face, contornando suas bochechas rosadas. Allen sentiu a mão machucada doer mais, mas continuou imóvel no chão do seu quarto. Estava mais do que frustrado; sentia-se humilhado – e com razão. Tinha a absoluta certeza de que não iria ter sequer a oportunidade de tentar se explicar ao namorado. Melhor dizendo, nem sabia ao certo se depois do ocorrido ainda eram namorados.

O sangue agora pingava no chão a sua frente. Com a outra mão, limpou as lágrimas e se levantou. Tentou estacar o ferimento com um pedaço de pano, o que funcionou bem. Porém, algumas lágrimas voltaram a rolar pela face do pobre albino. Pensava em mil coisas ao mesmo tempo; mil hipóteses diferentes; mil formas de se resolver tudo; mil jeitos de tudo acabar piorando ainda mais. Mas, ao se tratar de Kanda, era melhor pensar em tudo minuciosamente, para diminuir o risco de ter algum membro cortado fora – provavelmente a cabeça.

Decidiu se deitar, por fim. A mão ainda latejava-lhe, mas cuidaria disso quando acordasse mais tarde. Isto é, se ao menos conseguisse pregar os olhos e tirar um mísero cochilo. A dor e os ferimentos, internos e externos, somados com o cansaço e os milhares de problemas que tinha eram ótimos fatores que contribuíam para sua insônia.

Passavam-se segundos, minutos, horas, e o albino não conseguia sequer fechar os olhos, nem que por míseras frações de segundo. Já havia perdido a conta de quantas vezes tinha se levantado e ficado a rodar em círculos; ido até a porta e voltado; querendo ir ao quarto do mais velho para tentar conversar com ele, mas, no fundo, sabia que era apenas mais uma ideia suicida.

Deitou-se novamente, mas continuou inquieto. Já eram quase seis da manhã e não tinha dormido nada. Resolveu, por fim, ir até o quarto do amigo pra pedir algum conselho – qualquer que fosse. Bateu fraco na porta, tentando não fazer muito barulho. Não obteve resposta de imediato. Tentou novamente, um pouco mais forte. A mão tornou a doer-lhe. Fez uma careta de dor e apertou um pouco a mão contra si. Finalmente alguém abriu a porta devagar e olhou com uma cara de sono profundo para o Walker.

– Hm, Allen...? – Falou entre um bocejo. – O que faz aqui há essa hora?

– Eu... Precisava conversar com alguém...

– Mas tem que ser agora? – Coçou a cabeça, ainda sonolento.

– Lavi, eu... Preciso de sua ajuda. – Allen abaixou a cabeça e abraçou instintivamente o amigo.

Lavi ainda estava meio atordoado por ser acordado àquela hora da manhã, então só correspondeu ao abraço passado alguns segundos. Ele fechou a porta do quarto atrás de si com uma das mãos, enquanto afagava os cabelos brancos do amigo com a outra.

– Calma, vai ficar tudo bem... – Ele apertou mais o corpo de Allen contra o seu.

Resolveu, por fim, que o meio do corredor não era o melhor lugar para conversarem em paz. Guiou o albino até o quarto deste, – pois ele dividia o seu com o velho Bookman – em seguida entrando com o menor e fechando a porta.

O ruivo sentou o amigo na cama, sentando ao seu lado depois. Allen levantou a cabeça, soluçando um pouco, e se afastou um pouco do amigo, quebrando o abraço, mas ainda permanecia de cabeça baixa.

– Allen... Por que não tenta conversar com ele primeiro?

– N-não! – Ele levantou a cabeça num movimento rápido e assustado. – Ele me corta em dois!!

– Não corta não, calma. – Pousou as mãos firmemente sobre os ombros do amigo em uma tentativa de acalmá-lo. – Agora pare de choramingar, esse não é o Allen que eu conheço!

– Ele não vai me escutar, Lavi! – O garoto estava visivelmente nervoso e preocupado.

– ... Então deixa que eu falo com ele.

– N-não!! Ele te corta também!

– Olha, – suspirou cansado – eu não tenho medo dele, ok? Deixa comigo.

– ... T-tá. – Ele forçou um sorriso meio amarelado.

Lavi sorriu satisfeito e passou a mão na cabeça do Walker como se ele fosse um cãozinho. Ele saiu do quarto e entrou devagar no seu próprio, tentando não acordar o velho Bookman. Funcionou. Tomou um banho rápido, trocou de roupa e saiu novamente.

--

Ouviu passos a alguns metros. Soltou um resmungo baixo, praguejando. Será que nem de manhãzinha cedo podia meditar relaxado que sempre alguém viria incomodá-lo?! Percebeu que alguém tinha parado atrás de si, mas continuou imóvel, mantendo uma esperança da pessoa dar meia volta e não incomodá-lo, o que não aconteceu, para sua infelicidade.

– Qual é a sua, hein? Você fez o quê pro Allen ficar tão assustado? Ou é só a sua cara feia que afasta as pessoas normalmente mesmo?!

– Como é?! – Kanda se levantou profundamente irritado com o tom de voz do outro. – O que eu fiz pra ele?! E o que ele fez, hein?!! Por que sempre o “pobrezinho” da história é ele?! Por que quando ele faz algo errado ninguém nota nada, mas quando são os outros todos caem em cima matando?!

– Não é bem assim, Yuu!

– Ele não é a vítima sempre, principalmente dessa vez!

– Mas você bem que podia ser menos grosso com o garoto!

– Eu nem falei com ele ainda!!

– É, mas a sua cara feia já é o suficiente pra assustar ele, ainda mais sendo o terrorista que você é!!

– Cala a boca, Usagi!

– Qual é! O garoto está assustado e você nem ao menos foi tentar consolar ele!

– Consolar?! – Ele realmente estava transtornado e agarrou a gola do ruivo, trazendo-o mais para perto. – O maldito agarra a Noah na minha frente e eu é que tenho que consolar ele, é?!!

– É você quem nem dá a chance dele se explicar!!

– O que aquele desgraçado fez não precisa de explicação!

– Para de falar assim dele. – Cerrou um dos punhos forte. – Você não tem esse direito, Yuu. Só porque é namor...

– Você não manda em mim, Usagi! Falo dele como eu quiser!!

– Não fala não! Você nunca dá aos outros a chance de esclar...

– Corta esse papo moralista barato, Usagi! – Kanda soltou brutalmente o outro com um empurrão.

O ruivo sentia seu sangue fervilhando, agora. Não suportava a ideia de amar uma pessoa tão bruta e egoísta como a que estava em sua frente. Não gostava do jeito que ele tratava o namorado (e nem ninguém, por falar nisso), como se ele fosse um brinquedo ou sua propriedade. Também não gostava muito dele namorar seu melhor amigo, mas isso já era a parte. Já estava farto de tudo aquilo. No momento em que o sangue subiu-lhe à cabeça de vez, levantou o punho fechado e desceu um murro na cara do exorcista japonês.

Por segundos, o outro ficou meio atordoado com a agressão repentina, mas logo foi tomado pela raiva extrema e devolveu o soco com o dobro da força usada pelo outro. Logo os dois exorcistas estavam atracados no chão, rolando e se esmurrando.

Por sorte, Reever e a equipe da Divisão de Ciências estavam voltando do refeitório com café para o Supervisor, quando viram os dois brigando e correram logo para separá-los.

– Parem, parem com isso! – Johnny bronqueou, tentando conter o ruivo com a ajuda do fantasma Nº 65.

– Qual o motivo da briga, agora?! – Reever perguntou, já cansado de ver aqueles dois brigando com certa frequência nos últimos dias.

– Parecem duas criancinhas! – Russel segurava firmemente o braço do samurai, sendo ajudado pelo outro loiro.

– Afinal, qual é o problema de vocês, hein?! – Reever resmungou, dando um puxão forte no braço de Kanda para ele se aquietar mais. – Nem parece que eram amigos há algumas semanas!

– Eu nunca fui amigo dele! – Rosnou Kanda.

– Você nunca teve amigos! Duvido que alguém seja burro o bastante para querer ter um amigo estúpido feito você! – O jovem Bookman revidou, tentando se soltar.

– Eu vou quebrar essa sua cara de coelho!

– Não vai não! – Os dois loiros seguraram com mais força os braços do samurai.

– Eu não tenho medo dos seus blefes, Yuu.

– Vou te mostrar o blefe, seu...

– Yare yare, o que está acontecendo aqui? – Uma voz calma e cansada surgiu por detrás deles.

– General Tiedoll, General Tiedoll! Nos ajude, por favor! – Johnny sentiu certo alívio ao ver o General.

– Eles estavam rolando aí no chão, feito animais! Parecia que iam se matar! – Russel olhou feio para ambos os exorcistas.

– Yuu-kun, arrumando briga de novo? – O general suspirou, cansado, tirando os pequenos óculos para limpá-los.

– Esse bastardo que veio comprar briga comigo!

– Já chega, Kanda! – Russel já estava ficando cansado daquele circo.

– Quer saber? Você tem razão: a vida é sua, o problema é seu, e eu não devia me meter nisso. – Ele falou seco, mas um pouco magoado. Johnny e o Nº 65 hesitaram um instante, mas largaram ele aos poucos, que caminhou na direção do espadachim. – Só não esqueça que o problema também é do Allen, e que ele não é só o seu brinquedinho. – Lavi sussurrou quando passou do lado do outro exorcista. - Não quebre o coração dele como fez comigo.

Kanda queria fazer com que a cabeça do outro fosse acidentalmente cortada fora, mas conteve-se e apenas resmungou para que o soltassem. Afinal, o ruivo estava certo, em parte.

– Queria conversar com você, Yuu-kun. – O general falou antes que o exorcista se fosse, recebendo apenas um “Tsc” como resposta.

– E então, General? O que a gente faz com eles? – Reever suspirou cansado, coçando a cabeça com uma das mãos.

– Bom... Eu vou procurar descobrir o motivo da briga dos dois. – Ele foi saindo do lugar, até parar e virar-se para os assistentes de novo. – Ah, gostaria de pedir que não comentassem a briga com o Komui ou alguma outra pessoa, tudo bem? – Tiedoll sorriu, antes de voltar-se e sair com as mãos nos bolsos.

– Tá certo, eu acho... – O loiro respondeu um pouco apreensivo.

Logo, os quatro voltaram para a cozinha, novamente indo buscar o café do Supervisor – pois esse havia se derramado todo no chão em meio à confusão – e a área ficou vazia. O samurai enfiou-se em seu quarto, decidido a meditar lá. Queria um pouco de paz, agora. E, por mais estranho que parecesse, queria refletir um pouco. Não sabia ao certo sobre o quê exatamente, mas queria um tempo pra repensar em todos os últimos acontecimentos .

“No longer waiting remove illusions

No more complaining forget confusion

No more confession not sentimental

I am now something experimental

You don’t turn me off

I will never fail

Things I loved before

Are not for sale

Keep yourself away

Far away from me

I forever stay

Your perfect enemy”

Perfect Enemy – t.A.T.u.


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Notas finais do capítulo

Se não quiser ler minhas explicações, pode pular logo pra review ou faça o que quiser. (:
Aí vem texto~

—-

Primeiro, minhas sinceras desculpas por demorar tanto.
Teve a escola, os trabalhos, as provas.
Depois foi a crise de imaginação.
E teve a (desculpa pra quem gostou) merd* da Saga Alma, que foi piorando cada vez mais durante o ano =='
Agora que acabou, acredito que as coisas melhorem.~
E agora em Dezembro foram muitas fics-presente, que ainda não acabaram por sinal.
E em Janeiro têm mais ainda.

Não, não estou me queixando das fics, adorei fazer cada uma.

Bom, sobre o capítulo, já estava pronto há um tempão, na verdade .-.' /apanhamuito
Mas ele tava grande demais, aí eu empaquei durante um boom tempo, e estava sem saber como continuá-lo.
Então decidi quebrar ele e postar logo essa parte pra vocês não terminarem o ano sem capítulo novo! ^~

DOU A MINHA PALAVRA de que vou tentar o MÁXIMO possível postar outro capítulo dentro de algumas semanas, mas também vou me esforçar ao máximo pra continuar outras fics minhas antes do ano acabar, o que talvez seja muito difícil.

—-

Enfim, críticas, elogios, sugestões, juras de morte, macumbas & mandingas, todo o tipo de review é muito mais que bem vinda! ;D

Desejo à todas um esplêndido e próspero Natal e Ano Novo! ♥
Desculpem de novo qualquer transtorno com a fic.

Espero vê-las aqui em Janeiro também~ ;3

Kissus ♥