Instituto Para Jovens Bruxos Descendentes de Salem escrita por Jack Lightwood, CrazySweety, garotainvisivel13


Capítulo 9
Letícia Lost It




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Jack estava animado com as novatas. Sempre que alguém chegava ele ficava assim. Apesar de ser o mais novo do Instituto, ele também era o que estava ali havia mais tempo. Ele vira todos que estavam ali chegarem, e viu também muitos irem embora. Ele odiava as despedidas, mas, por outro lado, nada o alegrava mais do que novas pessoas chegando.

Quando Jack perdeu os pais, ele tinha apenas quatro anos. Não havia mais nenhuma família para ele, então a diretora Lana o acolheu. Segundo ela, havia sido fácil pressentir a magia que emanava dele então ela decidiu que o mais sensato era adota-lo para mantê-lo longe de problemas. Ela também havia deixado claro que, mesmo que fosse legalmente, ela não era realmente sua mãe. Ela apenas o adotara porque não havia outro jeito de trazê-lo com aquela idade para o Instituto. Mas o menino não se importava com isso, contanto que ele tivesse muitos irmãos como seus amigos, ele não realmente precisava de uma mãe.

Era por isso que ele gostava tanto de Ashley. Os outros não entendiam como uma garota como ela podia ser tão apegada ao garotinho ou vice versa. A verdade é que havia algo nos dois que os uniria pelo resto da vida. Ashley havia chegado no mesmo ano que ele, quando ela tinha dez anos. A mãe dela a trouxera e nunca mais voltara. Os dois deram um ao outro a atenção e o carinho de que precisavam e desde então eram como irmãos. Além disso, ele não ligava para o que os outros diziam sobre ela. Ela se preocupava com ele; o que ela fazia com os outros amigos dela não era de sua conta.

O garoto andava despreocupado pelo jardim. Depois da noticia de Ashley, a diretora havia pedido para os dois saírem do escritório. Ela dissera que tinha muito no que pensar e que eles estavam dispensados. A garota mais velha foi direto para o quarto experimentar as roupas que comprara. Como todos os outros pareciam estar ocupados com as novas alunas, ele agora procurava algo para se divertir.

De repente ele escutou um barulho vindo do fundo do quintal e abriu um sorriso. Talvez algum gato tivesse pulado na propriedade por engano de novo. Aquilo certamente seria divertido. O menino foi ver o que era, mas, quando chegou perto de onde o som era emitido, logo se arrependeu. A terra se mexia, fazendo alguns tufos de grama se soltarem. Os arbustos balançavam com força, mas não havia o menor sinal de vento. Jack gritou, porém ninguém escutou. A água da piscina começou a escorrer pelas bordas. O que estava acontecendo? Um galho mais grosso do que seu braço voou em sua direção, o fazendo ter que se abaixar para não ser acertado. Jack entrou correndo pela porta dos fundos da mansão que dava para aquela parte do jardim e se trancou a tempo de ouvir algo acetando a madeira e causando um som oco atrás dele.

— O que acabou de acontecer? — Jack perguntou pra si mesmo ainda ouvindo o som das folhas voando do lado de fora.

Ele correu para o salão principal, onde as mesas já estavam arrumadas para o almoço. A diretora Lana como sempre estava na mesa mais afastada e observava calmamente a dúzia de adolescentes que já começara a buscar seus lugares. O menino observou Thomas sentar à mesa de costume, junto com Sarah, Aline e a garota nova, Camy, que parecia animada falando sobre séries de TV com eles. Ao contrario do que normalmente fazia, ele não foi se juntar aos amigos e sim andou até a mesa da diretora.

— Tem algo errado com o jardim. — A voz fina do garoto a chamou atenção.

— Como? — A mulher franziu o cenho com o comentário ingênuo.

— As plantas, é como se tivessem ganhado vida. Eu quase fui acertado por um galho assassino. E o chão está se mexendo.

— Oh é mesmo? — Ela abriu um sorriso — Não se preocupe, querido. Eu acho que sei exatamente o que está causando isso. — Olhou para a mesa em que Jack costumava se sentar no instante em que Camila se juntava ao grupo, puxando uma cadeira para si mesma — Parece que as garotas novas vão sentar com vocês a partir de agora. Vamos, tenho que trocar algumas palavras com elas.

Os dois caminharam em direção à mesa. O garotinho ia à frente animado, sentando ao seu lugar de sempre e acenando para Ashley, que chegara ao salão e ia também em direção a eles. A mulher mais velha se aproximou com cuidado, analisando Camila, que começara a comer assim como os outros. Ela se curvou com cuidado e, quando a garota virou-se para ela, deu um sorriso amistoso.

— Querida, vejo que está se adaptando melhor, certo? — Camila concordou com a cabeça mesmo que um pouco desconfortável com a presença da outra — Bem, vejo também que uma de suas amigas ainda não desceu. Por que não sobe e a chama? Pode ter se esquecido do horário do almoço e nós não serviremos outra refeição até o jantar. — Dito isso, Lana retornou para sua mesa e voltou a comer silenciosamente.

— Ela não quis descer. — Sarah disse antes que Camila processasse o pedido da diretora — Quando eu vinha pra cá, eu bati no quarto dela para chama-la, mas ela disse que estava sem fome.

— Essa não. — A garota trocou um olhar nervoso com Camy do outro lado da mesa — Isso não pode ser bom.

— O que foi? — Aline quis saber inclinando para mais perto das garotas.

— Ela tem essa mania de se isolar quando está nervosa. Era de se esperar que com tudo isso acontecendo ela não quisesse descer. — Camy explicou apreensiva.

— Talvez eu deva ir lá em cima dar uma olhada. — Camila bufou — Antes que ela faça alguma besteira.

— Espera! — A ruiva disse quando a outra começou a se levantar — Você... Hãn, quer que eu vá junto?

— Você quer ir comigo para ver se ela está bem? — Ela arqueou a sobrancelha — Por quê?

— Não me diga que gostou da novata problemática? — Ashley, que tinha acabado de sentar a mesa ao lado de Jack, debochou com um sorriso malicioso.

— Cala a boca! — Sarah respondeu entredentes — Eu só ofereci porque ela podia se perder procurando o quarto.

— Sei! Você não engana ninguém com essa cara de santa! — A loira gargalhou — Aposto que você tá louca pra pegar alguém e escolheu a novata!

— Ashley, por que você não faz um favor pro mundo e vai se...

— Wow calma aí! — Camila interferiu colocando a mão no ombro da mais nova — Tudo bem, okay? Eu acho que precisaria mesmo de ajuda. Você é mais que bem vinda para ir comigo.

Ela puxou a alemã pelo braço e lentamente se afastaram do grupo. Até saírem do salão, ainda era possível ouvir as varias piadas maliciosas vindo da loira, o que fazia Sarah bufar e revirar os olhos a cada palavra dita pela outra. Quando finalmente estavam longe o suficiente, as duas desaceleraram o passo e foram em direção às escadas que dariam para o andar do quarto de Leticia.

— O que essa Ashley tem contra você afinal? — A mais velha perguntou enquanto elas subiam os degraus.

— Era isso que eu queria saber. — Murmurou — Nós supostamente éramos para nos compreender melhor do que ninguém.

— Por quê? Desculpa, mas vocês realmente não tem nada a ver uma com a outra. Você tem todo esse estilo emo dos anos 90 e ela é mais como...

— Prostituta de Beverly Hills? — sugeriu.

— Hãn... Eu ia dizer patricinha, mas é, acho que isso também serve.

— É. Infelizmente a gente tem mais em comum do que eu gostaria. — Ela suspirou — Temos as mesmas habilidades.

— Você quer dizer que vocês têm os mesmos poderes? Do tipo, magia e tal? Desculpa, mas é que isso tudo ainda é meio difícil de acreditar.

— Você se acostuma. E sim, nós temos os mesmos “poderes mágicos”. Quando eu descobri isso pensei que talvez fosse algo bom. Sabe, ter alguém mais experiente, que já estava aqui há muito mais tempo que eu e que pudesse me orientar. Mas é lógico que com a minha sorte tinha que ser justo alguém com meio neurônio no cérebro! — As duas riram com o comentário até que Camila parou encarando a garota mais nova com desconfiança.

— Olha, por mais que eu não tenha ido com a cara da Ashley, eu não posso negar que ela tem um pouco de razão.

— Em relação a quê?

— Vai me dizer que você se ofereceu para me ajudar sem nenhum outro motivo além do fato de eu não conhecer bem o caminho? — A ruiva corou com força e abaixou a cabeça.

— Ela foi gentil comigo. — Disse baixinho encarando o par de coturnos que usava — Nem todo mundo é, sabe, considerando a forma como eu falo e me visto. Eu achei que podia fazer algo pra retribuir.

— Espera? Você disse gentil? Tem certeza de que a gente está falando da mesma pessoa? — As duas finalmente pararam em frente à porta da garota e, antes que Camila pudesse abrir, Sarah segurou-a pelos ombros e suspirou.

— Acredite, ela não é como tenta se mostrar. Eu não sei direito quem ela é ou o que fez com que ela se escondesse até de vocês, que são suas amigas, mas eu quero descobrir. E eu vou.

Dito isso as duas entraram no quarto, se deparando com a morena encolhida no chão num canto. Suas costas apoiadas na parede e seu olhar fixo em uma pequena flor rosa que repousava na palma de sua mão. Seus olhos estavam vermelhos e inchados como se tivesse chorado há pouco tempo, mas, quando ela levantou a cabeça e percebeu que alguém havia entrado, eles se tornaram ferozes.


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