Nostro Impero escrita por Yas


Capítulo 35
Capítulo 35


Notas iniciais do capítulo

Olááááááá!

Eu sei que não sou a pessoa mais amada nesse momento, passei meses sem atualizar, e me desculpo sinceramente por isso. A faculdade me pegou em cheio, e nas férias aconteceram tantas coisas (boas e ruins) que vocês não acreditariam se eu contasse, enfim, todas essas coisas me tiraram a inspiração e eu não queria escrever um capítulo merda, afinal idealizo esse capítulo há muuuuuuito tempo (é sério).

Eu espero que esse capítulo toque vocês como ele me tocou, me peguei quase chorando com ele (relevem, sou uma manteiga derretida)

Sem mais delongas, vou deixar vocês lerem nos vemos lá embaixo!



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Quando estou andando sobre a água
Todos os meus sonhos se tornam realidade
Ainda assim, nada significa nada
Sem você, você
Você me dá uma razão
algo em que acreditar
Eu sei, eu sei, eu sei
Você me dá um significado
Algo que eu possa respirar

Dua Lipa - Homesick

 Capítulo 35

Dante me observava com uma expressão cômica, de braços cruzados e o cenho franzido. Ele nunca era tão parecido com o pai quanto quando fazia aquela cara! Claramente me julgava por minha resposta de uma proposta absurda ser sim. Já Eleanor estava eufórica com todas as câmeras posicionadas no meio das mesas do restaurante.

— Pronta, Elena? – Perguntou Marie, a entrevistadora.

Pronta para o que, Elena Flemming? Você me pergunta. Duas semanas atrás, quando eu inaugurei a loja e se fez um enorme sucesso, uma agência me procurou para me entrevistar para um canal de gastronomia. Seria bom para o crescimento do estabelecimento, e eu precisa me distrair.

— Claro! – Respirei fundo e sorri, ajeitando os cabelos chapados. Marie sorriu para mim, apoiando um bloquinho de papel na perna.

— Bom, vamos começar pelo óbvio. Por que o nome ¨Nostra Casa¨?

— Significa ¨Nossa Casa¨ e o motivo o nome já diz, quero que todos que entrem aqui se sintam em casa e acolhidos, como um dia eu me senti em um restaurante. – Minhas lembranças do antigo restaurante eram calorosas e faziam eu me sentir em casa, um sentimento que eu guardava com carinho em meu coração. O Nostro Impero era tão importante para mim que eu tive que homenageá-lo quando abri a loja de doces. Mas claro, essa era um informação que eu guardaria de Marie.

— Um sentimento muito bonito. Houve alguma inspiração?

— Muitas. – Mordi o lábio inferior, não tendo outra resposta além de uma única palavra vaga. Eu não citaria meus pais por não querer ter minha imagem envolvida a eles, e não poderia mencionar Damon, que com certeza foi minha maior inspiração.

— Imagino que seja algo pessoal. – Ela riu levemente vendo minha hesitação.

Percebendo que estava indo em uma linha muito pessoal para mim, Marie mudou as perguntas para o lado profissional, interessada em qual faculdade me formei, quais professores me orientaram... foi quando a porta abriu bruscamente e eu estanquei no lugar.

Os olhos azuis pairaram sobre mim, me observando chocado, um reflexo de minha própria reação.

Durante dez anos eu me questionei e imaginei como seria reencontrar Damon, o meu antigo amor e pai dos meus filhos, mas nunca, nunca, imaginei aquela situação e minha reação.

Meu coração batia acelerado no peito, sem freio algum. Segurei com força os braços da cadeira de madeira pura, impedindo minhas mãos de tremerem, apesar de todo meu corpo sofrer espasmos. Eu sabia que estava pálida como um papel porque eu me sentia fraca, como se todo o ar fosse sugado de mim, tudo por causa de uma única pessoa...

Damon continuava lindo, como se nem um misero ano houvesse passado. Os cabelos continuavam negros, brilhantes e cheios, apesar da idade, o terno não conseguia esconder muito bem o fato de ele continuar fiel a academia, e os olhos... ah, os olhos! Eu via aqueles olhos todas as manhãs, há exatos nove anos era minha primeira visão ao acordar e a ultima ao ir dormir, os via em Dante, a cópia fiel de Damon que Deus enviou para mim, compadecido da minha saudade.

Mas nada, nenhuma preparação, nenhuma imaginação, nada... me preparou para aquele momento.

— E... Elena? – Ele finalmente abriu a boca, os lábios vermelhos se movendo da mesma forma sensual que eu me lembrava.

Naquele instante, senti todas minhas barreiras caírem e senti que choraria ali mesmo. As lágrimas vieram, mas eu as segurei, me obrigando a ser forte. O que me manteve firme foi a presença de Eleanor e Dante, ambos ali, olhando curiosos para aquela situação. Os dez anos imaginando, nunca me fez decidir o que fazer sobre o pai deles. E se Damon descobrisse? E se ele os tirassem de mim? Foram medos assim que me fez manter os gêmeos guardados em uma redoma de vidro, sem conhecimento do pai.

Mas o pai deles estava ali, e minha mente não processava essa informação.

Respirei fundo, fechando os olhos por alguns segundos. Tornei a abri-los e me levantei, sentindo minhas pernas bambas cobertas por uma saia lápis elegante.

— Damon... – Murmurei, minhas mãos entrelaçadas em frente ao corpo. Não estendi a mão para ele, tocá-lo era algo que eu não estava preparada. Não depois de tantos anos, de tantas duvidas e tantos medos.

— Vocês se conhecem? – Marie interrompeu o momento constrangedor sorrindo simpática para nós, no meio de dois corpos tensos – De onde?

— É passado. – Respondi, a voz tão tremula quanto o resto do meu corpo. Damon me olhou com o cenho franzido quando respondi, como se questionasse minha resposta.

— Eu... eu achei que você fosse entrevistar Elena Flemming, não Elena Gilbert! – Ele murmurou para Marie. Tinha as mãos fechadas com força, como se estivesse com raiva. Ele estava com raiva em me ver?

— Eu sou Elena Femming, Sr. Salvatore! – Sua expressão raivosa fez minha barreira subir novamente. Eu sentia uma vontade inexplicável de mostrar para ele que eu não era mais aquela menina inexperiente sem nenhuma pretensão na vida. Damon me mostrou o caminho, mas eu não deixaria ele fazer eu me perder novamente.

— Que história é essa? – Ele parecia confuso. Era confusão, raiva, frustração... de repente, eu me sentia em uma máquina do tempo vendo o Damon de dez anos atrás que eu nunca conseguia decifrar. Certas coisas nunca mudam...

— Mãe, o que tá acontecendo? Quem é esse homem? – Eleanor perguntou, segurando minha blusa, me olhando preocupada.

Então seus olhos azuis caíram sobre Eleanor, e o olhar que ele lhe deu... eu não estava preparada para aquilo, e meu modo leoa estava prestes a sair, quando ele abriu a boca e me freou de novo:

Mãe? Você é mãe?

A forma como ele disse a palavra mãe me feriu como se alguém perfurasse meu coração. Sua voz era carregada de repulsa e outra coisa que me deixou sem palavras, sufocada com os soluços que eu queria soltar, minha vontade era de chorar, mas mais uma vez, freei as lágrimas.

Antes que eu pudesse responder, Dante tomou minha frente.

— Ela é mãe sim, algum problema, moço? – Dante perguntou, de braços cruzados, a mesma expressão que Damon sempre fazia.

Meu coração falhou uma batida. Que ele não descubra, que ele não descubra, que ele não descubra...

— Esse é o restaurante da minha mãe, tio, você não pode falar assim com ela, e com ninguém, sabia? Isso é muito feio. – Eleanor disse, se colocando ao lado do irmão, fazendo a mesma expressão, a mistura perfeita de Elena e Damon.

— Você é casada? Meu Deus... – Damon passou as mãos nos cabelos, parecia completamente chocado. Eu estava tão tensa que não tive atitude de negar que eu era casada.

Damon me encarou intensamente por alguns segundos. E naqueles segundos, era como se só existisse nós dois. Seu olhar fez meu corpo inteiro se arrepiar em reconhecimento, saudade e amor. Eu queria correr até ele e dizer que eu não sou casada, que aquelas crianças também são dele, que eu ainda o amo como nunca amei ninguém. Mas o medo mais uma vez me trancou e eu mordi os lábios, impedindo as palavras de saírem.

Oh, Damon!

Com pesar, vi ele sair do antigo restaurante, sua expressão sofrida cravada em meu peito para sempre.

Assim que a porta bateu, senti minhas pernas bambas e minha cabeça pesada, não cai porque um dos assistentes de câmera foi mais rápido, me segurando e me colocando em uma cadeira.

— Elena, está tudo bem? – Marie perguntou preocupada, sem entender.

— Ela vai ficar, obrigada. – Katherine disse. Até então, havia ficado quieta apenas observando. Ela me respeitava o suficiente para deixar eu tomar de conta dos meus assuntos, mas estava ali para qualquer coisa que acontecesse. Me ofereceu um copo com água e açúcar que eu prontamente aceitei, bebendo tudo em um único gole.

— Mamãe, o que aconteceu? Quem era aquele homem? – Eleanor me perguntou. Encarei minha menina com pesar. Deus, onde eu havia me metido? Busquei Dante com os olhos e o encontrei encostado na parede, me olhando preocupado e desconfiado.

— Eleanor, agora não, tá bom? – Katherine fez um carinho na cabeça da minha filha, que pareceu entender, apesar da frustração evidente em seu rosto. – Marie, querida, nos perdoe por essa algazarra. Eu gostaria que isso ficasse apenas entre nós, se não se importasse. E adoraríamos remarcar essa entrevista para outro momento.

Marie me observou de canto de olho. Seus olhos brilhavam por mais informações, mas pareceu respeitar o pedido de Katherine (provavelmente ela também considerou que a agência de Damon, a qual ela havia sido contratada, concordava com a minha irmã), foi embora, levando com ela todos os equipamentos e homens.

Só restava Katherine, Dante, Eleanor e eu.

— Elena...

— Agora não, Katherine!

Eu me recusava a pensar em Damon, em como ele reagiria quando soubesse que é pai (de duas crianças).

Conhecendo ele, eu sabia que nossa história não havia acabado naquele encontro horrível, ele voltaria, e voltaria com perguntas. E as respostas? Estavam presas e trancafiadas em mim e meu redemoinho de medo e insegurança.

 


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Notas finais do capítulo

Eu espero que vocês tenham gostado do capítulo e se emocionado tanto quanto eu (to sensível, me deixem).

Vocês estavam ansiosas pelo encontro desses dois e finalmente chegou. Foi a altura do que esperavam? Me contem, por favor.

Espero vê-las nos comentários.

Beijoooos ♥



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