Uma Qualquer História Especial escrita por UQPE


Capítulo 59
Capítulo 59 - A Despedida




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/6715/chapter/59

Lúcia estava sentada no sofá a pensar. Não queria ir fazer as malas. Ainda era tudo muito recente. Fazia poucas horas que tinham chegado da festa. Fazia ainda menos horas que tinha contado a Bill.
Lembrava-se das lágrimas a caírem pela sua face, as palavras que tão dificilmente saíram da sua boca, o choque... Logo que Lúcia recebera o telefonema, voltara para o salão e dera de caras com Bill. Não tentou esconder. Logo que Bill a olhou nos olhos, Lúcia deixara cair uma lágrima. Bill percebera que algo se passava. Correra disparado até Lúcia, empurrando quem estava no caminho. Quando chegou junto, abraçou-a. Ela deixou-se cair nos seus braços. Permaneceram ali os dois, no chão, tempo infinito. As pessoas começaram a sair uma a uma. Todos se foram embora. Apenas a banda, Anna, Lia e a família dos gémeos ficou. Estavam todos em volta dos dois que ali ficaram.
Lúcia não se lembrava como tinham ido para o TourBus ou de quem os tinha levado. Lembrava-se sim de dizer a Bill. Lembrava-se de cada momento que lhe rasgava o coração.
Também Lia havia dito a Gustav. A reacção deste não fora diferente. Os olhos de Gustav também haviam ficado vermelhos, tais qual os de Lia.
Não havia sido fácil para ninguém. Não estava a ser fácil para ninguém.
Lúcia estava agora sentada no sofá. Bill tinha ido falar com o manager para ele arranjar dois bilhetes de ida para Portugal à última hora.
Tinha que ir logo porque o tempo escasseava. Tinha de organizar as notas e a sua candidatura. O último dia de entregas parecia cada vez mais perto.
Bill apareceu, minutos depois.
- He’s taking care of it. Take it easy.
- Bill I... – começou Lúcia.
- Shh. Don’t say it. – disse Bill, abraçando-a.
Lia entrava, com umas olheiras de caírem aos pés.
- Vamos?
- O quê? – perguntou-lhe Lúcia.
- Fazer as malas.
Lúcia tinha-se esquecido disso. Como ia ela pôr todos os sentimentos, todas as emoções, os beijos, as lembranças, os carinhos dentro de uma mala? Onde caberia tudo isso?
Melancolicamente, levantou-se e foi fazer a sua mala. Bill ficou a vê-la, impotente. Gustav ajudava Lia. Tom, Georg e Anna, estavam sentados na zona de estar, também eles tristes.
Lúcia pegava em cada peça de roupa e derramava-lhe lágrimas por cima. Como estava de costas, Bill não via; mas sentia.
Gustav parecia estar a cair num vazio que não acabava. Sentia o chão a fugir-lhe dos pés. Demorara tanto tempo a declarar-se, a conseguir a sua oportunidade, e agora, ela ia-se embora.
As malas que podiam ter sido feitas em meia hora, em caso de alegria, demoraram duas horas, agora em caso de tristeza profunda. Lúcia e Lia sentiam o sonho a fugir-lhes, a alegria a esvair-se.
O manager enviou um carro e os bilhetes de avião. Todos entraram na carrinha. A viagem para o aeroporto de Berlim demorava hora e meia, uma vez que eles estavam em Magdeburg. O silêncio com que a viagem foi feita, era de corta à faca.
Acabaram por chegar ao aeroporto. Conseguiram entrar pelas traseiras para não serem reconhecidos. Fãs a pularem para cima deles, era o que eles menos queriam, naquele momento. A bagagem já havia sido despachada e só restavam elas embarcarem. Ainda falta tempo, mas pouco para eles todos.
Bill aproximou-se de Lúcia. No entanto, foi ela quem falou primeiro:
- I guess this is the end.
- Don’t say that. – pediu-lh Bill.
- Bill, I’m leaving. – respondeu Lúcia, entre lágrimas.
- We can send messages, e-mails. I will call you every days. – afirmou ele.
- Do you really think that we are going to make it? I don’t know. – disse Lúcia.
- At least we can try.
Beijou-a, sentindo as lágrimas dela na sua face. Do outro lado, também Gustav e Lia tinham uma conversa difícil.
- Lia, I want to say you that despite the fact that we only had a few days together, I... love you. – disse baixinho.
Lia levantou a cabeça.
- Gustav that’s... – começou ela.
- And I know that you probably don’t fell the same, but I had to say it. – concluiu Gustav.
- I love you too. – disse-llhe Lia.
Ele ficou estático.
- What?
- I started to see you in a different way. If this whole feeling that is inside of me isn’t love, I don’t know what it is. I will really miss you.
Gustav e Lia abraçaram-se.
Georg, Anna e Tom continham-se para não derramarem lágrimas. Quando todos se abraçaram em conjunto, já ninguém conseguia aguentar-se. Era o fim daquele grupo de sete pessoas. Ali permaneceram, todos abraçados.
Por o voo ser para Portugal, a operadora chamou em português.
Primeira chamada para o voo 915 para Portugal. Porta 9.

To be continued...

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Uma Qualquer História Especial" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.