Me deixando louco escrita por Valy Redfield Grayson


Capítulo 40
Alienígena ?


Notas iniciais do capítulo

Capítulo enorme porque sim kkkkk



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           POV. KORY 

 

 

 

 

 

 

 

Você sabe quando não tem sorte, sente quando tem merda pra acontecer, só que mesmo assim você decidi desafiar a sorte e acaba assim como estou agora, lascada.

Olhei para todos os lados tentando enxergar algo a mais que não fosse árvores, mas tudo que tinha ao nosso redor era mato affs. Olhei para o Grayson que aparentava estar tranquilo como se aquilo não passasse de uma brincadeira. Perdi o resto de paciência que eu nunca tive e dei um soco em seu ombro o assustando.

 

Dick - Ficou louca ! Porque me bateu ? _ perguntou indignado.

 

— Porque diabos você foi mexer em uma colmeia sabendo que era alérgico a picada de abelhas !!!

 

Dick - Foi sem querer _ é o fim da picada, só pode.

 

Bati minha mão em minha testa respirando fundo para tentar me controlar e não avançar no pescoço desse garoto.

 

— E aí ? Estamos perdidos e agora já são o quê _ peguei o seu pulso vendo o relógio _ 16:10 nois temos menos de meia hora para acharmos a estrada de volta se não o ónibus sai e a gente fica !

 

Dick - Tudo bem _ disse de forma debochada, ele está brincando com minha cara, é isso ?

 

Passei por ele e comecei a andar depressa, com ou sem ele vou voltar pra frente do salão, não tô afim de ficar no meio de uma floresta. Tentei ir para o lado direito, mas parecia ter apenas mais árvores e nenhuma estrada. Tentei ir para a esquerda passando por algumas árvores a qual eu já havia passado para ir pro lado direito. Perfeito ! Não sei nem o que é mais direita e esquerda.

 

Dick - Estamos caminhando em círculos _ disse com a voz arrastada.

 

— Não me diga ! Pelo menos eu estou tentando voltar para frente do ónibus _ passei entre algumas galhas secas de árvore e me arranhei toda.

 

Dick - Estamos cada vez mais nos afastando da trilha assim.

 

— E qual a sua ideia Grayson, ficar parado esperando a trilha aparecer magicamente ? _ mais uma vez me enrolei em algumas teias de aranha. Maldição !

 

O moreno suspirou e se aproximou de mim me ajudando a sair do meio das teias.

 

Dick - Escuta Kory, de nada vai adiantar ficar andando em círculos, estamos cada vez mais nos afastando e assim vai ser difícil de nos acharmos _ o olhei cruzando os braços.

 

— E o que te faz pensar que eles vão voltar ?

 

Dick - Eles vão sentir minha falta, relaxa _ disse com um sorriso convencido.

 

 

 

 

 

...............

 

 

 

Enquanto isso no salão principal da cidade, todos já estavam em frente aos ónibus e as turmas do terceiro ano já haviam adentrado em um dos ónibus faltando assim apenas os segundos.

 

— Todos já estão aqui ? _ o professor perguntou tedioso.

 

Wally - Tá, já estamos todos aqui, vamo embora logo que eu preciso de um banho, essas plantas me deixaram com coceira ! _ disse incomodado enquanto se contorcia para coçar suas costas.

 

Lucky - O que você ficou fazendo Wally ?

 

Vic - Vamo logo pessoal, ainda temos salgadinhos que eu deixei para comermos dentro do ónibus.

 

Na hora em que o moreno mostrou as embalagens de salgadinhos, todos começaram a subir os degraus do ónibus como furacões.

 

— Tá legal, depois eu faço a chamada _ o professor coçou a nuca não entendendo esses garotos de hoje em dia, por fim adentrou no ónibus também.

 

 

 

 

................

 

 

 

— É, eles não vem _ digo já desanimada enquanto apoiava o queixo na mão direita.

 

Dick - Que isso Kory ! larga de pessimismo _ olhei para o moreno que estava sentado ao meu lado com um instinto assassino e ele levantou as mãos em sinal de desistência.

 

Se ao menos eu pudesse olhar por cima das árvores para saber em qual direção está a trilha. Claro, eu poderia muito bem usar meus poderes e levantar vôo para localizar a maldita trilha, mas uma coisinha chamada Dick Grayson me impede de fazer o mesmo.

 

— Ei Dick ! Você consegue subir no alto de alguma das árvores e ver onde estamos ? _ perguntei tentando achar alguma alternativa para que pudessemos sair dali.

 

Dick - Eu não sei....

 

— Então tenta caraí _ não acredito que um acrobata que se intitula o Robin não sabe se consegue escalar uma árvore.

 

Dick - Tá bom affs !!!

 

Ele se levantou e eu acompanhei seu movimento batendo as mãos na calça para retirar qualquer resíduo de sujeira. Ele olhou para cima por algum tempo procurando qual das árvores era a melhor para subir. Em fim ele foi em uma e agarrou uma galha verificando se estava firme. Revirei os olhos já ficando impaciente com sua demora, ele pareceu perceber isso porque começou a subir na árvore rapidamente, subindo de um galho para o outro.

Suspirei em alívio já ficando animada com a probabilidade de finalmente saímos daquela floresta.

 

Infelizmente minha alegria durou pouco quando vi o pé de Dick ser apoiado em um dos galhos que estava podre, resultado ? A galha e o moreno despencaram chão a baixo. Fechei os olhos e era como se eu pudesse sentir o impacto da queda. Quando voltei a abrir os olhos me aproximei do corpo estirado no chão o olhando de cima. O Grayson gemia baixinho tentando mexer o corpo.

 

— Ai Dick...o que faremos agora ? _ certo, a tentativa de escalar a árvore foi inutil.

 

Dick - P-Podemos só permanecer em terra firme ?

 

 

 

.................

 

 

 

O ónibus estava silencioso já que a maioria dos alunos acabaram por cochilarem na volta, e aqueles que estavam acordados estavam com fones de ouvido. Já estavam dentro de Ghotam city e faltavam apenas alguns minutos até a escola. Milla e Lucky conversavam baixinho entre sí sobre como Kory e Dick ficaram um ao lado do outro a excursão inteira sem se quer brigarem como antes.

 

Lucky - É, as coisas mudam _ a rosada comentou sorrindo em seguida.

 

Milla - Eu sempre soube que todo aquele ódio mortal um pelo outro não passava de amor incubado.

 

Lucky - Só falta eles mesmo admitirem para sí, quem será que dará o primeiro passo ? _ arqueou a sobrancelha.

 

Milla - Aposto que vai ser o Grayson, a Kory é muito orgulhosa pra isso _ a loira olhou sobre o banco para o fundo do ónibus _ eles estão tão quietos, será que estão se pegando e eu não tô vendo ?

 

Lucky - Você não havia deixado eles a sóis na reserva ? _ perguntou a garota.

 

Milla - Eu queria ajudar sabe...pra vê se eles se tocavam mas parece que eles são burros só pode.

 

A loira bufou se levantando do seu lugar e caminhando com cuidado até as poltronas onde supostamente estavam os dois.

 

Milla - E aê o que vocês dois estão... _ a mesma parou de falar assim que viu os lugares vazios _ uai, pensei que eles estavam sentados juntos.

 

A loira caminhou até onde Xavier estava sentado.

 

Milla - Ei Xavier, o Dick não voltou sentado do seu lado ? _ perguntou baixinho enquanto cutucava o moreno.

 

Xavier - Se ele quase me jogou da janela na ida, você acha que ele iria sentar do meu lado na volta ? _ respondeu sarcástico.

 

Ela franziu a testa em confusão levantando a cabeça e olhando todo o interior do ónibus.

 

Milla - KORYYY !!! EI KORYYY ! _ começou a gritar fazendo todos acordarem e reclamarem pelo barulho _  EI PESSOAL, ESTÃO VENDO A KORY OU O DICK AQUI ?

 

Todos começaram a olhar nas poltronas próximo a sí e em seguida fizeram um sinal negativo com a cabeça fazendo a loira arregalar os olhos e sentir seu sangue gelar.

 

Milla - Fudeu....

 

 

 

 

 

 

......................

 

 

 

 

Eu e o Dick caminhamos mais um pouco pela floresta mas não adiantou de nada, nenhum de nois dois sabíamos pra onde íamos e eu podia sentir que nos afastávamos cada vez mais. Senti o desespero tomar conta de mim, já estava escurecendo o que piorava nossa situação, meu tio vai surtar quando perceber que eu não cheguei em Ghotam e o Ryan ? Meu Deus, como isso foi acontecer ?

 

Dick - Continua sem sinal, merda ! _ disse enquanto verificava o celular.

 

— Então poupa bateria.

 

Dick levantou o rosto me encarando e logo uma expressão de surpresa se formou na mesma.

 

Dick - Você está...chorando ?

 

Fiquei confusa e logo levei minha mão aos meus olhos percebendo que os mesmos estavam húmidos. Porque eu estou chorando ? Porque logo agora na frente dele ? Virei meu rosto para o lado ao contrário tratando logo de enxugar as malditas lágrimas.

 

Dick - Ei, fique calma _ senti suas mãos pousarem suavemente em meus ombros _ a culpa disso tudo foi minha, mas eu prometo que vamos sair dessa, ficar nervosa só vai piorar tudo agora, então temos que pensar com calma.

 

Não aguentei mais me virando e abraçando seu corpo enquanto enterrava meu rosto em seu peito.

 

— O que vamos fazer... _ murmurei com dificuldade por conta de meu rosto está escondido.

 

Dick - Não podemos fazer nada por enquanto já escureceu, mas amanhã vamos sair daqui ok. Pense por um lado bom, você está com um super herói e meu dever é te proteger.

 

Senti Dick acariciar meus cabelos e deixar um beijo no topo da minha cabeça me fazendo abrir um sorriso mínimo. Me afastei um pouco de seu corpo vendo ele me mandar um olhar reconfortante. Em seguida o moreno pareceu lembrar-se de alguma coisa e tirou a mochila das costas abrindo e vasculhando a mesma. Vi ele tirar de dentro uma lanterna que logo foi ligada.

 

— Porque você está com uma lanterna ? _ perguntei desconfiada.

 

Dick - Eu não tinha arrumado minha mochila antes de vir pra cá e só agora lembrei que esqueci isso aqui da última vez que fui ao lago a noite.

 

A lanterna foi de grande utilidade já que a floresta estava completamente escura aqui. Senti minha mão ser puxada vendo o moreno caminhar para um lado.

 

Dick - Vem, eu vi uma árvore que séria boa para descansarmos essa noite.

 

Chegamos em frente a uma enorme árvore com troncos grossos e que era oca no meio formando ali um buraco que parecia caber nois dois. Dick deixou nossas mochilas no chão se sentando dentro do oco da árvore e me chamando para que fizesse o mesmo. Me encostei na árvore soltando uma lufada de ar, só agora percebi como estou exausta.

 

— Ainda bem que essa reserva não há nenhum animal selvagem, só algumas aves _ séria um grande problema passarmos a noite no chão caso ao contrário.

 

 

 

 

 

Dick - Bom...se chover pelo menos não vamos nos molhar aqui dentro.

 

Abri minha mochila procurando pelas barras de cereais que eu havia colocado para a viagem. Sorri satisfeita em encontrá-las e estendi uma para Dick. O mesmo olhou o pacotinho não muito contente e eu bufei.

 

— Só temos isso então o senhor trate de desfazer essa cara de bunda e comer logo.

 

Ele pegou o pacotinho mesmo a contra gosto. Senti uma brisa fria bater em meu rosto enquanto eu comia a barra de cereal. Droga ! Pelo visto a noite vai ser fria o que não nos ajuda em nada na condição em que nos encontramos. Peguei minha blusa de frio que estava amarrada em minha cintura e a vesti, ainda bem que lembrei de trazê-la, Dick também está com a sua, mas mesmo assim isso não está sendo o suficiente para nos protegermos do frio.

Coloquei minhas mãos dentro do bolso tentando me aquecer o quanto desse, até que senti um par de mãos me puxar para mais perto. O moreno me colocou entre suas pernas e me abraçou por trás enquanto repousava seu queixo em meu ombro. Não reclamei, oras estou morrendo de frio e sentir esses braços fortes me envolver foi a melhor coisa que me aconteceu o dia inteiro.

 

Dick - Bruce vai surtar....

 

— Ah pode apostar que meu tio também _ respondi me dando conta do tamanho da cagada em que estamos.

 

Dick - Meu pai não se importa que eu passe uma noite fora, ele sabe que eu sei me defender de qualquer coisa, mas quando ele souber que eu estou perdido junto com uma garota da escola, aí sim o bicho vai pegar.

 

Sorri me lembrando de Ryan e sabendo que ele vai querer matar o Dick quando voltarmos. A essa hora a Milla deve estar se descabelando. Bem feito ! ela e aquele ruivo sem noção saíram e nos deixaram sozinhos para trás e agora deu na merda que deu. Sinta-se culpada agora loira...Hm !

 

Olhei ao nosso redor percebendo que algumas luzinhas piscavam sobre as árvores e sobre o chão da floresta. Meus olhos brilharam com a visão belíssima que estava por começar naquela noite.

 

— São vagalumes... Dick !!!! _ berrei animada sentindo o moreno rir contra meu pescoço me fazendo arrepiar todinha.

 

Dick - Não sabe como estou feliz que seja com você que estou perdido _ O Grayson sussurou voltando a enterrar a cabeça em meu ombro.

 

— Ah quer dizer que você está achando é bom de estarmos perdidos no meio dessa floresta ? _ falei indignada.

 

Dick - Podia ser pior...eu podia está sem você...

 

Senti meu rosto esquentar e evitei olhar para o moreno que parecia ter acabado de pegar no sono dada sua respiração tranquila. Eu tenho que admitir...apesar disso tudo ter acontecido, não sinto medo, me sinto mais confiante porque sei que Dick estar aqui comigo, então nada de ruim irá acontecer.

 

 

 

 

 

...................

 

 

 

Em frente ao colégio de Ghotam City, todos os alunos do segundo ano ainda permaneciam lá por conta de toda a confusão que estava ocorrendo. Dois dos alunos da escola estavam desaparecidos, pra ser mais sensato, perdidos em Jump City. Ninguém havia se dado conta de quando os dois haviam sumido e só sentiram a falta dos mesmos na volta, poucos quilômetros da escola. Nesse momento, os pais dos alunos estavam na frente da escola discutindo com os professores que estavam responsáveis pelos alunos. Também havia alguns carros de polícia na frente da instituição.

 

Bruce - Como que professores que estavam responsáveis por uma turma de adolescentes não se deram conta que faltava dois de seus alunos ? _ o homem falava nervoso enquanto caminhava em frente ao carro.

 

Galfore - Quanta irresponsabilidade da parte da direção. Estamos falando de dois menores que estão sozinhos em outra cidade !!!

 

— Desculpe, mas como acabamos de falar só podem prestar ocorrência depois de 24hr que os adolescentes estiverem desaparecidos _ um dos policiais falou enquanto anotava algo em sua prancheta.

 

Bruce olhou o homem com ódio mortal e se aproximou do mesmo arrancando a prancheta da mão do mesmo.

 

— Senhor, você está acabando de cometer... _ antes que o homem terminasse de falar, Bruce mostrou sua identidade.

 

Bruce - Você está falando com Bruce Wayne, eu tenho tanta influência em todas as delegacias de Ghotam City quanto você imagine, eu não preciso prestar ocorrência alguma então eu exigio que nesse exato momento você mande todas as equipes de busca dessa cidade para Jump City e não retornem de lá enquanto não estiverem com o meu filho.

 

O policial que agora estava tremendo por está na frente de um Wayne apenas assentiu caminhando até o carro e pegando a rádio de comunicação.

 

Bruce virou-se para Galfore que ainda estava aflito e colocou uma mão em seu ombro em conforto.

 

Bruce - Não se preocupe, vão achar os nossos filhos.

 

Do outro lado da rua Milla, Rachel, Garfield e Xavier observavam tudo tão nervosos quanto os mais velhos.

 

Milla - Como eu pude ! Que espécie de amiga eu sou !!! _ a loira agarrava os próprios cabelos se culpando.

 

Rachel - A espécie que quer juntar os amigos custe o que custar ?

 

Milla - Mas eu não queria isso !!! Por que diabos esses dois não voltaram para o ónibus _ Milla arregalou os olhos _ e se algum lobo da floresta tiver atacado eles ? Ou um serial Killer.

 

Xavier revirou os olhos se aproximando da garota e tentando acalmá-la.

 

Xavier - Não existe lobos ou Serial Killers naquela reserva, eles devem ter apenas se perdido.

 

Garfield - Tomara que eles os encontrem logo _ disse pensativo _ você não está preocupada Rae ?

 

Rachel - Eles estão bem, vaso ruim não quebra tão fácil assim _ disse dando de ombro.

 

Milla - Pelos menos eles estão juntos né _ disse enquanto era abraçada pelo moreno, mas logo ele recebeu um olhar reprovador da azulada e a soltou.

 

Garfield - Sim...eu acho.

 

 

 

 

 

 

..................

 

 

 

 

 

Abri meus olhos mas logo fui obrigada a fechá-los novamente por conta da claridade. Jesus ! Minha coluna está doendo e eu sinto que meu pescoço está torto por conta da posição em que eu fiquei. Mexi minha cabeça devagar sentindo meu pescoço estalar...ah ! Estou um caco. Olhei para o lado percebendo que o moreno ainda dormia profundamente em uma posição não muito agradável. Senti pena por ter que acordá-lo, mas precisamos aproveitar que amanheceu e procurar uma saída daqui né.

 

— Ei...Dick ! _ toquei em seu ombro de leve mas ele permaneceu na mesma posição _ Dick...Dickzinho, Dick ? DICK A FLORESTA TÁ PEGANDO FOGO !!!!

 

O moreno levantou assustado o que fez com que batesse a cabeça na árvore. Sorri com o ocorrido e ele me olhou com uma expressão não muito feliz.

 

Dick - Isso é lá jeito de se acordar uma pessoa ? _ perguntou indignado massageando o topo da cabeça.

 

— É a forma mais rápida _ conti meu sorriso e me levantei alongando meu corpo _ Hoje está um dia lindo para acharmos a saída dessa reserva né ? E eu tô morrendo de fome !

 

Choraminguei ao lembrar que em casa com certeza tem uma cesta de pães e bolo me esperando

"Calma meus bebês, prometo que vou recompensá-los quando chegar "

Alisei minha barriga enquanto falava com meus estômagos.

 

Dick - Meu cabelo está uma bosta _ reclamou enquanto puxava os fios.

 

— Ah para vai, você fica muito gay falando assim _ ele me olhou com raiva e se levantou limpando a roupa.

 

Dick - Não aguento mais usar esses tênis _ observei ele massagear os pés por cima do calçado.

 

De repente ouvi alguns barulhos que me eram familiares.

 

— Espera Espera ! _ gesticulei para que o rapaz fizesse silêncio.

 

Dick - Eu sei, é o meu estômago, eu tô com fome beleza ? _ revirei os olhos.

 

— Não é isso besta _ voltei a prestar atenção nos barulhos _ são....carros !

 

Continuei ouvindo o som dos pneus correndo pelo asfalto.

 

Dick - Como é que você tá conseguindo ouvir isso ? _ me olhou confuso mas eu não tinha tempo para explicar o motivo da minha audição ser melhor que a dele.

 

Agarrei sua mão e peguei as mochilas me apressando em seguir o barulho dos carros enquanto eles ainda estavam passando. Descemos um pequeno barranco com que fez que nossos tênis ficassem sujos de lama e claro, Dick reclamou por isso.

Depois que passamos por algumas árvores o moreno também foi capaz de ouvir o som dos carros e começou a correr em minha frente. Qual foi nossa surpresa em saímos em plena a uma avenida um tanto quanto afastada ? Pois é, estavamos a alguns metros de uma AVENIDA !!!

 

Dick - Isso só pode ser brincadeira _ o mesmo abriu os braços para cima indignado _ porque não ouvimos nenhum barulho vindo daqui ontem ?

 

— Talvez porque não passou nenhum carro por aqui ontem a noite.

 

Minha vontade é de gritar e xingar o universo, mas ainda sim temos que aproveitar nossa sorte "atrasada" para pedir carona ou algo assim. Mas adivinha ? Só foi nois chegarmos na porra da avenida para os carros pararem de passar.

 

Dick - É karma ! _ bufou sentando-se no asfalto.

 

— É macumba, isso sim ! _ comecei a caminhar em sentido ao contrário para o que parecia ser o início da estrada...ou o final, sei lá.

 

Dick - Está mesmo de plano a caminhar justo agora ? _ perguntou ainda sentado no chão e eu apenas me virei de costas sem parar de andar.

 

— Sim _ respondi simplismente.

 

Depois de alguns segundos ele também se levantou e começou a se arrastar vagarosamente apenas para me irritar. Deve ser cedo ainda, entorno de 09:00 da manhã, mas o sol já está alto nessa jorça.

 

— Dick, e o seu celular ?

 

Dick - Descarregou ainda ontem _ quase chorei de desgosto.

 

 

Acho que Deus sentindo pena de mim, ou simplismente por medo que eu cometesse algum homicído, nos levou exatamente para onde a avenida fazia uma curva, e dela dava para ver que havia um estabelecimento junto a um posto de gasolina antigo na beira da estrada.

 

 

 

 

Suspirei em alívio em saber que agora eu poderia ligar para casa e avisar onde estamos. Caminhamos até o estabelecimento vendo de perto agora como a construção estava velha e carcomida, mas ela parecia ser bem grande por dentro. Como a porta que era metade madeira e metade de vidro estava fechada, bati algumas vezes esperando alguém abrir.

 

Logo um homem mal vestido abriu a mesma fazendo com que eu desse um passo para trás. Caraca, o homem parecia não se barbear a meses, e nem que tomava banho. Olhei para Dick vendo ele devolver um olhar tão questionador quanto o meu, então resolvi que séria eu a me pronunciar.

 

— Bom dia...vocês por acaso teriam um telefone que pudessemos usar por gentileza ?

 

O homem pareceu nos avaliar por exato vários minutos enquanto mastigava um capim que estava no canto de sua boca.

 

— O que dois jovens como vocês fazem em um lugar como este ? _ perguntou desconfiado.

 

— Eeh...nois dois viermos visitar nossa madrinha que mora em Jum City...é isso _ menti da forma mais convincente que eu podia, oras não vou falar que estamos perdidos para um estranho.

 

— E porque precisam de um telefone ? _ merda, esse homem não poderia apenas mostrar onde fica o maldito telefone ?

 

— Nossos pais ficaram de buscar a gente pela manhã, mas acabamos ficando sem bateria então não tem como chamá-los _ sorri amarelo enquanto o homem ainda ficou nos encarando.

 

Dick - Tem um telefone ou não ? _ Dick perguntou logo sem paciência.

 

O homem apenas deu espaço para que entrássemos na loja e eu passei pelo mesmo um pouco relutante. Dentro funcionava um pequeno bar e cerca de quatro homens estava sentados no balcão com copos em mãos, todos muitos estranhos. Eles se viraram para nois e ficaram encarando com uma cara que eu não sei explicar, um em específico sorriu mostrando a fileira de dentes amarelos e piscou para mim. Dei alguns passos para trás até bater no peito de Dick que me olhou enquanto encarava os homens.

 

Dick - Vou ver o endereço desse lugar, você trate logo de ligar pra alguém _ assenti caminhando rapidamente para onde estava o telefone.

 

Tirei o aparelho do gancho e digitei o primeiro número que me veio a cabeça, no caso o de Ryan. Esperei alguns minutos não ouvindo nada, digitei os números novamente mas se quer chamava. Olhei para o aparelho percebendo que ele estava sem linha. Franzi o cenho olhando para trás e vendo que agora os homens haviam se levantado.

 

— Ei, esse telefone não tem linha _ falei firme enquanto eles começaram a andar em minha direção.

 

Eu sabia que ia dar merda ! Olha a cara desses homens Kory, parecem protagonistas de filme de faroeste. Eles se aproximaram de mim até que eu estivesse encostada contra o balcão.

— Não se preocupa princesinha, porque não relaxa e se diverte com a gente _ princesinha ? Eu não sou mais princesa desde que eu tinha treze anos.

 

— Saiam de perto de mim ! _ falei ainda controlada, qualquer coisa eu chuto o saco deles.

 

— Se colaborar com papai aqui prometo que não vamos lhe machucar _ o homem mais velho que atendera a porta falou dessa vez.

 

— Pena que eu não posso prometer o mesmo.

 

Como eu disse e tenho o dito, chutei os países abaixo do filho da mãe que se abaixou gemendo em agonia. Tentei correr pelos mesmos, mas dois dos homens me seguraram, um em cada braço.

Quando levantei a cabeça, vi que Dick percebendo o que acontecia começou a correr em minha direção, mas antes que pudesse chegar perto, outro dos filhos da puta que estava escondido atrás da porta o acertou com um pedaço de madeira fazendo ele cair no chão inconsciente.

 

— DICK !!! _ gritei tentando me livrar dos caras que me seguravam fortemente.

 

— Que tal começarmos a brincadeira agora ? _ senti ânsia de vomito ao olhar para o sorriso nojento deles.

 

 

 

 

................

 

 

 

 

Meus antepassados sentiriam vergonha de mim se me vissem agora. Como uma tamaraneana é imobilizada apenas com algumas cordas de fibras...totalmente ridículo.

Deixa eu explicar minha atual situação. Estou amarrada com as mãos nas costas no fundo do que séria uma sala ou porão, não sei, só sei que estou fudida enquanto tem cinco homens na minha frente, inclusive dois com pedaços de madeira.

 

— Onde está o Dick !!! _ gritei enquanto tentava me soltar das cordas inutilmente.

 

— Não se preocupe, seu amigo agora está tendo um sonho muito bom _ gargalhou junto aos outros em deboche.

 

— Me soltem seus malditos cães sarnentos !!! _ posso sentir meus olhos arderem em ódio.

 

— Não enquanto não terminarmos o serviço.

 

Um começou a se aproximar de onde eu estava sentada e eu me impulsionei para frente em um rompante grunindo de raiva como um animal. Eles não sabem, não sabem do que um tamaraneano é capaz de fazer em descontrole !

 

O homem pareceu se assustar, afastando-se para trás e deixando o resto com o parceiro que segurava o pedaço de madeira. Ele sorriu de forma divertida e eu logo fui atingida pelo pedaço de madeira em meu ombro. Fechei meus olhos com força sentindo meu ombro doer pela pancada. O desgraçado alargou ainda mais o sorriso erguendo meu queixo com a ponta da madeira.

 

— Vou fazer você ficar quieta sua vadia _ disse entre dentes e eu o olhei com ódio aparente que me enegrecia por dentro.

 

— Vá para o inferno _ cuspi entre dentes e meu rosto foi solto fazendo com que minha cabeça caísse para baixo.

 

A expressão de divertimento foi substituída por uma de raiva e o mesmo podia se aplicar ao resto do bando de otários. Um deles tocou com a ponta da madeira sobre minha coxa direita e arrastou a mesma por ali.

 

— Vamos ver se continua corajosa agora.

 

Fechei meus olhos me lembrando do que meu tio havia dito uma vez para mim em um acontecimento que eu quase revelei minha verdadeira espécie. 

 

" Não haja como uma adolescente inconsequente, você é a progenitora da família, a herdeira do trono, mesmo assim decidiu estar aqui hoje. Então o mínimo que pode fazer é ser responsável pelos seus atos e ações. Se quer ser uma humana, haja como uma "

 

Sorri com tristeza percebendo que dessa vez, eu tinha totalmente consciência dos meus atos.

 

" Desculpe tio, mas irei quebrar as regras mais uma vez "

 

Abri meus olhos novamente deixando com que o porão fosse iluminado pelo verde florescente dos meus olhos. Eles arregalaram os olhos em surpresa e eu não pude evitar que um sorriso debochado aparecesse em meu rosto.

 

— Oh parece que quem perdeu a coragem aqui...foram vocês.

 

Com apenas um puxão, arrebentei as cordas que estavam presas em meus pulsos e me levantei acertando o primeiro soco em um dos homens que estava mais próximo de mim. Um deles teve a coragem de avançar contra mim e eu apenas girei meu corpo acertando um chute na altura de suas costelas fazendo-o voar alguns metros de distância. Virei meu rosto em direção de um dos que estavam com o pedaço de madeira em mãos e sem hesitar, o puxei pelo pedaço de madeira e rodopiei fazendo o homem girar junto comigo, em seguida o soltei e ele caiu para trás em cima de um dos seus parceiros e os dois foram ao chão. Olhei para o último que já estava tremendo e só dei um sorriso ladinho antes de bater minha testa contra seu nariz e o ver sangrar pelo mesmo antes de cair.

 

Eu poderia ficar aqui esfolando a cara desses desgraçados no chão, mas agora minha prioridade é encontrar o Dick para darmos o fora daqui. Eu saí do porão onde eu estava dando de cara com um corredor extenso. Comecei a correr pelo mesmo olhando em todos os lugares possíveis a procura do Grayson. Abri algumas portas de salas que estavam fechadas vendo que algumas estavam vazias, mas por sorte encontrei o rapaz que estava amarrado em uma das salas.

 

Entrei na sala desesperada e me abaixei ao seu lado vendo que o mesmo estava com os olhos fechados e a cabeça baixa.

— DICK !!!

 

Ao chamar pelo seu nome ele pareceu acordar, um pouco desnorteado ainda, mas dirigindo seu olhar para mim.

 

Dick - Kory...? _ sussurou em voz baixa.

 

— Não se preocupe, eu vou tirar você daqui !

 

Levei minhas mãos até seus braços que estavam presos em suas costas percebendo que diferente de mim, eles haviam colocando um tipo de cabo de aço nos pulsos do moreno, talvez por pensar que ele séria mais forte que eu.

 

— Droga !!! _ praguejei enquanto tentava soltá-lo de alguma maneira.

 

Dick - Você está bem ? Como conseguiu se soltar ? _ perguntou me avaliando dos pés a cabeça.

 

— Depois eu explico agora...acho melhor você proteger seu rosto.

 

Ele pareceu confuso por alguns instantes então eu separei suas mãos uma da outra o máximo que eu podia, respirei fundo antes de direcionar meu olhar para o meio do cabo de aço e uma forte rajada verde atingiu-a bem no meio certeiramente.

Dick arregalou os olhos com o que havia acabado de presenciar em seguida levantando as mãos até seu rosto vendo que agora elas estavam libertas. O rapaz me olhou com um misto de espanto, medo, incredulidade tudo junto e em seguida exclamou de maneira exasperada.

 

Dick - QUE PORRA FOI ESSA !!!

 

— Não temos tempo para surtos agora, temos que sair daqui ! _ sem esperar alguma reação vinda de sí, puxei sua mão com força e comecei a correr de forma desengonçada até a porta.

 

Eu não sabia pra que lado sair, o corredor terminava em uma escada que dava para o andar de cima do estabelecimento e sem pensar duas vezes, comecei a correr naquela direção. Quando já estavamos perto das escadas vi que três dos homens já haviam se recomposto e estavam parados nos degraus da escada e um deles segurava uma espingarda.

— Rápido ! Não deixem que eles escapem, ela é uma mutante, dele valer muito !!!

 

Revirei os olhos para a conclusão que o homem tinha chegado. Ele acha mesmo que pode me vender ou algo do tipo por achar que sou uma mutante ? Fala sério.

Mas logo minha atenção foi tomada quando um deles apontou a espingarda para nossa direção e no desespero, Dick se colocou na minha frente para me proteger.

 

— Não atire nela seu idiota ! _ um dos caras falou tentando segurar a arma das mãos dos outros, mas ao fazer tal ação o mesmo atirou.

 

 

 

 

 

Não sei como aconteceu, mas em uma velocidade surpreendente eu somente pude levantar meu braço e disparar com a palma da mão um starbolts que com a pressão do impacto, empurrou a bala na direção contrária fazendo com que ambos atingessem a parede que cedeu ao chão e jogou os três homens para longe.

 

Abaixei minha mão respirando com dificuldade enquanto Dick fazia o mesmo com uma feição assustada. Agora que a passagem estava livre, puxei Dick comigo para as escadas, mas alguns degraus da mesma haviam sido destruída pelo starboat e tivemos que usar os restos dos escombros como modo para subir para cima. Assim que chegamos em cima do estabelecimento, caminhamos depressa até a saída, mas antes eu olhei para os lados me certificando que não havia mais ninguém ali. Me virei para o moreno o olhando seriamente.

 

— Você confia em mim ? _ perguntei sem rodeios.

 

Dick - P-Porque ? _ perguntou já nervoso.

 

— Vai ter que confiar...

 

Assim que terminei de falar segurei em suas mãos firmemente e levantei do chão aos poucos pegando impulso e indo para cima, assim que o fiz ouvi o moreno começar a gritar apavorado enquanto olhava para baixo.

 

— AAAH MEU DEUS !!! ME COLOCA NO CHÃO SUA LOUCA, EU VOU MORREEEEER !!!

 

Ignorei seus gritos de protesto e olhei o horizonte agora que eu tinha a visão privilegiada de onde eu estava e procurei o lugar mais seguro para ficarmos. Pensei comigo que agora eu teria que dar explicações ao rapaz por tudo o que ele havia visto até agora e apesar do medo que eu sentia...não iria hesitar em contar a verdade, era a primeira vez que eu contaria minha verdadeira origem a alguém.

 

Assim que eu pousei no chão, o moreno se afastou bruscamente de mim enquanto ajeitava as roupas de modo irritado.

 

Dick - Me avise na próxima vez que for fazer isso !!! _ disse furioso e eu abaixei a cabeça.

 

— Desculpe...

 

Dick - O que diabos aconteceu naquela loja !!! Você voa...pelo amor de Deus, me explica o que está acontecendo !!!

 

Gesticulei para que ele se acalmasse e o mesmo apenas virou o rosto para o lado enfezado esperando que eu começasse a explicar.

 

— Certo... _ suspirei sabendo que não iria ser fácil _ eu...eu não sou normal como as outras pessoas.

 

Dick - Ah sério ? Deu pra perceber _ disse com um humor totalmente ácido.

 

— Eu não sou humana Dick... _ falei indo direto ao ponto _ eu...sou uma alienígena.

 

Fechei meus olhos com desgosto não conseguindo encarar qualquer feição que fosse a do Grayson. Ele permaneceu calado e eu decidi continuar.

 

— Eu sou uma tamaraneana, meu planeta natal é Tamaran, provavelmente você nunca deve ter ouvido falar já que fica em um sistema diferente do que vocês conhecem. Meu povo assim como eu, temos a habilidade de voar assim como você viu, também temos força superior ao dos humanos, uma imunidade mais alta, conseguimos nos habituar rapidamente em qualquer ambiente diferente fazendo com que não surja nenhuma reação diferente em nossos organismos...também conseguimos absorver o calor e a energia solar e transformá-las em rajadas de luz que são extremamente perigosas de acordo com sua intensidade, por isso nossos corpos são tão quentes.

 

— Meu tio e meu irmão também são tamaraneanos, estamos na terra desde que eu tinha 13 anos...mas mesmo que esse não seja meu planeta natal, mesmo que eu não seja uma humana, me sinto uma de vocês, me sinto tão igual como todos os humanos, e eu aprendi a amá-los e admirá-los pelo o que eles são.

 

Eu disse tudo aquilo que estava entalado em minha garganta e senti como se um peso tivesse saído de minhas costas. Finalmente não estava mais omitindo nada ao Dick. Olhei para o mesmo vendo que ele me encarava com um olhar indecifrável e senti meu peito doer com a possibilidade dele me rejeitar ou sentir raiva de mim.

 

Dick - Porque veio pra cá ? _ perguntou de modo frio.

 

— E-Eu... _ procurei formas de explicar _ eu não posso voltar para meu planeta natal...não por enquanto. Meu tio me trouxe pra terra para me proteger dos Gordenianos, uma raça de outro planeta vizinho ao nosso que pretendia me levar como posse deles. E-Eu como sendo a segunda na linha de sucessão ao trono...era valiosa para eles. Meu tio para que evitasse que o pior acontecesse...ficou com a minha guarda e a de Ryan e nos levou de Tamaran, para que pudessemos ter uma vida normal aqui na terra, com novas identidades. Apensar de tudo, não trocamos nossos nomes, esses são nossos nomes de origem tamaraneana.

 

Dick ficou por alguns minutos em silêncio parecendo absorver tudo o que eu havia acabado de dizer. Vi que uma expressão indignada e de desgosto apareceu em seu rosto fazendo ele sorrir com amargura.

 

Dick - Todo esse tempo...eu estava sendo enganado. Todo esse tempo...você escondia isso de mim, enquanto eu confiava plenamente em você _ ele olhou em meus olhos fazendo com que eu me surpreendesse _ eu contei para você quem eu era de verdade, eu lhe revelei minha identidade de herói...mas você não podia me contar que era uma alienígena ?

 

— Eu não podia quebrar as regras... _ falei tão baixo que achei que fosse impossível que ele compreendesse.

 

Dick - Eu quebrei as regras para te contar, coloquei a minha família em risco para te contar a verdade Kory...ou será que esse é seu verdadeiro nome ? _ sorriu sarcástico e eu senti meus olhos arderem.

 

— Koryand'r... _ sentir-me na obrigação de dizer a ele.

 

Dick - Eu só queria que você tivesse confiado em mim da mesma forma que eu havia confiado em você, ou os humanos não mereciam a sua confiança Kory ? Como você pode ser capaz de se relacionar com uma espécie diferente da sua ! _ seu tom de voz aumentou gradualmente me fazendo ficar mais nervosa ainda.

 

— NÃO É TÃO FÁCIL ASSIM...

 

Dick - Parecia ser fácil antes.

 

Me virei de costas cobrindo meus olhos para que ele não visse as lágrimas que tinham se recém-formado neles. Era como eu esperava...ele está enojado, com raiva de mim que se quer consegue olhar direito em meus olhos e isso me quebrou por dentro. Sorri com pesar com o humor tão ácido quanto o seu deixando as lágrimas marcarem meu rosto.

 

Afinal, eu não sou igual a ele...e nunca vou ser.

 

Ouvi algumas sirenes de carro de polícia se aproximaram de onde estavamos. Dois policiais desceram da viatura e perguntaram por nossos nomes falando que eram a equipe de busca que estava responsável por nos procurarem. Mas eu não dava a mínima, por mim eu poderia ficar ali onde eu estava pelo resto da vida porque agora não tinha nenhum sentido mais eu voltar para casa...com ele.

 

Os policiais perceberam meu rosto molhado e meus olhos vermelhos e julgaram ser por alívio e repetiram várias vezes que agora estava tudo bem enquanto me guiavam até a viatura. Mas não estava tudo bem, e nem iria ficar.

Somente encostei minha cabeça ao vidro da janela vendo ali refletido a imagem do garoto que estava ao meu lado, mas que me ignorava completamente.

 

 

Com certeza...nada iria ficar bem.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

           CONTINUA.......


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